EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 8ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO SP. Processo nº 0000971-28.2013.5.02.0008 RITA DE CÁSSIA DA SILVA, qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista proposta em face de BASE BRASIL PLUS CORRETORA DE SEGUROS LTDA + BASE BRASIL BI CORRETORA DE SEGUROS LTDA, vem perante V.Exa., por seu advogado, interpor RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 895, I, da CLT, requerendo o seu processamento e o envio das suas razões ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 538, CAPUT, DO CPC APLICAÇÃO DO ARTIGO 775, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT Esclarece a reclamante que o recurso ordinário é tempestivo, vez que após a publicação da sentença a obreira fez a interposição de embargos de declaração. Os embargos de declaração foram considerados tempestivos e no julgamento dos embargos a MM. Vara analisou o caso concreto. Desta forma, nos termos do artigo 538, caput, do CPC e do artigo 775, parágrafo único, da CLT, o recurso ordinário é tempestivo, pois os embargos de declaração interromperam o prazo do recurso.
DAS CUSTAS PROCESSUAIS CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA APLICAÇÃO DO ARTIGO 790-A DA CLT Esclarece a reclamante que a MM. Vara na sentença concedeu a obreira os benefícios da justiça gratuita. Desta forma, nos termos do artigo 790-A da CLT a reclamante está isenta do recolhimento das custas processuais. Nestes Termos Pede Deferimento São Paulo, 24 de março de 2014. MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR OAB/SP 148.128
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO RECORRENTE: Rita de Cassia da Silva RECORRIDO: Base Brasil Plus Corretora de Seguros Ltda ORIGEM: processo n 0000971-28.2013.5.02.0008 da 8ª Vara do Trabalho de São Paulo SP. EGRÉGIO TRIBUNAL COLENDA TURMA Não concorda a reclamante com a sentença de 1ª Instância que julgou improcedente a reclamação trabalhista. 1. DA PRELIMINAR DE NULIDADE: DO INCONFORMISMO DA RECLAMANTE DO CERCEAMENTO DA PRODUÇÃO DA PROVA APLICAÇÃO DO ARTIGO 795, CAPUT, DA CLT APLICAÇÃO DO ARTIGO 5º, LV, DA CF APLICAÇÃO DO ARTIGO 332 DO CPC Não concorda a reclamante com a atitude da MM. Vara do Trabalho que cerceou a produção da prova (testemunhal) e prejudicou a reclamante quando da prolação da sentença. A MM. Vara cerceou a produção da prova testemunhal da obreira ao indeferir as perguntas efetuadas a 2ª testemunha (Sra. Elaine Leite Lopes Gimenez). Entende a obreira que essas 2 perguntas eram pertinentes ao mérito da reclamação
trabalhista para a comprovação dos requisitos da pessoalidade e subordinação jurídica. Quando do indeferimento das perguntas pela MM. Vara do Trabalho o patrono do reclamante constou seus protestos (artigo 795, caput, da CLT). Os protestos foram renovados quando da apresentação das razões finais. em sentença que: A MM. Vara do trabalho concluiu A prova produzida não favoreceu a autora.... A prova testemunhal, por seu turno, revelou-se dividida, sendo certo que cada testemunha ouvida corroborou a tese defendida pela parte que a convidara a depor, pelo que, não se desincumbiu a autora do ônus a que estava submetida por força do contido em o artigo 818 da CLT. Assim é que, enquanto a testemunha da reclamante declarou que esta comparecia diariamente à reclamada, que, por sua vez, lhe controlava a jornada e dava ordens através da Supervisora Liliana, a da ré, contrariamente, negou tais fatos, aduzindo que não havia dever de comparecimento diário, nem controle de horário ou subordinação. Disse que o setor de telemarketing distribuía listagens com clientes em potencial a quem quisesse visita-los, sem exigência a fixação de metas. Deve, portanto, prevalecer o trazido pela mencionada prova documental, o que deságua na improcedência dos pedidos. Entende a obreira que a prova ficou dividida justamente porque a MM. Vara indeferiu as 2 perguntas para a 2 testemunha da reclamante, pois se a testemunha respondesse as 2 perguntas a prova não ficaria empatada. Desta forma, entende a obreira pela nulidade do ato judicial que indeferiu as 2 perguntas pelo cerceamento da produção da prova e violação ao Princípio da Ampla Defesa e Contraditório (artigo 5º, LV, da CF e artigo 332 do CPC), devendo ser designada nova audiência para que a MM. Vara faça as 2 perguntas indeferidas para a testemunha Sra. Elaine Leite Lopes Gimenez. Diante do exposto, requer a reclamante seja acolhida a preliminar de nulidade
para anular a sentença remetendo os autos para a Vara de origem para a oitiva da 2ª testemunha. 2. DO MÉRITO: DO INCONFORMISMO DA RECLAMANTE VÍNCULO EMPREGATÍCIO VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 3º, 13, 29 E 41 DA CLT APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST A r. sentença ao analisar a pretensão da reclamante julgou improcedente a reclamação trabalhista indeferindo o vínculo empregatício e o pagamento dos consequentes. em sentença que: A MM. Vara do trabalho concluiu Alegou a autora que fora admitida aos serviços da primeira reclamada em 01/04/2009, como corretora de seguros, de forma subordinada e com jornada controlada, pleiteando a nulidade do instrumento firmado e o reconhecimento judicial do vínculo empregatício até a dispensa imotivada alegadamente ocorrida em 21/04/2011. Pleiteou os consectários daí decorrentes, conforme especificou. Pediu a condenação solidária da segunda reclamada, conforme aditamento de fls. 177/196. Em defesa, as rés, em apertada síntese, negaram o