rede fé e desenvolvimento

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Transcrição:

rede fé e desenvolvimento Secretariado Diocesano de Animação Missionária Diocese de Aveiro

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Em Setembro de 2000, chefes de Estado e de Governo de 189 países, incluindo Portugal, reuniram-se nas Nações Unidas. Ali assinaram a Declaração do Milénio, comprometendo-se a lutar contra a pobreza e fome, a desigualdade de género, a degradação ambiental e o vírus do VIH/SIDA. Assumiram ainda o compromisso de melhorar o acesso à educação, a cuidados de saúde e a água potável. Para avaliar o cumprimento daquele compromisso, estabeleceram 8 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), a alcançar até 2015. 1. Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome 2. Alcançar o ensino primário universal 3. Promover a igualdade de género e a autonomia das mulheres 4. Reduzir em dois terços a mortalidade infantil 5. Reduzir em 75% a mortalidade materna 6. Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves 7. Garantir a sustentabilidade ambiental 8. Parceria Global para o Desenvolvimento

Projecto Fé e Desenvolvimento A maior força ao serviço do desenvolvimento é um humanismo cristão que reavive a caridade e que se deixe guiar pela verdade, acolhendo uma e outra como dom permanente de Deus. ( ) Pelo contrário, o fechamento ideológico a Deus e o ateísmo da indiferença, que esquecem o Criador e correm o risco de esquecer também os valores humanos, contam-se hoje entre os maiores obstáculos ao desenvolvimento. (Caritas in Veritate, nº78) O Secretariado Diocesano de Animação Missionária em conjunto com a ORBIS Cooperação e Desenvolvimento, iniciaram em Setembro de 2009 uma parceria com a FEC e a Objectivo 2015 - Campanha do Milénio das Nações Unidas em Portugal, que visa promover a sensibilização e mobilização da Igreja portuguesa para as questões do desenvolvimento global, num projecto que visa chegar à Igreja de Portugal e Espanha tornando-se a Igreja um motor da sociedade no que toca ao cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Conhecendo melhor a realidade e reflectindo sobre o mundo que nos rodeia, perto e longe, será possível mobilizar e agir em Igreja e em colaboração com a sociedade civil por uma verdadeira transformação social. Ao contrário das preocupações anteriores das Nações Unidas que se concentraram principalmente no crescimento económico, os ODM colocam o bem estar humano e a redução da pobreza no centro dos propósitos do desenvolvimento mundial. Faltam 5 anos para o cumprimento dos ODM. A evolução tem sido positiva, mas a verdade é que há ainda um longo caminho a percorrer. A transformação social depende de grandes medidas políticas globais, que reclamam cada vez mais a ética e a verdadeira opção pelos pobres, mas concretiza-se num trabalho de proximidade como o que a Igreja, por todo o lado desempenha, na sua disponibilidade para dar voz por todos os excluídos e invisíveis que acompanha, e no potenciar de uma urgente mobilização das consciências individuais para este drama mundial e pessoal. É neste contexto que surge este projecto, que tem como objectivo de base informar, inspirar e mobilizar a Igreja Católica Portuguesa (Dioceses, Paróquias, Congregações Religiosas e grupos de voluntariado) para a formação de uma Rede de sensibilização para o compromisso com os povos mais desfavorecidos, numa primeira fase através da concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas, nomeadamente monitorizando o papel desempenhado por Portugal e apelando ao cumprimento dos compromissos assumidos internacionalmente.

