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Transcrição:

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS Nº 382 Julho / 2012 ISSN 1234-5678 índices Inflação de Serviços Perde Forças em 2012 RAFAEL COSTA LIMA p. I-3 Segundo Rafael Costa Lima, Produtos in Natura sobem por causa de chuvas fora de época, mas a alta é compensada pela queda no preço dos automóveis, via redução do IPI. Completado um ano do Índice de Serviços, pode-se perceber que estes já não pressionam mais a in lação, ao contrário do que ocorreu em 2010 e 2011. Índices de Preços do Setor de Obras Públicas Desaceleram Pós Dissídio da Mão de Obra DENISE C. CYRILLO p. I-8 Denise Cyrillo analisa os índices de obras públicas, destacando o ritmo mais moderado dos preços médios após o dissídio, e apresenta a tendência de ganhos reais da mão de obra do setor desde 2004. séries estatísticas Índice de Preços ao Consumidor Índice de Preços de Obras Públicas p. I-11 Nesta seção, são apresentadas as séries estatísticas Fipe (IPC e IPOP) de 2011 a 2012. As ideias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo a opinião da Fipe

Conheça o ICV Fipe O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para o Instituto de Pesquisas Econômicas da USP e, posteriormente em 1973, com a criação da FIPE, para esta instituição. Informações sobre assinaturas: : (11) 3767-1720 : rgama@ ipe.org.br INFORMAÇÕES FIPE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS ISSN 1234-5678 Conselho Curador Juarez A. Baldini Rizzieri (Presidente) Andrea Sandro Calabi Denisard Cnéio de Oliveira Alves Elizabeth M. M. Querido Farina Miguel Colassuono Simão Davi Silber Vera Lucia Fava Diretoria Diretor Presidente Carlos Antonio Luque Diretor de Pesquisa Eduardo Haddad Diretor de Cursos Cicely M. Amaral Pós-Graduação Dante Mendes Aldrighi Secretaria Executiva Domingos Pimentel Bortoletto Conselho Editorial Heron Carlos E. do Carmo Lenina Pomeranz Luiz Martins Lopes José Paulo Z. Chahad Maria Cristina Cacciamali Maria Helena Pallares Zockun Simão Davi Silber Editora-Chefe Fabiana F. Rocha Preparação de Originais e Revisão Alina Gasparello de Araujo Produção Editorial Sandra Vilas Boas

índices I - 3 Inflação de Serviços Perde Forças em 2012 RAFAEL COSTA LIMA (*) A in lação medida pelo IPC-FIPE registrou alta de 0,23% em junho de 2012. Esta apuração foi inferior à registrada em maio deste ano (0,35%), mas superior à registrada em junho de 2011 (0,01%). A desaceleração foi sentida já na primeira quadrissemana de junho, que registrou alta de 0,28%, seguida de variações positivas de 0,25% e 0,21%, respectivamente na segunda e terceira quadrissemanas de junho. A evolução do IPC- -FIPE e seus grupos componentes em 2012 pode ser observada na Tabela 1 a seguir: Tabela 1 - Evolução do IPC-FIPE e Seus Grupos Componentes em 2012 IPC - FIPE Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jan/12 a Jun/12 % % % % % % % Índice Geral 0,66-0,07 0,15 0,47 0,35 0,23 1,79 Habitação 0,31 0,40-0,06 0,00 0,09 0,03 0,77 Alimentação 0,50-0,98 0,47 0,45 0,74 1,03 2,21 Transportes 0,31-0,16 0,25 0,18-0,01-0,73-0,15 Despesas Pessoais 0,87 0,25-0,21 1,94 0,81 0,48 4,19 Saúde 0,40 0,50 0,38 0,73 0,76 0,57 3,39 Vestuário 0,60-0,44 0,18 0,89-0,12 0,17 1,27 Educação 6,42 0,47 0,04 0,04 0,05 0,11 7,17 Fonte: Base de Dados do IPC-FIPE.

