Sobre a Childhood Brasil
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- Wilson de Miranda de Santarém
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2 Certificada como Entidade Promotora de Direitos Humanos e OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Sobre a Childhood Brasil A CHILDHOOD BRASIL TRABALHA POR UMA INFÂNCIA LIVRE DE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL Fundada em 1999, com sede em São Paulo É uma organização nacional que faz parte da World Childhood Foundation, criada por S. M. Rainha Silvia da Suécia e também presente na Alemanha, EUA e Suécia, tendo apoiado 500 projetos em 16 países até então Conselho integrado por lideranças empresariais e do Terceiro Setor
3 Números da Causa A violência sexual infantojuvenil não está restrita a uma classe social, nem às fronteiras de um País. Não há estatísticas consolidadas sobre o problema, que atinge milhares e milhares de crianças e adolescentes a cada dia. 27,3 milhões de crianças e adolescentes residem em domicílios com renda per capita até meio salário mínimo e estão em situação de grande vulnerabilidade (Mensagem Presidencial referente ao Plano Plurianual 2008/2011) Mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos são responsáveis por chefiar uma família no Brasil (Censo Demográfico 2010/IBGE) 241 rotas de tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual (Pestraf, 2002) e 1820 pontos vulneráveis à exploração nas rodovias federais (Polícia Rodoviária Federal, 2009/2010) 32% das denúncias registradas pelo Disque Denúncia Nacional - Ligue 100 de maio de 2003 a março de 2011 são de violência sexual (SDH)) 32 mil denúncias de pornografia infantil na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos - SaferNet em 2010
4 Estratégia de Atuação Ao longo de seus 12 anos a CHILDHOOD BRASIL vem trabalhado estrategicamente e com excelência para enfrentar a violência sexual infantojuvenil de forma integrada com empresas, governos, organizações e comunidades. A CHILDHOOD BRASIL apoia projetos, desenvolve programas regionais e nacionais, influencia políticas públicas e transforma a vida de muitas crianças e adolescentes. Também educa os diferentes agentes, orientando como cada um pode agir para lidar com o problema, promovendo a prevenção e formando proteção em rede.
5 OS PROGRAMAS E PROJETOS DA CHILDHOOD BRASIL SÃO AGRUPADOS EM 4 GRANDES EIXOS COM OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONSCIENTIZAÇÃO TRANSFORMAÇÃO PactAção FormAgente Lei na Prática Comunica Brasil SUSTENTABILIDADE DISSEMINAÇÃO
6 PACTAÇÃO Desenvolver iniciativas e mobilizar os diferentes setores para agir em favor da causa Ex. Programa Na Mão Certa ( Iniciativa baseada em estratégias intersetoriais e educacionais para enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas. O Programa foi criado a partir de pesquisa feita com caminhoneiros de todo o país e propõe um Pacto Empresarial, que já conta com mais de 950 empresas e entidades empresariais signatárias.
7 PESQUISA Vítimas da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes : Indicadores de Risco, Vulnerabilidade e Proteção Pesquisador Responsável Prof. Dr. Elder Cerqueira-Santos
8 Objetivo Avaliar o contexto sociobiodemográfico de risco e vulnerabilidade para meninas e meninos, envolvidos na situação de ESCA, assim como as possíveis conseqüências decorrentes da situação de exploração sexual para as vítimas.
9 Objetivos Específicos Descrever as características sócio-comportamentais (idade, contato com a família, escolarização, envolvimento com abuso e exploração sexual) e condições de vulnerabilidade de crianças e adolescentes vítimas da ESCA; Identificar comportamentos sexuais de risco (relações sexuais sem uso de preservativo) e de soropositividade para o HIV e DST, através de autorelatos; Investigar o uso de drogas e de comportamentos de risco associados (violência, roubo, ideação e tentativa de suicídio) em crianças e adolescentes vítimas da ESCA;
10 Objetivos Específicos - Continuação Investigar a história de violência sexual (exploração sexual, abuso sexual intra e extrafamiliar), violência doméstica, e violência sofrida na rua contra crianças e adolescentes em situação de exploração; Verificar hábitos de busca de serviços e cuidados de saúde nessa população; Levantar indicadores das conseqüências da violência sexual a partir do uso de escalas psicológicas de depressão, auto-estima, satisfação com a vida e apoio social.
