PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO



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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSUÉ PERES DA SILVA ANÁLISE DO SISTEMA DE BUSCA DE INFORMAÇÕES DO SISTEMA DE PROCESSOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA. SÃO JOSÉ 2012

1 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSUÉ PERES DA SILVA ANÁLISE DO SISTEMA DE BUSCA DE INFORMAÇÕES DO SISTEMA DE PROCESSOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio II, do curso de administração do Centro Universitário Municipal de São José USJ. Orientador: Prof. M.Eng. Alcides José Fernandes Andujar SÃO JOSÉ 2012

2 JOSUÉ PERES DA SILVA ANÁLISE DO SISTEMA DE BUSCA DE INFORMAÇÕES DO SISTEMA DE PROCESSOS SIPROC DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em administração do Centro Universitário Municipal e São José USJ avaliado pela seguinte banca examinadora: Orientador: Prof. Alcides José Fernandes Andujar, M.Eng. Prof. Gilson Karkotli, Dr. Prof. Renata Silva, MSc. São José, 25 de Junho de 2012.

3 Dedico meu trabalho a minha família, que esteve presente em todos os momentos de minha caminhada acadêmica dando força e estímulo para sempre seguir em frente, bem como minha esposa Rhaianny Heeck, por sua dedicação, paciência e companheirismo dedicamos a mim.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me permitir a oportunidade de acordar todos os dias e poder usufruir de tudo o que ele tem feito em minha vida. Agradeço a minha família, por ter me dado o que tenho de mais precioso dentro de mim, meus princípios e convicções. Aos colegas de universidade, que sempre estiveram presente em minha caminhada acadêmica. Aos meus colegas de trabalho por todo conhecimento compartilhado comigo durante esses cinco anos e meio, em especial ao Hamilton Hobus Hoenke, Consultor Geral desta Corte de Contas, por todos as conversas e tempo dedicado a esclarecer dúvidas e sugestões. Agradeço também ao meu orientador de conteúdo, Professor Alcides Andujar, por todo empenho e dedicação despendidos a este trabalho. Aos demais Professores do USJ, que são verdadeiros mestres e exercem suas funções com excelente destreza, auxiliando de maneira fundamental na formação de verdadeiros administradores. Por fim, porém não menos importante, agradeço aos membros desta banca, Professor Gilson Karkotli e no qual tive a honra de ser aluno em algumas cadeiras e Professora Renata Silva, que com sua infinita dedicação me auxiliou por muitas vezes. A todos, o meu muito obrigado e gratidão.

5 Eu segurei muitas coisas em minhas mãos, e perdi tudo; mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo. Martin Luther King

6 RESUMO O atual cenário organizacional é marcado pelo dinamismo que as informações são geradas pelas empresas. Sendo assim é essencial que haja um meio de gerenciar as informações de maneira segura e que esteja sempre a disposição das áreas interessadas, tornando as atividades mais ágeis e seguras, pois os usuários terão as informações necessárias disponíveis para consulta a qualquer momento. Neste contexto, percebeu-se a possibilidade de elaborar uma pesquisa no intuito de analisar de que forma é tratada as informações geradas pela Consultoria Geral, uma diretoria do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, responsável pela elaboração de pareceres jurídicos contendo respostas à indagações de gestores públicos referente a dúvidas sobre legalidade de atos administrativos. Foi então que percebeu-se a necessidade de melhorias no que diz respeito ao Sistema de Processos (SIPROC), que é utilizado pelos usuários para efetuar pesquisas de pareceres elaborados anteriormente, no intuído de reduzir o tempo de trabalho em cada parecer. Após a fundamentação teórica, buscou-se identificar e analisar os pontos críticos por meio de pesquisa exploratória, na qual o pesquisador pode se familiarizar de uma melhor forma com o cenário analisado, por meio de coleta de dados através de levantamento bibliográfico, documental, entrevista e questionários aplicados com pessoas que tem contato direto com o problema pesquisado. Consequentemente, após coleta de dados e obtenção de informações necessárias, pode-se destacar e analisar as causas do funcionamento atual do SIPROC e propor melhorias para a resolução das causas identificadas. Com todas as causas já identificadas e melhorias propostas, analisamos os resultados e concluímos que caso as propostas sejam aplicadas a instituição obterá um ganho significativo no que diz respeito a produtividade, trazendo assim resultados positivos a sociedade catarinense. Palavras-chave: Sistemas de informação. Análise. Organização Pública.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Objetivos do BSC... 21 Figura 02: Processo de Planejamento... 21 Figura 03: Mapa Estratégico TCE... 23 Figura 04: Organograma TCE... 29 Figura 05: Organograma COG... 29 Figura 06: Componentes de um sistema... 38 Figura 07: Exemplo - Diagrama de Ishikawa... 52 Figura 08: Fluxograma - Processo de elaboração de pareceres jurídicos... 58 Figura 09: Visão geral do SIPROC... 59 Figura 10: Fluxograma Processo de pesquisa realizado pelo usuário... 61 Figura 11: Fluxograma Processo de pesquisa segundo o desenvolvedor... 63 Figura 12: Diagrama de Ishikawa... 65 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Evolução dos sistemas de informação... 40 Quadro 02: Matriz GUT Priorização de causas... 65 Quadro 03: Plano de ação - 1... 66 Quadro 04: Plano de ação - 2... 66 Quadro 05: Plano de ação - 3... 67 Quadro 06: Plano de ação - 4... 67 Quadro 07: Plano de ação - 5... 67 Quadro 08: Plano de ação - 6... 68

