TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS NASCENTES URBANAS DE ARAXÁ-MG

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Transcrição:

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS NASCENTES URBANAS DE ARAXÁ-MG CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ AUTOR(ES): RAIHANY ACHILLEY FERREIRA ORIENTADOR(ES): CAROLINE DE ANDRADE GOMES DA CUNHA COLABORADOR(ES): JULIANA DE FÁTIMA DA SILVA, LUCAS GERMANO DE OLIVEIRA, LUCAS RABELO MARTINS, RAFAEL SOUZA PESSOA

1. Resumo Com o objetivo de verificar a influência de remanescentes de vegetação ciliar e da ação antrópica na qualidade das nascentes urbanas de Araxá, no estado de Minas Gerais, escolheram-se quatro nascentes para análise. Tais pontos de afloramento receberam a seguinte nomenclatura: Nascente junto a Capela de Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro Jardim Bela Vista; nascente da Pública, localizada no bairro Santa Terezinha; Nascentes do Parque do Cristo, localizada no bairro São Pedro, e nascente do bairro Francisco Duarte. Com o crescimento da cidade, a situação das nascentes urbanas da região de Araxá deve ser continuamente monitorada pelo fato de desmatamento, construções muito próximas e principalmente o descarte de lixo irregular em suas áreas. Foram avaliados parâmetros físicos e químicos como: temperatura da água, condutividade elétrica, sólidos dissolvidos totais, sólidos suspensos totais, turbidez, ph, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato e fosfato. As amostragens de água ocorreram nos meses de abril, junho e agosto do ano de 2015. Verificou-se que as águas de nascentes não possuem classificação delimitada em resoluções, mas para fins de comparação junto a legislação vigente enquadrou-as neste estudo em rios de classe 2, conforme a Resolução CONAMA 357 (2005). Verificou-se que os resultados de ph em uma das nascentes estudada não ficou dentro do estipulado pela resolução, estima-se que o motivo seja a ação antrópica de um morador próximo à nascente. Os demais parâmetros estiveram de acordo com a referida resolução. Palavras chaves: Nascente, Qualidade das águas, Urbanização, Impacto Ambiental, Araxá. 2. Introdução Os recursos hídricos são essenciais para a manutenção da vida no planeta e sua gestão sustentável é um dos maiores desafios da humanidade. A utilização deste recurso está ancorada em demandas cada vez maiores para abastecimento humano e para a conservação da qualidade ambiental, fatores fundamentais para saúde e qualidade da vida de populações urbanas e rurais (CUNHA, 2010; LEMOS et al., 2010). A qualidade das águas de uma bacia hidrográfica pode ser influenciada por diversos fatores como: a cobertura vegetal, a topografia, a geologia, bem como tipo e o uso do solo (CUNHA, 2009). Uma das principais causas da baixa disponibilidade

hídrica em termos de quantidade e qualidade se relaciona às ações antrópicas sem planejamento do uso e ocupação do solo, com a retirada das matas ciliares, compactação do solo ou até mesmo impermeabilização dos mesmos e aos diversos tipos de atividades que causam poluição das águas como: efluentes domésticos, industriais e cargas difusas urbanas e agrícolas. As nascentes necessitam urgentemente de estudos mais detalhados, a respeito das causas e consequências dos impactos sofridos e, sobretudo, da intensificação de medidas para conter a destruição e proteger as áreas consideradas de preservação permanentes. (GOMES et al, 2005). A cidade de Araxá localizada na sub-bacia do rio Paranaíba, possui 17 nascentes urbanas mapeadas (IPDSA, 2011). No entanto, apesar de um convênio entre a prefeitura do município e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA intitulado Projeto de Recuperação das Nascentes Urbanas, poucos são os dados disponíveis no que diz respeito à situação ambiental das mesmas. É possível observar as mudanças que a região do Alto Paranaíba vem passando nas últimas décadas, principalmente no que diz respeito ao crescimento demográfico e a necessidade da ocupação de novas áreas para construção de moradia ou estabelecimento de indústrias para produção de bens e serviços para esta população. Como consequência, tem-se a retirada da mata ciliar e a impermeabilização do solo que acarretam, dentre outras coisas: na redução da umidade relativa do ar, erosão do solo e assoreamento dos cursos d água, enchentes nas regiões ribeirinhas, poluição dos mananciais, aprofundamento dos lençóis freáticos o que pode resultar em graves prejuízos socioeconômicos e sanitários. (CRUZ, A.C, 2013). 3. Objetivo geral Verificar a influência da urbanização em quatro nascentes urbanas localizadas em Araxá-MG. 3.1 Objetivos Específicos - Caracterizar a área de estudo quanto à área de proteção ambiental (matas ciliares); - Aplicação da metodologia do Índice de Impacto ambiental microscópio para nascentes, sugerido por Gomes et al (2005).

