índices séries estatísticas p. I-3 p. I-8 Nº 401 Fevereiro / 2014 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS

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1 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS Nº 401 Fevereiro / 2014 issn índices A Taxa Acumulada em Doze Meses Alcança o Menor Valor Desde Dezembro de 2009 Rafael Costa Lima p. I-3 Segundo Rafael Costa Lima, apesar da forte alta da educação e dos cigarros, a inflação de janeiro registra taxa de 0,94%, inferior ao mesmo mês do ano passado, levando a taxa acumulada ao menor valor desde dezembro de Entretanto, as perspectivas sugerem que a taxa acumulada deve retomar uma trajetória de alta a partir do próximo mês. séries estatísticas Índice de Preços ao Consumidor Índice de Preços de Obras Públicas p. I-8 Nesta seção, são apresentadas as séries estatísticas Fipe (IPC e IPOP) de As ideias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo a opinião da Fipe

2 Conheça o ICV Fipe O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para o Instituto de Pesquisas Econômicas da USP e, posteriormente em 1973, com a criação da FIPE, para esta instituição. Informações sobre assinaturas: : (11) : rgama@fipe.org.br INFORMAÇÕES FIPE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS issn Conselho Curador Simão Davi Silber Juarez A. Baldini Rizzieri Vera Lucia Fava (Presidente) André Franco Montoro Filho Diretoria Carlos Antonio Rocca Diretor Presidente Denisard C. de Oliveira Alves Carlos Antonio Luque Fernando B. Homem de Melo Francisco Vidal Luna Diretor de Pesquisa Heron Carlos Esvael do Carmo Maria Helena Joaquim José Martins Guilhoto Pallares Zockun José Paulo Zeetano Chahad Diretor de Cursos José Carlos de Souza Santos Pós-Graduação Pedro Garcia Duarte Secretaria Executiva Domingos Pimentel Bortoletto Conselho Editorial Heron Carlos E. do Carmo Lenina Pomeranz Luiz Martins Lopes José Paulo Z. Chahad Maria Cristina Cacciamali Maria Helena Pallares Zockun Simão Davi Silber Editora-Chefe Fabiana F. Rocha Preparação de Originais e Revisão Alina Gasparello de Araujo Produção Editorial Sandra Vilas Boas org.br

3 índices I - 3 A Taxa Acumulada em Doze Meses Alcança o Menor Valor Desde Dezembro de 2009 Rafael Costa Lima (*) A inflação medida pelo IPC-FIPE registrou alta de 0,94% em janeiro de A taxa deste mês foi superior à registrada em dezembro de 2013 (0,65%), mas inferior à registrada em janeiro de 2013 (1,15%). A aceleração com relação a dezembro foi sentida já na primeira quadrissemana com alta de 0,74%, seguida de novas acelerações na segunda (0,83%) e terceira (0,86%) quadrissemanas. A evolução do IPC-FIPE e seus grupos componentes nos últimos 12 meses pode ser observada na Tabela 1 abaixo. Tabela 1 - Evolução do IPC-FIPE e Seus Grupos Componentes nos Últimos 12 Meses Acumulado IPC - FIPE Fev/13 Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/14 Fev/13 a Jan/14 % % % % % % % % % % % % % Índice Geral 0,22-0,17 0,28 0,10 0,32-0,13 0,22 0,25 0,48 0,46 0,65 0,94 3,66 Habitação -0,21-1,05 0,25-0,01 0,33 0,40 0,44 0,28 0,17 0,44 0,56 0,57 2,19 Alimentação 0,34 0,77 0,20-0,28-0,05-0,40-0,02-0,01 1,20 0,80 0,65 0,70 3,97 Transportes 0,84 0,28 0,28 0,04 0,92-1,30-0,11 0,12 0,14-0,02 0,90 0,60 2,71 Despesas Pessoais -0,10-1,02-0,12 0,30 0,28 0,45 0,63 0,24 0,86 0,74 0,79 1,96 5,12 Saúde 0,58 0,25 1,31 0,94 0,13 0,33 0,83 0,72 0,46 0,49 0,35 0,34 7,01 Vestuário 0,36 0,44 0,19 0,88 0,12-0,26-0,60 1,11-0,19 0,34 0,83-0,25 3,10 Educação 0,27 0,13 0,18 0,03 0,11 0,06 0,09 0,09 0,12 0,12 0,07 6,95 8,21 Fonte: Base de Dados do IPC-FIPE.