I - 4 índices O grupo que mais contribuiu para a in lação de junho foi principalmente Alimentação, seguido de Despesas Pessoais e Saúde. O Grupo Transportes foi o que mais contribuiu para a redução da in lação nesse mês. A pressão de Alimentação vem por conta da alta de preços dos produtos in natura, que registraram alta de 5,10% em consequência das chuvas fora de época que prejudicaram a produção de diversas culturas. As maiores pressões dos produtos in natura vieram das Verduras (9,78%), dos Tubérculos (8,68%) e dos Legumes (6,04%). Em Despesas Pessoais a pressão veio do Fumo (1,45%), das bebidas alcoólicas (2,28%) e dos artigos de Higiene e beleza (2,81%). Curiosamente, as Passagens para fora da cidade tiveram variação negativa (-2,20), atípica para esta época do ano, que amenizou a variação das Despesas Pessoais. Em Saúde pesaram as altas dos contratos de assistência médica (0,61%), dos remédios (0,61%) e dos serviços médicos e laboratoriais (0,73%). Do outro lado, Transportes foi o grupo que mais contribuiu para manter a in lação baixa. Dois fatos contribuem para a queda de preços de transporte: a redução do IPI para automóveis novos e a entrada da nova safra de etanol. A redução no IPI para automóveis começou a ser captada no IPC-FIPE apenas na segunda quadrissemana, mas mesmo assim a redução de -3,59% no preço dos automóveis novos contribuiu para queda de -0,09 pontos percentuais no índice geral. Se somarmos a esta queda a redução no preço dos automóveis usados, de -2,14%, isto contribuiu para uma queda de quase 0,06 pontos percentuais no índice geral. Portanto, a redução do IPI foi fundamental para manter a in lação baixa neste mês. Ainda no grupo Transportes, a queda do preço do Etanol (-2,04) por conta da entrada da nova safra contribuiu ainda mais para a de lação deste grupo. O item que destoou do grupo foi Seguro de veículos, que subiu 3,57%. Entre os principais itens em alta podemos perceber a predominância do grupo Alimentação, como pode ser observado no Grá ico 1 a seguir: Gráfico 1 Peso Relativo dos Seis Itens com Maior Alta em Junho de 2012 Fonte: Base de dados do IPC-FIPE.

índices I - 5 Alface (19,92%) e Tomate (15,10%) foram as duas principais altas do mês. Ambas estão relacionadas ao excesso de chuvas no Estado de São Paulo que prejudicou as culturas. Seguro de Veículos foi o terceiro item, com alta que re lete o aumento no número de furtos de veículos na Capital em 2012. Batata (12,45%) também sobe por questões climáticas, assim como o Mamão (17,92%). Os Contratos de assistência médica sobem por conta da nova taxa de reajuste concedido pela ANS, que manteve alto o reajuste no aniversário dos contratos. É possível perceber ainda que os 462 demais itens respondem por apenas 28% da in lação. Isto se deve ao fato de haver produtos com grande peso em queda, como automóveis, Combo, Feijão, Energia Elétrica e Passagens Aéreas. Este mês é o segundo que não apresenta queda na taxa de in lação nos últimos 12 meses, como pode ser observado no grá ico a seguir: Gráfico 2 - Evolução da Inflação Acumulada em 12 Meses, de Janeiro de 2010 a Junho de 2012 Fonte: Base de Dados do IPC-FIPE. O Grá ico 1 reforça a conjectura de que a in lação alcançou um patamar de estabilidade, próximo ao centro da meta de in lação do Banco Central. Contribuem para este cenário o desaquecimento da economia brasileira, que vem decepcionando ao longo deste primeiro semestre e o ainda mais fraco crescimento da economia mundial, ainda com repercussões da crise da zona do euro. Portanto, a curto prazo, não há motivos que levem a crer numa reversão de tendência que traga uma reaceleração da in lação. Contudo, alguns itens especí icos ainda podem ter impacto relevante na in lação deste ano, como é o caso da gasolina. A Petrobrás segue uma política de não repassar imediatamente os aumentos de preço do petróleo no mercado internacional para o consumidor inal. Normalmente, quando há uma defasagem muito grande entre o preço para o consumidor e o preço internacional, algum repasse é concedido. Em alguns casos, o Governo Federal interveio e reduziu a CIDE, de modo que não haja variação do preço na bomba. Entretanto, no momento o governo já zerou a CIDE e o preço cobrado pela Petrobrás continua defasado. Logo, há uma pressão para que haja novos reajustes no preço da gasolina, o que, se ocorrer, certamente causará um impacto signi icativo na in lação.

