Reconhecimento de Sinus Frontais Utilizando a Transformada Imagem-Floresta Diferencial e o Contexto da Forma

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Transcrição:

Reconhecimento de Sinus Frontais Utilizando a Transformada Imagem-Floresta Diferencial e o Contexto da Forma 1 Juan Rogelio Falguera, 2 Fernanda P. S. Falguera, 3 Aparecido Nilceu Marana UNESP Faculdade de Ciências Departamento de Computação Bauru SP Brasil { 1 juan.falguera, 2 fernanda.sartori}@mstech.com.br 3 nilceu@fc.unesp.br Resumo Diversos métodos biométricos baseados em características do corpo humano como impressão digital, face, íris e retina têm sido propostos para identificação humana. No entanto, para a identificação de cadáveres, tais medidas biométricas podem não estar disponíveis. Nestes casos, partes do esqueleto do corpo humano podem ser utilizadas para identificação, tais como registros dentários, tórax, vértebras, ombros e o sinus frontal. Foi demonstrado por investigações anteriores que o padrão do sinus frontal é altamente variável e único para cada indivíduo. Este artigo apresenta um método de reconhecimento de sinus frontais, para identificação humana, baseado na Transformada Imagem-Floresta e no contexto da forma. Resultados experimentais obtidos (EER = 5,82%) mostram a efetividade do método proposto. 1. Introdução O sinus frontal (ou seios frontais da face) está localizado no osso frontal do crânio e consiste em cavidades loculadas e irregulares que se comunicam com a fossa nasal através do infundibulum [1]. O sinus frontal se desenvolve embrionariamente de uma célula etmoidal e não é visível ao nascimento. Ele começa a se desenvolver a partir do segundo ano de vida e atinge seu tamanho máximo por volta do vigésimo ano, permanecendo estável durante o resto da vida [2,3]. A configuração do sinus frontal é considerada única para cada indivíduo [1,2,3,4] e é controlada por fatores genéticos e ambientais. Variações do sinus frontal foram registradas na literatura até mesmo para gêmeos monozigóticos [2,3]. A Figura 1 apresenta imagens de radiografias em incidência AP (anteroposterior) de três indivíduos, onde é possível observar as peculiaridades de cada sinus frontal. Os sinus frontais são assimétricos e suas formas são bastante discriminativas. Figura 1. Imagens de radiografias AP de quatro indivíduos, onde é possível observar as diferenças existentes entre os sinus frontais. A assimetria e as demais peculiaridades do sinus frontal têm estimulado diversas pesquisas sobre a possibilidade de identificação de pessoas por meio da análise de medidas biométricas dessa característica física, obtidas de radiografias. Shuller [2] foi o primeiro investigador a sugerir, em 1943, a possibilidade de identificação de pessoas através da comparação de radiografias do sinus frontal.