ODM 1 Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome CONHECER A pobreza extrema (1,2 mil milhões de pessoas vivem com menos de 1,25 dolares por dia) e a fome crónica conduzem à sub-nutrição e doença, o que diminui o rendimento e a produtividade económica com consequências na economia familiar e nacional. A pobreza extrema diminuiu na última década, principalmente devido a melhorias económicas no continente asiático, sendo que poucos avanços se verificaram na África Subsariana. No entanto ainda é possível atingir o objectivo de reduzir para metade o número de pessoas a viver com menos de um dólar por dia. A fome crónica está a agravar-se com o aumento do preço dos produtos alimentares e os progressos feitos neste ponto são insuficientes para atingir este ODM até 2015. REFLECTIR Este poderia ser o início de um dia qualquer de um qualquer de nós: 7:00 Pequeno-almoço em casa 0,70 7:15 Higiene: água, electricidade, maquilhagem/aftershave, etc 1,50 8:00 Ida para o emprego de autocarro 0,70 8:30 Café + Cigarro 0,80 10:00 Pausa da Manhã: Bolo + Àgua + Cigarro 1,50 12:30 Almoço: Prato + Bebida + Café + Cigarro 5,50 Total: 10,70 Durante meio dia, sem grandes luxos, gastamos facilmente o equivalente ao orçamento de uma família de 10 pessoas.

Sabendo isto, tenho direito a gerir assim os meus bens? Lendo a parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37), com que personagem me identifico? Que atitude Jesus me convida a tomar? A minha caridade é diária e genuinamente uma partilha com um irmão necessitado ou de circunstância? AGIR Fazer pressão junto dos decididores (políticos, grandes instituições) para que seja dada mais atenção ao tema e sejam eficientemente reunidos esforços para corrigir a injustiça criminosa que são a fome e pobreza extrema (com e-mails, cartas, manifestações). Abdicar de luxos e investir esses fundos em economias frágeis (ex. através do projecto da ONG Kiva, em www.kiva.org) ou confia-los a ONG que os saberão investir sabiamente através dos seus projectos. Fazer levantamento de situações de pobreza na respectiva comunidade e concertar contactos entre as pessoas e as entidades que possam ajudar a reverter a situação. Alertar a comunidade para esta problemática para que haja mais esforços e assim mais resultados no alcançar deste ODM (acções de sensibilização, acções conjuntas de combate á pobreza, cartazes, discussão do tema e das soluções em grupo).

ODM 2 Alcançar o ensino primário universal CONHECER A educação é fundamental para acabar com a pobreza e atingir os ODM. Cada vez mais existe uma correlação positiva entre o nível de instrução de uma sociedade e o nível de vida da mesma. A educação é também um direito humano do qual todos, independentemente da condição socioeconómica, devem usufruir. A educação é também uma componente fundamental do empoderamento das mulheres, apesar disso as raparigas representam 57% das crianças que não frequentam a escola. A mulher escolarizada contribuirá mais para a sociedade: é provável que trabalhe na economia formal, aumente a produtividade agrícola, case mais tarde, apoie políticas de igualdade de género e se previna contra as doenças. As taxas de escolarização básica nos países em desenvolvimento aumentaram 88%. Na África Subsariana, contudo, a taxa de matrículas só recentemente atingiu os 71%. Nesta região, cerca de 38 milhões de crianças em idade de frequentar o ensino primário encontram-se, ainda, fora da escola. Atingir o ensino primário universal significa mais do que o número de matrículas escolares. Engloba, também, educação de qualidade, o que significa que todas as crianças que frequentam a escola devem adquirir as aptidões básicas de alfabetização e de aritmética e completar o ensino primário dentro do tempo previsto. Na África Subsariana, por exemplo, existem mais crianças em idade de frequentar o ensino secundário matriculadas no ensino primário que no ensino secundário. Os países em desenvolvimento devem melhorar o acesso à educação e a qualidade da mesma. Diversas medidas poderão passar pela supressão das propinas, pela construção de mais instalações escolares nos meios rurais e pela contratação de mais professores. Há ainda que proteger a educação e dar-lhe prioridade nos orçamentos nacionais; tratar a educação como um dos principais elementos de uma resposta humanitária às situações de crise ou pós-conflito; prever transferências monetárias para as famílias pobres; fornecer transportes, sempre que necessário, oferecer refeições gratuitas e serviços básicos de saúde na escola, a fim de melhorar a saúde das crianças, a sua nutrição e o seu desenvolvimento cognitivo.

