Discurso para Comemoração Novos Mestres da FEUP 2014

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Transcrição:

Discurso para Comemoração Novos Mestres da FEUP 2014 Sebastião Feyo de Azevedo, em 15 de novembro de 2014 Senhor Diretor da FEUP, Professor João Falcão e Cunha Senhora Doutora Vera Mata Senhor Presidente do Conselho de Representantes da FEUP, Professor José Silva Matos Demais membros dos órgãos de gestão da FEUP Ilustres membros dos órgãos de governo da Universidade do Porto Estimados colegas da equipa reitoral Senhores diretores das unidades orgânicas e de investigação da Universidade do Porto Estimados Vice-presidentes da Faculdade de Engenharia da UBI e da Escola de Engenharia da UTAD Senhores diretores dos departamentos e dos cursos da FEUP Senhores diretores das unidades de I&D+i da FEUP e dos institutos de interface particularmente ligados à FEUP FEUP Caro presidente da Associação de Estudantes da FEUP, Bruno Soares Prezados docentes, investigadores e colaboradores da FEUP Senhor Professor Horácio Maia e Costa, verdadeira referência da nossa Universidade e da nossa Engenharia Caros Novos Mestres da FEUP Caros estudantes e antigos estudantes Senhores representantes das empresas parceiras da FEUP Autoridades aqui presentes Como devem calcular, é com imenso prazer que, pela primeira vez como Reitor da nossa Universidade, participo na Comemoração Novos Mestres da FEUP 2014. Para além do reconhecimento institucional que devo à FEUP na qualidade de Reitor, estou também sentimentalmente ligado a esta faculdade pelos anos que aqui passei enquanto estudante, docente, investigador e diretor. A FEUP ocupa obviamente um lugar central na minha vida. Esta faculdade foi não apenas decisiva no meu processo de formação académica e científica, como em boa medida determinou a minha mundivisão e muito do meu sentir mais profundo. Assumir a direção da FEUP em 2010 constituiu uma oportunidade ímpar de realização pessoal e profissional. Tive como diretor o privilégio de contribuir para a consolidação e modernização de uma instituição credenciada internacionalmente no ensino da engenharia, na produção de conhecimento científico, no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e na interface com o tecido produtivo. Com o apoio de uma equipa absolutamente notável, a quem uma vez mais presto um sentido tributo, e com a colaboração de tantos colegas e trabalhadores não docentes, com uma política de proximidade com a 1

AEFEUP, foi possível alcançarmos na FEUP resultados académicos e científicos que imodestamente digo engrandeceram a Universidade do Porto. Por todas estas razões, a presente cerimónia tem um simbolismo muito especial para mim. Apesar de hoje estar investido das funções de Reitor, preservo o mesmo sentimento de pertença de outrora no sucesso académico que esta faculdade proporciona a tantos jovens. Só posso pois sentir-me honrado por participar na Comemoração Novos Mestres da FEUP 2014. Permitam-me aliás que saúde com muita estima pessoal e académica o Senhor Diretor da FEUP, Professor João Falcão e Cunha, recentemente investido no cargo. Nós, a direcção anterior, dirigimos entre 2010 e 2014 a construção de uns poucos elos nesta longa cadeia de qualidade que é a trajectória da FEUP. O professor Falcão e Cunha e a sua equipa têm a responsabilidade de dirigir a construção de mais uns tantos. E, estou certo de que o vão fazer, em trabalho colectivo e inclusivo com a Comunidade U.Porto e com o mundo exterior imenso que se liga naturalmente à FEUP. Quero desejar ao Senhor Professor João Falcão e Cunha as maiores felicidades na condução dos destinos da FEUP. Quero também saudar os novos membros do Conselho Executivo, do Conselho Científico, do Conselho de Representantes e do Conselho Pedagógico da FEUP. A todos estes membros dos órgãos de gestão agradeço o compromisso que assumiram com a FEUP e com a Universidade do Porto, não deixando de lhes desejar as maiores felicidades para os seus mandatos. Cumprimento com muita