COBERTURA COMPLETA: HI-END SHOW 2011 EVENTOS



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Transcrição:

COBERTURA COMPLETA: HI-END SHOW 2011 Ricardo de Marino ricardo@clubedoaudio.com.br Durante os dias do Hi-End Show, sou obrigado a controlar o tempo na base dos segundos, caso contrário é simplesmente impossível perfazer todos os compromissos e visitar cada uma das salas. Passei boa parte do primeiro dia espiando as salas de uma maneira mais descompromissada, para formar uma ideia geral do evento. Conversei com alguns expositores e ajudei outros a realizar o setup final de seus sistemas. Não sei se todos os nossos leitores têm ideia do desafio que é colocar um sistema hi-end para tocar do dia para a noite em um ambiente desconhecido. Quando toca bem, o mérito é duplo: dos aparelhos e do expositor, por ter demonstrado competência e atingido um compromisso razoável entre posicionamento de caixas, setup, correções na acústica, entre outros ajustes. Mas levei pouco tempo para descobrir que haviam não só muitas novidades, mas alguns produtos surpreendentes sendo demonstrados. Foi consumada a maioridade dos fabricantes nacionais, que realmente mostraram uma grande evolução na apresentação de seus produtos. Também evidente foi a quantidade de opções de produtos de qualidade para todos os bolsos, uma real democratização do hi-end. No texto que segue, farei uma breve descrição de cada um dos espaços para que você possa recordar daquilo que cada importador, distribuidor ou fabricante expôs no evento. Caso não tenha podido estar presente, será sua oportunidade para obter um panorama geral enquanto aguarda pelo próximo Hi-End Show. 32 NOVEMBRO. 2011

VISITANDO O EVENTO Para iniciar com chave de ouro nossa tour pelo Hi-End Show - e ilustrar com um único exemplo quase tudo que foi dito na abertura - começarei pela primeira sala que visitei ao fazer esta cobertura: a Audiopax. Apesar da quantidade de novidades, não houve quem não comentasse seus novos e imponentes monoblocos, os Maggiore M100. Custando 60 mil lá fora (o Silvio me antecipou que para o mercado brasileiro o custo será inferior ao praticado no exterior), o primeiro single-ended a ser fabricado atingindo potência de 100 W realmente não economiza em sofisticação. Toda parte mecânica foi projetada na Suíça, com as placas e outros componentes internos isolados de vibrações e dispostos em três andares eletromagneticamente dentro do grande gabinete. Além da qualidade das peças, foram utilizados os melhores materiais disponíveis, a exemplo das placas de teflon que suportam os soquetes das válvulas. A sonoridade do sistema tomou de assalto àqueles que, na audição, buscam obter intimidade com os músicos. Como magia e surpresa muitas vezes se revelam na simplicidade, a reprodução com a qual mais me impressionei foi a de Terra, com Caetano Veloso. Saí de lá certo de ter descoberto uma infinidade de pormenores e trejeitos vocais do intérprete... com uma sensação concreta de ter tido contato com ele. O sistema utilizava o novo pré Model 5SE e as colunas Arpeggione, cuja fabricação é encomendada pela Audiopax a um luthier, além do CD Audio Aero e cabos Tara Labs. Na sala, muito bem montada e agradável, o visitante ainda pode conhecer o restante do fabricante, com opções que agora atendem desde o iniciante ao mais exigente audiófilo. Na sala vizinha, igualmente ampla e ainda no 15º andar do Bristol, a Logical Design surpreendeu a todos com uma apresentação no mínimo ousada. O Vlamir montou dois sistemas: o primeiro custando R$ 15.600 ; e o segundo (pasmem): R$ 7.900! O mais sofisticado tinha como fonte digital um ipod conectado diretamente ao dock do inova (amplificador integrado com DAC interno, topo de linha da Peachtree) e às colunas 247 da ELAC. Alternadamente, eram ligadas às bookshelfs 244 (que, incrivelmente, davam conta do tamanho da sala!). A apresentação foi convincente e se destacou pela