O LÚDICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE EM UM CONTEXTO TECNOLÓGICO Géssica P. Monteiro Rangel Samara Moço de Azevedo Eliana Crispim França Luquetti
Contexto da Pesquisa Colégio Estadual João Pessoa- Campos dos Goytacazes Fonte: dados da pesquisa. Promover o lúdico no contexto escolar dos futuros docentes a partir de vivências práticas e discussões realizadas no espaço da brinquedoteca.
Apuração das contribuições dos encontros promovidos: Entrevista com os alunos do Normal Médio envolvidos na pesquisa; O caminho metodológico Pesquisa-Ação no Laboratório Lúdico/Pedagógico da Brinquedoteca do Colégio Estadual João Pessoa; Participação no curso oferecido pela ABBri- Associação Brasileira de Brinquedotecas, no qual ampliou-se os conhecimentos teóricos e práticos sobre o lúdico nos diversos contextos e que depois foi multiplicado para os alunos do Normal Médio; Pesquisa Bibliográfica;
Marco teórico Lúdico: Huizinga (1993), Vygostsky (1991), RCNEI (1998), Macedo (2005), Bougerè(1998) Formação Docente lúdica: Friedmann (2006), Debortoli (2009) RCNEI (1998), Dias (1999) Brinquedoteca: Gimenes e Teixeira (2011), Cunha (1994)
Justificativa Possibilitar maiores conhecimentos sobre as especificidades do lúdico no processo de ensino e aprendizagem. Proporcionar perspectivas teóricas e práticas dentro de um espaço lúdico/pedagógico no processo de formação docente. Despertar nos futuros professores por meio de discussões, a reflexão sobre as práticas de ensino e as implicações da mesma na Educação Infantil.
Pesquisa-Ação no laboratório lúdico/pedagógico da brinquedoteca Turmas envolvidas: 2 turmas que cursavam o 1º ano do Normal Médio Dia das oficinas promovidas: Sexta-feira Horário: 10h30 às 13h30 Local: Laboratório Lúdico da Brinquedoteca
Nesse contexto, foram propostas oficinas criativas de conhecimentos diversos sobre brincadeiras, o jogo, a ludicidade, o contexto tecnológico, bem como, outros ensinamentos imprescindíveis para a formação e a futura atuação docente. Após o término das oficinas, foram realizadas entrevistas, a fim de averiguar como esses alunos estavam compreendendo esse espaço e os conhecimentos adquiridos nas suas futuras práticas.
Após o término das oficinas, foram realizadas entrevistas, a fim de verificar os efeitos que as vivências no espaço da brinquedoteca promoveram para cada aluno envolvido. Algumas das respostas dadas quando questionados sobre como eles acham que essas oficinas contribuíram para sua formação: Informante (1): Contribui, por exemplo, de você pensar em coisas que você pode fazer na hora de você dar aula, porque nas oficinas dá pra você ter várias ideias durante quando vocês estavam falando das coisas, você logo logo você já tem outra ideia já pensa nossa essas coisas que vocês estão falando pode funcionar muito bem na sala de aula, muita coisa da pra ser utilizada, acho que praticamente tudo 99% da pra utilizar Informante (2): Foram muito boas, porque acho que se eu não tivesse isso eu não teria praticamente nada. Porque as aulas aqui deram mais um incentivo pra você pesquisar, pra você pensar: É isso daqui realmente vai funcionar, coisas do tipo. Informante (3): Que muitas das vezes você não precisa ter grandes brinquedos e grandes coisas para dar uma aula boa e pra fazer com que as crianças brinquem. Que as vezes a gente pode ter uma coisa muito simples e fazer com que a criança perca totalmente o foco das outras coisas e foque só naquilo, que tipo é uma coisa nova pra ela, não só carrinho normal, essas coisas.
Conclusão A partir dos resultados obtidos, constatou-se que o espaço da brinquedoteca foi um promovedor de oportunidades para a formação docente, onde teoria e prática se encontravam em um só espaço com o propósito de estimular a formação de profissionais da educação infantil mais críticos e criativos. Nesse sentido, trabalhar com a formação docente questões relevantes para sua futura atuação, promoveu uma dinamização no contexto escolar dos envolvidos resultando na promoção de novas perspectivas e saberes. Por esse caminho ficou mais fácil discursar sobre o lúdico, de acordo com Dias (1999) Contribuir para a formação estética e artística do educador não significa colocar professores e demais educadores para desenhar e pintar; tampouco é querer transformá-los em artistas. É, antes de tudo, reconciliá-los com a própria expressão, resgatar-lhes a palavra, o gesto, o traço, as ideias, a autoria (DIAS, 1999, p.179). Concordando com a autora, criar condições e situações criativas, não é oferecer artifícios artísticos sem propósito, descontextualizado, e sim proporcionar experiências únicas de liberdade e autoria. Nesse sentido, os futuros professores puderam estar em contato com um contexto convidativo para que os mesmos pudessem resgatar o sentimento infantil, por meio do lúdico, um facilitador comum a essa etapa da vida.
Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo. Paulo Freire
Referências Bibliográficas ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, p. 68-1978. BRASIL. RCNEI Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil Brasil, 1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. Brasília : MEC, SEB, 2010. CARVALHO, Alysson. (org.) Brincar(es). 1ªed. Atualizada. Belo Horizonte: Editora UFMG; Pró- Reitoria de Extensão/ UFMG, 2009. CERISARA, A. B. Educar e cuidar: por onde anda a educação infantil? Revista do Centro de Ciências da Educação. Florianópolis: UFSC, nº 17, 1999. DEBORTOLI, José Alfredo. Educação Infantil e conhecimento escolar: Reflexões sobre a presença do brincar na educação de crianças pequenas¹. In: CARVALHO, Alysson. (org.) Brincar(es). 1ªed. Atualizada. Belo Horizonte: Editora UFMG; Pró- Reitoria de Extensão/ UFMG, 2009, p. 65-79. DIAS, Karina Sperle. Formação estética: em busca do olhar sensível. In: KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel; NUNES, Maria Fernanda; GUIMARÃES, Daniela. (orgs.) Infância e educação infantil. Campinas, SP: Papirus, 1999, p. 175-201. FLOR, Dalânea Cristina. DURLI, Zenilde. (org.) Educação infantil e formação de professores. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012. FREIRE, Adriani. Formação de educadores em serviço: Construindo sujeitos, produzindo singularidades. In: KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel; NUNES, Maria Fernanda; GUIMARÃES, Daniela. (orgs.) Infância e educação infantil. Campinas, SP: Papirus, 1999, p. 77-97. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. FRIEDMANN, Adriana. O brincar no cotidiano da criança. São Paulo: Moderna, 2006. GIMENES, Beatriz Piccolo; TEIXEIRA, Sirlândia Reis de Oliveira. Brinquedoteca: Manual em educação e saúde. 1ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1993. IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Corteza, 2000. (Coleção Questão da Nossa Época; v. 77)