I - 6 índices Adicionalmente, a redução de impostos concedida para automóveis e eletrodomésticos da linha branca não deve perdurar até o ano que vem, de modo que o alívio sobre a in lação será revertido, causando novas altas nos preços. Por im, algumas commodities agrícolas estão em alta, como é o caso da soja e do arroz. Se este movimento de alta das commodities agrícolas tomar força, seus efeitos certamente serão captados na in lação interna. Mesmo com esta possibilidade, o fraco desempenho da economia sugere que estes fatos apenas gerarão variações de preços pontuais, sem a perspectiva de mudar a trajetória da in lação neste ano. Este mês de julho também marca 12 meses de acompanhamento do Índice Geral de Serviços da FIPE, que é um recorte do IPC-FIPE que seleciona apenas os serviços. Segundo a opinião especializada, os preços dos serviços vinham crescendo num ritmo superior aos dos demais produtos na economia ao longo dos anos de 2010 e 2011, mas são poucos os índices que acompanham essa informação de maneira consistente. Infelizmente, por conta da mudança da POF-FIPE, o Índice Geral de Serviços da FIPE pode ser reconstruído apenas até julho de 2011. A partir desta data, é possível perceber pelo grá ico a seguir que os preços de serviços de fato vinham crescendo acima da in lação em 2011, mas a partir de março de 2012 a in lação de serviço passou a crescer abaixo da in lação geral. Gráfico 3 Evolução do Índice Geral de Serviços, IPC-FIPE, Índice de Serviços Administrados, Índice de Serviços Trabalho Intensivos de Julho de 2011 a Junho de 2012 Fonte: Base de dados do IPC-FIPE.

índices I - 7 O Grá ico 3 apresenta a evolução do IPC-FIPE, do Índice Geral de Serviços (IGS), do IGS-Administrados e do IGS-Trabalho intensivo. Estes dois últimos são recortes especí icos do IGS; o primeiro inclui apenas serviços que são regulados, ou seja, que a empresa que provê tal serviço não tem liberdade para escolher o seu preço. O último índice é um recorte do IGS que inclui os serviços em que a mão de obra representa uma fração signi icativa dos custos. O Grá ico 3 mostra que em 2011 apenas nos meses de agosto e dezembro o IPC-FIPE esteve acima do IGS. Nos demais meses, o IGS esteve acima do IPC, o que con irma a percepção de que os preços dos serviços vinham crescendo acima da in lação média. Mas a partir de março de 2012, a in lação de serviços desacelerou e se tornou mais baixa que a in lação geral, e permaneceu assim ao longo destes quatro meses. Curiosamente, a evolução nos preços dos serviços não é homogênea, pois os preços dos serviços administrados vêm crescendo abaixo da in lação ao longo de toda a série enquanto os serviços trabalho intensivo vêm crescendo acima da in lação. Aparentemente, isto revela que o setor público pode ter postergado os reajustes de tarifas dos serviços para ajudar a manter a in lação sob controle, enquanto os serviços intensivos em trabalho vêm subindo acima da in lação por conta do aquecimento no mercado de trabalho. A Tabela 2 apresenta os valores de in lação acumulada nos 12 meses para os Índices de Serviço. Tabela 2 - Inflação Acumulada do IPC-FIPE e dos Índices de Serviços Acumulado 12 meses % Índice Geral -IPC 4,41 Índice de Serviços 5,51 Administrados 1,94 Trabalho Intensivo 8,69 Fonte: Base de dados do IPC-FIPE. A Tabela 2 mostra que, considerando os últimos 12 meses, os serviços ainda sobem acima da in lação geral, mas ao longo do ano esta diferença vem se reduzindo, como pode ser observado no Grá ico 3. Já os Índices de serviços administrados vêm crescendo muito abaixo da in lação e os intensivos em trabalho cresceram muito acima da in lação. Portanto, o alívio nos serviços parece estar relacionado a um menor reajuste de tarifas administradas, mas, por outro lado, ainda sofre com o aquecimento no mercado de trabalho. Mas, de qualquer forma, é interessante observar esta redução no ritmo dos preços dos serviços. (*) Professor Doutor da FEA-USP. (E-mail: rafaelcostalima@usp.br).