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 1.1 TEMA... 11 1.2 PROBLEMA... 12 1.3 OBJETIVOS... 12 1.3.1 Objetivo Geral... 12 1.3.2 Objetivo Específico... 13 1.4 JUSTIFICATIVA... 13 2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL TCE/SC... 15 2.1 HISTÓRICO.... 14 2.2 PAPEL... 16 2.3 EVOLUÇÃO... 18 2.4 INSTITUIÇÃO HOJE.... 19 2.4.1 Plano Estratégico 2008-2011... 20 2.4.1.1 Missão... 22 2.4.1.2 Visão... 22 2.4.1.3 Valores.... 22 2.4.1.4 Mapa Estratégico... 23 2.4.1.5 Análise Interna... 24 2.4.1.6 Análise Externa.... 26 2.4.2 Organograma... 28 2.4.3 Consultoria Geral... 29 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 31 3.1 ADMINISTRAÇÃO... 31 3.1.1 Conceito de Administração... 31 3.1.2 Administração Pública... 32 3.1.2.1 Tribunais... 35 3.2 SISTEMAS... 37 3.2.1 Sistemas de Informação... 39 3.2.1.1 Dado e Informação... 44 3.2.1.2 A importância dos sistemas de informação... 45

9 3.2.2 Tipos de sistemas de informação... 46 3.2.2.1 Sistema de informação gerencial - SIG... 46 3.2.2.2 Sistema de apoio à decisão - SAD... 47 3.2.2.3 Sistema de informação operacional - SIO... 48 3.3 FERRAMENTAS DA QUALIDADE... 50 3.3.1 Fluxograma... 50 3.3.2 Matriz GUT... 50 3.3.3 Diagrama de Ishikawa... 51 3.3.2 Plano de ação 5W2H... 52 4 METODOLOGIA DE PESQUISA... 54 4.1 QUANTO A NATUREZA... 54 4.2 QUANTO AO OBJETIVO... 54 4.3 QUANTO A ABORDAGEM... 55 4.4 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS... 55 4.5 COLETA DE DADOS... 55 5 RESULTADOS DA PESQUISA... 57 5.1 O CENÁRIO ATUAL... 57 5.2 SIPROC SISTEMA DE PROCESSOS... 58 5.3 LEVANTAMENTO DE DADOS... 59 5.3.1 Resultados obtidos após entrevistas com usuários... 59 5.3.1.1 Dificuldades apontadas por usuários ao efetuar pesquisas... 60 5.3.1.2 Necessidades apontadas por usuários ao efetuar pesquisas... 60 5.3.1.3 Procedimento de pesquisa pelo usuário... 61 5.3.1 Resultados obtidos após entrevistas com desenvolvedores... 62 5.3.2.1 Respostas dos desenvolvedores quanto às dificuldades apontadas pelos usuários... 60 5.3.2.2 Procedimento de pesquisa, segundo os desenvolvedores... 63 5.4 ANÁLISE DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS... 63 5.4.1 Análise dos processos através de fluxograma... 63 5.4.2 Identificação de causas... 64 5.4.3 Priorização de causas... 65 5.5 PROPOSTAS DE MELHORIA... 66

10 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 69 REFERÊNCIAS... 71 GLOSSÁRIO... 78 APÊNDICE... 79

11 1 INTRODUÇÃO Vive-se em um mundo cada vez mais dinâmico, onde a informação correta, acessível, concisa e íntegra tem um valor imensurável nas mãos de quem sabe utilizá-la. Em meio a um cenário extremamente competitivo e disputado, empresas que obtiverem as informações certas, nas horas certas, terão grandes possibilidades de superar seus concorrentes. Mas muitas vezes ter um quantitativo elevado de dados não quer dizer que a empresa tem um diferencial estratégico que poderá levála a patamares mais elevados. Na administração pública, não há essa competitividade e esse anseio para superar concorrentes, mas sim a obrigatoriedade de utilizar-se da melhor forma o erário público, a fim de que não extrapole o orçamento disponível para o exercício e que o serviço seja prestado da melhor forma possível, na perspectiva cidadão e sociedade, assim otimizando os recursos. Para isso utiliza-se também Sistemas de Informações Gerenciais, com foco no controle e melhor aproveitamento de recursos, diferentemente das organizações privadas, que tem o seu foco no objetivo do lucro. Neste trabalho abordaremos a análise de informações consideradas importantes e como isso pode refletir no desempenho da produtividade. 1.1 TEMA O tema deste trabalho é um estudo sobre a análise do sistema de busca de informações do Sistema de Processos (SIPROC) do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, com ênfase na análise da sistemática de identificação e localização de matéria analisada e julgada anteriormente, considerando as inovações tecnológicas disponíveis, de forma a obter redução no tempo e aumento na agilidade e qualidade dos relatórios e pareces emitidos por este departamento, para o processo decisório.

12 1.2 PROBLEMA No mundo de hoje, diante das transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas a partir da entrada de novas tecnologias e do processo de globalização, as organizações procuram cada vez mais recursos que as ajudem a inserir-se na modernidade. Neste cenário surge um modelo de organização que se apóia nas inovações tecnológicas de fluxo de informações. Essas mudanças visam otimizar a utilização de recursos que as organizações dispõem. Mesmo que de forma tardia, as organizações públicas, também vêem buscando implementar ferramentas informacionais que as auxiliem na gestão, tornando aos poucos área pública modernizada e capaz de controlar de maneira satisfatória seus recursos. As instituições públicas brasileiras, mesmo que tardiamente, também estão procurando se inserir nesse contexto de mudanças, portanto devem envidar esforços para adequar e racionalizar seus processos de trabalho, buscando organizar seus recursos informacionais e valorizando seu capital intelectual. (CIANCONI, 1998, p. 4). Diante deste cenário, no qual as organizações públicas encontram-se em um momento de mudança no que refere-se a recursos informacionais, a pesquisa buscará responder ao seguinte problema: De que maneira pode-se melhorar a atual forma de identificação e localização das matérias analisadas dentro da Consultoria Geral? 1.3 OBJETIVOS Todas ações são movidas para atendimento a objetivos, que necessitam ser planejados, transparentes, coerentes, concisos e devem mostrar o foco almejado. Os objetivos devem servir de guia durante o processo de melhoria, e as ações devem ter o seu foco voltado para eles. 1.3.1 Objetivo Geral Analisar como a utilização do Sistema de Informações Gerências, pode auxiliar usuários na elaboração de relatórios e pareceres da Consultoria Geral do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

