Índices de Obras Públicas IPOP

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Angélica Giuliana Maranhão Valverde
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1 Índices de Obras Públicas IPOP Inflação do Custo de Obras de Terraplenagem em Ascensão! Denise Cyrillo (*) Em julho, encerrou-se o processo de homologação de dissídios da mão de obra do setor de Construção Civil de mais alguns sindicatos. No entanto, existem outros que ainda não finalizaram esse processo, entre eles o SITICEPOTESP e o SINTRAPAV-SP, que, de fato, só fecharam em agosto, e outros específicos a vários municípios do Estado. Assim, no mês de referência, captou-se ainda reajustes salariais significativos (como pode ser visualizado na Tabela 1) e, para agosto, ainda haverá algum resquício dos últimos reajustes a serem pagos pelas empresas ligadas aos sindicatos acima mencionados. Nesse cenário, o maior impacto foi verificado no Índice de Serviços Gerais com Predominância da Mão de Obra. Na média, os salários aumentaram 2,66%, implicando um aumento de 1,69% no índice, uma vez que as demais categorias ou sofreram reajuste moderado, como os materiais (0,33%), ou ligeira deflação, como os serviços, (-0,32%). A variação do Índice Geral de Edificações foi de 1,34%, sob a pressão dos salários que se elevaram, na média, 2,68%. O aumento desse índice não foi maior graças às variações moderadas, de 0,32% e 0,60%, dos materiais e equipamentos, respectivamente, e deflação de -0,32% dos serviços. Os Índices de Preços de Obras Públicas são calculados pela Fipe desde de São usados para reajuste dos contratos de obras públicas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e publicados no Diário Oficial do Estado. (*) Pesquisadora da Fipe: dccyrill@fipe.org.br. Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 1

2 No que diz respeito às obras de Terraplenagem, as negociações com alguns sindicatos ligados a obras pesadas encerraram as negociações, em julho, com a homologação de reajuste de 8% e 6%. Nesse contexto, na média, foi captado, no mês de referência, um aumento médio dos salários das categorias que participam desse tipo de obra de 5,10%. Os equipamentos também sofreram aumento (0,93%), ao passo que os materiais, ligeira queda (-0,03%). Tais movimentos impactaram o TER em 1,09%, mesma ordem de grandeza da variação de junho, que sofreu a pressão do câmbio e, consequentemente, do preço dos equipamentos. O Índice de Pavimentação também foi pressionado pelo dissídio remanescente de algumas categorias de mão de obra específicas a esse tipo de obra. A pesquisa captou um aumento médio dos salários de 3,81%. As outras duas categorias também tiveram reajustes positivos, ainda que mais moderados. Os equipamentos aumentaram, em média, 0,17% e os materiais 0,05%. No geral, o índice PAV se elevou em 0,33%, com uma aceleração de 0,17 p.p. em relação a junho. Tabela 1 Índices de Preços de Obras Públicas - Variação Mensal (%) Julho/2015 Índices Geral Materiais Equipamentos Serviços Mão de Obra IGE 1,34 0,27 0,60-0,32 2,68 TER 1,09-0,03 0,93-5,10 PAV 0,33 0,05 0,17-3,81 SGPMO 1,69 0, ,32 2,66 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Obs.: IGE - Índice Geral de Edificações, TER - Índice de Obras de Terraplenagem, PAV - Índice de Obras de Pavimentação, SGPMO - Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra. Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 2

3 A variação mensal dos preços médios dos insumos que participam de obras públicas, segundo setores de atividade, para três dos índices acompanhados pela FIPE, está apresentada na Tabela 2. Nessa tabela, também é possível verificar o acumulado no ano das variações dos insumos de cada setor, para cada um desses três índices. Em primeiro lugar, no que tange ao IGE, três setores apresentaram deflação; destes, apenas a Indústria Metalúrgica aprofundou a perda, que já há havia ocorrido em junho (-0,14% e -0,11%, respectivamente), mas a maior queda foi registrada para a Indústria de Material Elétrico e de Comunicações (-1,31%). No outro extremo, o maior aumento foi calculado para a Indústria de Produtos Plásticos (1,87%), setor que já acumula 10,49% de aumento em 2015! Destaca-se ainda que quatro setores acumulam aumento, no ano, superior à meta para a inflação definida pela política de combate à inflação executada pelo Banco Central, como pode ser conferido na Tabela 2. No que diz respeito ao Índice de Terraplenagem, as variações mensais segundo setores de atividade ficaram entre -1,99% (IBORR) e 1,06% (IMEC). Dos cinco setores representados nesse índice, três acumulam, no ano, reajustes bastante expressivos, com destaque justamente para a Indústria Mecânica (16,06%), que vem sendo pressionada pela desvalorização do Real. Em relação ao PAV, o destaque volta a ser o aumento da Energia Elétrica, de 14,5%. Esse aumento está dentro do intervalo definido pela Aneel no processo do quarto ciclo de revisão tarifária para a Eletropaulo. 1 Os demais setores tiveram variações modestas entre -2,47% (IBORR) e 0,21% (MT). 1 Ver notícia em: acesso 19/08/2015. Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 3

