PREVENÇÃO. É a forma de promover saúde e cortar gastos PRESIDENTE DA ANS



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U CIEFAS-UNIDAS PREVENÇÃO Planos de assistência à saúde já descobriram que vale a pena gastar um pouco mais com ações antes impensadas de prevenção de doenças para evitar gastos maiores no futuro com tratamentos. Estatísticas de algumas operadoras, em especial as de autogestão, confirmam as vantagens de se investir no bemestar do usuário. É a forma de promover saúde e cortar gastos PRESIDENTE DA ANS Fausto Pereira dos Santos afirma que ANS fornecerá dados para que usuários comparem planos de saúde e ressalta que é hora de cobrar dos planos a responsabilidade pela saúde do usuário. Jornal mar/abr 2004 1

GESTÃO Medicina preventiva reduz custos dos planos de saúde 2 A medicina preventiva é um investimento que vem ganhando espaço nas empresas e planos de assistência à saúde. Não se trata apenas de um mimo ao usuário: os gestores têm constatado que a prevenção está diretamente relacionada à redução dos gastos com tratamentos que poderiam ser evitados. Estatísticas de algumas operadoras, que reproduzimos a seguir em especial as de autogestão, já confirmam esse quadro. A necessidade de investimento em ações preventivas torna-se mais evidente na década atual, quando a expectativa de vida do brasileiro ultrapassou os 70 anos, já que o envelhecimento da população relaciona-se diretamente à incidência de patologias crônicas. As facilidades da engenharia genética também trouxeram contribuição significativa para a medicina preventiva e diagnóstica e na produção de novos medicamentos: hoje, por exemplo, exames genéticos são capazes de predizer a eficácia do coquetel anti- Aids. Tudo conspira, enfim, para confirmar a tese do velho ditado: prevenir é, sob todos os aspectos, melhor que remediar. EXEMPLO DA INTERMÉDICA Desde 1982, a operadora Intermédica, que possui 1.126.000 associados, é uma referência em ações de medicina preventiva. A operadora trabalha em três diferentes níveis. As ações de medicina preventiva primária incluem cursos, palestras, orientações e distribuição de folhetos educativos, grupos de discussão e apoio, além de demonstrações práticas realizadas por equipe multidisciplinar a seus usuários. Em 2003, foram realizadas cerca de 2.637.000 orientações educativas em saúde e 4.500 cursos e palestras para 86.092 participantes. O programa de medicina preventiva secundária, denominado Programa de Apoio ao Paciente (PAP), mar/abr 2004 Jornal Keystone auxilia no tratamento de doenças crônicas, como depressão, diabetes e hipertensão, por meio de monitoração permanente e informatizada do paciente, com acompanhamento de equipes médicas e de profissionais de outras áreas. Além dessas ações, o Programa promove constantemente reuniões informativas e distribui material educativo específico aos pacientes e aos familiares. O responsável pela medicina preventiva da Intermédica, Walter Moschella, reforça a necessidade de o paciente priorizar um estilo de vida saudável. É preciso que as pessoas tenham consciência de como o estilo de vida prática de atividade física, alimentação balanceada, controle do estresse interferem em seu quadro clínico, alerta. Levantamento feito com pacientes com problemas de coluna mostrou que, após dois anos com aulas de reeducação postural e relaxamento, o número de consultas solicitadas por esses pacientes caiu em 82,1%. As sessões de fisioterapia diminuíram 83,4% e os pedidos de radiografia, 84,2%. A Intermédica também faz o acompanhamento multidisciplinar de casos de alta complexidade Case. Cada equipe fica responsável por cerca de 200 pacientes, que têm toda a sua rotina registrada por meio de protocolos. Os números mostram que as internações com pacientes graves acompanhados pelo Case caíram de 532 para 299 por dia.

