CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

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Transcrição:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio AULA 17 10/05/17 SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA DESTINATÁRIO DO PRODUTO A competência acontece muito antes do próprio tributo, é uma matéria constitucional que vai regular quem é que tem poder pleno sobre o tribuno. A competência tributária é uma função constitucional de criar, fiscalizar, arrecadar e legislar sobre o tributo. A competência tributária foi dada somente para os entes políticos, todavia, o exercício da competência é indelegável art. 7º CTN, o não exercício dessa competência impede que outro ente o faça.

Não se confunde competência com capacidade tributária, pois, a capacidade está limitada a todos os atos inerentes ao poder de fiscalizar e arrecadar e foi dada as Pessoas Jurídicas de Direito Público. Para distinguir COMPETÊNCIA DE CAPACIDADE, é preciso observar: Poder Fiscal # Função Fiscal Criar norma Jurídica Execução da atividade de arrecadar e fiscalizar Exemplo: no caso do ITR (art. 153 4º, III CF), o poder fiscal é da União, mas um município pode exercer a função fiscal. Os Destinatários do produto arrecadado, significa que nem tudo o que se arrecada fica com quem arrecadou, ocorre a repartição obrigatória de receitas (art. 157 a 162 CF). LC 101/00 art.11 repartição voluntária, trazendo uma vedação ao ente público que não criou todos os seus tributos, não pode repartir a sua receita. Os destinatários do produto arrecadado podem ser qualquer pessoa jurídica do direito público ou privado. Entre a capacidade tributária ativa e o destinatário do produto arrecadado, se ficar 100% do valor arrecadado, ocorre a PARAFISCALIDADE. A repartição de receitas tem o objetivo de melhorar a distribuição da arrecadação tributária. A repartição obrigatória pode ser não repassada em dois casos previstos no art. 160 do CF: 1º. Quando o ente destinatário está devendo para o remetente do tributo (art. 160 CF)

Exemplo: A União tem que repassar o valor do ITR para o município (50%), mas o município está devendo para a União, então a União pode reter este repasse, enquanto o município não pagar o que deve. Art. 160 CF. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: I Ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias II Ao cumprimento do disposto no art. 198, 2º, incisos II e III. 2º. Hipóteses do art. 198 CF, que se o ente público não tiver repassando o mínimo para a saúde de todo o valor arrecado de imposto, o remente do tributo pode parar de repassar a chamada repartição de receita obrigatória. Art. 6 CTN. único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. A CF/88 veda totalmente a transferência de competência tributária, o próprio CTN no artigo 7º, determina que a competência é indelegável, pois, a destinação do produto arrecadado nada influencia na competência tributária. Muitos doutrinadores criticam o art. 6º U do CTN com a alegação que não há delegação de competência legislativa, pois, não se confunde destinatário do produto com aquele que tem a competência tributária. CASO... Determinado funcionário público do Município de Guarulhos foi descontado de forma irregular pelo município no que tange ao recolhimento do IR sobre seu salário pago a título de Horas Extras por acréscimo de carga horária de trabalho. Em razão disso procurou advogado que tempestivamente impetrou Mandado de Segurança à Justiça Federal, com base no entendimento jurisprudencial a luz da Sumula 498 do STJ alegando que verbas indenizatórias não sofrem a incidência do IR. O Juízo negou provimento ao MS, alegando ilegitimidade de parte da Justiça Federal. Ilegitimidade de parte do Município Art. 109 CF estabelece que só compete à Justiça Federal quando a União, suas autarquias ou empresas públicas federais, forem parte. Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Em regra, IR é da União, então para questionar o IR a União é a única que tem competência para legislar o IR.

O art. 158, I CF, estabelece que o IR fica com o município se cobrado de um servidor municipal. Art. 158 CF. Pertencem aos Municípios: I - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Portanto, quem realizou e se beneficiou do desconto do IR foi o município. Porém, de acordo com a súmula 447 STJ, só válido os Estados e DF serem partes legítimas para ação de restituição do IR, e no caso tela o advogado impetrou um MS. O juiz negou provimento ao MS, o recurso cabível de acordo com o art. 10 1º da Lei de 12.016/09, cabe apelação, no prazo de 15 dias úteis, de acordo com o art. 1003 5º do CPC. Súmula 447 - STJ Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. Jurisprudência... Servidor estadual ou municipal. O Estado como parte. Ilegitimidade da União. Competência da Justiça Estadual....IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. RESTITUIÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO... 2. O STJ pacificou o entendimento de que a União não possui legitimidade passiva em demandas promovidas por servidores públicos estaduais com o objetivo de obter isenção ou não incidência de imposto de renda retido na fonte, porquanto, nessas hipóteses, por força do que dispõe o art. 157, I da Constituição Federal, pertencem aos Estados da Federação o produto da arrecadação desse tributo... (STJ, 1ª T., REsp 874.759/Se, Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, nov/06). Ainda sobre o caso, para analisar a indenização é preciso ver se a indenização tem o cunho de verba remuneratória (houve acréscimo patrimonial, cabe IR), ou verba indenizatória (recomposição patrimonial), portanto na verba indenizatória não cabe IR. SUM 463 STJ - Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. Esse MS deveria ser impetrado na Justiça Federal, porém, ele não poderia ter alegado incompetência em razão do tema que envolve a União, porém, ele não teria ganho de causa, pois, hora extra incide IR.