amizade a nossa oradora convidada, a doutora Vera Mata. É com grande satisfação que recebemos nesta cerimónia uma antiga estudante da Universidade do Porto, cujo percurso académico e profissional dignifica a nossa instituição e representa sem dúvida um exemplo que só pode estimular ps nossos estudantes e fazê-los acreditar no futuro. As minhas saudações são naturalmente extensíveis ao corpo docente da FEUP, aos seus investigadores, aos seus estudantes e também aos funcionários não docentes. A qualidade do capital humano ao dispor da FEUP é determinante para a posição de relevo que a instituição ocupa no panorama académico, científico e tecnológico do nosso país. A todos agradeço o empenho no cumprimento das suas funções académicas, fazendo ainda votos para que tenham um ano letivo repleto de felicidades pessoais e profissionais. Uma muito grata saudação também para os representantes das empresas que, ao longo de vários anos e sob diferentes formas, têm colaborado com a FEUP e com a Universidade do Porto. No caso concreto, importa reconhecer a atribuição de prémios de mérito a estudantes da FEUP pelas empresas ABB, CIN, ColepCCL, Continental Mabor, Eletrominho, Ferespe, Glintt, Kaizen Institute, ITGrow e Mota Engil. Uma palavra também em memória do engenheiro Cristiano Spratley, cuja vida serviu de inspiração para um prémio atribuído pela Venerável Ordem Terceira da Nossa Senhora do Carmo, a partir de um fundo criado pelos familiares Maria Estela Spratley e Ricardo Spratley. De igual forma lembramos aqui o estudante da FEUP André Silva, precocemente falecido e a quem prestamos tributo com um prémio instituído pelos seus familiares. Voltando às empresas, aproveito para sublinhar o quanto prezamos a cooperação com o tecido produtivo. A Universidade do Porto está a empreender um grande esforço de aproximação às empresas, tendo em vista sobretudo a realização conjunta de atividades de investigação, desenvolvimento e inovação. Desta forma, estamos a contribui para a adequação do nosso tecido 2

empresarial à Economia do Conhecimento, ao mesmo tempo que encontramos nas empresas o parceiro ideal para desenvolver investigação aplicada. As universidades têm vindo a aumentar a sua cooperação com as empresas, bem como a desenvolver um esforço interno de promoção da inovação e do empreendedorismo. As empresas, por seu turno, estão hoje mais recetivas à colaboração com a comunidade académica e algumas adotaram modelos de negócio com elevada intensidade de inovação. Contudo, todos temos consciência de que há ainda um longo caminho a percorrer nessa cooperação. Muito do conhecimento produzido na comunidade científica não é ainda aplicado na qualificação das empresas, tendo em vista um reforço da sua competitividade a partir de fatores críticos como a inovação, a criatividade e a tecnologia. As dificuldades na transferência de conhecimento decorrem de vários factores, designadamente dos recursos disponíveis, do nível da qualificação dos recursos humanos do nosso tecido empresarial e da capacidade tecnológica instalada. Mas há também dificuldades no que respeita à conjugação de interesses, sendo certo que as rotinas de produção de conhecimento pelas universidades e a própria natureza desse conhecimento nem sempre são convergentes com as necessidades do tecido produtivo. E aí, compete às universidades fazer um esforço de convergência. Depois de nos últimos 20 anos Portugal ter centrado os seus investimentos em infraestruturas físicas, o país deve agora focar-se em investimentos menos tangíveis, como a inovação. Importa criar em Portugal um ecossistema que favoreça a conversão de conhecimento científico e tecnológico em valor económico, de forma a serem desenvolvidos produtos, serviços e tecnologias altamente sofisticados. Só assim será possível reforçar a competitividade do nosso tecido empresarial, que tanto necessita de bens e serviços transacionáveis no exterior e com elevada intensidade tecnológica. A Universidade do Porto tem tido a felicidade