ambiência, extensão nos agudos e nitidez do palco sonoro. O sistema mais em conta, com as colunas ELAC modelo 67.2 e eletrônica AMC foi a prova de que a reprodução de qualidade nunca esteve tão acessível como nos dias de hoje. Entre os estreantes, quem teve grande destaque foi a Aquarela Audio Design, que resgatou importantes marcas que tinham e se tornaram ausentes do mercado brasileiro, como a dinamarquesa Gryphon e o fabricante de cabos Purist Audio. Para quem não sabe, além de eletrônica, a Gryphon também fabrica suas próprias caixas e cabos, buscando a máxima sinergia. Flemming E. Rasmussen, fundador da empresa, esteve pessoalmente ao evento nos prestigiando e explanando a filosofia que baliza seus produtos (não perca a entrevista que será publicada na próxima edição). O sistema tinha caixas bookshelf Mojo, o integrado topo de linha Diablo, e o CD também top de linha Mikado Signature. Tudo foi ligado com cabos da Douglas Cables, linha Mirage. A energia e o corpo com que os instrumentos foram reproduzidos neste sistema desafiavam a impressão criada pela descrição do tamanho das caixas. Entre as novidades do importador, pudemos conhecer o sofisticadíssimo rack sueco da Solidtech, escolhido a dedo com base no binômio performance / design. Audiopax Logical Design NOVEMBRO. 2011 33

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DO HI-END SHOW 2011 Silvio Volpe volpe.silvio@yahoo.com.br De volta a São Paulo, o Hi-End Show lavou a alma dos aficionados pela alta fidelidade. Mesclando a participação de novos e ousados distribuidores com a experiência dos mais antigos, o evento trouxe à tona aquele bom e velho desejo de escutar música. Com praticamente mais da metade dos participantes utilizando sistemas digitais e analógicos, os visitantes tiveram uma oportunidade única para ouvir, comparar e se sentirem mais à vontade com os equipamentos. Como dito em muitas apresentações, os expositores focaram a importância em se escutar música, independente do formato. Durante o show, o que importava não era afirmar se o vinil era melhor que o CD ou vice-versa, e sim conhecer as possibilidades existentes para se escutar suas obras favoritas. De todas as edições do evento, esta, com certeza, foi a mais rica em apresentações estéreo e também em ecletismo musical. Grande parte dos expositores fez questão de tocar inúmeros estilos musicais, deixando um pouco de lado aquele mito de só tocar grava- ções audiófilas. Passando pelas salas, o visitante pode escutar de Mozart à Queen sem sair desapontado. Até world music e música eletrônica alternativa ganharam seu espaço, mostrando que um bom sistema de som não está restrito a poucos estilos e gravações, mas abrange um infinito universo de possibilidades. Como a cobertura completa do evento já estava sendo preparada pelo Ricardo de Marino, fiquei encarregado de fazer um tour pelo evento e falar um pouquinho sobre o que mais me chamou a atenção. Logo no primeiro pavimento do evento, ou mais precisamente na sobreloja, os expositores aproveitaram suas amplas suítes ou salas para demonstrar o que as melhores marcas do mundo têm a oferecer. Uma das primeiras salas a chamar muitíssimo a atenção foi o espaço montado pela Aquarela. A Aquarela é um dos novos distribuidores de produtos hi-end que veio com toda força para o mercado, colocando ao acesso do público marcas e tecnologias de altíssimo nível. 52 NOVEMBRO. 2011