13 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar possíveis dificuldades encontradas pelos usuários do SIPROC (Sistema de Processos). Identificar as principais necessidades dos usuários. Detectar possíveis pontos críticos no processo de pesquisa do SIPROC. Apontar e priorizar as causas. Propor possíveis melhorias. 1.4 JUSTIFICATIVA Todos os dias é gerada uma quantidade imensurável de dados na área pública. Na Consultoria Geral do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, são respondidas consultas contendo dúvidas dos seguintes gestores públicos: Governador, Presidente da Assembléia Legislativa, Prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Secretários de Estado e Município e Presidentes de Autarquias. Diariamente são elaborados relatórios e pareceres diversos, sobre as mais diversas matérias da área pública, o que faz com que sejam elaborados uma média de 50 pareceres/mês. Para agilizar e padronizar o entendimento nas matérias de competência do Órgão, o atual sistema chamado SIPROC (Sistema de Processos), possui um módulo de pesquisa, no qual permite uma busca na ementa do relatório ou parecer já analisado e julgado. Neste módulo do sistema, ao efetuar uma busca obtém-se uma infinidade de resultados e dados. Com isso, o usuário vê-se obrigado a procurar em outros módulos de maneira manual e até mesmo em outras fontes de pesquisa, como livros, internet e colegas de trabalho com uma maior experiência na matéria, sendo que se houvesse uma racionalização da alocação das informações, não seria necessária a consulta externa ao sistema, que acaba gerando uma maior demanda de tempo para o usuário. Para alcançar a qualidade e a eficiência desejadas, as organizações devem calcar o processo decisório em um sistema de informações confiável, de acesso rápido e objetivo procurando compreender as mudanças e estabelecer novos rumos

14 necessários à redução de incertezas quanto ao futuro (BARBALHO & BERAQUET, 1995). Esta racionalização seria importante, pois refletiria na agilidade da resposta dada ao gestor público que teria sua dúvida dirimida mais rapidamente, podendo assim tomar suas decisões com embasamento legal, evitando erros e poupando recursos públicos, beneficiando assim toda a sociedade. O presente trabalho ainda vai ao encontro de 1 (um) dos objetivos estratégicos, da perspectiva dos processos internos, citados no mapa estratégico do TCE/SC, constante na página 23: Reduzir o tempo de análise e julgamento dos processos. Por fim o presente trabalho ainda servirá como incentivo e base para novas pesquisas na área de sistemas de informação, trazendo benefícios para a USJ e mercado.

15 2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL - TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA Os homens e os governos são passageiros. Já as instituições públicas não. Representantes da sociedade e guardiãs de seus direitos mais elevados, elas são perenes. Ao longo dos anos vencem obstáculos, se adaptam às exigências dos contextos históricos e aprimoram seus métodos as serem defrontadas por adversidades. Enquanto avançam, registram em sua própria trajetória as marcas deixadas por homens e governos e governos que se sucedem. Com o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina não é diferente. Desde o dia 4 de novembro de 1955, quando teve sua criação aprovada pela Assembléia Legislativa, a Corte catarinense vive uma história rica em acontecimentos especiais alguns benéficos para a instituição e outros nem tanto. Vencidas essas cinco décadas, um fato é inegável: graças a contribuição de seus funcionários e de homens públicos que ocupam seu plenário a instituição tornou-se referência para todo o País pela qualidade dos serviços que presta à comunidade. 1 2.1 HISTÓRICO Proposto na constituição do Estado de Santa Catarina de 1947, que previu a criação de um órgão responsável pelo controle da aplicação dos recursos públicos no Estado e nos municípios catarinenses. A administração financeira estadual e municipal, especialmente a execução do orçamento, será fiscalizada no Estado pela Assembléia Legislativa e nos Municípios pelas respectivas Câmaras, com o auxílio de um Tribunal de Contas, cujas atribuições a lei definirá. (Art. 149, da Constituição Estadual de 1947). O TCE/SC foi criado em 04 de novembro de 1955, pela Lei Estadual n.º 1.366, sancionada pelo governador Irineu Bornhausen. A matéria, de iniciativa do governador Aderbal Ramos da Silva, ficou cinco anos tramitando na Assembléia Legislativa, até ser aprovada. O Projeto de Lei 141/50 de 30 de outubro de 1950, propondo a criação do órgão, foi submetido a vários exames nas comissões de Finanças e de Constituição e Justiça e arquivado mais de uma vez. Finalmente, em 03 de novembro de 1955, a proposta foi apreciada e aprovada pelo Legislativo e, no dia seguinte, foi sancionada pelo governador Irineu Bornhausen que nomeou os sete primeiros integrantes do Tribunal de Contas, os então denominados juízes : João Bayer Filho, João José de Souza Cabral, 1 Conselheiro Otávio Gilson dos Santos, Presidente do TCE/SC. Tribunal de Contas de Santa Catarina: 50 anos de história. Santa Catarina, 2006, p.8.