de reunir como parceiros de inovação várias empresas competitivas, de elevado perfil tecnológico, com dimensão internacional e que estão apostadas em gerar valor a partir do conhecimento científico. É de facto muito estimulante para a Universidade do Porto poder colaborar com empresas desta índole, sendo certo que a experiência que temos de interface com o tecido produtivo torna o futuro do país um pouco mais auspicioso. Deixei propositadamente para esta segunda parte da minha intervenção a saudação aos Novos Mestres da FEUP, que são a razão ser desta comemoração. Quis assim dar a devida relevância a todos aqueles que, com inegável mérito e justiça, ocupam o palco neste dia: os nossos homenageados, os nossos diplomados, os Novos Mestres da FEUP! Saúdo então vivamente todos os estudantes da FEUP que concluíram os seus cursos em 2013-2014, ultrapassando assim uma etapa fundamental das suas vidas. Agora, entram numa segunda fase da vossa vida profissional, e digo isto a pensar particularmente nos estudantes a tempo inteiro, cuja profissão nesta fase da vida foi precisamente a de estudante, tendo como objectivo a preparação estudar para a fase seguinte de inserção profissional na Sociedade. Para esse futuro já próximo dispõem de uma preparação global e de uma formação especializada de superior qualidade, ministrada nesta faculdade. Sendo que estão todos de parabéns, exprimo uma palavra especial de louvor aos estudantes distinguidos com prémios de mérito, salientando que a Universidade do Porto não se exime ao reconhecimento público dos que revelam determinação, labor e talento acrescidos no cumprimento das suas tarefas académicas. 3

Sublinho que o trabalho académico desenvolvido pelos Novos Mestres dignificou a FEUP e a Universidade do Porto no seu todo, enriquecendo a instituição do ponto de vista humano, técnico e científico. A Universidade do Porto está por isso grata a todos os que concluíram os seus mestrados na FEUP, não escondendo também a sua satisfação por lhes ter proporcionado uma formação especializada de grande qualidade e que responde às exigências técnicas do mundo atual. A todos vós, Novos Mestres, aceitem os meus votos de muitas felicidades pessoais e profissionais nesta nova etapa da vossa vida. Mas, aos Novos Mestres que hoje homenageamos estão associadas pessoas muito especiais para cada um deles. Refiro-me aos seus familiares diretos. Tenho um profundo respeito e uma sentida admiração por todos estes pais e responsáveis de educação que, apesar das contingências que o país vive, não deixaram de proporcionar estudos superiores aos seus filhos. Foram sem dúvida as pessoas que mais contribuíram para o sucesso dos Novos Mestres da FEUP, pelo que este momento é certamente de grande emoção e orgulho para eles. Todos estes pais estão hoje a colher os frutos do empenho que colocaram na formação dos seus filhos, em muitos casos, não tenho dúvida, passando por muitos sacrifícios para tal. O exemplo destes pais ganha uma importância acrescida numa altura em que assistimos, na sociedade portuguesa, a uma desvalorização do ensino superior. O desemprego que atinge muitos jovens qualificados, a emigração de quadros superiores e o baixo perfil de especialização da nossa economia alimentam a perigosa ideia de que a aquisição de conhecimento técnico-científico não deve ser uma prioridade. A relativização da importância da formação académica radica, aliás, no pressuposto de que os cursos superiores não promovem a empregabilidade dos jovens, podendo até prejudicar a sua inserção no mercado de trabalho. Tudo isto é um lamentável equívoco. Como mostram claramente as estatísticas, um jovem com qualificação superior tem maiores possibilidades de encontrar emprego e de esse emprego ser melhor remunerado do que alguém com um nível de formação mais baixo. Isto sem esquecer o que o conhecimento técnico-científico representa em termos de enriquecimento cultural, integração social e crescimento cívico. Em Portugal, importa referi-lo mais