RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA. EMPRESA SOLICITANTE: Gota Indústria e Comércio Ltda

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Transcrição:

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA EMPRESA SOLICITANTE: Gota Indústria e Comércio Ltda 1 - TÍTULO DO TRABALHO: AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ÓLEO VEGETAL NA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NA CULTURA DA BANANEIRA. 2 - AUTORES: Joseli da Silva Tatagiba; Engenheiro Agrônomo, CREA Nº 5.853, MSc.- Fitopatologia. Mariana Ferraço, Ediane Sfalsim Caron, Joelson Imberti e Leciana Benicá Ramos Biólogos. José Aires Ventura, DSc-Fitopatologia (pesquisador convidado). 3 INSTITUIÇÃO: FITOCLIN Consultoria, Pesquisa e Análises Fitopatológicas Ltda. Rua Cariacica, 246, Bairro José Rodrigues Maciel, Linhares, ES, CEP 29902-520. Tel.: (27) 3373-3786/9948-6824. Portal: www.fitoclin.com.br. E-mail: fitoclin@fitoclin.com.br. 4 - INTRODUÇÃO A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo, a qual participa da dieta alimentar das mais diversas classes sociais. Conforme Cordeiro & Kimati (1997), embora o Brasil seja o segundo maior produtor mundial, com produção estimada em seis milhões de toneladas anuais, exporta apenas cerca de 1% desta produção, o que evidência a importância dessa fruta como alimento de consumo interno. O cultivo dessa cultura ocupa área superior a 500 mil hectares do território nacional, sendo a segunda fruta mais produzida no País. A bananicultura apresenta maior expressão do agronegócio capixaba e está presente em 17 mil propriedades ocupando área aproximada de 20 mil hectares (IBGE - Censo Agropecuário, 2004) que representa uma produtividade de 7,5 t/ha 1. Dentre os problemas fitossanitários que afetam a produção e a qualidade dos frutos nesta cultura pode-se citar as nematoses, as doenças viróticas, bacterianas e fúngicas. Estas últimas são, indubitavelmente, as mais importantes, com destaque para a sigatoka-amarela, o mal-do- Panamá e a sigatoka-negra (CORDEIRO & KIMATI, 1997). O manejo inadequado dos bananais favorecem o aumento da incidência e severidade da sigatoka-amarela, doença fúngica causada por Mycosphaerella musicola Leach ex. Mulder., que 1 Disponível em: <http://www.seag.es.gov.br/materia160.htm>.

provoca redução da atividade fisiológica da planta, e consequentemente redução da área foliar, o que afeta diretamente a sua produção (VENTURA, J. A. & HINZ, R. H., 2002). Segundo CORDEIRO & KIMATI (1997), as perdas médias da bananicultura nacional estão na faixa de 50% da produção quando afetada por esta doença. O emprego de fungicidas é a medida mais utilizada para o controle das doenças fúngicas, entretanto, estudos sobre o uso de óleos vegetais como espalhantes-adesivos dos fungicidas são incipientes na agricultura, os quais têm restringido a poucas culturas como a da maça, do pêssego e do mamão (BERTON, 2002; FORTES, 2002; TATAGIBA et al.,2007). Estes óleos apresentam a característica de envolver a molécula do fungicida e assim permitir sua maior persistência sobre as folhas, além de melhorar a sua distribuição na planta e aumentar a resistência à lavagem por chuva (FORTES, 2002). Além disso, apresenta as vantagens da inocuidade à saúde humana e a não persistência ao meio ambiente. 5 - OBJETIVO: Avaliar o efeito da dose do óleo vegetal Agr Oleo (éster de ácico graxo) na eficiência dos fungicidas Manzate (mancozeb) e Tilt (propiconazole), no controle da sigatoka-amarela da bananeira, comparada ao efeito do óleo mineral. 6 - MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em área comercial de banana cv. Prata-anã, com quatro anos de idade, cultivados no espaçamento de 3,5x2,0m, no período de março a julho de 2007, na Fazenda São Sebastião, Jacupemba município de Aracruz, ES. Efetuaram-se os tratos culturais comumente utilizados na cultura, como desbastes e desfolhas. Não foram realizadas adubações de fertilizantes foliares e nem pulverizações de outros fungicidas e inseticidas/acaricidas. Somente no dia 26/06/2007 foi realizada adubação com esterco de galinha. O sistema de irrigação empregado foi o de gotejamento com uma lâmina de água média 4,5 litros/planta/dia. O solo onde se cultivou a bananeira é do tipo Latossolo Amarelo de textura argilo-arenosa. Os dados metereológicos durante o período experimental encontra-se no Quadro 1.