Em relação o ITR: Art. 8 Lei 9393/96 ITR. O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal. Art. 10 Lei 9393/96 ITR. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. Trata-se de um lançamento por homologação. CASO... O contribuinte entrou no site da RECEITA FEDERAL, preencheu a declaração, imprimiu a guia e pagou o ITR, porém, pagou um valor maior que deveria em função da metragem do imóvel errada. O contribuinte verificou o valor pago a maior e quer restituir o tributo. Qual é a justiça competente, a FEDERAL ou a MUNICIPAL? Sendo que o município que arrecada o tributo. Quando imprimi a guia da receita e paga no banco, o pagamento foi realizado à favor da UNIÃO, desta forma é o mesmo caso da SUM 447 STJ? Neste caso, a UNIÃO recebeu o valor do tributo, mas não dá para saber se a UNIÃO já fez o repasse ao Município. Nesses casos, coloca os dois entes (União e Município) no polo passivo da ação, porém, na JUSTIÇA FEDERAL. CASO... O Artigo 9º do DL 1578/77 determina que o produto da arrecadação do imposto de exportação constituirá reserva monetária, a crédito do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Em razão de uma exportação realizada por determinada empresa, que ao efetuar o pagamento do imposto recolheu indevidamente, visto que a operação em comento era isenta, decide restituir o tributo através de ação judicial a ser proposta na Justiça Federal. A) Sendo o Banco Central do Brasil uma autarquia federal, está poderá ser considerada polo passivo da presente ação judicial? B) Independentemente da Resposta ofertada a questão anterior, era necessário o litisconsórcio passivo em nome do Banco Central ou União Federal? Quem será o polo passivo da ação?

A União e não o Banco Central, apesar de ser o destinatário do valor arrecadado, ele não faz parte da relação jurídica, portanto, não é um requisito colocar o Banco Central na relação jurídica. Sujeito Ativo Competência RELAÇÃO JURÍDICA Capacidade Contribuinte Sujeito Passivo Responsável No caso do Banco Central é um destinatário de 100% do IE, não tendo nem competência nem a capacidade tributária, portanto, quem faz parte da relação jurídica é a UNIÃO, desta forma, a ação deve ser ingressada contra a UNIÃO. Jurisprudência... PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO.REPETIÇÃO DE INDÉBITO.IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO CENTRAL. 1. O art.9º do Decreto-Lei 1.578/1977 determinava: O produto da arrecadação do imposto de exportação constituirá reserva monetária, a crédito do Banco Central do Brasil...2.O fato de o produto da arrecadação ser destinado ao Banco Central do Brasil não tem o condão de fazer da autarquia sujeito ativo do imposto.3. No caso dos autos, a União figurou no pólo passivo, tendo sido condenada à repetição do indébito. Desse modo, a exclusão do Bacen da lide não inviabiliza a restituição das quantias indevidamente pagas pela empresa recorrida. (STJ, 2ªT., Resp 742.481/MG, Rel. Ministro Herman Benjamim, ago/2009). Art. 119 CTN Quem pode ser o sujeito da relação quanto ao sujeito ativo é qualquer PJ direito público que tem o papel de exigir o cumprimento da obrigação. Que pode vir de uma competência ou através de uma delegação de capacidade tributária. Art. 119 CTN. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. CASO... A empresa Peritos S/A especializada no controle de atividades relacionadas a agricultura, não realizou o recolhimento do Imposto Sindical devido a Confederação Nacional da Agricultura, conforme determina a legislação trabalhista vigente: Artigo 578 da CLT: As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo.

