APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM SEMENTES POR MEIO DO PROCESSO DE RECOBRIMENTO PARTE II

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Transcrição:

APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM SEMENTES POR MEIO DO PROCESSO DE RECOBRIMENTO PARTE II Maria Lúcia Martins 1,5 ; Carlos Alberto Severo Felipe 2,5 ; Adilson Pelá 3,5 ; Rafael Mendes da Silva 4,5 ; Douglas Meyer Simões 4,5 ; Gabriel Freitas Vitorino 4,5 1 Bolsista PIBIC/CNPq 2 Pesquisador - Orientador 3 Pesquisador Voluntário; 4 Voluntário de Iniciação Científica PVIC/UEG; 5 Curso de Agronomia, Unidade Universitária de Ipameri, UEG. Resumo - O tratamento de sementes é realizado tradicionalmente em máquinas conhecidas como máquinas de tratamento de sementes. Em vista de algumas desvantagens operacionais no uso desses equipamentos, surge como alternativa a realização desse processo em um equipamento denominado Leito de Jorro. Nesta Parte II do trabalho o objetivo foi estudar a aplicação dos micronutrientes Boro, Zinco, Molibdênio, Manganês e Cobalto em quatro culturas (soja, milho, algodão e feijão) através do processo de recobrimento de sementes em leito de jorro. Foram comparadas a aplicação feita em leito de jorro, com aplicações em saco plástico, adubação tradicional (em sulco) e ainda sementes sem tratamentos. As respostas avaliadas em laboratório foram: Teste Padrão de Germinação, Primeira Contagem, Teste de Envelhecimento Acelerado, Massa Úmida e Massa Seca, enquanto que as respostas dos testes a campo foram: Índice de velocidade de Emergência, Altura Média de Plântulas e Massa Seca. Os resultados possibilitaram verificar que o tratamento de sementes em leito de jorro não danifica fisiologicamente as sementes, mostrando ser uma alternativa viável no beneficiamento de sementes. Palavras-chave leito de jorro, testes de qualidade, danos fisiológicos. Introdução Um dos fatores limitantes para o sucesso de qualquer cultura é a dificuldade de se obter sementes de qualidade física, fisiológica e sanitária, e capazes de proporcionar o estabelecimento da cultura com população ideal, com plântulas uniformes e vigorosas. Dentre as necessidades mais prementes para os agricultores está a obtenção de sementes de alta qualidade, que possibilitem uma emergência rápida e um estande uniforme no campo (KIKUTI et al., 2002). O tratamento de sementes é uma forma de se alcançar esse objetivo, sendo o tratamento com micronutrientes uma alternativa.

2 A aplicação uniforme de micronutrientes é feita, normalmente, via solo e através de pulverização foliar. Todavia pode ser realizada, ainda, a aplicação diretamente às sementes via peletização (SFREDO et al, 1997). São utilizadas tradicionalmente para recobrir sementes, máquinas conhecidas como máquinas de tratamento de sementes (betoneira, tambor giratório, máquinas de tratamento Syngenta, entre outras). Em vista de algumas desvantagens operacionais no uso desses equipamentos, surge como alternativa a realização desse processo em um equipamento denominado Leito de Jorro. O presente trabalho teve como objetivo estudar a aplicação dos micronutrientes Boro, Zinco, Molibdênio, Manganês e Cobalto em quatro culturas (soja, milho, algodão e feijão) através do processo de recobrimento de sementes em leito de jorro. Material e Métodos Culturas Estudadas: Conforme especificado na Parte I deste trabalho, as culturas estudadas foram: algodão, soja, milho e feijão. Micronutrientes e Doses Utilizadas: os micronutrientes e as doses utilizadas nas sementes de cada cultura foram definidas na Parte I, quais sejam: algodão (4,16g.kg -1 ZnSO 4 e 5,716 g.kg -1 MnSO 4 ); feijão (2,648 g.kg -1 H 3 BO 3-0,112 g.kg -1 CoSO 4 e 0,616 g.kg -1 Na 2 MoO 4 ); milho (4,516g.kg -1 ZnSO 4 e 8,572 MnSO 4 ) e soja (0,616 g.kg -1 Na 2 MoO 4 0,20g.kg -1 CoSO 4 e 1,484 g.kg -1 MnSO 4 ). Experimentos de Recobrimento no Leito de Jorro Os testes de recobrimento foram realizados em uma unidade típica de leito de jorro, e a substância recobridora adicionada era constituída dos mcronutrientes, de amido (empregado como substância ligante) e água destilada como solvente. As condições fluidodinâmicas utilizadas basearam-se em trabalhos anteriores realizados na mesma unidade de recobrimento empregando sementes (CONCEIÇÃO FILHO, 1997; DUARTE et al, 2004). As sementes recobertas no leito de jorro foram avaliadas por meio dos testes de qualidade, juntamente com as sementes recobertas nos sacos plásticos e a testemunha. Os testes de qualidade empregados foram o Teste Padrão de Germinação (BRASIL, 1992) e 1ª Contagem,