Outro produto fora de série é o integrado A-H01, que incorpora o mesmo modelo de DAC do UD-H01 e amplificação em classe D de 50 watts por canal em 8 ohms. Pena que o A-H01 só estava exposto de forma estática e não pode ser ouvido. Mas as salas da Link do Brasil ainda apresentaram outras novidades. Praticamente todos os principais e mais sofisticados fones de ouvido da lendária Sennheiser estavam expostos. Não teve um que não disputasse um lugar na fila para escutar os divinos HD800. Além dos fones linha audiófila, o visitante ainda pode desfrutar de outros mais voltados ao mercado consumer, tais como os maravilhosos modelos da linha wireless. Por mais um ano as caixas Neat arrancaram suspiros dos visitantes. Com um setup impecável, a sala da Audiofonia apresentou as Neat Motive 2 com eletrônica Acoustic Arts e cabos Chord. O mais impressionante foi saber que essas Neat têm apenas 76 cm de altura, um gabinete relativamente compacto, e tocam como se fossem três vezes maiores. Sua resposta de graves chega aos 35 Hz. No entanto, vale ressaltar que elas são muito musicais e naturais, quase ao ponto de levar o ouvinte ao delírio. Seu equilíbrio tonal é muito bom, assim como a resposta de transientes, e o soundstage é muito correto. Elas fazem parte de um seleto grupo de produtos que primam pela excelência musical a um preço razoável. Partindo para as alturas, a Audiopax montou uma sala dos sonhos na cobertura do hotel. Constantemente lotada, ao ponto de deixar uma legião de visitantes para o lado de fora, a empresa demonstrou suas mais novas obras de arte. O grande destaque ficou com o amplificador Maggiore M100. Trata-se do primeiro amplificador single-ended valvulado com 100 W em classe A1. Como o próprio Silvio Pereira explicou: É o sonho de todo audiófilo e que apenas agora foi realizado graças a uma nova topologia inventada pela Audiopax. Esses amplificadores serão fabricados na Suíça, inaugurando uma nova fase em nossa produção. ram tudo, e só depois sacaram que a ideia do Vlamir era justamente a oposta do que todos estão acostumados: montar um sistema arrasador com o mínimo possível. Equipada com um amplificador integrado / DAC inova da Peachtree, um ipod Touch e caixas ELAC, a sala da Logical Design mostrou uma nova maneira para se atingir a alta fidelidade sem investir rios de dinheiro. O inova trabalha com tecnologia híbrida, isto é, amplificador de 80 W com módulos MOSFET e pré-amplificador com opção de válvula 6N1P. Ele ainda incorpora um DAC com chip Sabre32 e upsampling de 24 bit / 192 khz. Quem passou pela sala, principalmente quando as maravilhosas books 244 da ELAC estavam tocando, não pode acreditar no que ouvia. Estas bookshelfs são realmente impressionantes. Sua energia e capacidade de recriar todo o acontecimento musical de forma verossímil eram arrebatadoras. Em uma peça tocada em órgão, foi possível enxergar o imenso instrumento ecoando na imensa catedral. Nenhum estilo musical pareceu intimidar estas pequenas gigantes. Seu poder de expressão é tão intenso que é difícil encontrar outra caixa deste porte na mesma faixa de preço. Ainda na cobertura, a sala do Fernando Andrette, onde foram ministrados os cursos de Percepção Auditiva, emitia um som estonteante, daqueles de tirar o rumo de qualquer cidadão. Utilizando seus equipamentos de referência junto a outros gentilmente cedidos pelos distribuidores, a sala comoveu pelo altíssimo nível de musicalidade e naturalidade. As maravilhosas Dynaudio Temptation fizeram par com os míticos Goldmund monoblocos, pré dartzeel, player DCS Puccini com clock externo e cabos Transparent top de linha. Uma sala para quem realmente deseja transcender a reprodução eletrônica em busca do nirvana sonoro. O set da Audiopax ainda contou com o divino pré-amplificador Model 5SE, caixas Audiopax Arpeggione, CD players Audio Aero La Source e La Fontaine e cabos Tara Labs. Tentar descrever o som da Audiopax não é uma tarefa fácil. O grau de refinamento, musicalidade e envolvimento atingido pelo sistema foi tão alto que não tinha quem não sentisse dificuldade de se ausentar da sala. Algo mágico e encantador que envolvia todo o ambiente, deixando parte dos visitantes com vontade de ficar horas e horas ali, sentados, desfrutando pilhas inteiras de discos. Dos sistemas montados pela Audiopax nos últimos anos, este com certeza foi um dos mais encantadores. A Logical Design também ficou na cobertura do hotel, mas desta vez não apostou em sets estratosféricos como nos anos anteriores. Houve quem entrasse no espaço montado pelo distribuidor e ficasse se perguntando: Onde é que foram parar os gigantes MBLs? Cadê os dartzeels? Com a pulga atrás da orelha, alguns visitantes entraram, observa- Audiopax 58 NOVEMBRO. 2011