16 Leopoldo Olavo Erig, Nelson Heitor Stoeterau, Nereu Corrêa de Souza, Monsenhor Pascoal Gomes Librelotto e Vicente João Schneider. (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2011). Sua primeira sessão ocorreu no palácio Cruz e Souza, quando foram nomeados seus sete primeiros juízes : João José de Souza Cabral, Leopoldo Olavo Erig, Nelson Heitor Stoeterau, Nereu Corrêa de Souza, Monsenhor Pascoal Gomes Librelotto e Vicente João Schneider, hoje chamados de Conselheiros. Na ocasião João Bayer Fillho foi eleito como primeiro presidente da Corte. Quando começaram as atividades, o controle das contas públicas era prévio, incidindo, basicamente, sobre as contas do Poder Executivo, fiscalizando de 30 a 35% do orçamento de todo Estado. O órgão era composto por sete juízes, contando com dois procuradores, um auditor e 30 funcionários (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2011). Enquanto prosseguiam as obras de sua primeira sede própria localizada na Praça XV de novembro, o TCE funcionou no Palácio Cruz e Souza até abril de 1956. A sede própria foi ocupada em 17 de abril de 1956. O prédio, que antes abrigava a Chefatura de Polícia, também ficava nos arredores da Praça XV, mas o local ainda era pequeno para abrigar o TCE. O presidente da corte tinha sua própria sala, mas os outros seis juízes dividiam um mesmo ambiente e tinham à sua disposição uma única secretária. Todas as instalações, por si só redu-zidíssimas, tinham de ser divididas entre funcionários e montanhas de balanços e documentos contábeis de todo tipo. O TCE teve então de espalhar-se pela cidade. Além da sede na Praça XV, foram ocupadas salas em outros prédios do centro da cidade e até um espaço no Mercado Público Municipal, que abrigou o arquivo. (Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2006, p. 58). Em março de 1976, o TCE se transferiu para as instalações situadas, na Praça Tancredo Neves, onde está localizado até hoje. 2.2 PAPEL O relacionamento entre quem paga e quem recolhe impostos nunca foi dos mais amistosos. Em situações extremas, a tensão entre os dois lados serviu até de estopim ou pelo menos de um motivador a mais para revoluções e movimentos que resultam em mortes e mudanças na história mundial (Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2006, p. 29).

17 No Brasil, a revolta contra impostos nunca gerou movimentos tão extremados, mas também já serviu de pretexto para batalhas e mortes. Na verdade, não existe cidadão que comemore o pagamento de impostos e tributos, porém quando a cobrança é justa e o destino do dinheiro arrecadado é para o bem comum, o desgosto com o pagamento não se transforma em revolta. É justamente nesse ponto que entram os órgãos fiscalizadores das contas dos governos. É neste contexto que o TCE de Santa Catarina vem atuando, tendo suas principais atribuições nos artigos 59 e 113 da Constituição Estadual. Apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo governador do Estado e pelos prefeitos municipais, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos, além de apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal. O Tribunal ainda fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado a municípios, através de convênios, e de subvenções a entidades privadas. (Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2006, p. 29). Outro papel que o TCE/SC exerce é o de responder a consultas efetuadas por gestores públicos acerca de matéria sujeita a sua fiscalização, fazendo com que os gestores tenham todas as suas dúvidas dirimidas e que possam tomar suas decisões de forma totalmente legal. O TCE/SC ainda apura denúncias acerca de supostas irregularidades cometidas em órgãos públicos estaduais e municipais. Portanto, diante das suas atribuições constitucionais, o TCE/SC exerce as seguintes funções básicas: opinativa - quando emite o parecer prévio sobre as contas anuais prestadas pelo governador do Estado e pelos prefeitos municipais; consultiva - quando responde às consultas formuladas em tese sobre atos sujeitos à sua fiscalização; corretiva quando fixa prazos para que o responsável tome as providências necessárias ao cumprimento da lei diante da ilegalidade de determinado ato; jurisdicional - mesmo que restrita ao âmbito administrativo, quando julga as contas dos administradores públicos e registra atos de pessoal; de assessoramento quando representa ou recomenda à autoridade competente a correção de eventuais erros;

18 orientadora - quando realiza cursos, debates e reuniões promovidas, em sua sede e no interior do Estado, com a finalidade de orientar os administradores públicos. A administração pública está sujeita ao controle interno e externo, sendo o primeiro, realizado individualmente pelos Três Poderes, ou seja, é aquele realizado por órgão ou conjunto de órgãos (sistema) que integra a estrutura fiscalizada, dentro de sua própria hierarquia administrativa. Já o controle externo é exercido por órgão diverso do controlado. É o que faz o TCE quando fiscaliza os órgãos e entidades da administração pública estadual e municipal, em auxílio à Assembléia Legislativa e às Câmaras Municipais, CE, art. 59 e 113, 1º. (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2011). As duas formas de controle devem coexistir, não sendo uma mais importante do que a outra, pois cada uma é fundamental e tem seu papel no controle das contas públicas. 2.3 EVOLUÇÃO O quadro de pessoal do TCE sofreu algumas alterações e ampliações entre 1959 e 1970, onde foram criados três cargos de auditor e o quadro da Procuradoria Geral Junto ao órgão. Em meio a este período, ocorre a mudança na nomenclatura dos chamados Juízes, passando a serem chamados de Conselheiros. Em 1970 a fiscalização já atingia autarquias, fundações estaduais, prefeituras municipais e deixou de incidir apenas sobre o poder executivo e passou a ser realizada nos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1981, o TCE começa fiscalizar sociedades de economia mista. Na mesma década foi construído o primeiro prédio anexo, já contando com recursos de informática. Em 1993 foi consolidada a Diretoria de Controle de Obras Públicas, aumentando ainda mais a fiscalização do erário público no Estado. A nova Constituição Federal de 1988 e por conseqüência, a Estadual de 1989, ampliou as atribuições do Tribunal de Contas. Havendo a partir desse momento, a possibilidade de qualquer cidadão formular denúncias sobre