Recentemente, Kirk et al. [4] desenvolveram um estudo retrospectivo de 39 casos de identificação de esqueletos através da região do sinus frontal. Ribeiro [5] propôs um método padrão manual de medição de radiografias de sinus frontal em humanos. Ele reportou resultados positivos da aplicação de seu método sobre um banco de dados contendo 500 radiografias. Marana et al. [6] investigaram descritores de sinus frontais visando estabelecer os melhores descritores para serem utilizados em sistemas de identificação automática ou semi-automática. Nesta investigação, o melhor resultado (EER = 11,56%) foi obtido quando as características: área, largura e diâmetro de Feret das formas dos sinus frontais, foram utilizadas como descritores. O objetivo deste trabalho é investigar, além das características mais apropriadas, os melhores algoritmos de segmentação, a fim de diminuir as taxas de erro para o reconhecimento de sinus frontais, enquanto minimiza-se a intervenção humana durante o processo. 2. Transformada Imagem-Floresta Diferencial O algoritmo baseado na Transformada Imagem- Floresta Diferencial (DIFT) para segmentação de imagens foi proposto por Falcão e Bergo [7]. Esse algoritmo reduz o problema de segmentação de imagens ao cálculo de florestas de caminhos de custo mínimo no grafo derivado da imagem. A busca por caminhos de custo mínimo é restringida a caminhos que se originam em um conjunto de pixels iniciais, denominados sementes [7,8]. A função que determina o custo do caminho de um vértice do grafo até outro, é a diferença entre os níveis de cinza dos pixels que são representados pelos vértices. Dessa forma, pixels com níveis próximos de cinza terão custos menores de caminho e tenderão a se conectar ao caminho com o qual tenham maior grau de similaridade. Portanto, com a utilização desse algoritmo, a intervenção do usuário durante a segmentação da imagem é reduzida à escolha de algumas sementes dentro e fora da área de interesse. As sementes competem por vértices no grafo a cada iteração e geram, ao final, regiões internas e externas à área de interesse cujos pixels terminais delimitam o objeto [8]. A Figura 2 apresenta um grafo de uma imagem bidimensional em tons de cinza, com vizinhança 4. Os números correspondem às intensidades I(p) dos pixels e os círculos maiores denotam duas sementes: uma interna ao objeto que se deseja segmentar, um retângulo no centro da imagem, e outra externa ao objeto. Figura 2. Grafo de uma imagem 2D em tons de cinza com vizinhança 4 [8]. A Figura 3 mostra uma floresta de caminhos de custo mínimo para o grafo da Figura 2, usando como função de custo, C(p,q) = I(q) - I(p), onde I(p) é a intensidade de um pixel e I(q) é a intensidade do seu pixel predecessor. Os números mostrados na Figura 3 são os valores de custo. A segmentação do retângulo no centro da imagem é obtida pela árvore enraizada na semente interna. As setas da Figura 3 apontam para o predecessor do vértice no caminho ótimo. Figura 3. Floresta de caminhos de custo mínimo para o grafo da Figura 2 [8]. Caso o resultado da segmentação não seja ideal, o usuário pode acrescentar mais sementes dentro ou fora da área de interesse e executar novamente o algoritmo, que ao invés de recalcular uma nova floresta de caminhos ótimos toda vez que o conjunto de sementes é alterado, somente atualiza o resultado da segmentação de forma diferencial, em tempo proporcional ao número de vértices nas regiões modificadas da floresta, reduzindo em até dez vezes o tempo de cada execução, em relação ao algoritmo IFT original [8].

3. Segmentação de Sinus Frontais A segmentação do sinus frontal a partir de uma radiografia AP do crânio tem se mostrado como a etapa mais complexa da tarefa de automatização do reconhecimento de sinus frontais, uma vez que as bordas dos sinus frontais são muito difíceis de serem detectadas, devido às interferências de outras estruturas craniais e a alguns outros tipos de ruídos. Mesmo para especialistas em Radiologia, esta pode ser uma tarefa difícil. Com a intenção de reduzir ao máximo o número de intervenções do usuário durante o processo de segmentação do sinus frontal, o algoritmo DIFT [7,8] foi adotado. A Figura 4(b) exibe a segmentação manual do sinus frontal obtida, sob supervisão de um radiologista, a partir da imagem da radiografia apresentada na Figura 4(a). A Figura 4(c) apresenta a segmentação do sinus frontal da Figura 4(a), obtida utilizando-se o algoritmo DIFT. É possível observar que a segmentação obtida pelo algoritmo é bastante similar à segmentação manual obtida sob a supervisão de um especialista humano. Note na Figura 4(c) as sementes internas e externas definidas pelo usuário. Após a segmentação do sinus frontal, apenas os pontos da borda são armazenados para a realização das etapas seguintes. A Figura 5(c) mostra o histograma da distribuição obtido para o ponto da borda selecionado na Figura 5(b). Quanto mais escura a posição no histograma, maior é a ocorrência de pontos da borda naquele ângulo e distância. (a) (b) 4. Contexto da Forma O Contexto da Forma (Shape Context) é um descritor de formas proposto por Belongie et al. [9]. Dado um ponto p pertencente a uma borda, esse descritor captura a distribuição polar-logarítmica dos demais pontos da borda em relação a p, proporcionando uma caracterização global e discriminativa da forma da borda. Desse modo, pontos correspondentes em duas bordas semelhantes, apresentam contextos da forma semelhantes [9]. A medida de similaridade entre dois objetos é computada como sendo o custo mínimo de alinhamento entre os pontos de suas bordas. Quanto mais diferentes forem as formas dos objetos, maior será o custo do alinhamento. A Figura 5(a) apresenta o diagrama do histograma polar-logarítmico utilizado para calcular o contexto da forma para cada ponto da borda em relação aos demais pontos. Neste exemplo, o histograma é composto por 5 compartimentos log r e 12 ângulos, totalizando 60 compartimentos. A Figura 5(b) apresenta a imagem de uma borda de sinus frontal, na qual se ilustra o cálculo do histograma polar-logarítmico de um dos pontos da borda. (c) Figura 4. (a) Imagem do sinus frontal obtida de uma radiografia AP; (b) Segmentação manual do sinus frontal apresentado em (a), realizada com a supervisão de um radiologista; (c) Segmentação semiautomática do sinus frontal apresentado em (a) utilizando o algoritmo DIFT (utilizando-se 8 sementes externas e 17 sementes internas). 5. Reconhecimento de Sinus Frontais Para o reconhecimento do sinus frontal, foi adotado neste trabalho o método baseado nos descritores de contexto da forma nas fases de alinhamento e comparação das bordas dos sinus frontais extraídas das imagens segmentadas.