COBERTURA DO HI-END SHOW 2011 Flavio Adami flavioadema@uol.com.br Estava relembrando o primeiro Hi-Fi Show em 1996 e, ao mesmo tempo, fazendo uma comparação do que vi há 15 anos com o evento de 2011. Naqueles tempos já haviam equipamentos excelentes em exposição, estávamos no auge dos CDs e os amplificadores transistorizados reinavam absolutos. Produtos nacionais de qualidade hi-end praticamente não existiam e toca-discos de vinil eram apenas para aqueles mais apaixonados que jamais abriram mão da velha tecnologia (que hoje retorna de forma triunfante). O que vi este ano foi um confronto muito saudável entre os velhos conceitos e a mais alta tecnologia a serviço da reprodução musical. Os toca-discos e os prés de phono definitivamente voltaram. Os valvulados dando um show de reprodução sonora. Computadores e servidores de música tornando o áudio mais prático e moderno. ipods acoplados à DACs de alta qualidade indicando que num futuro bem próximo talvez testemunhemos o fim dos velhos CDs. Imagens alucinantes partindo de projetores 3D prenunciam um futuro muito louco de sons e imagens que nossos ouvidos custarão a acreditar. Visitando as salas e falando em tecnologia, me impressionou demais o amplificador Devialet D-Premier de origem francesa na Vision Acoustics. Possui um tamanho reduzido e um design sensacional, domando com muita tranquilidade às Dynaudio C-1 Signature. Este compacto amplificador integrado vem acompanhado de DAC interno, quatro entradas digitais e também pré de phono. Estavam lá também expostos os excelentes T+A com o amplificador integrado Power Plant e o Music Player, um CD player, DAC, sintonizador de FM e rádio internet. Volto a repetir que fiquei impressionado com as Dynaudio C-1 que, junto ao D-Premier, proporcionaram graves precisos e extensos e uma região média muito natural, não 60 NOVEMBRO. 2011

dando a sensação de que toda aquela energia saia de um amplificador integrado de dimensões tão pequenas. Entrando na Liquid Sound, dei de cara com as caixas Raidho Ayra C 3.0, controladas pelos excelentes powers Electrocompaniet AW 600 monoblocos, junto ao pré Reference EC 4.8 e ao CD player EMC-1 Up. As caixas Raidho que escutei são do tipo torre com tweeter Ribbon, médio de quatro polegadas e três woofers de quatro polegadas e meia. Utiliza cones leves e rígidos num composto de alumínio, proporcionando um efeito pistão de transientes rápidos, mostrando auditivamente uma coerência excelente de velocidade entre médios, woofers e tweeters. São rápidas e detalhadas, com uma zona média bastante natural, e sem duvida mostraram um casamento perfeito junto aos amplificadores da Electrocompaniet. Na sala da German Audio tive contato com o amplificador integrado Emitter ll - com duas fontes e bateria, que já conheço de longa data e que na minha opinião dispensa comentários, pois considero um dos transistorizados mais doces e potentes que tive a oportunidade de escutar. As fontes eram o CD player e pré de phono Audia Flight e toca-discos VPI Classic 1 com cabos Kubala Sosna. As caixas Audio Physic Virgo 25 são surpreendentes quanto à relação tamanho e resposta de frequência. Com apenas 1 m de altura, 23 cm de largura e 40 cm de profundidade, respondem dos 30 Hz aos 40 khz com muita autoridade, graças à utilização de dois woofers laterais, e conta ainda com a boa sensibilidade de 89 db. São muito naturais na região média, com uma incrível transparência e agudos doces e extensos. Na Aquarela tive a oportunidade de dar uma escutada no integrado Griphon Diablo, junto ao CD player Mikado Signature empurrando as bookshelf Mojo. As caixas são compactas e