vínculo empregatício, afirmando que a reclamante era, de fato, prestadora de serviços autônoma, não subordinada, mediante o pagamento de ajuda de custo e comissões, sem pessoalidade ou exclusividade, pelo que impugnaram os pedidos trazidos pela inicial. Pois bem. A prova produzida não favoreceu a autora.... A prova testemunhal, por seu turno, revelou-se dividida, sendo certo que cada testemunha ouvida corroborou a tese defendida pela parte que a convidara a depor, pelo que, não se desincumbiu a autora do ônus a que estava submetida por força do contido em o artigo 818 da CLT. Assim é que, enquanto a testemunha da reclamante declarou que esta comparecia diariamente à reclamada, que, por sua vez, lhe controlava a jornada e dava ordens através da Supervisora Liliana, a da ré, contrariamente, negou tais fatos, aduzindo que não havia dever de comparecimento diário, nem controle de horário ou subordinação. Disse que o setor de telemarketing distribuía listagens com clientes em potencial a quem quisesse visita-los, sem exigência a fixação de metas. Deve, portanto, prevalecer o trazido pela mencionada prova documental, o que deságua na improcedência dos pedidos. Não concorda a reclamante com a fundamentação mencionada na r. sentença, pois a própria preposta da reclamada confirmou em seu
depoimento que a reclamante tinha um valor fixo de R$ 2.000,00 + comissões sobre as vendas efetuadas. A própria preposta da reclamada também confessou que a reclamante tinha metas a serem atingidas. Esclarece a obreira que o depoimento da preposta desmente a contestação, pois a defesa diz que a obreira nunca recebeu valores fixos, mas apenas comissões sobre as vendas efetuadas. Registre-se que o próprio contrato celebrado entre as partes (fls. 30/32) estipula a jornada de trabalho de 2ª a 6ª feira das 08:30 às 17:30 horas. O contrato também estipula o pagamento de uma remuneração, situação clássica existente na relação de emprego. A 1ª testemunha da reclamante confirmou em seu depoimento que a reclamante laborava diariamente e que inclusive marcava cartão de ponto biométrico. Esclarece ainda a reclamante que durante todo o período somente laborou cumprindo ordens e atuando em serviços essenciais para o funcionamento da reclamada, ou seja, a reclamante sempre realizou tarefas que pertenciam a atividade fim da empresa. A vasta documentação juntada pela Reclamante em sua inicial comprova que existia a prestação de serviços de forma pessoal e contínua, sendo que também existia a subordinação direta da obreira à supervisora Liliana e posteriormente ao sócio Sr. Alysson. A própria preposta da reclamada confirmou em seu depoimento que o Sr. Alysson ajuda os consultores a fecharem vendas. A 1ª testemunha da reclamante confirmou em seu depoimento que:
- a reclamante estava subordinada a supervisora Liliana e ao proprietário Alysson; - a reclamante participava de reuniões com a supervisora Liliana e com o Sr. Alysson; - a reclamante recebia as ordens de serviços da supervisora Liliana; - a reclamante tinha que cumprir metas estipuladas pela reclamada; - era a depoente que controlava a agenda da reclamante designando as visitas e as reuniões. O Contrato de trabalho é um contrato realidade perfazendo-se pela simples prestação de trabalho pelo obreiro, sendo que presentes os requisitos do artigo 3º da CLT, impõe-se às partes até mesmo contra a vontade das mesmas, uma vez que se trata de preceito de ORDEM PÚBLICA. Diante do exposto, requer a reclamante que seja caracterizada a nulidade do contrato de prestação de serviços com o reconhecimento do vínculo empregatício (aplicação do artigo 9º da CLT) e o pagamento de todas as verbas decorrentes da relação de emprego. DAS PROVAS PRODUZIDAS NOS AUTOS APLICAÇÃO DO ARTIGO 818 DA CLT APLICAÇÃO DO ARTIGO 333 DO CPC Entende a reclamante que a vasta prova documental, bem como a prova oral produzida em audiência confirmam os termos da petição inicial. Pela análise da prova produzida pela reclamada, temos várias contradições que não correspondem com os termos da contestação, senão vejamos:
1) a contestação diz que a reclamante nunca teve salário fixo, pois apenas recebia comissões sobre as vendas efetuadas. Ocorre que a própria preposta confessou em seu depoimento que a obreira tinha um valor fixo de R$ 2.000,00 + comissões sobre as vendas efetuadas. A própria preposta da reclamada também confessou que a reclamante tinha metas a serem atingidas; 2) a testemunha da reclamada disse em seu depoimento que a reclamante não participava de reuniões. Ocorre que a preposta da reclamada confessou em seu depoimento que a reclamante participava de reuniões. 3) a testemunha da reclamada disse em seu depoimento que a reclamante a reclamante não cumpria metas. Ocorre que a preposta da reclamada confessou em seu depoimento que a reclamante tinha metas a serem atingidas; 4) a testemunha da reclamada disse em seu depoimento que a reclamante apenas se reportava ao Diretor Comercial Marcelo Urbani. Ocorre que a preposta da reclamada confessou em seu depoimento que o proprietário da reclamada (Sr. Alysson) ajuda os consultores a fecharem vendas e que a reclamante participava de reuniões com o Sr. Alysson. Diante do exposto, requer a Reclamante seja dado provimento ao recurso ordinário para reformar a sentença de 1ª Instância para julgar a reclamação trabalhista procedente. Nestes Termos Pede Deferimento São Paulo, 24 de março de 2014.
MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR OAB/SP 148.128 RECURSO ORDINÁRIO BASE BRASIL - RITA