EQUIPES MULTIDISCIPLINARES Outra empresa que desenvolve ações preventivas é a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Entre elas, está o programa de Saúde da Família, composto por equipes multidisciplinares que coordenam a atenção primária ao usuário. Cabe às equipes acompanhar o paciente e até recomendar que ele busque determinado especialista, se necessário. Cada equipe, formada por um médico e um auxiliar de enfermagem, é responsável por 1.200 usuários. A cada três equipes agrega-se um psicólogo, um assistente social, um enfermeiro e um nutricionista. A adesão do usuário ao programa pode ser espontânea, mas a Cassi busca essa população específica por meio de malas-diretas e eventos. O objetivo da Caixa de Assistência é que, até 2005, existam 64 serviços próprios no Brasil com estrutura física adequada, equipes contratadas e capacitadas. A Cassi espera que seus usuários, que hoje são atendidos pela rede credenciada, passem a procurar os serviços próprios. Como todas as iniciativas da Cassi priorizam a promoção da saúde, em dez anos pretendemos que nossa taxa de exames, que hoje é de 2,87 por consulta, chegue a 0,8. Também queremos que as consultas, que hoje são 5,5 por usuário ao ano, alcancem o índice de 3,3 por usuário ao ano, calcula o gerente de Organização de Serviços de Saúde, Carlos Henrique da Conceição Santos. Atuando na mesma linha, a Geap Fundação de Seguridade Social está reestruturando o Programa de Gerenciamento de Casos (PGC), que monitora os beneficiários que necessitam de atenção especial em razão de suas patologias, por meio de equipes multiprofissionais. As equipes atuam como orientadores de cuidado, facilitando a recuperação física e emocional do paciente. Já a Fundação Affemg de Assistência e Saúde aposta na internação domiciliar como forma de otimizar os custos. O serviço oferece assistência médica domiciliar, prestada por equipe multidisciplinar, que atende o paciente que apresente quadro clínico estável e terapêutica básica definida. O tratamento em casa, além de ser mais confortável, reduz os riscos de infecção. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA A pesquisa UNIDAS 2001/2002 mostrou que 38,9% das autogestoras oferecem assistência farmacêutica a seus usuários. A Caixa de Pecúlio, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública (Capesesp) proporciona, desde 1999, o programa de Auxílio-Medicamento de Uso Contínuo (Amuc). As estatísticas comprovam que o acesso ao programa reduziu significativamente a demanda por atendimentos médicohospitalares. Em três anos, o número de consultas por associado, que era de 3,19, baixou para 2,87. O número de internações, que era de 9,96 por associado, está agora em 7,06. O investimento anual do programa é de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões, o que representa de 3% a 4% do total de despesas assistenciais do plano de saúde. 86% dos usuários respeitam a cota de R$ 630 semestrais para as despesas farmacêuticas. O associado que ultrapassa o teto pode utilizar um financiamento, de acordo com seu nível salarial. O limite é de 5% do valor bruto de seu contracheque, dividido em seis parcelas. DILEMA PARA INVESTIR Arquivo O coordenador do MBA em Economia e Gestão da Saúde da Universidade Federal de São Paulo, Marcos Bosi Ferraz, ressalta que os gestores vivem um constante dilema ao precisarem optar entre investir em prevenção a longo prazo e destinar os recursos para aliviar o sofrimento de quem está doente agora. Não existem dúvidas de que há uma série de intervenções na área de prevenção que representam um alívio para o sistema de saúde, a redução de um gasto futuro. No entanto, é preciso que a empresa defina dentro de suas possibilidades financeiras as prioridades e a política de assistência à saúde, pondera. Bosi lembra que algumas intervenções preventivas consomem poucos recursos e podem trazer alto retorno para a empresa, como a vacinação contra a gripe doença que, comprovadamente, reduz a capacidade de produção do funcionário. Jornal mar/abr 2004 3