3 Envelhecimento Acelerado (EA) Massa Úmida (MU), Massa Seca (MS) (NAKAGAWA, 1999). As comparações entre as respostas foram feitas através de Análise de Variância e Teste de Tukey, ambos com 5% de significância. Comparação entre as Diferentes Formas de Aplicação de Micronutrientes nas Culturas Comparou-se o recobrimento em leito de jorro, com outras duas formas usuais de adição de micronutrientes, que foram a aplicação em sulco e a aplicação vias sementes empregando recobrimento em sacos plásticos. No experimento realizado no campo foram analisadas respostas como: Índice de Velocidade de Emergência, Altura Média das Plantas após 14 dias da semeadura e a Massa Seca produzida 30 dias após a semeadura (NAKAGAWA, 1999). Para comparar as respostas dos testes de qualidade oriundas de cada tratamento foi realizada Análise de Variância e Teste de Tukey. Resultados e Discussão Algodão Aplicação dos Micronutrientes no Leito de Jorro Como pode ser observado na Tabela 1, as sementes recobertas no leito de jorro apresentaram uma leve superioridade, diferindo das sementes recobertas em saco plástico no teste de 1ª Contagem e das sementes Testemunha quando observado a Germinação e 1ªContagem. Tabela 1 - Avaliação da aplicação dos micronutrientes em leito de jorro, comparando com a aplicação em saco Plástico e a testemunha. Tratamento Recobertas no Leito de Jorro testemunha Recobertas no Saco Plástico TPG (%) 1ª Contagem (%) EA (%) MU (mg.plântula -1 ) MS (mg.plântula -1 ) 72,75a 55,50a 24,50a 349,00a 98,75a 51,00b 31,25c 20,50a 343,00a 90,25a 65,75a 44,75b 26,00a 325,50a 100,00a *Médias não seguidas pela mesma letra, na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro

4 Sulco Na Tabela 2, encontram-se os resultados dos testes de qualidade realizados com a finalidade de avaliar as diferenças estatísticas (Tukey a 5% de significância) entre a testemunha e as variadas formas de aplicação. Tabela 2 - Testes realizados a campo para avaliar o desempenho das diferentes formas de aplicação de micronutrientes. Tratamentos IVE (-) MS (mg.planta -1 ) Altura (cm) Recobertas no Leito de Jorro 2,25a 93,50a 3,25a Recobertas em Saco Plástico 2,25a 94,75a 3,00a Adubação em Sulco 1,75a 88,50a 3,00a Testemunha 2,25a 98,75a 3,00a *Médias não seguidas pela mesma letra, na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro Como pode ser observado na Tabela 2, em nenhum dos testes de qualidade houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos, ou seja, os testes realizados não captaram nenhuma diferença na maneira de fornecer micronutrientes às sementes, inclusive em relação à não aplicação (Testemunha). Estes resultados mostram a necessidade de se realizar testes a campo até a colheita, a fim de obter índices como produção e produtividade da cultura. Porém um fator que pode ter prejudicado bastante os resultados foi a baixa qualidade inicial das sementes empregadas, tanto no que diz respeito ao vigor quanto à sanidade. Feijão Aplicação dos Micronutrientes no Leito de Jorro - O tratamento de sementes de feijão em leito de jorro e em saco plástico não afetou o desenvolvimento inicial das plântulas. O único parâmetro de qualidade no qual esses tratamentos foram inferiores à testemunha foi no teste de MU. Sulco - Ao se avaliar o desempenho das sementes no campo, para os diferentes tratamentos, as sementes que passaram pelo processo de recobrimento em leito de jorro apresentaram um desempenho inferior aos demais tratamentos, diferindo estatisticamente da testemunha, em dois dos três testes realizados (IVE e MS). Até mesmo a adubação em sulco, apresentou valores inferiores à testemunha, apesar de ter diferido estatisticamente apenas no teste de MS.