19 irregularidades na gestão de recursos públicos perante o TCE, dentre tantas outras novas atribuições. Com tantas mudanças ocorrendo o TCE teve de reformular sua estrutura organizacional, uma nova Lei Orgânica, Regimento Interno e a realização de concursos públicos, para suprir as necessidades de pessoal da instituição. Tendo agora um maior volume de trabalho e as demandas da sociedade por um controle mais ágil e eficaz, em 1993 começaram os estudos para implantação do Sistema de Auditoria de Contas Públicas ACP. Sistema este que serviu de modelo para outros Tribunais de Contas do País, marcando uma nova etapa no acompanhamento e controle da gestão pública, a partir da informatização da remessa de demonstrativos contábeis pelas unidades fiscalizadas. Em 1997, foi concluída a implantação do ACP para a análise das contas municipais. Além da diminuição do fluxo de papéis, os técnicos do TCE passaram a dispor de melhores subsídios para o planejamento de auditorias e mais agilidade na pesquisa sobre atos de gestão (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2011). 2.4 INSTITUIÇÃO HOJE Em 50 anos, foram muitas as conquistas. Tantas que esta Casa tornou-se pioneira e exemplo na busca da modernização para exercer com fidelidade sua tarefa constitucional de controle e fiscalização da gestão dos recursos públicos. É importante destacar que nada seria possível sem a colaboração de todos que aqui diuturnamente labutam. Cada um, no desempenho das atribuições de seu cargo, teve importância fundamental para a superação dos desafios. 2 A nova realidade exigiu a reformulação da estrutura organizacional do Tribunal. Em 2006, o Tribunal realizou três concursos públicos, quando foram preenchidas 64 vagas nos cargos de Auditor Substituto de Conselheiro, Auditor Fiscal de Controle Externo e de Técnico em Atividades Administrativas e de Controle Externo. Atualmente, com 540 servidores e cerca de 1.800 órgãos sujeitos a sua fiscalização, o Tribunal catarinense enfrenta os novos desafios impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal que atribuiu aos Tribunais de Contas, papel indispensável na fiscalização do cumprimento das medidas que buscam o equilíbrio das contas públicas. 2 Conselheiro José Carlos Pacheco, Vice-Presidente do TCE/SC. Tribunal de Contas de Santa Catarina: 50 anos de história. Santa Catarina, 2006, p.25.

20 A seguir abordaremos alguns pontos relevantes da instituição atualmente. 2.4.1 Plano Estratégico 2008-2011 Segundo Chiavenato (1999, p. 226), planejamento estratégico é um processo organizacional compreensivo de adaptação através da aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder a questões básicas como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz. O resultado do processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos. Por ser uma organização em pleno desenvolvimento e caminhando para um futuro de modernização de seus processos, o TCE elaborou um plano estratégico visando o melhor caminho para soluções práticas e eficazes para responder às necessidades da sociedade. Os trabalhos para a elaboração do Plano Estratégico 2008-2011 tiveram início em 2007, tendo como metodologia principal o Balanced Scorecard (BSC). O BSC é foi desenvolvido por Robert S. Kaplan e David P. Norton, professores da Havard Business School. Segundo seus criadores Kaplan e Norton (2001), o BSC é uma metodologia utilizada na definição de estratégias para a organização e no desdobramento dessas estratégias em objetivos a serem alcançados e em indicadores de desempenho. Por meio do monitoramento dos indicadores, as lideranças permanecem informadas sobre os resultados alcançados e sobre a necessidade de serem realizados ajustes na trajetória inicialmente proposta. A Diretoria de Planejamento Estratégico escolheu o BSC, depois de ter realizado estudos sobre soluções técnicas adotadas em instituições semelhantes, que é o caso do Tribunal de Contas da União, Superior Tribunal de Justiça e Ministério Público de Santa Catarina (Santa Catarina, 2007). Dentre alguns objetivos do BSC, destacam-se: 1) traduzir a estratégia em termos operacionais; 2) alinhar a organização à estratégia; 3) comunicar a estratégia transformá-la em fato familiar e tarefa de todos; 4) gerenciar a estratégia com base num processo contínuo; e 5) mobilizar a organização para a implementação da estratégia (Santa Catarina, 2007).

21 Figura 01: Objetivos do BSC Fonte: TCE Plano Estratégico 2008-2011, 2007, p. 16 A partir da escolha da metodologia, os trabalhos iniciaram com a elaboração de um cronograma de atividades, tais como: palestras, reuniões setoriais e oficinas de trabalho. As oficinas de trabalho foram realizadas ainda em 2007, tendo como resultado a elaboração da missão, visão e valores da instituição. Ainda em 2007 foram elaboradas as metas, indicadores, iniciativas, ações e projetos. Todo o trabalho foi apresentado, avaliado e aprovado pelo corpo deliberativo da instituição. Abaixo podemos apreciar um gráfico, sintetizando as etapas realizadas na elaboração do Plano Estratégico 2008-2011. Figura 02: Processo de Planejamento Fonte: TCE Plano Estratégico 2008-2011, 2007, p. 16

22 2.4.1.1 Missão Para Chiavenato (1999, p. 247), A missão de uma organização significa a razão de sua existência. É a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para o que ela deve servir. Ao definir a missão, temos um critério geral para orientar a tomada de decisão, para definir objetivos e auxiliar na escolha das decisões estratégicas. Os trabalhos para definir o Plano Estratégico 2008-2011, culminaram na elaboração da missão do TCE, que foi assim definida: Exercer o controle externo, por meio de ações de orientação e fiscalização, contribuindo para o aperfeiçoamento da gestão pública em benefício da sociedade catarinense (SANTA CATARINA, 2007, p. 25). 2.4.1.2 Visão Chiavenato (1999, p. 253) diz que, Visão é a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. É o ato de ver a si própria no espaço e no tempo. [...] Geralmente a visão está mais voltada para aquilo que a organização pretende ser do que para aquilo que ela realmente é. Definir onde se pretende chegar permite entender com clareza o que é preciso mudar na organização para que a visão seja alcançada. Uma organização sem visão é uma organização sem direção. Buscando esta direção é que o TCE através do Plano Estratégico elaborou a seguinte visão: Ser reconhecido pela sociedade e pelos jurisdicionados, até 2011, como instituição de referência no controle da gestão pública, que prima pela qualidade, tempestividade, celeridade, e uniformidade de suas decisões (SANTA CATARINA, 2007, p. 26). 2.4.1.3 Valores Os valores são idéias fundamentais em torno das quais se constrói a organização. São elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na organização, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho. O Tribunal de Contas de Santa Catarina defende os seguintes valores, que representam suas crenças e convicções: Transparência Dar visibilidade aos atos e resultados institucionais com linguagem clara e acessível.