4 Nos dias 29 e 30 de abril, os aspectos jurídicos sobre os planos de saúde e a legislação em vigor serão tema do 3º Fórum Jurídico da UNIDAS, que ocorrerá no Hotel Nacional, em Brasília (DF). Para participar do evento, as organizações filiadas à UNIDAS pagarão R$ 485; as não-filiadas, R$ 910; e estudantes de Direito, R$ 210. Os valores são por participante. Mais informações sobre o Fórum podem ser obtidas pelo site www.unidas.org.br. Confira abaixo os painéis e seus respectivos palestrantes: mar/abr 2004 Jornal UNIDAS participa de fórum sobre ortopedia A UNIDAS participou em fevereiro do I Fórum de Segurança Sanitária de Produtos para Ortopedia. O evento, patrocinado pela Anvisa e pelo Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia, reuniu 130 participantes entre autoridades federais, médicos, representantes de hospitais, de sistemas de empresas de saúde suplementar, universidades, fabricantes e importadores de implantes ortopédicos. A Anvisa anunciou no Fórum que uma portaria vai obrigar os hospitais a identificarem, nos prontuários, o código de barras, o fabricante e o fornecedor de prótese ortopédica colocada no paciente, a exemplo do que já é feito com marcapassos. A medida tam- bém irá vigorar para os hospitais que atendem pelo SUS. A Sociedade de Ortopedia comprometeu-se a traçar um protocolo de diretrizes explicitando os casos em que as próteses devem ser utilizadas. A UNIDAS, representada pelo conselheiro Walter Lyrio, defendeu a necessidade do registro das próteses nos prontuários. Quando existe uma complicação com o paciente em que é preciso trocar uma prótese que quebrou ou enferrujou, o médico fica sem saber a procedência do produto e por qual hospital foi colocada, o que dificulta o procedimento, explica Lyrio. Também foi anunciada no Fórum a criação de uma câmara técnica de incorporação de novos produtos para avaliar a qualidade, o custo-benefício e a aceitação dos produtos disponíveis no mercado. UNIDAS promove 3º Fórum Jurídico 29.04 - O papel do Poder Judiciário na solução de conflitos entre operadoras e consumidores de planos de saúde - Palestrante: ministro do STJ José Augusto Delgado Relatório final da CPI dos Planos de Saúde - adoção de medidas para o aperfeiçoamento da legislação e da regulação do setor de planos privados Debatedores: deputados federais Henrique Fontana (PT-RS) e Rafael Guerra (PSDB-MG) A Competência do Ministério Público na defesa de interesses individuais Debatedores: as promotoras de Justiça do Ministério Público de Goiás, Marilda Helena dos Santos, e do Ministério Público de Sergipe, Euza Maria Gentil M. Costa; e o juiz da 1ª Vara Federal de Teresópolis (RJ), Ricardo Ribeiro Campos. Novos desafios das operadoras em face da dinâmica da regulamentação da ANS - Debatedores: o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida; o diretor da Área de Saúde da Fenaseg, Otelo Correa dos Santos Filho; e o titular da Antônio Penteado Mendonça Advocacia, Antônio Penteado Mendonça. 30.04 - A competência e os limites dos juizados especiais nos conflitos da área de assistência à saúde - Debatedores: o advogado da Toro Advogados Associados José Luiz Toro da Silva e a coordenadora dos Juizados Especiais Cíveis do Tribunal de Justiça da Bahia, Marielza Brandão. O impacto da Legislação Tributária nos custos da assistência à saúde Debatedores: o advogado da Martinelli Advocacia Empresarial Fábio Junqueira de Carvalho e o assessor Jurídico da Unimed, José Cláudio Ribeiro Oliveira. Contratualização - negociação com prestadores de serviços; relação contratual; conflitos; implicações jurídicas - Debatedores: o consultor jurídico da Abramge, Dagoberto José Steinmeyer Lima; o assessor jurídico da Unimed Brasil, Egberto Miranda Silva Neto; e o diretor de Relacionamento Institucional da Sul América, Pedro Antônio Fazio. Desafios e os projetos da ANS para regulação do mercado de saúde suplementar e os limites de sua competência legal - Debatedor: diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos

XVIII Ense discute novas ações Arquivo Nos dias 11 e 12 de março, a UNIDAS promoveu em São Paulo o XVIII Encontro Nacional com Superintendentes Estaduais (Ense). Na ocasião, a Diretoria Nacional esclareceu os objetivos de se criar um novo modelo contributivo, para unificar os modelos de contribuição praticados pelos antigos Ciefas e Abraspe, ainda em vigor. A idéia é que o novo modelo seja aprovado na próxima Assembléia Geral Extraordiná- ria, a ser realizada no dia 28 de abril. A reformulação do site também esteve entre os debates: a UNIDAS implementará em breve uma sala de bate-papo que funcionará como ferramenta para discussões em grupo. Assim, as superintendências poderão trocar experiências sobre os problemas regionais. Em relação à implementação do portal eletrônico de compras, que está sendo finalizada, a diretora de Integração, Marília Barbosa, explicou que o projeto já está sendo testado em Minas Gerais desde julho do ano passado. Naquela superintendência, já houve o treinamento de equipes das empresas compradoras e fornecedoras e iniciaram-se pequenas compras e consultas de preços. Também foi discutida no encontro a viabilidade da Classificação Brasileira de Procedimentos Médicos uma nova forma de remuneração de honorários médicos proposta pela AMB e pelo CFM. As empresas filiadas foram informadas do processo de negociação travado com as entidades médicas e puderam conhecer as alterações sugeridas pela UNIDAS, como a premissa de que os valores não serão negociados em nível nacional, mas estadual. A UNIDAS quer ainda a garantia de que, durante o processo de negociação, os médicos não poderão paralisar o atendimento. Na Assembléia Geral Extraordinária, as superintendências e filiadas decidirão se a nova classificação será adotada. Jornal mar/abr 2004 5

6 Diretor-presidente da ANS desde dezembro, quando foi sabatinado e aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Fausto já atuara como consultor da Agência no período de janeiro a agosto de 2000. Foi diretor de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, e coordenou o Fórum Nacional de Saúde Suplementar, promovido pelo Ministério, de maio a novembro passado. Que mudanças o mercado privado de assistência à saúde pode esperar na sua gestão à frente da ANS? Em primeiro lugar, a estabilização do marco legal, que passou por uma série de transformações tanto por medida provisória quanto por resoluções da Agência. É preciso definir um marco para que o setor possa se planejar e orientar seja a revisão da Lei 9656/98 por meio de um projeto de lei, seja a transformação de todas as resoluções e intervenções em um Estatuto da Saúde Suplementar. No entanto, é preciso lembrar que a riqueza do mercado de saúde suplementar é a sua diversidade: temos as autogestões, as cooperativas, as medicinas de grupo, cada qual com seu cliente específico. Para que essa diversidade sobreviva, é preciso que haja regulação para cada um dos setores. Não podemos tentar uniformizar o mercado. Em segundo lugar, queremos mudar o papel do mercado de saúde suplementar de intermediador de recursos para produtor da área de saúde. Entendemos que as operadoras têm responsabilidade sobre a saúde dos beneficiários. Vamos cobrar qualidade e resultados. A ANS planeja provocar uma discussão do texto da Lei 9656/98, de forma a colher subsídios que aprimorem a regulação do setor e a própria atuação da Agência? Todo o processo de debates que ocorreu no ano passado, com a CPI dos Planos de Saúde e o Fórum mar/abr 2004 Jornal Mudanças à vista FAUSTO PEREIRA DOS SANTOS Arquivo de Saúde Suplementar, culminou em uma série de recomendações para a Agência e para o Governo. Vamos transformar essas recomendações em instrumentos legais. O Governo fez o compromisso com a Câmara dos Deputados de que, no prazo de 60 a 90 dias, estaremos apresentando um projeto de lei para substituir a Lei 9656, e esse debate vai acontecer no Congresso. Existe a intenção