- Analisar as variáveis limnológicas: temperatura da água, ph, condutividade elétrica, sólidos suspensos, turbidez, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato, fosfato e coliformes totais e termotolerantes na estação seca e chuvosa. 4. Materiais e Métodos Foram realizadas medições para verificação da extensão das matas ciliares com auxílio de trena além da aplicação da metodologia do Índice de Impacto Ambiental Macroscópico (IIAM) para nascentes, sugerido por Gomes et al (2005). As amostragens de água foram realizadas em 4 nascentes urbanas de Araxá, MG, nos meses de março e agosto de 2015. As Nascentes escolhidas para pesquisa foram: 1 - Nascente do bairro Francisco Duarte; 2 - Nascentes do Parque do Cristo; 3 - Nascente da Pública; 4 -. Nascente junto a Capela de Nossa Senhora de Fátima (Figura 1). Francisco Duarte Parque do Cristo N. Sra. De Fátima Figura 1: Foto das nascentes, Araxá MG.

As águas destas nascentes são afluentes dos rios urbanos de Araxá, enquanto que a nascente de era utilizada pelo morador da região para irrigar hortaliças e vender a população. Os dados obtidos para as análises limnológicas foram comparadas com a Resolução CONAMA 357 (2005) para águas doces de classe 2. O índice impacto ambiental das nascentes utilizado foi proposto por Gomes e colaboradores (2005) conforme abaixo (Quadro 1 e 2). Quadro 1: Metodologia do índice de impacto ambiental macroscópico para nascentes. PARÂMETRO MACROSCÓPIO RUIM (1) MÉDIO (2) BOM (3) Cor da água Escura Clara Transparente Odor Forte Com odor Não há Lixo ao redor Muito Pouco Não há Materiais flutuantes (lixo Muito Pouco Não há na água) Espumas Muito Pouco Não há Óleos Muito Pouco Não há Esgoto Visível Provável Não há Vegetação Degrada ou ausente Alterada Bom estado Uso por humanos Constante Esporádico Não há Uso por animais Constante Esporádico Não há Acesso Fácil Difícil Sem acesso Equipamentos urbanos A menos de 50 metros Entre 50 e 100 metros A mais de 100 metros Fonte: Gomes et al (2005) apud Fellipe 2012 Quadro 2: Classificação das nascentes quanto aos impactos macroscópicos (somatória dos pontos). CLASSE GRAU DE PROTEÇÃO PONTUAÇÃO A Ótimo 31 33 B Bom 28 30 C Razoável 25 27 D Ruim 22 24 E Péssimo Abaixo de 21 Fonte: Gomes et al (2005) apud Fellipe 2012 5. Resultados e discussões 5.1 Análise de parâmetros físicos e químicos da água: Os valores de temperatura da água podem ser visualizados na Figura 2. As temperaturas mais altas foram observadas na primeira coleta, uma vez que esta foi realizada no final de verão início do outono e a segunda no inverno. Ao se comparar as nascentes, verificou-se que as temperaturas mais altas foram encontradas na nascente da, possivelmente devido à retirada da vegetação natural. Nas outras nascentes, devido a presença de mata ciliar, mesmo que remanescentes, foi possível observar uma copa mais fechada, protegendo a água dos raios solares.