poderosas, utilizando dois woofers de 6 e um tweeter Ribbon no sistema D appolito. Possuem uma imagem excepcional e uma coerência de fase excelente. São muito refinadas quanto à textura e me transmitiram muita naturalidade na região média. O integrado Griphon Diablo possui também um controle dos graves espetacular e um detalhamento excelente, formando um conjunto de rara beleza e sofisticação. Na sala da Visom Digital tive o prazer de escutar as poderosas monitoras de Studio PMC MB 2i. Realmente são poderosas em todos os aspectos. São caixas de três vias, com um woofer de 12 contendo na parte frontal uma estrutura rígida, similar a um esqueleto, que garante uma excelente estabilidade física e térmica, assegurando uma estrutura rígida para o movimento do cone e ao mesmo tempo uma enorme excursão, garantindo absorção de altíssimas potências sem a mínima distorção. São monitores que reproduzem qualquer estilo de música com uma dinâmica e presença impressionantes. Apesar dos graves potentes e extensos, elas ainda podem ser acopladas a unidades de graves auxiliares que lhes conferem um poder nas baixas frequências ainda mais impressionante. Quando entrei na sala, achei que estava ouvindo os monitores, entretanto, o que estava tocando eram as diminutas PMC DB 1 i. Elas utilizam uma variação do sistema de linha de transmissão, reforçando as ondas traseiras do woofer, aumentando a extensão dos graves. São de duas vias com woofer de 5.5 de papel tratado e um tweeter soft dome de 1.1. Pela extensão dos graves que possuem, realmente parecem contrariar as leis da física. Também pude constatar como os equipamentos da Acoustics Arts, produzidos na Alemanha, são uma joia de construção e sonoridade, tendo como exemplo o CD player 1 e o integrado Power 1, expostos na sala da Audiofonia. As caixas Neat Motive 2 SE realmente são milagrosas pela sonoridade e tamanho diminuto que possuem. Fazem parte de um recente projeto revisado e melhorado que teve como base o modelo Motive 2. Incorporam vários upgrades, a exemplo do novo tweeter Emit Planar Magnet, do gabinete ainda mais bem estruturado (minimizando os efeitos vibratórios produzidos pela parte traseira), do woofer, novos braços internos de reforço e, ainda, um novo crossover. O que chamou minha atenção de imediato foi a naturalidade dos médios e a definição e extensão dos agudos. Os graves estão ainda mais detalhados e melhor articulados. Formam, com o CD player e o integrado, um conjunto de extrema fidelidade. Outro conjunto que chamou minha atenção pela qualidade de reprodução foi o Power A 6000 HE, junto ao pré P 6000 SSE da Outro produto que já conheço de longa data, porém me surpreende cada vez que ouço em diferentes ambientes, são as caixas Morel Octave Signature. Ligadas a um sistema pré + power da Krell, mostraram uma sonoridade detalhada e potente e, para minha surpresa, quando entrei na sala achei que as unidades de graves da Morel estivessem ligadas, mas não estavam. Possuem aquela assinatura sônica das Dynaudio pelo próprio conceito dos alto-falantes, junto a uma dinâmica e naturalidade que já havia me impressionado desde o teste que fiz há algum tempo atrás. Rivergate NOVEMBRO. 2011 61

Exaudi. Estavam comandando um par de caixas Dynaudio C1 Signature alimentados pelo CD player Krell MK III. Sem dúvida este conjunto Exaudi chegou a um nível de qualidade de áudio que não fica nada a dever aos melhores amplificadores expostos no evento. As Dynaudio estavam reproduzindo um áudio de muita qualidade, com perfeito controle nos graves e uma região média e aguda com muita definição, detalhamento e suavidade. Na sala Cabasse, dei de cara com caixas de acabamento maravilhoso: as Pacific 3SA. Confesso que nos eventos passados as caixas Cabasse nunca haviam chamado minha atenção em relação à qualidade de áudio da forma como essa linha que me foi apresentada. O novo modelo trabalha num sistema semi-ativo e conta com três