Art. 582 da CLT. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. Em face disto a Confederação Nacional da Agricultura ingressou com ação de cobrança contra a referida empresa para exigir o pagamento imediato dos valores. Avalie se tal sindicato tem legitimidade para ingressar com a ação. A empresa é obrigada a fazer o recolhimento na fonte e enviar o valor para o sindicato. Podemos alegar ilegitimidade de parte da Confederação Nacional da Agricultura para cobrar a empresa? Na relação jurídica ela está fazendo o papel de sujeito ativo da relação jurídica, mas ela pode ser o sujeito ativo? O titular é a União da contribuição, mas como o valor arrecado fica com o sindicato, ela não tem interessa em ingressar com a ação. Hoje a jurisprudência já reconhece a Pessoa Jurídica de Direito Privado tendo legitimidade ativa para a cobrança da contribuição, podendo ingressar com Ação de Cobrança e não de Execução Fiscal. A confederação é destinatária do produto arrecado, por isso, conforme o entendimento jurisprudencial ela pode cobrar, apesar não ser Pessoa Jurídica de Direito Público. Jurisprudência... (...)2.A confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade para cobrar em juízo a contribuição sindical rural prevista no art. 578 da CLT daqueles que fazem parte da respectiva categoria profissional ou econômica. (...) (Resp 825.436/SP Rel. Min. Castro Meira, 2ªT., j. em 03-08-2006). Súmula 396 - STJ A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural..

EXISTE SOLIDARIEDADE ATIVA? São solidariamente responsáveis coobrigados: I os que tem interesse em comum, II a aqueles que a lei determinar. Art. 124 CTN. São solidariamente obrigadas: I - As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - As pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Não há solidariedade ativa, pois, o art. 124 CTN menciona a solidariedade passiva. Art. 125 CTN. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; II - A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. Vejam que as consequências estão sempre relacionadas ao sujeito passivo, portanto, é mais uma evidencia que só exige solidariedade para o sujeito passivo. Quando tem dois entes cobrando um mesmo tributo, há uma cobrança indevida e não solidariedade.

Obrigação Tributária e Crédito Tributário nascem simultaneamente? Qual a diferença entre OT e CT? O Crédito é a obrigação tributária constituída. HI FG OT L CRÉDITO O lançamento é um procedimento administrativo que constituí o crédito tributário. Art. 142 CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A relação jurídica nasce junto com a OT, sendo o Lançamento um procedimento que constitui o crédito tributário. Na OT se tem uma dívida ilíquida. O crédito traz a exigibilidade, portanto, no direito tributário a obrigação tributária e crédito tributário são distintas, nascendo em momentos diferentes. A declaração do contribuinte já é suficiente para constituir o CT, por exemplo, quando o contribuinte tem por lei o ato de se declarar, já constituindo o CT. SUM 436 STJ. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. A relação jurídica nasce com a Obrigação Tributária e os elementos dessa obrigação são: Sujeitos * Ativo * Passivo Objeto * O.P (obrigação principal) nasce da lei * O.A (obrigação acessória) nasce da legislação tributária Causa * Causa da O.P art. 114 CTN, é a prática de uma situação definida em lei, com natureza de DAR e objetivo de arrecadar. * Causa da O.A art. 115 CTN, é a prática de qualquer situação que impõe a prática que não seja O.P, com o objetivo de aumentar os poderes de fiscalização e combate à sonegação.

Sujeitos Objeto Causa Art. 113 CTN. A obrigação tributária é principal ou acessória. Art. 114 CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art. 115 CTN. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. CASO... A União Federal a fim de promover melhorias no processo cinematográfico do Brasil, alterou a TAXA de fiscalização destinada a angariar recursos para custear o serviço de fiscalização dos cinemas sediados em território nacional realizado pela ACINE Agência Nacional do Cinema, Autarquia Federal. A cobrança é realizada anualmente, e cobrada de todos os proprietários de cinemas do Brasil, conforme a Lei 1234/09, a seguir: Em julho de 2009, o Procurador Geral da República, através da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade com pedido de medida cautelar proposta ao STF, questiona a constitucionalidade da mencionada TAXA. A concessão da medida cautelar fora publicada em dezembro do mesmo ano, sendo o mérito ainda pendente de julgamento. A empresa CINÉPOLIS S.A localizada no Rio de Janeiro recebeu auto de infração e imposição de multa no dia 15.03.2013 emanada pela ANCINE, sob a alegação do não recolhimento da taxa no exercício de 2009, 2010 e 2011.

Com o objetivo de afastar a cobrança, o grupo de Advogados da Empresa Cinépolis S.A propôs Ação Anulatória do Débito Fiscal em face do Instituto Choque Cultural ao Juiz Federal da 4ª Vara do município do Rio de Janeiro. Em razão de sentença desfavorável, já fora proposta tempestivamente recurso de apelação que também fora negado pelo juízo competente. O grupo de Advogados da CINEPÓLIS pretende interpor Recurso Extraordinário ao STF para afastar a cobrança devida, contra a União Federal, a Agência Nacional de Cinema e o Instituto Choque Cultural. A Audiência fora marcada, com sustentação oral a ser apresentada aos Ministros. Identificar as ilicitudes na lei Advogado da cinépolis e Advogado do choque cultural União polo passivo da ação BONS ESTUDOS! Monitoria: Cristina Casares