I - 8 índices Índices de Preços do Setor de Obras Públicas Desaceleram Pós Dissídio da Mão de Obra DENISE CYRILLO (*) Em junho, o índice Geral de Edi icações (IGE) e o de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra (SGPMO), calculados pela FIPE, desaceleraram, voltando ao patamar de variações que vinha sendo observado desde fevereiro, registrando aumento de 0,35% e 0,30%, respectivamente. Os índices de obras pesadas, por sua vez, apresentaram comportamento menos homogêneo. Também com variações inferiores a maio, o índice de Terraplenagem aumentou 0,68%, e o de Pavimentação apresentou ligeira queda de 0,01%, como pode ser visto na Tabela 1. Tabela 1 Índices de Preços de Obras Públicas Variação Mensal (%) Junho de 2011 Índices Geral Materiais Equipamentos Serviços Mão de Obra IGE 0,35 0,67 0,52 0,30 0,08 TER 0,68 0,13 1,27-0,09 PAV -0,01 0,03-0,42-0,10 SGPMO 0,30 0,68-0,29 0,08 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Obs.: IGE - Índice Geral de Edi icações; TER - Índice de Obras de Terraplenagem; PAV - Índice de Obras de Pavimentação; SGPMO - Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra. Como se observa nessa tabela, a categoria de insumos que apresenta evolução mais divergente entre os índices são os equipamentos, com aumentos no caso do IGE (0,52%) e do TER (1,27%), e de lação no caso do PAV (-0,42%). O comportamento dos equipamentos pode ser explicado pelas diferentes origens e complexidades no transporte e importação que envolvem essa categoria de insumos. Existem equipamentos importados e especí icos, mais utilizados em obras de terraplenagem, que sofrem in luência direta das oscilações do câmbio e do mercado externo. Nas obras de pavimentação, caminhões são especialmente importantes e seus preços sofrem com o acúmulo de estoques e as mudanças de modelos, recorrentes em determinadas épocas do ano. Os materiais registraram aumentos em todos os quatro índices calculados, variando de 0,03% (PAV) até 0,68% (SGPMO); os salários registraram aumentos modestos em torno de 0,09%, re lexo de rotatividade e ajustes inos, ainda derivados dos dissídios concedidos no mês anterior. As variações dos preços médios dos insumos para as obras públicas, segundo setores de atividade, podem ser visualizadas na Tabela 2. Para as obras de edi icações, observa-se que todos os setores reajustaram positivamente seus preços médios, com uma única exceção, a do setor de Extração de Minerais, que icou estável. Os percentuais variaram entre 0,17% (IMNM e MAD) e 1,62% (MET). No caso das obras pesadas, a oscilação entre os setores foi signi icativa. Os insumos do setor de Material de Transporte, que participam do TER, sofreram queda de quase 1%, em média, ao passo que na indústria Mecânica o aumento foi de 2,07%. Para o PAV a maior variação foi registrada para os insumos da indústria da Borracha (1,84%) e a menor para o setor de Material de Transporte (-0,74%), à semelhança do TER.