23 Responsabilidade Agir com objetivo de cumprir de forma correta a função pública, respondendo pelos atos praticados e buscando o melhor resultado possível. Comprometimento Atuar com perseverança, envolvimento e espírito de equipe no desempenho de suas atividades. Ética Agir com honestidade e integridade em todas as suas ações e relações. Profissionalismo Atuar de maneira íntegra e honesta no exercício da profissão, perseguindo a excelência dos trabalhos da instituição. Compromisso Social Participar de ações voltadas à preservação dos valores da sociedade (Santa Catarina, 2007). 2.4.1.4 Mapa estratégico Os trabalhos realizados para a elaboração do Plano Estratégico, culminaram na formulação do mapa estratégico, apresentado logo abaixo: Figura 03: Mapa Estratégico TCE Fonte: TCE Plano Estratégico 2008-2011, 2007, p. 30

24 O mapa estratégico foi estruturado em quatro perspectivas: Resultado que procura responder à seguinte indagação: para atingir nossa visão, que necessidades devemos atender? Assim, está voltada ao atendimento das expectativas da sociedade, dos jurisdicionados e das instituições que contribuem para a eficácia e efetividade da atuação do TCE/SC. Processos Internos - está orientada à operação do TCE/SC de forma a realizar sua missão institucional e satisfazer seus cidadãos. Os objetivos formulados nessa perspectiva retratam os processos internos prioritários para os quais se busca a excelência e nos quais devemos concentrar esforços a fim de maximizar os resultados. Aprendizado e Crescimento - descreve como pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam para dar suporte à estratégia. Os objetivos aqui estabelecidos dizem respeito à preparação do TCE/SC para atingir suas metas, identificando ações nas áreas de gestão de pessoas, sistemas de informação e comportamento organizacional necessários para assegurar o seu crescimento e o seu aprimoramento contínuo. Financeira - informa o suporte financeiro necessário à implementação dos objetivos, ao aprimoramento dos processos de trabalho, ao desenvolvimento de novas tecnologias e às iniciativas de capacitação. 2.4.1.5 Análise Interna Na análise do ambiente interno busca-se ampliar o conhecimento e a compreensão dos elementos integrantes da instituição e que interferem diretamente em seu desempenho, propiciando a avaliação e escolha consistente das melhores alternativas a serem implementadas (SANTA CATARINA, 2007, p. 23). Pontos fortes (variáveis internas controláveis que propiciam condição favorável à instituição) e pontos fracos (variáveis internas controláveis que representam situação desfavorável ao desempenho) foram identificados considerando a estrutura organizacional, os recursos humanos, os processos de trabalho, a tecnologia, a comunicação, a infra-estrutura e o orçamento do Tribunal (SANTA CATARINA, 2007, p. 23).

25 Foram destacados como pontos fortes: a especialização das áreas/órgãos de controle; a existência de normas definindo as atribuições de cada unidade; a implantação do novo plano de cargos e salários; o aumento do efetivo de pessoal e seu nível de qualificação; a ética profissional do corpo funcional; o orgulho dos servidores em trabalhar no TCE; a celeridade no exame e apreciação de alguns processos em relação à média geral (ECO, PCP e Consultas); a atualização do parque tecnológico e sua compatibilidade com os softwares utilizados, o potencial do banco de dados do sistema e-sfinge, o relacionamento com a mídia, a divulgação de atos/fatos para o público interno por meio da intranet, clipping e e-mail; a transmissão interna das sessões do pleno, a atuação do TCE em sua função pedagógica (ciclos); o processo de ampliação das instalações (em andamento); e a manutenção e adequação das instalações físicas e de bens (equipamentos, veículos), assim como a elevação das disponibilidades orçamentário-financeiras (nos últimos exercícios). Como pontos fracos, foram relacionados: a carência de uma estrutura organizacional adequada às atribuições de cada unidade evitando a sobreposição de competências; a habilidade gerencial deficitária resultante do privilégio do mérito técnico na escolha dos gestores; o processo de avaliação de desempenho inadequado; oportunidade limitada de crescimento funcional deficiências no plano de cargos e salários; falta de instrumento sistematizado que valorize as sugestões/ contribuições dos servidores; a tramitação lenta dos processos, os procedimentos internos demorados; a falta de implementação das câmaras de julgamento; a falta de eleição das prioridades;

26 a autuação de processos sobre matérias irrelevantes; o baixo conhecimento e utilização dos sistemas corporativos; a utilização de metodologias de trabalho ultrapassadas; pouca interação e comunicação entre as unidades. 2.4.1.6 Análise Externa A dinâmica do ambiente em que o Tribunal de Contas está inserido pode gerar ameaças com potencial para obstar e dificultar o cumprimento de seus objetivos. Por isso, precisam ser evitadas ou minoradas. Por outro lado, esse cenário também tem a capacidade de criar oportunidades com força para impulsionar o desenvolvimento da instituição. A identificação de ameaças e oportunidades considerou as expectativas da sociedade, as mudanças tecnológicas que impactam toda a administração pública, o contexto econômico em que se dá a atuação do gestor público, a evolução dos aspectos legais e as ações de governo que podem influenciar a atuação do TCE (Santa Catarina, 2007, p. 21). São ameaças à realização das atividades do TCE/SC: o aumento e/ou alteração da estrutura do poder público, a ausência e/ou insuficiência de planos e projetos de governo claros e consolidados; a falta de compromisso de gestores públicos com o cumprimento efetivo das ações previstas nas leis, nos convênios e nos orçamentos; o aumento das ações em que há conjugação de esforços do poder público e da iniciativa privada, dada a ainda baixa transparência e clareza das relações entre público e privado; a falta de clareza maior e da devida defesa judicial das prerrogativas da corte de contas; a ampliação das espécies tributárias que deixam de compor a base da repartição de receitas entre os poderes; a assistematicidade da legislação que orienta a ação administrativa; a inadequação da legislação existente para a execução das decisões do TC; o grau considerável de risco existente na gestão de recursos dos fundos de previdência e a co-responsabilidade dos órgãos e poderes;

