A Cooperação Territorial e o Crescimento Inteligente e Sustentável das Economias Locais ( )
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1 A Cooperação Territorial e o Crescimento Inteligente e Sustentável das Economias Locais ( ) 28 Setembro 2012, Braga, Mosteiro de Tibães António Almeida Henriques Senhor Presidente da Comunidade Intermunicipal do Ave, Senhor Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, Senhor Vice-Presidente da Câmara de Braga, Senhor Presidente da CCDR do Norte, Senhores Representantes da Junta da Galiza, Senhor Presidente da Associação Industrial do Minho Senhor Diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza Norte de Portugal, Senhoras e senhores oradores, Minhas Senhoras, Meus Senhores, Quero começar por cumprimentar todos os presentes e saudar a oportunidade e a importância desta iniciativa, organizada sob o impulso das Comunidades Intermunicipais do Alto Minho e do Ave. 1
2 Constitui também, para mim, um sinal promissor o amplo e importante conjunto de parceiros e intervenientes que aqui se irão reunir. Felicito-vos também por isso. E faço votos para que o recolhimento proporcionado por este belíssimo Mosteiro de Tibães inspire o trabalho e os resultados destas jornadas. Minhas Senhoras, Meus Senhores, Este encontro não é precoce, nem os temas que trata de interesse marginal. A Europa 2020 é já uma realidade política e o Quadro Estratégico Comum para 2014/2020, proposto pela Comissão Europeia, está a ser já negociado. Os territórios são ativos vitais para a concretização dos seus objetivos. Para a retoma do crescimento e a criação de emprego, dois desígnios fundamentais do nosso tempo. 2
3 O crescimento sustentável não se faz por decreto a partir de um centro, mas na dinamização das capacidades dos territórios. Capacidades económicas e empresariais, desde logo. A defesa de uma política forte de desenvolvimento regional é, por isso, para o Governo Português, inegociável. A reprogramação estratégica que empreendemos nos fundos comunitários do QREN é consequente com essa visão. Brevemente, conto apresentar o Programa VALORIZAR, que dará novo fôlego à política de desenvolvimento regional em Portugal. As políticas e as reformas devem privilegiar uma leitura territorial dos problemas e uma proximidade nas soluções. Uma lógica top down é, muitas vezes, perdulária das oportunidades, dos esforços e dos recursos. Minhas Senhoras, meus Senhores, 3
4 A cooperação territorial é, hoje, um importante instrumento de desenvolvimento regional, num mundo cada vez mais globalizado e competitivo. A cooperação gera dinâmicas de conhecimento e parceria entre atores e territórios com afinidades e interesses comuns. Reforça capacidades instaladas e cria pontes para a internacionalização. Por isso, recusamos a lógica da política de cooperação territorial como o parente pobre do desenvolvimento regional. Como também recusamos o argumento de que não lhe podemos exigir resultados concretos. A cooperação territorial deve ser levada a sério e, por isso, deve também apresentar progressos e concretizações. Este encontro de hoje tem também este mérito: o de fornecer testemunhos e informações sobre os progressos obtidos nos investimentos realizados. A Região Norte tem aqui particular responsabilidade. Porque é pioneira na cooperação territorial ibérica, ao lado da Região da Galiza. 4
5 Porque está inserida num espaço euro-regional dinâmico e reconhecido. Porque dispõe de uma experiência madura, de um lastro de projetos e de uma rede de instituições sensível. O vosso papel e os vossos contributos são importantes. Minhas Senhoras, Meus Senhores, No Governo, estamos empenhados em influenciar o futuro da Cooperação Territorial Europeia e em programar as prioridades de Portugal. Interessa-nos participar na definição dos espaços de cooperação, do modelo de financiamento dos Programas e das prioridades temáticas. E mobiliza-nos o desafio de viabilização das Macro-regiões, no contexto da nossa cooperação ibérica. A cooperação transfronteiriça é, para Portugal, muito relevante. 5