vias, sendo: um tweeter dome, um midrange que responde dos 175 Hz aos 20 khz e dois woofers de 8.3, alimentados por um poderoso power de 450 watts, chegando facilmente aos 30 Hz com absoluto controle e uma eficiência notável de 91,5 db.tocam fácil com um som aberto, dinâmico e muita naturalidade na região média. Realmente me surpreenderam em todos os aspectos. Existe nesse modelo Pacific também uma versão passiva sem amplificação interna. Essa linha também conta com um modelo tipo bookshelf, com as mesmas características de sonoridade. A distribuidora Rivergate contava com duas salas, ambas com equipamentos completos Audio Note. Numa delas, estava o famoso integrado valvulado Ongaku com 27 watts RMS por canal, junto ao transporte, DAC e caixas Audio Note ANE- SPE-He. Estas possuem uma concepção simples de duas vias, com woofer de 8 e tweeter de 1 soft dome. Todo o cabeamento era Audio Note. Na outra sala havia um sistema completo com duplo power mono Conquest Silver Signature, pré e caixas ANJ-Lx. Realmente escutei um som diferenciado e houve um consenso quase que geral no comentário a respeito da ausência de eletrônica na reprodução, ainda mais levando em consideração que ambos os sistemas estavam ligados direto na tomada e em um ambiente repleto de interferências indesejáveis. Apesar do refinamento que o Ongaku proporcionou ao sistema principal, ambos estavam reproduzindo música com muito realismo e percebia-se no semblante das pessoas que estavam nas salas um encantamento com aquilo que estavam escutando. Ouvi um comentário interessante de um amigo que cruzei pelos corredores. Ele disse que não foi o sistema mais dinâmico ou mais detalhado que ele havia escutado no evento, entretanto, falou que não conseguia sair da sala e passaria o dia inteiro escutando aqueles sistemas, inebriado pela musicalidade e conforto auditivo. Na sala Hi-Fi Club encontrei as Klipsch Palladium P-39. Apesar de uma certa dificuldade para escutá-las, devido à interferência das salas de home que estavam ao lado, deu para concluir que são caixas excelentes, principalmente para quem tem uma sala de boas dimensões. Contam com tweeter tipo horn de 0.75, um médio também horn de 4,5 e três woofers de 9. Estavam ligadas a um Audio Research VS 110 para médios e agudos e dois powers mono Vincent para os graves. Apesar de uma dificuldade para se fazer até mesmo uma avaliação superficial, deu para concluir que são caixas excepcionais, mostrando que é possível unir potência, dinâmica e alta eficiência junto a uma qualidade de reprodução fiel e natural. Outras caixas que estavam no mesmo ambiente, ligadas a um sistema completo Marantz, foram as Monitor Audio PL-300. Pelo pouco que deu para escutar, conclui que são muito refinadas na reprodução, com médios e agudos naturais, sem qualquer tipo de coloração. Depois visitei a Facsom, com o poderoso Avance A-30 e CD player, que já tive a oportunidade de avaliar para a revista. Estavam lá as enormes e sonoras caixas Avance K1. Apesar de uma certa incompatibilidade entre as caixas e otamanho do ambiente, onde o controle dos graves ficou comprometido, mesmo assim deu para perceber após uma audição superficial que elas possuem um refinamento sonoro esplendido e estavam muito bem controladas pelo poderoso Power A-30, proporcionando uma audição dinâmica e ao mesmo tempo refinada, com uma região média natural e agudos limpos e extensos, graças aos alto-falantes de alta qualidade que possuem. É uma linha de caixas com acabamento primoroso e design de muito bom gosto. Na sala da Ferrari Technologies, tive a oportunidade de ouvir um dos sistemas que, além de ser de primeira linha, tinha todos os componentes muito bem ajustados para o ambiente - o que achei de significativa importância. As excelentes caixas Wilson Audio Sophia 3 estavam fazendo conjunto com os fabulosos powers valvulados VTL Sigfried e também com o pré VTL 7.5 MK 3. O sistema tinha ainda