27 a diversidade de plataformas de tecnologia de informações existente entre as unidades gestoras e a necessidade de operação integrada de sistemas informacionais; a percepção de que o Tribunal de Contas não atua com celeridade; o desconhecimento, por parte da sociedade, das ações do Tribunal e da própria existência da instituição; o aumento da percepção da corrupção e da crítica à ação do Tribunal; e a falta de credibilidade generalizada nas instituições públicas e no próprio Tribunal de Contas. Constituem-se oportunidades para a atuação do TCE: uma maior expectativa de controle social e participação popular na administração pública; a discussão acerca da utilidade da instituição TC; a realização de parcerias com entidades da sociedade civil; a preocupação com a qualidade na aplicação dos escassos recursos públicos, que pode e deve ser assegurada pelo TC; a possibilidade de maximizar a utilização dos meios disponíveis da mídia (TV aberta e fechada, internet, rádio e teleconferência) para divulgar decisões, orientações e dados; a implantação do governo eletrônico, facilitando o fluxo de informações com os jurisdicionados; a criação do Conselho dos Tribunais de Contas; a discussão de uma lei orgânica para os Tribunais de Contas; a participação dos TC s na alteração das lei 4.320/64, lei 8.666/93 e de previdência estadual; a implantação dos sistemas de controle interno no âmbito municipal, os quais devem atuar em apoio ao controle externo; e a participação no PROMOEX, pela possibilidade de modernização, aperfeiçoamento e uniformização de conceitos, procedimentos e decisões.

28 2.4.2 Organograma O TCE/SC é composto por sete conselheiros, sendo que a cada dois anos um é escolhido como presidente da casa. A atual composição é a seguinte: Conselheiro César Filomeno Fontes Conselheiro Presidente Luiz Roberto Herbst Vice-Presidente Conselheiro Salomão Ribas Júnior Corregedor Geral Conselheiro Wilson Rogério Wan-Dall Conselheiro Herneus João De Nadal Conselheiro Julio César Garcia Conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Junior O TCE/SC conta também com o Corpo Especial de Auditores, que são os substitutos dos Conselheiros quando necessário. O órgão ainda conta com duas diretorias gerais, a primeira responsável pela parte administrativa do órgão e a segunda responsável pelo controle externo. Analisando o organograma, figura 04, podemos notar que existe ainda outro órgão, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (MPTC), este independente do TCE/SC, no qual tem a missão de promover a ordem jurídica e o regime democrático como guarda da lei e fiscal de sua execução, no âmbito da fiscalização das contas públicas, além de zelar pelo efetivo respeito da execução orçamentária, contábil, financeira, operacional e patrimonial do Estado e dos municípios (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2011).

29 Figura 04: Organograma TCE Fonte: Site TCE/SC 2.4.3 Consultoria Geral O presente trabalho tem como objetivo analisar as informações criadas pela Consultoria Geral (COG) e neste tópico abordaremos sua composição e atribuições. Atualmente a COG possui vinte colaboradores em seu quadro funcional, distribuídos conforme exposto no organograma, figura 05. Figura 05: Organograma COG Fonte: Site TCE/SC

30 A Consultoria Geral é uma unidade técnico-executiva responsável pela instrução de processos de consulta, revisão e recursos (exceto agravo e reapreciação de contas), elaboração de informação em mandado de segurança e parecer jurídico em processos administrativos de servidores do TCE/SC e nos editais, minutas e contratos de licitação do TCE/SC, dentre outras atribuições conforme artigo 30 da Resolução 11/2002: Emitir parecer em matéria controvertida. Manter atualizada base de informações sobre interposição de recursos. Instruir recursos Providenciar atendimento de informações referentes a mandados de segurança e demais expedientes do Poder Judiciário que tenham relação com atividade de controle externo. Providenciar atendimento de citações e intimações referentes a ação popular. Propor, elaborar, rever e consolidar atos normativos de competência do Presidente. Realizar pesquisas e apoio técnico-operacional as alterações e consolidações do Regimento Interno e da Jurisprudência do Tribunal. Realizar estudos solicitados pelo colegiado do Tribunal ou Presidente do mesmo. Divulgação semestral de relatórios estatísticos das falhas processuais. Apresentar relatórios mensais e anuais das suas atividades. Organizar os prejulgados. Desenvolver outras atividades relacionadas às suas finalidades.

31 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A pesquisa científica é a realização de um estudo planejado. Sua finalidade é descobrir respostas para questões mediante a aplicação do método científico. Para a realização de pesquisa científica é necessário a busca de informações em diversas fontes, tais como livros, revistas, jornais, documentos oficiais e outras fontes confiáveis. No trabalho serão discutidos tópicos como: administração seus conceitos e história, sistemas de informação e suas vertentes e ferramentas da qualidade. 3.1 ADMINISTRAÇÃO 3.1.1 Conceito de administração A palavra administração vem do latim, ad (direção e tendência), e minister (obediência e subordinação). Segundo Chiavenato (1999, p.6) A administração constitui a maneira de utilizar os diversos recursos organizacionais humanos, materiais, financeiros, de informação e tecnologia para alcançar objetivos e atingir elevado desempenho. Para Massie & Douglas (apud Chiavenato 1999, p.5) Administração é o processo pelo qual um grupo de pessoas dirige as ações de outras no sentido de alcançar objetivos comuns. De forma igualmente esclarecedora Stoner (1999, p.4) diz que: "A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos." Através das colocações destes autores pode-se entender que as pessoas são parte fundamental dentro das organizações e a frente destas pessoas encontra-se o administrador. Neste sentido Chiavenato (2000, p.5) diz que: O administrador dá a direção e rumo às suas organizações, proporciona liderança às pessoas e decide como os recursos organizacionais devem ser dispostos e utilizados para atingir os objetivos da organização. O autor ainda completa dizendo que o administrador