TEMPERATURA DA ÁGUA ( C) 30 Francisco Duante 20 P. Cristo 10 0 Figura 2 Variação dos valores de temperatura da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG A turbidez, que representa a presença de partículas sólidas em suspensão no recurso hídrico, como argila e matéria orgânica, pode formar coloide interferindo na propagação da luz na coluna d água. Entretanto, não se pode relacionar unicamente a turbidez ao material inorgânico da água, pois são numerosos os fatores que interferem na absorção e na reflexão da luz, como o tamanho das partículas, sua forma geométrica dispersiva da luz e sua coloração, e também os sólidos orgânicos. Os maiores valores foram encontrados nas amostragens realizadas na nascente do Parque do Cristo, tanto na primeira como na segunda coleta (4,5 e 92 NTU). TURBIDEZ (NTU) 100 90 80 70 60 50 40 30 Francisco Duarte P. Cristo 20 10 0 Figura 3 Variação dos valores de turbidez da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG As amostragens de água apresentaram valores que variaram de 1 a 253mg/L, com maiores valores sendo observados na estação seca. Possivelmente esteja

relacionado ao falta de no período da seca haver menor quantidade de água e com isso uma menor diluição das partículas. O maior valor encontrado na nascente do parque do Cristo possivelmente está relacionado a alta quantidade de matéria orgânica presente na nascente. SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS (mg/l) 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Francisco Duarte P. Cristo Figura 4 Variação dos valores de sólidos suspensos da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG A condutividade elétrica em uma água é representada em sua maioria por sólidos dissolvidos em água. Quando mensura-se a condutividade elétrica de uma amostra verifica-se, na realidade, a quantidade de compostos nela contidos - uns positivos, outros negativos - e que, em solução, permitem a passagem da eletricidade, valores acima de 100 µs/cm podem indicar corrosividade e poluição da água. A carga de sólidos dissolvidos na água é afetada por todos os contaminantes presentes, com exceção dos gases dissolvidos. O limite estabelecido para rios de classe 2 é de 500mg/L. houve perda de amostra da segunda coleta da nascente Nossa Senhora De Fatima.

SOLIDOS DISSOLVIDOS ( mg/l) 20 15 10 5 0 Francisco Duante P. Cristo Figura 5 Variação dos valores dos sólidos dissolvidos da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG Os valores encontrados de ph em todas as nascentes foi abaixo de 7. Três das nascentes analisadas estiveram de acordo com a resolução CONAMA 357/2005, com valores entre 6 e 9, sendo elas Francisco Duarte, Capela de N. Sra de Fátima e Parque do Cristo. Já a nascente da obteve um valor de ph menor do que o estipulado pela Resolução (ph 5,5 e 5,6). Acredita que estes valores de ph estejam relacionados a formação geológica da bacia e a degradação ambiental do local chamado. ph 6,5 Francisco Duarte 6 P. Cristo 5,5 5 Figura 6 Variação dos valores de ph da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG Os valores de condutividade elétrica foram maiores na época seca porque a concentração de agua diminui sendo assim ficando mais concentrada. Verificou-se que nenhuma das nascentes obteve valor acima do estipulado pela Resolução.

CONDUTIVIDADE (µs/cm ) 40 30 20 10 0 Francisco Duarte P.Cristo Figura 7 Variação dos valores de condutividade elétrica da água em 4 nascentes urbanas de Araxá - MG Os valores de nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato e fosfato na estação seca e chuvosa foram inferiores a 0,05 mg/l em todas as análises, independente do período de coleta. Índice de Impacto Ambiental Macroscópico - IIAM: Para as nascentes aqui estudadas verificaram-se os seguintes resultados relacionados à metodologia do IIAM: Nº IIAM CLASSE COORD. S COORD. W BAIRRO 1 27 RAZOÃVEL 19º34 562 46º56 988 Francisco Duarte 2 30 BOM 19º35 049 46º56 167 São Pedro 3 24 RUIM 19º35 312 46º55 959 Santa Terezinha 4 30 ÓTIMO 19º35 432 46º55 377 Jardim Bela Vista Obs: DATUM WGS 84 Fonte: Dados de pesuisa Verificou-se que a nascente da Pública apresentou o pior IIAM dentre às 4 nascentes estudadas, isso condiz com os resultados laboratoriais que demonstraram o pior ph para a referida nascente. A nascente do Francisco Duarte apresentou o segundo pior índice visto que se localiza em uma região completamente impermeabilizada e com alta declividade média, o que facilita o escoamento do que precipita para dentro da área da mata, esse escoamento carrega consigo o que se localiza na superfície dos asfaltos, causando sérios impactos quali-quantitativos na nascente. Já em relação as nascente da Capela de N. Sra de Fátima e Parque do Cristo verificaram-se os melhores valores para o IIAM, isso mostra que as mesmas estão relativamente mais isentas de impactos macroscópicos.