Quadro 1 - Dados metereológicos médios para o município de Linhares, ES, obtidos na Estação Experimental de Linhares/INCAPER. Mês Tmax ( C) Tmin ( C) Tmed ( C) U.R. (%) Prec. (mm) MAR/2007 32,6 22,0 26,4 82,7 56,6 ABR/2007 31,5 21,9 25,5 85,8 188,4 MAI/2007 28,7 18,4 22,7 83 16,2 JUN/2007 28,8 16,7 21,7 85 15,4 JUL/2007 28,5 16,5 21,7 84,5 0,35 Legenda: T max =Temperatura média das máximas ocorrida no período ( o C); T med =Temperatura média ocorrida no período ( o C); T min = Temperatura média das mínimas no período ( o C); UR = Umidade relativa média do ar ocorrida no período (%); PR = Precipitação pluviométrica ocorrida no período (mm) O delineamento foi em blocos casualizados, com três repetições. Como foi necessário selecionar plantas de porte médio (mesma altura e sem cachos), o tamanho da parcela experimental variou de 8 a 40 plantas, sendo destas, quatro plantas úteis. Foram utilizados nove tratamentos, que se encontram descritos no Quadro 2. Quadro 2 Tratamentos utilizados no controle da sigatoka-amarela da bananeira. Nº Produto Comercial Ingrediente Ativo Dose (Kg ou L/ha) Concentração (g ou ml i.a./kg) 1 Testemunha - - - - 2 Manzate 800 + Iharaguem 3 Tilt + Iharaguem 4 Manzate 800 + Iharaguem + Assist 5 Tilt + Iharaguem + Assist Mancozeb+polioxietileno alquifenol éter Propiconazole+ polioxietileno alquifenol éter Mancozeb+ polioxietileno alquifenol éter +Óleo mineral Propiconazole+ Polioxietileno alquifenol éter +Óleo mineral Calda (L/ha) 2Kg + 0,07L 800+200 300 0,4L + 0,07L 250+200 30 2kg + 0,07L + 10L 800+200+756 300 0,4L + 0,07L + 10L 250+200+756 30 6 Manzate 800 + Agr Oleo Mancozeb+éster de ácido graxo 2Kg + 10L 800+970 300 7 Manzate 800 + Agr Oleo Mancozeb+éster de ácido graxo 2Kg + 7,5L 800+970 300 8 Tilt + Agr Oleo Propiconazole+éster de ácido graxo 0,4L + 10L 250+970 30 9 Manzate 800 + Agr Oleo Mancozeb+éster de ácido graxo 2Kg + 5L 800+970 300 Realizaram-se quatro pulverizações a intervalos mensais (16/03, 12/04, 14/05 e 15/06). O volume de calda foi de 30L/ha para os tratamentos 3, 5 e 8 onde aplicou-se Tilt (aplicação UBV Ultra Baixo Volume), e 300L/ha para os tratamentos 2, 4, 6, 7 e 9 com Manzate. Foi utilizado um