32 consegue fazer coisas através de pessoas e este é o motivo pelo qual tem um lugar tão importante e bem visto dentro das organizações (CHIAVENATO, 2000). Administrar uma organização envolve basicamente quatro processo principais: planejar, organizar, dirigir e controlar. Percebemos o fortalecimento desta colocação através do que diz Maximiano (1987, p. 23) Administração é um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação de recursos humanos [...], visando à realização de objetivos. Estes quatro processos citados pelo autor fazem parte de um modelo de gestão que segundo Andujar (2011, p. 29), ajudam as organizações a estabelecer um sistema adequado de administração para colocá-las no caminho da excelência. Hoje podemos encontrar inúmeras bibliografias citando diversos exemplos de modelos de gestão, porém para cada situação organizacional existe um modelo diferente a ser utilizado. Este modelo de gestão citado por Maximiano é chamado de Ciclo PDCA, que foi desenvolvido por Walter A. Shewhart na década de 30. O ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade na qual busca facilitar a tomada de decisão, visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência das organizações. Embora seja simples a sua compreensão, representa um avanço sem limites para o planejamento eficaz. A sigla PDCA vem do inglês e significa respectivamente: Plan Planejamento Do Execução Check Verificação/Controle Action Agir/Ação A metodologia foi consagrada por Willian Edwards Deming a partir da década de 50, onde foi empregado com sucesso nas empresas japonesas para o aumento da qualidade de seus processos (O ciclo PDCA, 2010). A administração ainda pode ser dividida em duas vertentes: administração pública e administração privada. Nosso trabalho foi elaborado em uma organização pública e veremos um pouco mais sobre o tema no próximo item. 3.1.2 Administração Pública A atuação do setor público é de fundamental importância para a sociedade, pois atende as necessidades meritórias da população. Estas são oferecidas pelo

33 setor privado, porém o governo deve aprimorar ou complementar o acesso, pois seus benefícios são essenciais para a cidadania e nem todos possuem recursos para ter acesso no setor privado. Exemplo: Saúde e Educação. Segundo Meirelles (2000, p. 59), Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas. Para Kohama (2003, p. 30) Estado é uma sociedade (nação), politicamente organizada em um território e no uso de sua soberania. Sendo ele o responsável pela organização do povo e estabelecendo uma estrutura administrativa no terrotório. Para Meirelles (2000), governo é o sistema ou forma política que rege um determinado Estado, ou seja, é a administração pública em si, formada por pessoas e órgãos que dirigem um Estado. Podemos ainda observar que tais definições são reforçadas pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, em seu art. 1º, conforme a seguir: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. (Brasil, 1988) Como demonstrado anteriormente, o Estado Brasileiro organiza-se governamentalmente em união, Estados, Municípios e Distrito Federal, além disto, o art. 2º da Constituição Federal de 1988, também estabelece a organização do Estado por meio dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si. A administração pública está submetida a observância de alguns princípios firmados pela Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 37: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

34 Federal e Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (Brasil, 1988). De acordo com Kohama (2003, p. 34), administração direta é aquela que se encontra integrada e ligada, na estrutura organizacional, diretamente ao chefe do Poder Executivo. Já na visão de Mello (2000), administração direta é aquela que atua diretamente por intermédio de seus órgãos, ou seja, das repartições que fazem parte da sua estrutura, sem distinção. A administração indireta ou descentralizada, no entender de Di Pietro (2007, p. 380), é a distribuição de competências de uma parte para outra pessoa, física ou jurídica. Kohama (2003) define administração indireta como aquela atividade exercida por um órgão criado pelo próprio Estado, desempenhando atividades que satisfaçam seus fins administrativos. Já as autarquias, são entidades que exercem determinados serviços com as mesmas características e feitos das atividades administradas pelo Estado. Meirelles (2007, p. 66) define autarquia como sendo pessoas jurídicas de direito público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. Kohama (2003), cita que para as autarquias, são indicados serviços que requeiram uma maior especialização, fazendo assim com que se tenha uma adequação da organização com pessoal técnico especializado. Como por exemplo de autarquia no Estado de Santa Catarina, pode-se citar o Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina e o Departamento de Infra-estrutura. Quando se fala em fundações instituídas pelo poder público, Kohama (2003) define como entidades de personalidade jurídica de direito privado, que possui seu próprio patrimônio e que tem sua criação autorizada por lei. As fundações possuem escritura pública e estatuto registrado e inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, tendo como objetivos de interesse coletivo a educação, a pesquisa, a assistência social, dentre outros. Meirelles (2007, p. 357) salienta que as fundações prestam-se, principalmente, à realização de atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo. Como exemplo de fundação no Estado de Santa Catarina pode-se citar a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e a fundação Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

35 Apesar de muito breve, procurou-se neste capitulo explanar alguns detalhes da criação e organização da administração pública, bem como suas autarquias e fundações. Todas as repartições de um órgão público devem trabalhar em conjunto a fim de proporcionar o bem estar da população. Para isso foram criados o Tribunal de Contas da União, bem como os Tribunais de Contas dos Estados e em alguns casos, os Tribunais de Contas dos Municípios. 3.1.2.1 Tribunais Como o próprio nome já diz, o Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão público do topo do poder judiciário brasileiro, que tem como maior competência fazer valer a aplicação dos direitos e deveres explanados na nossa Constituição Federal de 1988. Sendo composto por 11 Ministros, escolhidos entre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade e de nacionalidades brasileira, estes ministros devem ter conhecimentos jurídico considerável bem como uma ilibada reputação. Tais ministros são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal (Supremo Tribunal Federal, 2011). Dentre as principais atribuições do STF, está a de julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal bem como estadual. Na área penal o STF destaca-se por julgar infrações que venham a ser cometidas pelo: Presidente da República, Vice-Presidente, membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e o Procurador Geral da República, dentre outros (Supremo Tribunal Federal, 2011). Cabe ainda ao STF as atribuições de julgar em recurso ordinário, o habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e o mandado de injunção decididos em uma única instância pelos Tribunais Superiores (Supremo Tribunal Federal, 2011). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) criado pela Constituição Federal de 1988, que é a última instância da justiça brasileira para causas infraconstitucionais, não relacionadas diretamente à constituição. É o órgão responsável por fazer valer a correta interpretação e aplicação da legislação federal, em todo o território brasileiro, procurando seguir os princípios constitucionais e garantindo a defesa do Estado de Direito (Superior Tribunal de Justiça, 2011).