4 I - 4 índices A Tabela 1 mostra que contribuíram para a inflação de janeiro as variações de Educação, Despesas Pessoais, Habitação, Alimentação e Transportes. Por outro lado, Saúde apresentou variação baixa, enquanto Vestuário apresentou deflação. Em Educação, a pressão veio dos reajustes dos Cursos Regulares (8,39%), composto pela Educação Infantil (10,15%), Ensino Fundamental (9,32%), Ensino Médio (10,16%), Ensino Superior (7,87%) e Pós-Graduação/ MBA (6,44%) e dos Outros Cursos, composto por Berçário/Maternal (7,55%), Curso Pré-Vestibular (3,55%), Curso de Idiomas (4,55%) e Curso de Informática (1,40%). Cabe ressaltar que os reajustes dos cursos regulares são concentrados em janeiro por conta do início do ano letivo. No restante do ano praticamente não ocorrem reajustes. Neste janeiro, os reajustes foram significativamente acima da inflação dos últimos 12 meses, de tal forma que esta foi a maior variação do grupo Educação desde janeiro de Em Despesas Pessoais, diversos produtos contribuíram para a alta. O principal foi o Cigarro, que teve reajuste médio de 12,82%. As Bebidas Alcoólicas (1,14%) e Não Alcoólicas (1,71%) também contribuíram, assim como a Passagem Aérea (5,58%). Por fim, as Despesas Diversas (1,04%) também tiveram alta significativa com pressões do Cartório (3,48%), Seguros e Entidades de Classe (2,75%) e Manutenção de Jazigo (3,69%). Em Habitação, os Serviços de Utilidade Pública (0,67%) subiram com os efeitos do reajuste da água/ esgoto. Os Artigos de Limpeza (1,49%) e Mobiliário e Decoração (1,11%) completaram as maiores pressões. Em Alimentação, a pressão veio principalmente dos Produtos In Natura (4,16%), com alta das Frutas (3,39%), Legumes (6,09%), Tubérculos (3,04%) e Verduras (7,70%). Por outro lado, os Semielaborados (-0,52%) e a Alimentação Fora do Domicílio (0,06%) contribuíram para uma inflação mais leve. Nestes subgrupos, os destaques são as quedas do Frango (-0,91%), do Leite Longa Vida (-8,71%), do Feijão (-4,67%) e do Salgado (-3,15%). Em Transportes, a alta está concentrada no Etanol (1,64%), Gás Natural Veicular (4,14%) e na alta da Habilitação Para Dirigir (15,66%), pela introdução da exigência de aulas com simulador. Na contramão, Saúde e Vestuário apresentaram variações mais brandas. Em Saúde, houve desaceleração nos reajustes dos Contratos de Assistência Médica (0,29%), que é o principal item do grupo. Em Vestuário, a desaceleração está relacionada às promoções posteriores às festas de fim de ano. Os itens com maior variação são apresentados no Gráfico 1 a seguir, juntamente com a sua contribuição relativa para a inflação de janeiro. O principal item foi o Cigarro (alta nominal de 12,82%), seguido de Ensino Superior (7,87%), Ensino Fundamental (9,32%), Água/ Esgoto (2,11%), Laranja (13,41%) e Passagem Aérea (5,58%). Os demais produtos do IPC-FIPE responderam por 54% da inflação. Considerando que a inflação apresentou alta de 0,94%, pode-se concluir que os seis itens tiveram grande influência na inflação. O impacto combinado dos seis itens foi de 0,43 p.p., enquanto os demais itens tiveram impacto de 0,51 p.p., de forma que a inflação, aparentemente, está bastante disseminada, embora haja uma pressão concentrada em poucos itens.

5 índices I - 5 Gráfico 1 Contribuição Relativa dos Seis Itens Com Maior Peso na Inflação de Janeiro de 2014 Fonte: Base de Dados do IPC-FIPE. Outra forma de verificar se a inflação de fato se encontra disseminada entre diversos itens é observar o índice de difusão, que mede o percentual de itens do IPC-FIPE que registraram variação de preços positiva no mês de janeiro. O Gráfico 2 mostra que a difusão alcançou 69,02% em janeiro. O valor situa-se abaixo do registrado no mês anterior (70,51%) e do mesmo mês do ano anterior (72,01%). Entretanto, a taxa deste janeiro é a terceira maior difusão dos últimos dois anos, o que levanta preocupações com a tendência futura da taxa de inflação.