atomizador costal motorizado modelo ULV- Super - 73 C.C., com vazão de 1,5L/min para aplicação do Manzate e 0,12L/min para aplicação do Tilt. As avaliações foram realizadas em cinco épocas, a intervalos quinzenais: 11/04, 27/04, 10/05, 29/05, 12/06, 29/06 e 13/07/2007. As variáveis avaliadas e o critério de avaliação foram: Severidade da doença na quinta folha infectada conforme método de Stover, com modificações (VENTURA, 2007 dados não publicados), com dez graus de infecção, sendo: 0= ausência de lesões; 1= até 8,33% de área infectada; 2= 8,33%; 3= 16,66; 4= 24,99%; 5= 33,33%; 6= 41,65%; 7= 50%; 8= 58,3%; 9= 66,6%; e 10= acima de 74% de área infectada na folha. Incidência da doença determinada pela posição ordenada da primeira folha necrosada (infectada), considerando a vela como folha número zero. A análise estatística foi realizada pelo programa AVACPD (TORRES & VENTURA, 1991) e pelo SAEG. Com os valores de severidade da Sigatoka-Amarela, calculou-se AACPSA (Área Abaixo da Curva de Progresso da Sigatoka-Amarela). As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. 7 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os tratamentos fungicidas diferiram estatisticamente da testemunha em reduzir a AACPSA nas folhas, pelo teste de Duncan a 5% de significância (Figura 1). O tratamento com a maior dose de Agr Óleo (10 L/ha), em mistura ao Manzate, foi o mais eficiente em reduzir a AACPSA, proporcionando um controle de 53,4%; mas não diferiu estatisticamente dos tratamentos de Manzate+Agr Óleo nas demais doses e dos tratamentos com Tilt com AgrÓleo ou com o Assist (Figura 1). Embora o tratamento Manzate+Agr Óleo na dose de 10L/ha não tenha diferido significativamente das doses de 7,5 e 5L/ha, este diferiu significativamente dos tratamentos de Manzate+Iharaguem e do Manzate com o Assist e, inclusive, do tratamento com Tilt, sem uso de óleos (Figura 1).

AACPSA 180 160 160,4a 140 120 100 125,6b 114,1b 113,8b 110,8bc 97,4bc 92,5bc 90,2bc 80 74,7c 60 40 20 0 1 2 3 4 8 9 7 5 6 Tratamentos Figura 1 Efeito dos tratamentos sobre a Área Abaixo da Curva de Progresso da Sigatoka Amarela (AACPSA) na 5ª folha. Tratamentos/dose (L/ha): 1-Testemunha; 2- Manzate+ Iharaguem (2Kg+0,07L); 3-Tilt+ Iharaguem (0,4L+0,07L); 4-Manzate+ Iharaguem (2kg+0,07L+10L); 5-Tilt+ Iharaguem +Assist (0,4L+0,07L+10L); 6- Manzate+Agr Oleo (2Kg+10L); 7- Manzate+Agr Oleo (2Kg+7,5L); 8-Tilt+Agr Oleo (0,4L+10L); 9 - Manzate+Agr Oleo (2Kg+5L). Os valores de severidade foram transformados para x+1. Valores médios da AACPSA seguido de letras iguais, não diferem entre si pelo teste de Duncan (P 0,05). CV= 5,11% O Agr Óleo apresentou um aumento de 22,4 a 40,5% na eficiência do Manzate (da menor para a maior dose) no controle da sigatoka-amarela, quando comparado ao Iharaguem, o que comprova a superioridade do óleo vegetal em agir como espalhante-adesivo comparado ao polioxietileno alquifenol éter (Iharaguem), o qual é empregado comumente na agricultura com esta finalidade. O efeito do óleo vegetal Agr Óleo sobre a eficiência do Manzate foi maior em 34,3% em relação ao óleo mineral Assist (Figura 1), ambos na dose de 10L/ha, com a vantagem de ser inócuo ao homem e não persistir no meio ambiente. Observou-se, portanto, que no caso de fungicida sistêmico triazol (Tilt), o efeito do Agr Óleo foi semelhante ao obtido com o Assist, não diferindo estatisticamente deste (Figura 1). A severidade da doença na 5 a folha da testemunha variou de 1,5 a 2,83 durante o período experimental, detectando-se diferença estatística entre os tratamentos a partir na época 3, ou seja, após a segunda aplicação dos tratamentos, observando-se consistência nos resultados entre as épocas de avaliação (Tabela 1). A severidade da sigatoka-amarela foi maior nos meses com temperatura mais baixa, com a média de 21,7 o C em junho e julho (Quadro 1), o que coincidiu com