REFLECTIR A educação é provavelmente o instrumento mais eficaz para a redução da pobreza, tendo impactos muito significativos a nível da saúde, participação social e desenvolvimento económico. Até 2007, conseguiu-se uma frequência elevada na África do Norte, mas na África Subsariana a frequência continua baixa. % de matrículas primárias ambos os sexos (2004) Angola 72,2 Moçambique 71,0 Cabo-Verde 91,6 Guiné Bissau 45,2 S. Tomé e Príncipe 96,2 Porque não frequentam as crianças a escola? Interesses para que não frequentem? E em Portugal? AGIR Formação de professores Materiais didácticos Sensibilizar os outros. Como?

ODM 3 Promover a igualdade de género e a autonomia das mulheres CONHECER As mulheres são cruciais para todos os aspectos do desenvolvimento social e económico, mas muitas são impedidas de realizar o seu potencial. As mulheres empoderadas dão um contributo maior às suas famílias e sociedades, ao receberem uma remuneração mais elevada, ao promoverem a educação dos filhos e estando informadas sobre cuidados de saúde. Deste modo, são uma força positiva e podem contribuir para a realização de todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). As contribuições sociais e económicas das mulheres realçam os efeitos positivos exponenciais que as mesmas, quando instruídas, podem ter no desenvolvimento. Contudo, a desigualdade de género encontra-se difundida por todo o mundo e enraizada em diversas culturas. As mulheres e as raparigas correspondem a 3/5 dos 1.2 mil milhões de população pobre do mundo; as mulheres são 2/3 dos 960 milhões de adultos do mundo que não sabem ler e as raparigas representam 70% das 130 milhões de crianças que não vão à escola. Apenas 18 dos 113 países que não alcançaram a paridade de género no ensino primário e secundário têm possibilidades de realizar este objectivo até 2015. As mulheres contribuem com 2/3 das horas de trabalho do Mundo e são responsáveis por metade da produção alimentar. No entanto ganham apenas 10% do rendimento mundial e têm menos de 1% dos bens. Liberdade. Homens e mulheres têm o direito de viver suas vidas e criar as suas crianças com dignidade, livres de fome e do medo de violência, opressão e injustiça. Democracia e governos participativos baseados na vontade dos povos melhor asseguram esses direitos. Igualdade. A nenhum indivíduo e nenhuma nação deve ser negada a oportunidade de se beneficiar do desenvolvimento. Os direitos iguais e oportunidades de mulheres e homens devem ser assegurados.

REFLECTIR Somos todos filhos de Deus. Não há Judeu nem Grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher (Gálatas 3) Podemos contemplar a atitude de Jesus para com as mulheres: a Samaritana (João 4), a mulher Cananeia (Mc.7, 25-30), a mulher com hemorragia (Mc.5, 21-34). O divórcio (Mt.19, 3-9) Para os Cristãos, Maria é modelo de Mulher e Mãe (Bendita entre todas as mulheres) Cânticos: Tu és a glória de Jerusalém Maria de Nazaré. AGIR Criar uma rede de Troca de Saberes Incentivar a Alfabetização/Formação/Capacitação das mulheres.