6 I - 6 índices Gráfico 2 Fonte: Base de Dados do IPC-FIPE. O Índice Geral de Serviços (IGS-FIPE) registrou alta de 1,06%, situando-se acima da inflação geral, como pode ser observado da Tabela 2 a seguir. Esta variação superior se deve ao maior peso da educação no IGS. O IGS Administrados apresentou alta de 0,40%, que apesar de inferior ao IGS, é a maior para este recorte desde junho de 2013, quando foi concedido o reajuste das tarifas de ônibus, que posteriormente foi revogado. O IGS Intensivo em Trabalho seguiu sua tendência de forte alta e registrou taxa de 2,14% em janeiro. Tabela 2 Evolução do Índice Geral de Serviços e Seus Recortes Específicos nos Últimos 12 Meses Acumulado Fev/13 Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/14 12 meses Índice Geral IPC 0,22-0,17 0,28 0,10 0,32-0,13 0,22 0,25 0,48 0,46 0,65 0,94 3,66 Índice Geral de Serviços -0,15-0,99 0,15 0,10 0,85 0,00 0,48 0,27 0,32 0,39 0,56 1,06 3,07 IGS Administrados -0,95-2,42-0,31-0,57 1,37-0,92 0,13-0,02-0,13 0,05 0,06 0,40-3,29 IGS Intensivo em Trabalho 0,63 0,83 0,71 0,55 0,47 0,52 0,48 0,42 0,38 0,58 0,55 2,14 8,57 Fonte: base de dados do IPC-FIPE. Como a taxa de inflação deste janeiro foi inferior à de janeiro de 2013, a taxa acumulada em 12 meses voltou a cair, alcançando 3,66%. Esta é a menor taxa desde dezembro de Apesar do resultado positivo, é pouco provável que a taxa acumulada volte a apresentar novas reduções, pois, nos meses de fevereiro e março de 2013, a inflação esteve sobre o forte impacto da redução de tarifa de energia elétrica. À medida que o efeito da tarifa saia da composição da taxa acumulada, o esperado é que esta volte a subir, principalmente nos próximos dois meses. Além disso, a falta de chuvas no País já dá sinais de que pode ter impactos superiores ao excesso de chuvas

7 índices I - 7 (que normalmente ocorre nesta época do ano) sobre os preços dos Produtos in Natura. Assim, a tendência para os próximos meses é que os alimentos sigam pressionando a inflação. Se considerarmos ainda que, nos meses de março a maio de 2013, começaram a ser sentidos os impactos da desoneração da cesta básica, neste cenário há grande chance que a taxa acumula em 12 meses siga em alta até a metade do ano. do ano. A FIPE trabalha com uma previsão de inflação de 5,00% para o fechamento de A essas preocupações soma-se a possibilidade de reajuste na tarifa de energia devido à seca e ao maior custo da geração via termoelétricas, além do possível reajuste na tarifa de gasolina, dada a defasagem da Petrobrás. Levando em conta todas essas preocupações, o mais provável é que esta taxa de 3,66% seja a menor (*) Professor Doutor da FEA-USP. ( rafaelcostalima@usp.br).

8 I - 8 séries estatísticas Índices de Preços ao Consumidor no Município de São Paulo Julho de 1994 = 100 Alimentação Habitação Transportes Índice Geral Geral Industr. Semi Elaborado In Natura Geral Aluguel Geral Veículo Próprio Transp. Coletivo Despesas Pessoais Vestuário Saúde Educação Mar/ Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/ Fev Índices de Preços de Obras Públicas Março de 1994 = 100 Geral Mat. Constr. Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Predom. M. O. Fev/ Mar Abr Maio Jun 532, , , , , , , , , , , , ,535 Jul 532, , , , , , , , , , , , ,169 Ago 534, , , , , , , , , , , , ,514 Set Out Nov Dez Jan/14 503, , , , , , , , , , , , ,622