de que o projeto tramite em regime de urgência para acelerar sua votação. Um dos problemas enfrentados pelas operadoras é a utilização, pelos prestadores de serviço, da paralisação do atendimento como estratégia negocial. Qual sua opinião sobre o fato de os prestadores de serviço não estarem definidos na Lei 9656/98 como grupamento regulado pela ANS? Na verdade, a Agência vem, desde o ano passado, baixando normas de contratualização entre operadoras e prestadores de serviço. Primeiro, baixou a norma dos hospitais; depois, das clínicas; e, agora, dos profissionais que atendem em consultórios (RN 71). O objetivo é estabelecer direitos e deveres para os dois lados. Ou seja, nem a operadora pode romper unilateralmente o contrato, nem o profissional. A relação precisa ser normatizada e não pode haver interrupção do tratamento do beneficiário, que é o mais prejudicado. Caso a Resolução Normativa 64 que estipula

as condições para migração dos planos contratados antes de janeiro de 1999 não tenha o efeito esperado junto ao usuário, qual será a alternativa? Temos confiança na RN 64, até porque ela foi amplamente discutida com os prestadores, mercado operador e usuários. Ela é fruto do Fórum de Saúde Suplementar, que durou quase um ano. Temos a expectativa de que tanto as operadoras quanto os beneficiários sabem o quão positiva é a RN 64. Em todo caso, se não der certo, pensaremos em outra alternativa, mas o Governo tem como meta colocar todos os beneficiários de planos de saúde sobre a proteção de Lei 9656/98. Como a adaptação individual é muito cara até porque se dá em um momento de fragilidade, o que estamos propondo é migração coletiva, diluindo o risco entre todos os beneficiários. Este é o momento ideal para a migração. O senhor tem divulgado uma ação de metas de atendimento que a Agência pretende implementar. Com base no cumprimento ou não das metas, a ANS vai preparar um ranking e divulgar ao público quais empresas têm atendimentos considerados ruins. A ANS já divulga um ranking de reclamações a partir de registros de seu serviço 0800. Esse enfoque é a melhor maneira de aprimorar a atuação das operadoras? Queremos trabalhar a transparência dos dados, com informações para que o consumidor possa conhecer o mercado e fazer sua escolha de mudança ou permanência. Na verdade, queremos regular pela informação, qualificando os serviços: além de o usuário saber sobre a saúde financeira de sua operadora, também poderá saber mais sobre o tipo de prestação de serviço oferecido. O ranking feito hoje baseia-se apenas nas reclamações, e achamos que é muito pouco. Queremos enfocar a qualidade, que servirá como diferencial de mercado extremamente importante. No ano passado, a Câmara de Saúde Suplementar, embora possua um calendário de reuniões mensais, só se reuniu uma vez. Que importância o senhor atribui à CSS e que dinâmica pretende adotar em relação a esse órgão consultivo? A Câmara tem um papel extremamente importante, de articulação, interlocução e formatação técnica. Ela precisa de algumas reformulações, que podem até ser revistas na nova lei para não invadir atribuições do Conselho Nacional de Saúde. Pretendemos que, a partir de abril, ela tenha uma regularidade mensal de reuniões para continuar debatendo as grandes questões do setor. A riqueza do mercado de saúde suplementar é sua diversidade: temos as autogestões, as cooperativas, as medicinas de grupo. Para que essa diversidade sobreviva, é preciso que haja regulação para cada um dos setores. Não podemos tentar uniformizar o mercado. Queremos oferecer informações para que o consumidor possa conhecer o mercado e fazer sua escolha de mudança ou permanência. Na verdade, queremos regular pela informação, qualificando os serviços disponíveis. Vamos mudar o papel do mercado de saúde suplementar de intermediador de recursos para produtor da área de saúde. Entendemos que as operadoras têm responsabilidade sobre a saúde dos beneficiários. Queremos cobrar qualidade e resultados. Jornal mar/abr 2004 7