ODM 4 Reduzir em dois terços a mortalidade infantil CONHECER 99% das mortes de crianças menores que cinco anos acontece em países de médio ou baixo rendimento. Essa é uma das grandes e graves realidades, sobretudo, do Continente asiático e da África Subsariana. Vários são os factores que elevam as taxas de mortalidade infantil: falta de condições habitacionais e ambientais; falta de meios e recursos hospitalares; inexistência de plano de vacinação para doenças como a Malária, HIV e Pneumonia (principais doenças causadoras da morte). Contudo, estes factores são facilmente preveníveis através de simples melhorias nos serviços básicos de saúde e de pequenas intervenções como a terapia de re-hidratação oral, redes mosquiteiras tratadas com insecticida e vacinação. Por que é que se torna tão difícil uma ajuda tão simples? A taxa de sobrevivência das crianças varia significativamente entre países e também no interior de cada país e está fortemente relacionada com o rendimento e o nível de escolaridade da mãe: as crianças que têm mães com instrução pelo menos ao nível secundário têm também duas vezes maior probabilidade de sobreviver do que as crianças de mães com um nível de escolaridade inferior. Uma criança que nasça num país em desenvolvimento tem 13 vezes maior probabilidade de morrer antes dos 5 anos de idade do que uma criança que nasça num país industrializado. Em 2009 morreram 9.7 milhões de crianças antes de completarem os cinco anos de idade. A morte de crianças em países como, por exemplo, a Guiné é aceite com alegria e leva à realização de rituais. REFLECTIR Será o sofrimento de viver que levas as pessoas a celebrar a morte? Com este objectivo pretende dar-se a cada criança, independentemente da sua nacionalidade ou condição socioeconómica, uma oportunidade igual para uma vida saudável e preenchida. Investir na saúde das crianças não só salva vidas inocentes como é crucial para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e lançar muitos países para fora da pobreza. E como se pode fazê-lo?

Garantir a cobertura completa de vacinação; Incentivar o aleitamento materno exclusivo Fornecer uma alimentação apropriada às crianças de famílias pobres Promover a lavagem das mãos e o tratamento da água potável em casa; Promover uma cobertura completa e universal dos sistemas de saúde primária; Garantir um financiamento suficiente para reforçar os sistemas de saúde e responder às necessidades de cuidados de saúde destinados às mães e crianças e de outros serviços de saúde reprodutiva. Temos de actuar com urgência. Demasiadas pessoas estão a sofrer. Enquanto uns fazem progressos, outros estagnaram ou estão a andar para trás e a distância entre eles continua a aumentar. Popularum Progressio, Papa Paulo VI AGIR De que forma posso/podemos contribuir para atenuar este problema? 1. Procuro estar informado acerca deste ODM? 2. Coloco nas intenções das minhas orações esta problemática? 3. De que forma, na sociedade, contribuo para reduzir a mortalidade infantil? 4. Tenho consciência de que sou necessário no mundo para equilibrar as desigualdades? 5. Na educação dos meus filhos procuro dar-lhes a consciência desta realidade? 6. No meu dia-a-dia sou mais contido e menos exigente no consumo daquilo que é supérfluo?

ODM 5 Reduzir em 75% a mortalidade materna CONHECER Para muitas mulheres nos países em desenvolvimento, a alegria da maternidade é, demasiadas vezes, acompanhada por sérios riscos de saúde. Cada ano, mais de 500 mil mulheres morrem de complicações relacionadas com a gravidez, com o parto ou com o pós-parto (até seis semanas depois). Cerca de 10 milhões são expostas a infecções, doenças ou invalidez, ficando fisicamente diminuídas. As taxas de mortalidade materna são o espelho da grande disparidade entre o ter e o não ter, tanto dentro de uma sociedade como entre os diferentes países: as mulheres pobres têm muito maior probabilidade de morrerem como resultado da gravidez ou do parto. As famílias pobres têm menos condições financeiras e tendem a viver longe das instalações médicas. A maioria das mortes maternas é evitável: por exemplo, as mortes por infecção ou hemorragia podem ser impedidas por meio de fármacos ou transfusões de sangue. No entanto, estes cuidados médicos de rotina nem sempre são disponibilizados a muitas mulheres no mundo em desenvolvimento. Não só essas mulheres carecem de acesso a serviços médicos durante a gravidez, como a maioria está impossibilitada de aceder a profissionais de saúde e a serviços de saúde reprodutiva. Onde os partos são supervisionados por pessoal médico competente e com acesso a cuidados de obstetrícia de emergência, e onde, ainda, a mulher recebe serviços adequados de cuidados de saúde e de nutrição, o risco de morte materna é menor. A gravidez na adolescência contribui para o ciclo da mortalidade materna e da mortalidade infantil. A maternidade precoce não só aumenta o risco de morte durante o parto, como também coloca em perigo o bem estar das mães e crianças sobreviventes. As mães jovens vêem-se privadas, frequentemente, de uma educação e de oportunidades socioeconómicas. Em quase todas as regiões em desenvolvimento a fertilidade das adolescentes caiu entre 1990 e 2000, tendo em seguida estagnado em grande parte ou aumentado marginalmente entre 2002 e 2005.