índices I - 9 Tabela 2 Índices de Preços de Obras Públicas por Setor: Variação Mensal e Acumulada nos Anos de 2012 e de 2011 (%) IGE TER PAV SETORES DE ATIVIDADES jun/12 mai/12 Acum 12 Acum 11 jun/12 jun/12 01- Extração Mineral (EM) 0,00-1,17-0,62 8,28 0,00 02- Indústria de Minerais Não Metálicos (IMNM) 0,17 0,54 2,64 5,41 0,00 0,01 03- Indústria Metalúrgica (MET) 1,62-0,60 3,88 1,91 04- Indústria Mecânica (MEC) 0,32 0,59 2,53 5,55 2,07-0,06 05- Indústria Material Elétrico/Comunicações (IMEC) 0,77 1,58-2,42 5,75 06- Material de Transporte (TRANS) 0,87-0,47 3,05 3,12-0,95-0,74 07- Indústria de Madeira (MAD) 0,17 0,20 1,22 1,84 08- Indústria da Borracha (BORR) 0,88-0,13 1,82 2,20 0,90 1,84 09- Indústria Química (QUIM) 0,43 0,42 1,50 9,10-0,05 0,00 10- Indústria de Produtos Plásticos (IPP) 0,65 0,68 2,39 2,45 11- Serviços da Construção (SC) 0,33 0,02 3,84 3,23 Fonte: idem Tabela 1. Os números índices dos preços médios de insumos para obras públicas em relação a quatro datas base estão apresentados na Tabela 3. Como tantas vezes já comentado, na perspectiva de longo prazo, desde a implantação do Plano Real, os preços médios dos insumos que participam de obras de pavimentação mantêm a liderança em termos do reajuste alcançado. No entanto, no curto e curtíssimo prazos, o PAV é o índice que registra menor variação de preços, projetando in lação anual em torno de 2%. Tabela 3 Índices de Preços de Obras Públicas Variações Acumuladas (%) Meses IGE TER PAV SGPMO Abr/1994 Jun /2012 392,85 274,68 509,32 444,68 Abr/2004 Jun /2012 82,69 35,38 68,01 88,00 Jul /2011 Jun /2012 6,29 9,72 2,01 6,98 Jan /2012 Jun /2012 5,58 5,51 1,91 6,46 Fonte: idem Tabela 1. Em contrapartida, o índice de Terraplenagem, que durante muito tempo icou na última colocação, projeta in lação anual próxima a 10%, superior inclusive àquela estimada para o índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra, que desde 2004 vinha mantendo a liderança graças aos ganhos reais dos salários alcançados nas datas dos dissídios. Em que pese a perda de liderança, os reajustes salariais no SGPMO mantêm-se pressionados. A tendência crescente dos ganhos reais de salários pode ser vista no Grá ico 1, que apresenta as variações dos salários médios das categorias empregadas nos Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra, de lacionados pelo IPC da FIPE. Note-se que, desde 2004, os reajustes salariais já acumulam aumento de cerca de 30% acima da in lação do período, tendência que não mostra sinais de queda. De acordo com as variações acumuladas para 12 meses (Tabela 3), a in lação no setor de obras públicas projeta aumento de seus custos para além do teto da meta de in lação do Banco Central (6,5%), para pelo menos dois segmentos do setor. Com o aquecimento do mercado de investimentos para infraestrutura, a expectativa é que essa projeção venha a se consolidar nos próximos meses, contaminando, inclusive, a tendência do índice de pavimentação que também deverá enfrentar demandas crescentes.

I - 10 séries índices estatísticas Gráfico 1 Evolução do Salário Real no Segmento de Serviços Gerais, São Paulo, Ago/2004 = 100 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. (*) Pesquisadora da FIPE. (E-mail: dccyrill@usp.br).