(a) (b) (c) Figura 5. (a) Diagrama do histograma polarlogarítmico utilizado para computar o contexto da forma; (b) Ilustração do cálculo do histograma polarlogarítmico para um dos pontos da borda de um sinus frontal; (c) Contexto da forma (histograma) calculado para o ponto da borda do sinus frontal ilustrado em (b). A medida de similaridade entre dois sinus frontais é determinada pelo custo do melhor alinhamento obtido para eles, utilizando os descritores dos contextos da forma para cada um dos pontos pertencentes às suas bordas, detectadas utilizando-se o algoritmo baseado na Transformada de Imagem-Floresta Diferencial. Quanto menor o custo, maior o grau de similaridade entre os sinus frontais. Dados dois pontos p i e p j, pertencentes a cada uma das bordas sendo comparadas, como os contextos das formas associados a cada ponto são distribuições representadas por histogramas, é natural utilizar-se o teste estatístico 2, dado pela equação (1), para calcular o custo de casamento entre os pontos p i e p j, onde h i (k) e h j (k) denotam os histogramas normalizados dos pontos p i e p j, respectivamente, e K representa a quantidade de compartimentos do histograma. C ij 1 2 K k 1 h ( k) h i h ( k) h 6. Resultados Experimentais i j ( k) j 2 ( k) (1) O desempenho do método proposto para o reconhecimento de sinus frontais foi avaliado em um banco de dados contendo 90 radiografias AP de 29 indivíduos com mais de 20 anos de idade. No conjunto de radiografias há pelo menos duas imagens de radiografias para cada indivíduo. Durante os experimentos realizados, inicialmente, as imagens de todas as radiografias do banco de dados foram segmentadas, utilizando-se o algoritmo baseado no método DIFT, para se obter as bordas de todos os sinus frontais. As Figuras 6(a), 6(b), 6(c) e 6(d) exibem as segmentações obtidas para algumas imagens de radiografias do banco de dados (as radiografias apresentadas na Figura 1). Após a segmentação das imagens, foram realizadas comparações entre todas as bordas genuínas, ou seja, bordas de sinus frontais do mesmo indivíduo, gerando-se pontuações para cada comparação. Também foram obtidas as pontuações para todas as comparações de bordas impostoras, ou seja, bordas de sinus frontais de pessoas diferentes. Com as pontuações obtidas nas comparações entre sinus frontais genuínos e impostores, foi possível gerar as curvas ROC (Receiver Operating Characteristic). As curvas ROC relacionam a taxa de falsa aceitação em oposição à taxa de falsa rejeição para diversos valores de limiar, proporcionando um método eficiente de comparação entre diferentes métodos biométricos. A Figura 7 mostra a curva ROC obtida nos experimentos que representa a taxa de falsa aceitação (FAR) versus a taxa de aceitação de genuínos (GAR). A Figura 8 mostra a curva ROC obtida nos experimentos que representa a taxa de falsa aceitação (FAR) versus a taxa de falsa rejeição (FRR). O método proposto obteve uma taxa de EER (Equal Error Rate) de 5,82% para o banco de dados utilizado. 7. Conclusão O método proposto para o reconhecimento de sinus frontais utilizando DIFT e contexto da forma obteve resultados muito bons em nossos experimentos. Resultados estes melhores que os reportados por Marana