Medicina preventiva é prioridade no SUS O gerenciamento público da saúde poderia ser realizado com tecnologias de baixo custo e eficientes. Os agentes de saúde cadastram as famílias e identificam o histórico dos assistidos, apontando a existência de enfermidades. As consultas necessárias são marcadas pelo agente, que, muitas vezes, acompanha a pessoa até o centro de saúde. Ele também controla a medicação dos doentes crônicos e dá orientações sobre higiene básica, como evitar doenças e outros cuidados com a saúde. A visita domiciliar de médicos e enfermeiros é realizada apenas em situações especiais identificadas pelos agentes, como a de idosos em situação de abandono, com dificuldade motora, acamados e com ferimentos. A seguir, o exemplo de um caso verídico que ocorreu na capital mineira. Um agente de saúde desta capital passou em uma residência para cadastramento. Havia uma gestante, mãe de três filhos, em fase adiantada de gravidez. Ela não havia feito exame ou consulta pré-natal e assumiu que não queria ter o filho; por isso, não buscou ajuda médica. Seu marido havia abandonado o lar e ela não tinha amigos na vizinhança. Os agentes iniciaram um trabalho de conscientização e acabaram convencendo-a a fazer a consulta. Ela não apareceu no dia marcado. Nos parâmetros do antigo modelo de assistência, a falta à consulta não implicava providências. O agente de saúde, no entanto, retornou *CÂNDIDA ELIZABETH KANIAK O Ministério da Saúde criou, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF), no âmbito do SUS, com o propósito de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases, levando a saúde para mais perto da família. A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua. O Ministério está estimulando a ampliação do número de equipes de Saúde da Família no Brasil, para que cada uma seja responsável por quatro mil pessoas. à residência e a encontrou em trabalho de parto. Um vizinho que tinha carro ajudou a levá-la para o hospital. O próprio agente entrou para a sala de parto, a pedido da paciente. Quando voltou para casa, a comunidade havia arrumado roupas e alimentos. A mãe, que antes rejeitava o bebê, resolveu criá-lo e batizou a criança com o nome do agente de saúde. Hoje, as unidades básicas de saúde lidam com 80% da demanda da população, principalmente na prevenção ou tratamento das doenças comuns, como diarréia infantil, infecções respiratórias, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, diabetes e hipertensão arterial. Se o sistema de saúde pública fosse mais organizado, poderia trazer ganhos imediatos para a população mais pobre. De modo geral, para a reorganização proposta faltam financiamentos, incentivos e informações: o gerenciamento público dos cuidados com a saúde poderia ser realizado pela incorporação de tecnologias de baixo custo e eficientes em áreas de interesse epidemiológico, com maior grau de educação dos recursos humanos da área de saúde e o esclarecimento das populações. * Mestre em Medicina Tropical e professora na Escola Superior de Ciências da Saúde do Governo do Distrito Federal. 8 JORNAL UNIDAS Publicação da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2.608, Bloco B, 2º andar, Jardim Paulista - SP - Cep: 01402-000 Tels: (11)289 0743/289 0855 Fax: (11)289 0322 - www.unidas.org.br mar/abr 2004 Jornal DIRETORIA NACIONAL PRESIDENTE: José Antônio Diniz de Oliveira VICE-PRESIDENTE: Iolanda Ramos DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: Hugo Avelino dos Anjos Lima DIRETORA DE COMUNICAÇÃO: Maria Beatriz Coacci Silva DIRETORA DE INTEGRAÇÃO: Marília Ehl Barbosa DIRETOR TÉCNICO: Aníbal de Oliveira Valença DIRETORA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: Ana Maria Assunção Carneiro Edição e Editoração: Optare Comunicação - Editora e jornalista resp.: Patricia Roedel - Jornalista: Fernanda Pimentel - Revisão: Júlia Luz - Periodicidade: Bimestral - Tiragem: 4mil exemplares - Capa: Keystone Impressão: Charbel - Fotolito: Colorpress