Ficha de Actividade. Ser capaz de se proteger face à exploração sexual e aos abusos sexuais. Identificar mitos e realidades sobre a violência sexual.

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Transcrição:

Ficha de Actividade Actividade: Mito ou facto sobre A VIOLÊNCIA SEXUAL Objectivo geral: Ser capaz de se proteger face à exploração sexual e aos abusos sexuais. Objectivo específico: Identificar mitos e realidades sobre a violência sexual. Material: PowerPoint sobre a prevenção da exploração e dos abusos sexuais. Tiras recortadas com frases (págs. 6-12) dos mitos & realidades sobre a violência sexual (quadro págs. 2 e 3). Projector multimédia portátil, PC. Tempo: 60 a 90 min Destinatários: 2ºA Curso Profissional de Animação Sociocultural Procedimentos: Apresentação do PowerPoint Prevenção da exploração e abusos sexuais. Entrega de uma frase a cada aluno sobre um mito e/ou uma realidade conforme lista anexa (págs. 6-12). Após alguns minutos, reflexão e debate de cada uma das frases.

Mitos O abusador sexual é um psicopata, um tarado que todos reconhecem na rua. O estranho representa o perigo maior às crianças. O abuso sexual está associado a lesões corporais. A criança mente e inventa que é abusada sexualmente. É fácil identificar o abuso sexual em razão das evidências físicas encontradas nas vítimas. A maioria dos pais e professores estão informados sobre o abuso de sexual de crianças, a sua frequência e como lidar. O abuso sexual é uma situação rara que não merece uma prioridade por parte dos governos. O abuso sexual, na maioria dos casos, ocorre longe da casa da criança ou do adolescente. Realidades Na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e que são queridas pelas crianças e pelos adolescentes. Os estranhos são responsáveis por uma pequena percentagem dos casos registados. Na maioria das vezes, as crianças e adolescentes são sexualmente abusados por pessoas que já conhecem, como o pai/mãe, madrasta/padrasto, namorado da mãe, parentes, vizinhos, amigos da família, colegas de escola, ama, professor(a) ou médico(a). A violência física contra crianças e adolescentes abusados sexualmente não é mais comum, mas sim o uso de ameaças e/ou a conquista da confiança e do afecto da criança. As crianças e os adolescentes são, em geral, prejudicados pelas consequências psicológicas do abuso sexual. Raramente a criança mente. Apenas 6% dos casos são fictícios e, nestes casos, em geral trata-se de crianças maiores que já pretendem alguma vantagem. Em apenas 30% dos casos há evidências físicas. As autoridades devem estar treinadas para as diversas técnicas de identificação de abuso sexual. A maioria, em Portugal, desconhece a realidade sobre o abuso sexual de crianças. Pais e professores desinformados não podem ajudar uma criança e/ou adolescente. O abuso sexual é extremamente frequente em todo o mundo. A sua prevenção deve ser prioridade até por questões económicas: um estudo realizado nos EUA, por exemplo, revelou que os gastos com atendimento a 2 milhões de sobreviventes do abuso sexual infantil chegaram a 12 400 milhões de dólares por ano. O abuso ocorre, com frequência, dentro ou perto da casa da criança ou do abusador. As

O pedófilo tem características próprias que o identificam. O abuso sexual limita-se ao estupro. A maioria dos casos é denunciada. É impossível prevenir o abuso sexual de crianças. A divulgação de textos sobre a pedofilia e fotos de crianças e adolescentes em posições sedutoras ou a praticar sexo com outras crianças, adultos e até animais, não causam malefícios, uma vez que não há contacto e tudo ocorre virtualmente no monitor. As vítimas do abuso sexual são oriundas de famílias de nível socioeconómico baixo. vítimas e os abusadores são, muitas vezes, do mesmo grupo étnico e nível socioeconómico. O pedófilo é qualquer pessoa. Além do acto sexual com penetração vaginal (estupro) ou anal, outros actos são considerados abuso sexual, como o voyeurismo, a manipulação de órgãos sexuais, a pornografia e o exibicionismo. Estima-se que poucos casos, na verdade, são denunciados. Quando há o envolvimento de familiares, existem poucas probabilidades de que a vítima faça a denúncia, seja por motivos afectivos ou por medo do abusador; medo de perder ou pais; de ser expulso(a); de que outros membros da família não acreditem na sua história; ou de ser o(a) causador(a) da discórdia familiar. Há maneiras práticas e objectivas de proteger as crianças do abuso sexual. O malefício é enorme para as crianças fotografadas ou filmadas. O uso dessas imagens e textos estimula a aceitação do sexo de adultos com crianças, situação criminosa e inaceitável. Sabe-se que, frequentemente, o contacto do pedófilo inicia-se de forma virtual através da Internet, mas logo pode passar para a conquista física, levando inclusive ao assassinato de crianças. Níveis de rendimento familiar e de educação não são indicadores do abuso. As famílias das classes média e alta podem ter condições melhores para encobrir o abuso e manter o muro do silêncio.