REFLECTIR Como vemos a situação à nossa volta: As mulheres grávidas à nossa volta alimentam-se bem? Descansam o suficiente? Vão regularmente a consultas? As leis do trabalho protegem-nas? Conhecemos adolescentes grávidas? Como reagimos com essas adolescentes? AGIR Pesquisar sobre a situação no nosso país e compará-la com o mundo: criar cartazes. Entrevistar ou pedir testemunho a uma médica ou enfermeira que trabalhe no planeamento familiar. Pedir testemunho a uma adolescente que esteja grávida ou a uma adulta que tenho tido um filho durante a adolescência: como viveu essse período? Que problemas viveu? (Estes testemunhos podem ser dados/apresentados em grupos de catequese) Escolher uma paróquia num país em desenvolvimento e tentar criar com ela/ através dela campanha de apoio à saúde materna: recolha de donativo para pagamento de, pelo menos, 4 consultas durante a gravidez; também se pode pedir aos grupos de catequese que façam objectos (porta-chaves; alfinetes; para venda para angariar dinheiro para a campanha;)

ODM 6 Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves CONHECER Todos os dias, cerca de 7.500 novas pessoas são infectadas pelo vírus VIH e 5.500 morrem de SIDA. Apenas uma em cada cinco pessoas é abrangida por programas de prevenção. Em 2006 observaram-se 247 milhões de casos de malária em todo o mundo, a maioria dos quais em África. Estima-se que 85% das 881 mil mortes contabilizadas nesse ano, vitimou crianças com menos de cinco anos de idade. REFLECTIR É urgente travar a propagação do VIH/SIDA e melhorar o tratamento da malária, pelo impacto que causam ao nível social e económico nos países mais pobres, e em particular na sociedade africana. A doença agrava a pobreza familiar e desacelera o crescimento económico.

AGIR CAMPANHA DE COMBATE AO VIH/SIDA E MALÁRIA, que irá ser desenvolvida através das seguintes áreas: Divulgação Para agir necessitamos que a comunidade tenha acesso a dados concretos, obtenha informações e que haja uma consciencialização no que diz respeito às reais consequências destas doenças. Pode ser convidada uma figura pública para apoiar esta causa e ajudar na sensibilização. Recolha Deverá ser proposta uma recolha de:. medicamentos e preservativos (com a ajuda das farmácias locais e laboratórios farmacêuticos);. dinheiro. Parcerias Na acção deverão ser criadas parcerias com Instituições de Ensino Superior, tendo a preocupação de envolver as Associações de Estudantes nesta campanha. A participação e colaboração com associações e ONG s locais será também fundamental. No que toca às Instituições de Ensino Superior relacionadas com a área da Saúde, poderão ser dinamizados projectos concretos que determinem o envio de alunos para divulgação e intervenção concreta no terreno.

ODM 7 Garantir a sustentabilidade ambiental CONHECER É necessário adoptar, com urgência, políticas de desenvolvimento sustentável e melhorar o planeamento urbanístico, de modo a prevenir conflitos em torno dos recursos naturais e, ainda, para prevenir uma degradação ambiental irreversível. As pessoas mais pobres do mundo encontram-se mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, estão mais expostas às suas consequências, são mais sensíveis às mudanças e têm menos capacidade de adaptação às novas condições ambientais. Os governos dos países pobres carecem, muitas vezes, de recursos para investir em infraestruturas que lhes permitam satisfazer as crescentes necessidades nos domínios da água potável, alimentação e abrigo. REFLECTIR Pelos países mais pobres do mundo, que estão mais expostos às consequências da degradação ambiental, apelamos a todos para que tomem consciência e reflictam para a sua falta de recursos nos domínios da água potável, alimentação e abrigo, oremos. Pelos povos mais vulneráveis à degradação ambiental e às alterações climáticas, para que encontrem os recursos e as condições necessárias para se adaptarem às mudanças ambientais, oremos. Para garantir a sustentabilidade ambiental das gerações futuras, para que encontremos um plano de acção coordenada por todos, oremos.