os meses em que os tratamentos expressaram melhor sua eficiência em proteger as folhas de infecção por M. musicola (Tabela 1, Figuras 1 e 2). O tratamento mais eficiente (Manzate+Agr Óleo - 10Lha) proporcionou uma eficiência que variou de 48,7% (época 3) a 72,5% (época 6) (Tabela 1). Tabela 1 - Efeito dos tratamentos na severidade da sigatoka-amarela em folhas de bananeira. Linhares, ES, março a julho/2007. Tratamento/Dose em L/ha 2 Severidade1 Prévia E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 Média 1-Testemunha 0,50a 1,66a 1,58a 1,62a 1,50a 2,16a 2,33a 2,83a 1,95a 2-Manzate 800 + Iharaguem 0,07 0,50a 1,41a 1,33a 1,08ab 1,36a 2,11a 1,54ab 1,67b 1,50b 4-Manzate 800 + Iharaguem 0,07 + Assist 10 0,58a 1,50a 1,16a 1,41ab 1,16a 1,00b 1,67ab 1,92b 1,40b 3-Tilt + Iharaguem 0,07 0,58a 1,41a 1,25a 1,25ab 1,08a 1,16b 1,75ab 1,89b 1,40b 8-Tilt + Agr Oleo 10 0,33a 1,41a 1,16a 1,00ab 1,33a 1,50ab 1,42bc 1,58bcd 1,34b 9-Manzate 800 + Agr Óleo 5 0,58a 1,00a 1,25a 0,91b 1,25a 1,25b 1,08bc 1,42bcd 1,16bc 5-Tilt + Iharaguem 0,07 + Assist 10 0,50a 1,41a 1,25a 1,08ab 0,75a 0,83b 1,06bc 1,53bcd 1,13bc 7-Manzate 800 + Agr Oleo 7,5 0,66a 1,58a 1,25a 0,88b 0,91a 1,08b 1,25bc 0,83d 1,11bc 6-Manzate 800 + Agr Oleo 10 0,50a 1,25a 1,05a 0,83b 0,75a 0,94b 0,64c 0,97cd 0,92c CV (%) 3 8,61 8,84 8,10 7,84 10,46 8,96 9,48 7,97 4,58 1 Severidade avaliada na 5º folha; 2 Fungicidas/dose em kg ou L/ha: Manzate 800 (2Kg); Tilt (0,4L); 3 Os valores de severidade foram transformados para x+1. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan (P 0,05). Os resultados da severidade da doença na 5 a folha foram semelhantes aos obtidos pela avaliação da primeira folha necrosada (PFN) por M. musicola, observando o ranking do tratamento de maior para o de menor eficiência (Figura 2). A avaliação da PFN reforçou o efeito do Agr Óleo na eficiência dos fungicidas testados, principalmente o Manzate, que é um fungicida de contato, em ausência do Agr Óleo (trat. 2) e com presença do Assist (trat. 4) não diferiram da testemunha; o melhor tratamento (Manzate+Agr Óleo 10L/ha) em reduzir a severidade na 5ª folha também foi o proporcionou o maior número de folhas não infectadas pelo patógeno, ou seja, com o valor de PNF próximo de 5, diferindo estatisticamente da testemunha e dos tratamentos do Manzate sem o Agr Óleo (Figura 2).