O abusador sexual é um psicopata, um tarado que todos reconhecem na rua. O estranho representa o perigo maior às crianças. Na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e que são queridas pelas crianças e pelos adolescentes.

O estranho representa o perigo maior às crianças. Os estranhos são responsáveis por uma pequena percentagem dos casos registados. Na maioria das vezes, as crianças e adolescentes são sexualmente abusados por pessoas que já conhecem, como o pai/mãe, madrasta/padrasto, namorado da mãe, parentes, vizinhos, amigos da família, colegas de escola, ama, professor(a) ou médico(a). O abuso sexual está associado a lesões corporais. A violência física contra crianças e adolescentes abusados sexualmente não é mais comum, mas sim o uso de ameaças e/ou a conquista da confiança e do afecto da criança. As crianças e os adolescentes são, em geral, prejudicados pelas consequências psicológicas do abuso sexual.

A criança mente e inventa que é abusada sexualmente. Raramente a criança mente. Apenas 6% dos casos são fictícios e, nestes casos, em geral tratase de crianças maiores que já pretendem alguma vantagem. É fácil identificar o abuso sexual em razão das evidências físicas encontradas nas vítimas. Em apenas 30% dos casos há evidências físicas. As autoridades devem estar treinadas para as diversas técnicas de identificação de abuso sexual.

A maioria dos pais e professores estão informados sobre o abuso de sexual de crianças, a sua frequência e como lidar. A maioria, em Portugal, desconhece a realidade sobre o abuso sexual de crianças. Pais e professores desinformados não podem ajudar uma criança e/ou adolescente. O abuso sexual é uma situação rara que não merece uma prioridade por parte dos governos. O abuso sexual é extremamente frequente em todo o mundo. A sua prevenção deve ser prioridade até por questões económicas: um estudo realizado nos EUA, por exemplo, revelou que os gastos com atendimento a 2 milhões de sobreviventes do abuso sexual infantil chegaram a 12 400 milhões de dólares por ano.

O abuso sexual, na maioria dos casos, ocorre longe da casa da criança ou do adolescente. O abuso ocorre, com frequência, dentro ou perto da casa da criança ou do abusador. As vítimas e os abusadores são, muitas vezes, do mesmo grupo étnico e nível socioeconómico. O pedófilo tem características próprias que o identificam. O pedófilo é qualquer pessoa.

O abuso sexual limita-se ao estupro. Além do acto sexual com penetração vaginal (estupro) ou anal, outros actos são considerados abuso sexual, como o voyeurismo, a manipulação de órgãos sexuais, a pornografia e o exibicionismo. A maioria dos casos é denunciada. Estima-se que poucos casos, na verdade, são denunciados. Quando há o envolvimento de familiares, existem poucas probabilidades de que a vítima faça a denúncia, seja por motivos afectivos ou por medo do abusador; medo de perder ou pais; de ser expulso(a); de que outros membros da família não acreditem na sua história; ou de ser o(a) causador(a) da discórdia familiar.

É impossível prevenir o abuso sexual de crianças. Há maneiras práticas e objectivas de proteger as crianças do abuso sexual. A divulgação de textos sobre a pedofilia e fotos de crianças e adolescentes em posições sedutoras ou a praticar sexo com outras crianças, adultos e até animais, não causam malefícios, uma vez que não há contacto e tudo ocorre virtualmente no monitor. O malefício é enorme para as crianças fotografadas ou filmadas. O uso dessas imagens e textos estimula a aceitação do sexo de adultos com crianças, situação criminosa e inaceitável. Sabe-se que, frequentemente, o contacto do pedófilo inicia-se de forma virtual através da Internet, mas logo pode passar para a conquista física, levando inclusive ao assassinato de crianças.

As vítimas do abuso sexual são oriundas de famílias de nível socioeconómico baixo. Níveis de rendimento familiar e de educação não são indicadores do abuso. As famílias das classes média e alta podem ter condições melhores para encobrir o abuso e manter o muro do silêncio.