Gomes (2005) realizou o mesmo estudo na cidade de Uberlândia, a autora analisou no referido trabalhos 16 nascentes que foram selecionadas por se encontrarem na bacia do rio Uberabinha. No referido trabalho duas nascentes ou 12,5% apresentaram classe A; outras duas nascentes ou 12,5% classe B; quatro ou 25% apresentaram classe C; duas ou 12,5% classe D; e 6 ou 37,5% classe E. Segundo Felippe (2012) que analisando o IIAM de 79 nascentes localizadas em 3 parques urbanos da cidade de Belo Horizonte MG, verificou que a maioria absoluta das nascentes analisadas demonstrou IIAM superior a 25; outras 12 nascentes foram classificadas com o valor máximo do índice; 9 apresentaram valor abaixo de 25; 3 nascentes apresentaram o menor valor possível do índice. 6. Considerações finais Nas nascentes estudadas, apesar da ocupação humana verificada na nascente da e das práticas antrópicas, estiveram dentro dos parâmetros estipulados pela Resolução CONAMA 357/2005, excetuando-se o ph da nascente da Pública, que ficou abaixo de 6. Estima-se que o motivo seja a ação antrópica de um morador próximo a nascente, lançando efluentes, matéria orgânica, e causando a destruição da vegetação ciliar. Com base nos dados alisados neste estudo, sugerese um plano de recuperação, de forma a se garantir um manejo sustentável das nascentes e consequentemente dos recursos hídricos da região de Araxá. Uma forma de garantir a quantidade e qualidade das águas das nascentes do município, seria o enquadramento dos pontos de afloramento como classe um ou classe especial, desta forma com uma legislação mais rigorosa esses pontos, fundamentais para dinâmica do escoamento superficial, estariam mais resguardados das modificações diversas causadas pelas ações, principalmente, antrópicas. Em relação ao IIAM, verificou-se que 2 nascentes das estudadas possuem um índice ruim ou razoável, o que mostra o grande descaso que tais pontos de afloramento sofrem uma vez que desempenham papel fundamental para a manutenção para o sistema de escoamento perene. Outro ponto importante foi a questão do pior IIAM se relacionar com a única nascente que apresentou parâmetro desconforme com a legislação, sendo a nascente da Pública. Novos estudos devem acontecer, visando aprofundar as metodologias aqui pesquisadas e aplicadas e levantar, cada vez mais, informações sobre as nascentes

urbanas e os diversos fatores que, de certa forma, causam nas mesmas interferências positivas ou negativas. 7. Revisão Bibliográfica CUNHA, C.A.G. A sub-bacia do Rio Jacupiranga: análise dos aspectos socioeconômicos e ambientais como subsídio para o manejo sustentável da região dovale do Ribeira de Iguape, São Paulo. 2010. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010, 250p. CUNHA, C. A. G; CALIJURI, M. C. Absence of riparian vegetation effects in water quality of Jacupiranga river, Ribeira of Iguape Valley, São Paulo,Brazil. In. PROCEEDINGS OF 2nd INTERNATIONAL MULTIDISCIPLINARUY CONFERENCE ON HYDROLOGY AND ECOLOGY., IWHW, Vienna, Austria 2009. IPDSA Instituto de Planejamento, e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (2011). Hidrografia. Disponível em: http://www.ipdsa.org.br/pdf/indicadores /2011/HIDROGRAFIA.pdf. Acesso em: 01 nov. 2014. FELLIPE, M. F.; JUNIOR, A. P. M. Impactos ambientais macroscópicos e qualidade das águas em nascentes de parques municipais em Belo Horizonte MG. Belo Horizonte MG. P. 08-23. Setembro 2012. GOMES, P. M.; MELO, C. VALE, V.S. Avaliação dos impactos ambientas em Nascentes na cidade de Uberlândia MG: análise macroscópica. Revisa sociedade e natureza. Uberlândia, 17 (32), p. 103 120, jun. 2005ª AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM NASCENTES DA FAVELA SÃO FRANCISCO DE CAMPO MOURÃO/PR.align="justify"> Roger Paulo Mormul, Angela Kwiatkowski, Diogo de L. N. Zerbini, Andréia A. de Freitas, Adriane C. G. de Almeida http://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/view/28/6