4 Tabela 2 Índices de Preços de Obras Públicas por Setor Variação Mensal em 2015 e Acumulada nos Anos de 2015 e de 2014 (%) SETORES DE ATIVIDADES IGE TER PAV Jul/15 Jun/15 Acum /15 Acum/14 Jul/15 Acum /15 Jul/15 Acum / Extração Mineral (EM) 0,00-0,14 1,49 0,78 0,00 1, Indústria de Minerais Não Metálicos (IMNM) 0,59 0,29 3,70 4,71-0,50 7,83 0,00-0, Indústria Metalúrgica (IMET) -0,14-0,11 2,62 3, Indústria Mecânica (IMEC) 0,81 0,46 3,78 7,70 1,07 16,06 0,18 4, Indústria Material Elétrico/Comunicações (IME/C) -1,31 1,51 5,53 3, Material de Transporte (MT) 0,32-1,56 1,37 2,92 0,35 1,25 0,21 1, Indústria de Madeira (IMAD) 0,79 0,23 7,34 5, Indústria da Borracha (IBORR) -0,21 2,11 3,52 2,34-1,99 1,51-2,47 1, Indústria Química (IQ) 0,36 1,10 5,52 5,91 0,15 6,89 0,08 20, Indústria de Produtos Plásticos (IPP) 1,87 0,74 10,49 6, Serviços da Construção (SC) -0,35 0,32 2,96 2, Energia Elétrica e Outros Serviços Públicos (EE) 14,50 73,35 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. A Tabela 3 apresenta a inflação do setor de obras públicas para quatro períodos desde a implantação do Plano Real. No corrente ano, o segmento de obras pesadas acumula aumentos expressivos de 12,57% (PAV) e 9,71% (TER), ao passo que os índices Geral de Edificações (5,49%) e de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra (5,98%) acumulam acréscimos em torno do teto da meta para a inflação estipulada pela política monetária do Banco Central. Considerando a projeção da inflação anual (acumulado de 12 meses), o diferencial entre as Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 4

5 variações dos custos das obras pesadas e do IGE e do SGPMO se amplia (17,42%, PAV e 15,29%, TER; IGE com 5,93% e SGPMO com 6,33%), consolidando os dois patamares de variações que vem sendo observados para esses índices há vários meses. Os Gráficos 1 e 2 reúnem a evolução dos acumulados no ano e de 12 meses para os quatro índices acompanhados pela Fipe. Verifica-se que o Índice de Pavimentação vem projetando uma inflação anual relativamente estável, em torno de 17,5%, com base no acumulado de 12 meses, sendo que a inflação acumulada mês a mês está convergindo lentamente para essa projeção de 12 meses (Gráfico 1). No que tange ao índice de Terraplenagem, o movimento é diverso. Embora a convergência do acumulado no ano para o acumulado de 12 meses também seja lenta, a cada mês as projeções apresentam tendência crescente. No início do ano, a inflação anual projetada era de 6,23%, em abril já estava em 14,64% e em julho ficou acima de 15%, com o acumulado nesses sete meses ficando 5,6 p.p. abaixo da projeção anual. Já em relação aos índices de Edificações Gerais e de Serviços Gerais, o comportamento até o mês de julho sugere que a inflação anual ficará em torno do teto da meta estabelecida pela política do Banco Central, sendo que os acumulados do ano já convergiram para os níveis das projeções anuais, no mês de referência, observando-se uma diferença inferior de 0,5 p.p. Tabela 3 Índices de Preços de Obras Públicas Variações Acumuladas (%) Períodos IGE TER PAV SGPMO Abr /1994 Jul / ,43 387,54 654,95 513,05 Abr /2004 Jul / ,36 76,16 108,17 111,59 Ago /2014 Jul /2015 5,93 15,29 17,42 6,33 Jan /2015 Jul /2015 5,49 9,71 12,57 5,98 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 5

6 Gráfico 1 Índices de Terraplenagem e de Pavimentação: Acumulados no Ano e de 12 Meses 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 Pav no ano TERno ano Pav 12 meses TER12 meses 0,00 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 6

7 Gráfico 2 Índices Geral de Edificações e de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra: Acumulados no Ano e de 12 Meses 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0,000 IGE no ano IGE 12 meses SGPMO no ano SGPMO 12 meses jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 7

8 Índice de Preços de Obras Públicas Metodologia CYRILLO, D. C.; FAVA, V. L. Índices de Preços de Obras Públicas e o Plano Real. Estudos Econômicos. Instituto de Pesquisas Econômicas, São Paulo, v. 25, p , Mais informações: sipop@fipe.org.br Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 8

9 Série Estatística Geral Índices de Preços de Obras Públicas Março de 1994 = 100 Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Fev/ Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/ Fev 534, Mar Abr 539, , , , , , , , , , , , ,803 Maio 549, , , , , , , , , , , , ,186 Jun 552, , , , , , , , , , , , ,860 Jul 559, , , , , , , , , , , , ,054 Mão de Obra Equip. Gerais Predom. M. O. Índices de Obras Públicas IPOP Julho/2015 9

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