AGIR Apelar para a inscrição no Movimento Limpar Portugal; Um dia por semana, deixar o carro em casa e ir de transportes públicos para o trabalho, para a universidade, para o supermercado; Separação de lixos/reciclagem; Campanha de Ecopontos em famílias de bairros sociais.

ODM 8 Parceria Global para o Desenvolvimento CONHECER Todos os Estados membros da ONU subscreveram em 2000 a Declaração do Milénio, prometendo apoiar uma parceria global para o desenvolvimento para atingir os Objectivos do Milénio (ODM) até 2015. Os países pobres concordaram em implementar políticas com vista a alcançar os ODM e ainda a melhorar a sua própria governação, transparência e prestação de contas. Em troca, os países ricos concordaram em apoiar os países em desenvolvimento no esforço de atingirem os ODM, reestruturando a ajuda, a dívida e as políticas comerciais. Muitas das pessoas muito pobres sabem uma arte, mas não conseguem fazer o seu trabalho ser rentável porque os grandes poderes económicos e políticos não os apoiam no seu trabalho. Assim continuarão a precisar de caridade assistente, quando o que necessitavam mesmo era de uma oportunidade, de uma parceria! Se o mundo investisse mais no Desenvolvimento e na prevenção, muito havia que poupar a resolver as misérias da fome e da doença. Haveria mais Paz e menos Pobreza, as comunidades poderiam ser no essencial auto-suficientes. Estabelecer uma parceria global para o Desenvolvimento significa unir forces políticas, económicas, sociais, religiosas, etc! Estabelecer uma parceira global para o Desenvolvimento significa trabalharmos a nível global, mas também local, em comunhão com o mundo, e unirmo-nos na paróquia, na associação, na ONG, nos grupos. Unirmo-nos no mesmo esforço de sensibilizar e sensibilizar-se, de cuidar e cuidar-se! Trabalhando juntos em parceria, chegaremos mais longe! REFLECTIR Dar a cana ou o Peixe?! Nem um nem outro... AMBOS! Quando uma pessoa está com muita fome, se lhe dermos só o peixe, depressa ela voltará a ter fome. Mas se lhe dermos só a cana, ela com tanta fome, nem conseguirá pescar ou aprender a pescar!

Assim, é necessário primeiro dar o peixe, dar a primeira, necessária e urgente ajuda e depois dar-se a cana?! Mas será que o nosso tipo de cana serve para pescar em todas as águas do mundo?! É melhor primeiro estudar com o pobre qual o tipo adequado de cana de pesca para a terra e cultura dele! Partilhar o tipo de cana que eu uso na minha terra e, juntos, EM PARCERIA construir uma nova cana que sirva bem para o pobre, agora sem fome porque o alimentei, possa pelo seu meio pescar e já não precisar mais da minha ajuda!. Como se deve combater a pobreza? Dando uma esmola que me deixe de consciência tranquila? Que tipo de ajuda damos aos pobres da nossa comunidade? Criamos oportunidades ou criamos dependência? Que tipo de ajuda damos aos pobres deste mundo, nossos irmãos de longe? AGIR Preparar uma actividade de sensibilização sobre este tema para as crianças da nossa comunidade Pesquisar sobre alguma organização que trabalhe na área da solidariedade em Portugal e ver de que modo trabalham, que projectos promovem... se na área da assistência ou da capacitação e parceria. Pesquisar algum projecto simples de capacitação como adquirir produtos com comercio justo e solidário, apadrinhar uma criança de algum dos países em desenvolvimento, etc!

SECRETARIADO DIOCESANO DE ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA DIOCESE DE AVEIRO sdam@orbiscooperation.org MAIS RECURSOS EM: www.diocese-aveiro.pt/sdam