Primeira Folha Necrosada 6 5 4 4,81a 4,65ab 4,63ab 4,61ab 4,44ab 4,36ab 4,17bc 4,15bc 3,77c 3 2 1 0 6 5 7 3 9 8 4 2 1 Tratamentos Figura 2 Efeito dos tratamentos sobre a primeira folha necrosada (PFN) pela sigatoka-amarela. Tratamentos/dose (L/ha): 1-Testemunha; 2- Manzate+ Iharaguem (2Kg+0,07L); 3-Tilt+ Iharaguem (0,4L+0,07L); 4-Manzate+ Iharaguem (2kg+0,07L+10L); 5-Tilt+ Iharaguem +Assist (0,4L+0,07L+10L); 6-Manzate+Agr Oleo (2Kg+10L); 7- Manzate+Agr Oleo (2Kg+7,5L); 8-Tilt+Agr Oleo (0,4L+10L); 9 -Manzate+Agr Oleo (2Kg+5L). Valores médios da PNF seguido de letras iguais, não diferem entre si pelo teste de Duncan (P 0,05). CV= 2,6% O Agr Óleo não causou sintomas de fitotoxidez em folhas da bananeira, mesmo depois de quatro aplicações, o que totalizou 40 L/ha acumulativo nas plantas deste óleo, em um período de quatro meses. Porém, o Assist misturado ao Tilt causou fitotoxidez após a terceira aplicação deste tratamento, provocando a ocorrência de manchas amareladas no sentido das nervuras do terço inferior do limbo foliar de todas plantas das parcelas deste tratamento (Figura 3). Figura 2 - Sintomas de fitotoxidez causado pelo tratamento Tilt+Assist em folhas de bananeira.

8 - CONCLUSÕES O óleo vegetal Agr Óleo apresentou grande potencial em aumentar a eficiência de fungicidas no controle da sigatoka-amarela na cultura da bananeira. O Agr Óleo foi superior ao Iharaguem quando misturado ao Manzate e ao Tilt, superior ao Assist quando misturado ao Manzate e semelhante ao Assist quando misturado ao Tilt. O Agr Óleo não causou sintoma de fitotoxidez à bananeira e o Assist quando misturado ao Tilt causou fitotoxidez no terço inferior do limbo foliar. 9 - AGRADECIMENTOS A Deus, pela constante providência e cuidados de Pai, ao Srº Rubens Vieira e o seu Gerente Jurandi, pela importante colaboração e em disponibilizar a área para a realização do experimento, ao pesquisador Dr. José Aires Ventura/Incaper pelas valiosas sugestões, postura solícita e acompanhamento do trabalho e ao Engenheiro Agrônomo Frederico Taques e corpo administrativo da Gota, pelo apoio e confiança. 10 - REFERÊNCIAS 1- BERTON, O. Avaliação da eficiência do Dithane e Cercap com e sem Agr Óleo no controle da mancha foliar da gala. 2002. 2- CORDEIRO, Z.J.M. & KIMATI, H. Doenças da bananeira (Musa spp.). In: KIMATI, H. et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995-1997. 2v. p.112-136. 3- FORTES, J.F. Adição de óleo vegetal em fungicidas no controle da podridão parda em pessegueiro. Comunicado Técnico: 63, Pelotas, RS, 2002. 4- Na Imprensa Nacional: Uma nova banana. www.seag.es.gov.br. Disponível em: <http://www.seag.es.gov.br/materia160.htm>. Acesso em:19 de junho de 2007. 5- TATAGIBA, J.S.; CARON, E.S.; FERRAÇO, M.; IMBERT, J. & RAMOS, L.B. Eficiência do óleo vegetal Agr Óleo como espalhante-adesivo de fungicidas na cultura do mamão. Fitopatologia Brasileira, 32: 154, 2007. 6- TORRES, J.C. & VENTURA, J.A. AVACPD: um programa para calcular a área e volume abaixo da curva de progresso da doença. Fitopatologia Brasileira, 16: 52. 1991.