como fonte analógica o toca-discos Basis Debut Signature Mk5 com cápsula Koetsu e pré de phono Boulder. As Wilson Sophia 3 são um modelo desenvolvido a partir do modelo 2, com upgrades que as tornaram de um refinamento sem paralelo, com um cone de médios igual ao das caixas Alexandria, tweeter Focal de cúpula invertida de titânio e também um novo crossover. Tentar descrever o palco sonoro, a naturalidade da região média e a precisão e articulação dos graves fica até difícil. Acostumado com reprodução de música ao vivo, talvez tenha ouvido (especialmente com alguns estilos de música) a maior similaridade entre reprodução e música ao natural, com ausência total de coloração na região média, agudos extensos e detalhados, graves firmes e articulados. Algumas coisas que escutei a partir da reprodução em vinil me deixaram boquiaberto, tal a precisão tímbrica do sistema. Após muitas horas rodando pela feira, entrei na sala Audiopax e, sem dúvida, vivi lá dentro momentos de relaxamento auditivo sem precedentes. O novo pré, modelo 5 SE, junto aos novos powers valvulados Maggiore M 100 - com capacidade de gerar 100 watts C M Y CM MY CY CMY K

por canal - me impressionaram pela beleza musical que mostraram no evento. As caixas Arpeggione, sem dúvida alguma, têm aquela característica de musicalidade e a assinatura sônica que é a marca registrada dos produtos Audiopax: um som cheio e quente, que caracteriza um corpo harmônico como poucas vezes ouvi. O calor e a naturalidade das vozes me deixou impressionado. O conjunto de alto-falantes que formam as três vias do sistema estão muito bem casados, criando uma fonte precisa de informação musical que consegue muita semelhança com a reprodução ao vivo. Enquanto estive lá, nada soou agressivo e os vários estilos de música que ouvi me deixaram com os ouvidos relaxados e com a sensação daquilo que considero o mais importante: a musicalidade. Outra sala na qual fiquei um bom tempo escutando música foi a da Chiave, responsável pela distribuição das caixas PSB. As PSB Synchrony One chamaram minha atenção pelo projeto e capacidade de reproduzir música com a autoridade de um produto de dimensões bem maiores. Ligadas em um conjunto pré + power da Primare, produtos que considero também excelentes, devo dizer que, apaixonado que sou por projetos de caixas acústicas, fiquei realmente intrigado pelas PSB. São caixas torre com apenas 43 polegadas de altura, com três woofers de 6,5, um médio de 4 e um tweeter de 1 com magnético de neodímio. Possuem uma extensão de graves impressionante para suas dimensões, graças ao projeto diferenciado onde o terceiro woofer fica bem embaixo, muito próximo ao piso. Além, é claro, de uma eficiência de 95 db e uma sonoridade totalmente natural. Realmente caí de costas com a qualidade do áudio que ele proporcionou com um simples ipod. As ELAC reproduzem música com tudo que tem direito, e pelo fato de serem caixas de extremo refinamento, casaram muito bem com o Peachtree, reproduzindo toda a qualidade dinâmica e extensão de graves que elas possuem. É sem dúvida uma grande opção para aqueles que não abrem mão da praticidade e ao mesmo tempo querem um refinamento sonoro surpreendente. Falando em soluções surprendentes, após o evento estive no showroom da ebuilding e me deparei com outra solução para os apaixonados por áudio, imagens, shows, Blu-ray e tudo aquilo de mais sofisticado que a tecnologia digital pode oferecer. É um poderoso armazenador e player, gravador de CDs / DVDs / Blu-ray, e ainda tem pré-processador A/V interno. Foi projetado para organizar e armazenar títulos para áudio hi-fi e vídeos de alta definição. Realmente achei fantástica a qualidade de áudio e vídeo e a velocidade de acesso. O áudio se mostrou com muita qualidade e total ausência de compressão, tendo por base o que ouvi do CD original. Finalizando minhas audições, entrei na sala da Alpha Áudio e Vídeo e dei uma escutada no