A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Social



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Transcrição:

A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Social Setembro 2010 Wanda Engel Superintendente Executiva

Desenvolvimento Humano Sujeito Sujeito Objeto Desenvolvimento Social Desenvolvimento Econômico

Políticas Integradas de Desenvolvimento DES. ECONÔMICO Oportunidades DES. HUMANO DES. SOCIAL Capacidades REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL Condiçã ção

Juventude: uma etapa estratégica para o desenvolvimento

Juventude Brasileira: dados gerais O Brasil tem hoje cerca de 49 milhões de jovens (26% da população), segundo a Pnad 2009. Considera- se como jovem a parcela da população situada na faixa etária entre 15 a 29 anos de idade. Divididos em três grupos: de 15 a 17 (jovem adolescente) 10,3 M de 18 a 24 anos (jovem-jovem) 23,0 M de 25 a 29 anos (jovem adulto) 16,4 M

Situaçã ção o socioeconômica dos jovens A maioria dos jovens brasileiros está concentrada nas áreas urbanas (84%). A proporção de jovens vivendo em áreas rurais ainda é maior no Nordeste (27%) e no Norte (22%) do que nas outras regiões. O Sudeste continua sendo a região onde há um maior número de jovens vivendo em zonas urbanas (94%). 22,7% dos jovens na faixa de 15 a 24 anos e 37% dos jovens na faixa de 25 a 29 anos é casado. 11,8% das jovens (15 a 19 anos) têm filhos, (os mais pobres estão em pior situação - 22%). Fonte: PNAD, 2009 Ciclo Intergeracional da Pobreza

Juventude e Educação

Situaçã ção o educacional dos jovens brasileiros Brasil Situação/escolaridade 1) Analfabetos 2) Freqüentam a escola 15 a 17 anos 1,4 % 84,1 % 18 a 24 anos 2,1 % 30,5 % 3) Não freqüentam a escola 15,9 % 69,5 % Total (mil) 10.399 (100%) 23.034 (100%) Fonte: PNAD, 2009. Estimativas baseadas nos dados disponibilizados no site IBGE.

Qual a tendência ncia histórica? Evolução da porcentagem da população que frequenta à escola, segundo grupos etários - Brasil, 1976-2007 100 Porcentagem que frequenta à escola (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 7 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 10 0 1976 1979 1983 1986 1989 1993 1997 2001 2004 2007 Anos Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1976 a 2007.

Entre 18 a 24 anos a média é de 9,1 anos de estudo, o que corresponde ao Ensino Fundamental completo. A média nacional é de 7,2 anos de estudos.

Os Jovens e a Escola Os dados nacionais mostram que apenas 32% dos alunos da faixa mais pobre da população estão no ensino médio. Na camada mais rica, esse total sobe para 77,9%; A taxa de analfabetismo funcional (que é representada pela proporção de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de estudo completos em relação ao total de pessoas de 15 anos ou mais de idade), foi estimada em 20,3%; 1,7M de jovens entre 15 a 17 anos estão fora da escola; Apesar da evolução histórica dos dados de escolaridade dos jovens, que subiu de 6,8 anos (1997) para 9,5 (2009) na faixa etária de 20 a 24 anos, observa-se que os jovens conseguem ingressar, mas acabam não concluindo o ensino médio. Fonte: IBGE. Dados da PNAD, 2009

Funil do Ensino MédioM Dos 10,3 milhões de jovens 15 a 17 anos 8,5 milhões estão na escola 4 milhões no Ensino Médio 1,8 mi concluem Fonte: MEC/INEP, Censo Escolar, 2009

Como está o Ensino Médio? M Dados gerais 24 mil escolas 85,8% nas redes estaduais 413 mil professores 8.3 M no Ensino Regular 745 mil em alguma modalidade de profissionalizante (9%) 52% do público no noturno 1.6M no EJA Matrículas na primeira série: 3.6M Concluintes de terceira série: 1.8M Estamos perdendo metade de nossos jovens alunos