6 Longe vão os tempos das fronteiras e suspeições. A cooperação ibérica não é fortuita, nem de conveniência. As regiões portuguesas e espanholas partilham identidades culturais e históricas. Somos vizinhos e parceiros. E enfrentamos ameaças comuns. O Estado Português valorizará, nas suas posições, a cooperação transfronteiriça. E entendemos poder alcançar maior protagonismo e ambição no futuro. Estamos disponíveis e interessados em assumir maior participação na gestão do próximo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal Espanha, radicando por exemplo em território português a sua estrutura de gestão. Minhas Senhoras, Meus Senhores, 6
7 Este encontro tem o mérito de procurar interpretar o desígnio de um Crescimento Inteligente e Sustentável, preconizado na estratégia Europa Esta aproximação é decisiva. Nas últimas décadas, a Europa perdeu centralidade, dinamismo económico, força industrial e emprego. A Europa 2020 é, em larga medida, a resposta à situação do presente e ao lugar da União Europeia no mundo. Portugal não quer ficar de fora desta dinâmica. Não quer e também não pode. A situação de Portugal e das suas regiões exige uma aposta redobrada nas políticas de crescimento: na especialização e inovação, na industrialização, na valorização do território e na internacionalização. Há dez anos atrás, em 2001, Portugal ocupava praticamente a mesma posição que hoje ocupa no índice do PIB per capita médio da União Europeia a 27 Estados-Membros: sensivelmente, 80%. 7
8 Os atuais riscos e ameaças de uma retoma mais difícil tornam ainda mais relevante a aplicação da Política de Coesão para , mas também uma viragem das nossas apostas. As empresas têm dado uma réplica positiva à crise conforme exprimem os números das exportações nacionais -, mas há ainda muito caminho para fazer na competitividade e no emprego. Este é um desafio que cabe também aos territórios, que devem por em funcionamento o triângulo virtuoso que junta Municípios, Empresas e Instituições Científicas. O mesmo é dizer: Território, Economia e Conhecimento. É preciso não esquecer, que Portugal apresenta, ainda, disparidades regionais muito significativas, que importa vencer. Que algumas das regiões nacionais figuram na lista das mais pobres da União, apesar do excecional potencial que lhes é reconhecido. 8
9 Os temas da competitividade territorial, da valorização das economias locais e dos espaços rurais, do desenvolvimento turístico, e do contributo da cultura e da criatividade têm aqui grande relevância. Meus Senhores, Minhas Senhoras, O Governo Português elege o objetivo de uma forte participação do país no desígnio comunitário de um Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo. Quanto melhor e mais cedo Portugal e as suas Regiões prepararem a sua estratégia e a sua ação no quadro da Europa 2020, em melhores condições estaremos de sermos bemsucedidos. O momento presente de dificuldade e os constrangimentos de ordem financeira não podem toldar a nossa visão sobre o futuro. Por isso, desafiei já as cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional a desenvolverem iniciativas regionais de estratégia, debate e preparação do próximo quadro de políticas e programas comunitários. 9
10 Essas iniciativas serão também responsáveis por integrar as estratégias e as propostas que, ao nível das Comunidades Intermunicipais, estão a ser ou serão preparadas. Também as empresas, através do seu tecido associativo, devem participar desta dinâmica. O seu contributo é verdadeiramente indispensável, numa lógica territorial. O Governo criará, a breve trecho, no âmbito do QREN, medidas de estímulo ao desenvolvimento destas iniciativas, garantindo a sua integração e uma base territorial coerente. Minhas Senhoras, Meus Senhores, As dimensões territoriais têm, nos desafios do presente, um grande relevo. O relançamento económico e do emprego sustentável depende, e muito, de uma política forte de desenvolvimento territorial. Os territórios, incluindo os de raiz rural, têm valores, recursos e capacidades com grande potencial de criação de valor. 10
11 As suas lideranças e as suas instituições garantem eficácia e proximidade. A cooperação territorial é um instrumento poderoso. E «toda a força é fraca se não for unida.» No Governo, seremos consequentes com esta visão. E um parceiro disponível para o diálogo e o trabalho. Contamos com o contributo de todos. Muito obrigado. 11
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