séries índices estatísticas I - 11 Índices de Preços ao Consumidor no Município de São Paulo Julho de 1994 = 100 Alimentação Habitação Transportes Índice Geral Geral Industr. Semi elaborado In Natura Geral Aluguel Geral Veículo Próprio Transp. Coletivo Despesas Pessoais Vestuário Saúde Educação Jul 344.3161 295.9489 232.1934 317.1735 313.8090 430.8126 804.6584 508.3342 403.5663 673.0167 295.0422 128.6170 487.3800 511.1903 Ago 345.6713 298.6637 233.2734 324.0698 314.9384 432.2451 809.3761 508.9239 404.1553 673.0167 294.1969 129.6868 490.6069 511.2169 Set 346.5348 299.7801 330.1918 233.9072 307.2721 432.9829 813.5582 509.2292 404.5643 673.0167 294.6479 130.5135 493.6075 511.4955 Out 347.8693 301.3674 334.5289 235.6348 302.3613 435.8493 818.7072 508.6380 403.2968 673.0167 297.0083 129.5695 495.1006 511.4065 Nov 349.9632 303.6032 337.7226 236.7277 304.3811 437.6323 823.5752 509.8430 404.4172 673.0167 300.9015 131.3322 497.3613 511.6208 Dez 3520976 307.9624 346.3288 239.0415 308.6418 438.3969 828.6196 511.0049 406.0680 673.0167 304.6616 131.8251 498.5375 511.8147 Jan/12 354.4200 309.4908 345.6604 239.4196 316.5477 439.7515 833.6046 512.5901 406.2016 674.5168 307.2969 132.6114 500.5546 544.6855 Fev 354.1854 306.4525 335.0977 238.2680 315.7126 441.5281 837.1808 511.7904 403.2335 680.1119 308.0750 503.0719 132.0256 547.2265 Mar 354.7050 307.8904 332.9430 238.7691 326.7193 441.2570 842.1595 513.0545 403.2040 683.6159 307.4271 132.2627 504.9806 547.4344 Abr 356.3608 309.2642 332.1529 240.8134 325.8202 441.2442 844.7685 513.9888 403.6923 683.6159 313.3881 133.4411 508.6563 547.6353 Maio 357.5977 311.5654 336.1829 241.9771 328.9041 441.6338 848.7938 513.9626 401.8620 683.6159 315.9234 133.2827 512.5338 547.9113 Jun 358.4130 314.7655 243.3408 335.7617 345.6818 441.7540 852.7220 510.2353 395.4933 683.6569 317.4329 133.5044 515.4306 548.5184 Índices de Preços de Obras Públicas Março de 1994 = 100 Geral Mat. Constr. Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Predom. M. O. Jul 464.759 408.836 571.476 339.811 598.886 676.330 566.537 327.208 345.085 540.581 585.462 230.474 510.053 Ago 465.404 410.026 571.693 338.660 597.173 674.864 566.583 323.943 345.063 541.433 587.040 229.959 510.674 Set 465.338 410.442 570.928 338.658 597.316 674.691 570.776 323.546 349.403 541.776 592.333 235.305 510.452 Out 465.770 410.435 570.798 340.161 598.554 675.495 572.090 326.272 354.660 544.232 596.038 241.424 510.798 Nov 466,418 411,700 570,865 337,451 597,982 675,792 571,916 571,916 352,583 543,620 598,263 238,422 511,360 Dez 466.803 412.633 570.404 336.989 597.922 675.620 571.273 323.043 355.134 542.188 597.837 242.559 511.615 Jan/12 467.252 412.739 570.659 338.805 598.475 676.453 572.154 322.458 358.147 543.452 598.533 246.289 512.273 Fev 468.753 414.867 571.468 337.865 599.166 676.470 575.675 324.371 355.509 544.638 603.318 241.574 513.743 Mar 470.162 417.745 571.345 338.437 599.632 677.731 574.951 322.495 357.469 547.422 603.226 243.404 514.869 Abr 471.841 419.252 571.909 343.670 601.716 678.342 575.082 330.534 362.486 547.346 603.500 250.462 516.407 Maio 491.122 419.735 620.819 344.194 609.401 682.994 630.822 329.187 372.148 548.645 659.091 256.682 543.069 Jun 492.853 422.543 621.317 345.975 609.328 683.211 631.458 327.796 374.686 549.381 659.684 259.943 544.686