excelente integrado MOON 700 i e CD player 750 D, junto às caixas Acoustic Zen, modelo Adagio. Os equipamentos da MOON são muito considerados pela excelência do áudio e por serem extremamente doces e musicais. Casaram muito bem com as caixas Acoustic Zen, formando um conjunto de extrema qualidade sonora. Outro sistema excelente que escutei foi o da sala da Sunrise Lab. Realmente o novo integrado V8, projetado pelo Ulisses, não fica nada a dever aos melhores equipamentos presentes no evento. Junto ao CD player da Playback Designs e as caixas ELAC 609, proporcionaram uma audição com extrema riqueza de detalhes. O que chama a atenção para esse modelo 609, além dos três woofers e o tweeter AMT de altíssima definição, é o super tweeter omnidirecional de ribbon. Ele atua apenas em altíssimas frequências, entretanto, proporcionam um arejamento nos agudos e um sentido de espacialidade como poucas vezes ouvi. Toda essa informação de áudio de alta definição serviu para valorizar ainda mais as qualidades do integrado V8, que casou muito bem e proporcionou uma audição suave e ao mesmo tempo rica em detalhes e com uma microdinâmica excelente. Após ouvir esse sistema, subi para a sala da Logical Design, onde além dos excelentes produtos que a empresa distribui, a exemplo das tão elogiadas ELAC, me deparei com algo que realmente chamou muito minha atenção: o inova, da Peachtree Audio. É um sistema compacto que inclui pré-amplificador, estágio de potência e conversor digital / analógico (DAC). Conta ainda com entradas digitais, entrada USB, e um ipod dock na parte superior. O estágio à válvula pode ser inserido ou desconectado por controle remoto. Logical Design 64 NOVEMBRO. 2011

COBERTURA DO HI-END SHOW 2011 - OPINIÃO DO LEITOR Euclides Marques contato@euclidesmarques.com.br Quando questionado pela enésima vez sobre a polêmica sentença que havia disparado num baile carnavalesco carioca, segundo a qual São Paulo era o túmulo do samba, Vinicius de Moraes esquivou-se, dizendo: Não foi nada disso, é mentira, eu estava de porre. Eu até gosto de São Paulo. Pra falar a verdade, esta cidade só tem um probleminha - a gente anda, anda e anda e nunca chega em Ipanema...! Este episódio me veio à mente no final do Hi-End Show 2010, no Rio de Janeiro, quando foi anunciado que o próximo seria em São Paulo. Então imaginei: vai ser difícil encontrar um lugar à altura, tão sedutor, com algumas salas com vista para o mar... Mas, já que aqui em Sampa a gente pode morrer de andar que nunca chegaremos em Ipanema, acho que a escolha do Bristol Hotel, em Guarulhos, às margens da Dutra e pertinho do aeroporto, teve suas vantagens. Se por um lado, ao sair pela porta principal, não avistávamos a praia de Copacabana e sim uma pracinha de interior, por outro, a parte de dentro do hotel me pareceu até melhor, com a disposição das salas facilitando a localização, a boa circulação e o melhor acesso a todas. Sem falar no elevador panorâmico, ascendendo até a cobertura no imenso vão livre que lembrava o Maksoud Plaza. Só a acústica de algumas salas me pareceu ficar devendo às do hotel carioca. Dentre os expositores que se instalaram nas salas maiores (pois havia de dois padrões, simples e duplas), os que mais me agradaram foram a Audiopax, com o sistema topo de linha - caixas Arpeggione e powers Maggiore, os quais estão arrebatando corações e multidões mundo afora. Por aqui não foi diferente, tocaram com uma qualidade e personalidade que lhe são únicas. A Vision Acoustic também sacou as cartas da manga com as novas bookshelfs C1 Signature e o impressionante integrado francês Devialet D-Premier que, de longe, mais parecia uma bandeja prateada, com DAC, vários tipos de entradas e saídas e que pode até mesmo ser pendurado na parede! Outra sala grande digna de nota foi a da Ferrari Technologies, a mais caprichada e incrementada, com três tipos diferentes de tocadores - CD player Puccini, 66 NOVEMBRO. 2011