uma vez, não há licenciados a mais. O que há é globalmente pessoas com formação superior a menos. O nosso país carece de profissionais qualificados para retomar o seu processo de convergência socioeconómica com o resto da Europa, de forma a proporcionar níveis mais elevados de bem-estar, riqueza, empregabilidade e cidadania aos seus cidadãos. Segundo a OCDE, por cada ano de escolaridade a mais na média da população, o PIB dos países sobe 0,5%. Ou seja, se Portugal tivesse uma escolaridade média igual à europeia, possivelmente o seu PIB seria superior em 20 pontos percentuais. O emprego é, porventura, a questão que mais preocupa os Novos Mestres da FEUP nos dias de hoje. E com razão, pois a taxa de desemprego jovem em Portugal é superior a 30%. Contudo, os Novos Mestres devem ter consciência de que um diploma numa faculdade com ensino de qualidade, com bons índices de produção científica, com acesso às redes mundiais do conhecimento, com prestígio internacional e com influência no desenvolvimento socioeconómico do país, como é o caso da FEUP, assegura à partida condições acrescidas de empregabilidade. Um diploma da FEUP é uma garantia de preparação técnica, especialização científica, formação cívica e capacidade de aplicação do conhecimento. Herdeira hoje de 177 anos de história, a FEUP adquiriu 4

um capital de prestígio pedagógico e científico que extravasa as fronteiras do país. O sistema científico e tecnológico, os decisores públicos, as empresas, as instituições e a sociedade civil em geral identificam a FEUP como uma escola de referência. Reconhecem na FEUP a sua capacidade para formar quadros altamente especializados, para converter conhecimento científico em inovação, para transferir tecnologia e para gerar projetos de empreendedorismo. Todos sabemos da extraordinária procura dos nossos jovens talentos por países do Centro e do Norte da Europa. Ora eu não tenho qualquer dificuldade em entender essa procura. Muitos dos nossos jovens qualificados possuem know-how sofisticado, capacidade de trabalho, atitude empreendedora, bom relacionamento intercultural e conhecimentos de outras línguas. Para além, claro, do famoso desenrascanço português, cujo uso releva em dose limitada e nunca para substituir o racionalismo funcional que devemos cultivar. Por isso, esses jovens obtêm reconhecimento internacional nas mais variadas áreas de intervenção, designadamente nas engenharias. Quero acreditar, contudo, que Portugal não vai desperdiçar o conhecimento, as competências e o empenho de uma geração de jovens engenheiros altamente qualificados. Estou confiante de que a engenharia portuguesa continuará a ser um motivo de orgulho nacional e de que as tecnologias vão reforçar o seu peso no tecido produtivo, com tudo o que isso representa em termos de oportunidades de realização profissional para os Novos Mestres da FEUP. Uma vez graduados, os Novos Mestres têm a responsabilidade de dar um efetivo contributo para que o Portugal da próxima geração seja um país mais confiante nas suas capacidades, mais empreendedor, mais inovador e mais competitivo. Ou seja, um Portugal em que haja a massa crítica necessária para construirmos, de forma autónoma e sustentável, o nosso futuro. Termino fazendo votos para que os Novos Mestres mantenham uma forte ligação à FEUP e à Universidade do Porto, pois desejamos continuar a beneficiar, no que for possível, das suas qualidades humanas e técnico-científicas. Os Novos Mestres da FEUP são agora antigos estudantes da Universidade do Porto. Neste sentido, deixamos aqui um apelo para que continuem a acompanhar o dia-dia-dia da Universidade e a participar nas suas iniciativas académicas. São bem-vindos os contributos de todos os antigos estudantes, em particular no âmbito de colaborações com a Universidade que sejam vantajosas, não apenas para a instituição, mas também para o desenvolvimento socioeconómico de Portugal. Muito obrigado. Em 15 de novembro de 2014, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor 5