5 Milho Aplicação dos Micronutrientes no Leito de Jorro - Após o recobrimento, as sementes jorradas mostraram-se estatisticamente melhores que as sementes Testemunha, nos testes de 1ª Contagem e EA, iguais no TPG, MU e MS. As sementes recobertas em sacos plásticos mostraram-se inferiores tanto às sementes jorradas quanto as testemunhas, exceto quando se comparou a MS. Sulco - Nos testes realizados realizado a campo pode-se perceber que houve diferença estatística entre os tratamentos apenas para o IVE, onde as sementes recobertas em leito de jorro mostraram melhor desempenho em relação aos demais tratamentos, sendo equivalente à testemunha. Soja Aplicação dos Micronutrientes no Leito de Jorro No caso da soja, percebeu-se a melhor qualidade das sementes tratadas no leito de jorro (TPG, 1ª Contagem, EA, MU e MS), por ter se mostrado superior às sementes testemunhas em todos os testes. Sulco Essa nova etapa confirmou que as sementes recobertas em leito de jorro não foram danificadas. As sementes recobertas em leito de jorro apresentaram resultados estatisticamente iguais às sementes testemunha e ainda à adubação em sulco. O único tratamento que se mostrou estatisticamente inferior à testemunha foi das sementes recobertas em saco plástico, para os testes de IVE e MS. Conclusões Diante dos resultados obtidos neste trabalho, as seguintes conclusões foram alcançadas: - O tratamento de sementes em leito de jorro não ocasiona danos fisiológicos às sementes, podendo ser uma alternativa à aplicação de diferentes insumos e outros beneficiamentos (secagem, peletização); - Não foi possível verificar, através dos testes de qualidade realizados, se a aplicação de micronutrientes às sementes através do recobrimento em leito de jorro proporciona resultados significativamente melhores que outras formas de aplicação, como, por exemplo, via sulco. Seria

6 extremamente importante realizar testes a campo que demonstrem mais detalhadamente o desempenho das culturas estudadas, como a verificação da produção e da produtividade. Agradecimentos Ao CNPq e a UEG pelo suporte à pesquisa. Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNAD/DNDV/CLAV, 1992. 365p. Conceição Filho, R. S. Recobrimento de de Soja com Fertilizantes em Leito de Jorro. 1997. Dissertação de Mestrado em Engenharia Química UFU. Duarte, C. R., Neto, J. L. V., Lisboa, M. H., Santana, R. C., Barrozo, M. A. S., Murata, V. V. Experimental Study and Simulation of Mass Distribution of the Covering Layer of Soybean Seeds Coated in a Spouted Bed. Brazilian Journal of Chemical Engineering. v. 21, n. 01, p. 59-67, 2004. Kikuti, A.L.P.; Oliveira, J.A.; Filho, S.M.; Fraga, A.C. Armazenamento e qualidade fisiológica de sementes de algodão submetidas ao condicionamento osmótico. Cinência Agrtécnica, v.26, n.2, p.439-443, 2002. Nakagawa, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: Krzyzanowski, F.C.; Vieira, R.D.; França Neto, J.B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: Abrates, 1999. Cap.2, p.2-1 a 2-24. Sfredo, G.H; Borket, C.M.; Lantmann, A.F. ; Meyer, M.C. ; Mondarino, J.M.G. e Oliveira, M.C.N. Molibdênio e Cobalto na cultura da soja. Londrina: EMBRAPA CNPSo, 1997. 18p (EMBRAPA CNPSo. Circular Técnica, 16).