et al. [6], quando foram utilizados área, largura e diâmetro de Feret como descritores de forma dos sinus frontais. O sucesso do método deve-se em grande parte à eficácia do algoritmo DIFT, utilizado no estágio de segmentação, que proporcionou segmentações bastante próximas às segmentações manuais obtidas sob a supervisão de um especialista da área de radiologia. Figura 6. Segmentações dos sinus frontais das imagens apresentadas na Figura 1, por meio do método DIFT. Os pontos pretos e brancos representam respectivamente as sementes internas e externas definidas pelo usuário. Os resultados experimentais obtidos corroboram os descritos na literatura sobre a viabilidade da utilização de informações dos sinus frontais como uma alternativa para identificação humana em aplicações forenses. Como continuidade deste trabalho, serão investigados novos descritores dos sinus frontais e novos algoritmos para comparação de formas, visando reduzir ainda mais as taxas de erro. (a) (b) FAR Figura 7. Curva ROC FAR x GAR para o método proposto de reconhecimento de sinus frontais. (c) FRR GAR FAR (d) Figura 8. Curva ROC FAR x FRR para o método proposto de reconhecimento de sinus frontais.

Agradecimentos Os autores agradecem a Dra. S. L. Brooks e o Dr. J. McNamara, da Universidade de Michigan, EUA, pelas imagens de radiografias de sinus frontais, e a Dra. Flavia Casedei, do Hospital Estadual de Bauru, por sua colaboração durante a segmentação manual dos sinus frontais. Referências [1] Dorland s Illustrated Medical Dictionary, 25th edition. Philadelphia: W. B. Saunders, 1974. [2] Schuller, A.. A note on the identification of skulls by x-ray pictures of the frontal sinuses. Med. J. Australia, 1943, 1:554-7. [3] Brogdon, B. G.. Forensic Radiology. CRC Press, 1998. [4] Kirk, N. J.; Wood, R. E.; Goldstein, M.. Skeletal Identification Using the Frontal Sinus Region: A Retrospective Study of 39 Cases. J Forensic Sci 2002, 47(2):318-323. [5] Ribeiro, F. A. Q.. Standardized measurements of radiographic films of the frontal sinuses: An aid to identifying unknown persons. Ear, Nose and Throat Journal, Jan 2000, v79, p26. [6] Marana, A. N., Oura, D. Y., Yamamoto, T., Falguera, F. P. S., and Falguera, J. R.; Towards an Automatic Frontal Sinus Identification System, Anais do II Workshop de Visão Computacional, USP - São Carlos, 2006. p. 93-98. [7] Falcão, A. X. and Bergo, F. P. G.. Interactive volume segmentation with diferential image foresting transforms. IEEE Trans. on Medical Imaging, 23(9):1100-1108, 2004. [8] Miranda, P. A. V., Segmentação de Imagens pela Transformada Imagem-Floresta, Dissertação de Mestrado, IC-UNICAMP, January 15th 2006. [9] Belongie, Serge; Malik, Jitendra; Puzicha, Jan. Shape Matching and Object Recognition using Shape Contexts. IEEE Transactions on Pattern Analysis and Machine Intelligence, April 2002, vol. 24, No. 24, p. 509-522.