... para o desemprego Cerca de 4,6 milhões de jovens encontram-se desempregados. Os jovens representam 61,4% do total de desempregados do país. 2,9 vezes maior que o dos adultos (taxa de desemprego juvenil 14%; taxa de desemprego adulto 4,8%). 70 60 63,8 61,4 50 40 38,4 35,6 30 20 10 9,6 9,4 15,8 16,3 0 15 a 29 15 a 17 18 a 24 25 a 29 2006 2007

... porque crescem as exigências por escolaridade média Evolução histórica da exigência por escolaridade para o mercado de trabalho Comparação da Ocupação por Escolaridade 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 8 a 9 anos 11 anos ou + Fonte: IPEA, 2008. Dados da PNAD, 2007

O grupo mais afetado...

... perdemos para os baixos salários Remuneração mensal do trabalho (em Reais por mês) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 Remuneração do trabalho por nível educacional: Brasil, 2006 Educação média completa Analfabetos funcionais 31% 83% 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Centésimos da distribuição

... perdemos para a pobreza Chances de ser pobre* Escolaridade Até 4 anos de estudo 1º Segmento do Ensino Fundamental 1% 9% De 5 a 8 anos de estudo 2º Segmento do Ensino Fundamental De 9 a 11anos de estudo Ensino Médio 50% 40% Mais de 11 anos de estudo Universidade * Conceitua-se como pobreza neste estudo, renda familiar per capta de até meio salário mínimo mensal Fonte: IPEA/ 2002

perdemos para a morte. 140.0 120.0 100.0 80.0 60.0 40.0 20.0 0.0 0 a 4 años 5 a 9 años 10 a 14 años 15 a 19 años 20 a 24 años 25 a 29 años 30 a 34 años 35 a 39 años 40 a 44 años 45 a 49 años 50 a 54 años 55 a 59 años > 60 años hombr es 0.8 0.8 4.6 74.1 119.8 104.1 82.3 64.4 52.0 44.4 32.2 28.6 18.3 mujer es 0.5 0.6 1.8 6.6 7.3 6.6 6.6 6.4 5.5 4.6 3.7 2.2 2.5 Fonte: Datasus. Ministerio da Saude.

Conseqüê üências para a sociedade Discrepância entre o nível de desenvolvimento do país e a porcentagem da PEA com escolaridade media - Brasil 16,4%; Índia 28,2%; China 45,3%; Coréia do Sul 55,2%; México 37%; Chile 35,7% e Argentina 31,1%. Brasil deixa de crescer 0.5 pontos percentuais por ano, porque um grande contingente de jovens não concluem o Ensino Médio. Em 40 anos deixaremos de ganhar R$ 300 Bilhões (16% do PIB) Estudo do BID estima que o preço da violência no Brasil representa 10,5% do PIB Já se concretiza, em algumas regiões do país, o chamado Apagão de Mão de Obra

Diferença entre a estimativa da oferta de mão-de-obra qualificada e com experiência profissional que procura trabalho e a geração projetada de emprego formal em 2007 Fonte IPEA: Demanda e perfil dos Trabalhadores formais no Brasil em 2007

Como propiciar o desenvolvimento humano, econômico e social de nossos jovens?

Emprendedorismo jovem Capacitaçao ao Profissional Primeiro emprego Jovem aprendiz SAUDE CULTURA Voluntariado jovem Serviço o civil / militar EDUCAÇÃ ÇÃO Agentes jovens Liderança a jovem ESPORTE e LAZER MEIO AMB. Monitoria Apoio a org. de jovens Transferência ncia Condicionada de Renda Bolsa Família Documentaçã ção Gravidez precoce Abuso e exploraçã ção o sexual Infraçã ção Rua Drogas (uso e tráfico) Gangues DST / Aids

Integrar esforcos, possibilidades e recursos de: diferentes atores sociais (governo, sociedade civil e empresariado); diferentes setores (educacão, saúde, trabalho, esporte, cultura, assistência) e diferentes níveis pode ser uma possibilidade de a aumentar os impactos.