11 Método Delineamento Estudo multimétodo (qualitativo e quantitativo) exploratório de caráter analítico entre crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual Trata-se de um estudo multicêntrico
12 Participantes Para fins da presente pesquisa, foram considerados participantes crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual, que tinham vínculo com alguma instituição de atendimento.
13 Procedimentos Pará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul RDS (Respondent-Driven Sampling) - University of San Francisco
14 Aspectos Éticos O Estudo contempla as normas estabelecidas pela Resolução 196/96 do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CONEP) e foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa, sendo aprovado e registrado no Sistema Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde sob o processo número
15 Resultados 110 participantes 69 casos válidos Média de idade 16 anos
16 Figura 2. Vínculo familiar e modelo de família dos participantes (N=69) 94,90% 100% 90% 88,20% 80% 70% Sim 60% 50% 40% 30% 11,80% 5,10% Família Adotiva Família Biológica Não Família Biológica Família Adotiva 20% Não 10% 0% Sim 1
17 Figura 3. Composição Familiar (N=69) 80% 79,70% 71% 70% 60% Mãe Irmãos 50% 40% Pai Avó Padrasto 30% 20% 26,10% 18,80% 17,40% 11,60% Tios Avô Madrasta 10% 2,90% 1,40% 0%
18 A renda média familiar foi de R$ 439,63, variando de R$ 112,00 a R$ 1015,00. Apenas 30% dos participantes relataram trabalhar. R$ 1,00 e R$ 200,00 (40,7%), R$ 200,00 e R$ 500,00 (7,4%) Acima de R$ 500,00 (7,4%) Do total dos participantes trabalhadores 44,4% disseram não receber remuneração
19 30% está fora da escola 8,70% 20,28% Sim Não Nunca 71,01% Figura 4. Vínculo com a Escola
20 57,4% das crianças/adolescentes disseram utilizar o posto de saúde da comunidade 30% não foi ao médico no último ano 52% faltou a escola por estar doente 32% esteve hospitalizado
21 88% já usou alcool 63% já usou cigarro 36% já usou maconha 32% já usou inalantes Primeira droga ilícita foi maconha (25%) Seguida de inalantes (9%) Principais motivos são curiosidade e acompanhar amigos
22 Figura 5. O que fez quando sentiu fissura por droga (n=49) Transou 36,0% Robou 12,0% Sexo Oral 8,0% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
23 Figura 6. Percentual de ideação e tentativa de suicídio entre os participantes (N=69) 70% 60% 60,90% 58,10% 50% 39,10% 41,90% 40% 30% Sim Não 20% 10% 0% Pensou em Suicídio Tentou Suicídio
24 Sexualidade 14,5% nunca namorou 49,3% já namorou no passado 36,2% namorava no momento em que a pesquisa foi realizada A média de idade do namorado atual é de 20,26 anos, variando de 14 a 28 anos
25 76,5% disse que já teve uma experiência sexual com coito ou penetração Média de idade para primeira relação sexual foi 13 anos
26 Cerca de 30% das participantes do estudo já passaram por pelo menos um episódio de gravidez A média de idade para o primeiro episódio de gravidez foi de 14,13 anos 17% admitem que já perderam um ou mais filhos em abortos naturais (6%) ou provocados (11%) Apenas 5,8% das participantes vivem com seus filhos atualmente Na última relação sexual 64% disse que usou camisinha
27 Figura 7. Conhecimentos sobre HIV/AIDS (N=69) 86,80% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 29,20% 41,50% 32,80% Sabe o que é HIV/AIDS Acha que pode pegar Sabe onde fazer teste Já fez teste 20,00% 10,00% 0,00%
28 Figura 8. Tipo de violência sexual sofrida (N=69) 80% 74,20% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 50,70% 43,10% 20,30% 22,40% 12,30% Forçou ver filmes eróticos Fez fotos sensuais Forçou Sexo Pediu para ser tocado Mexeu no corpo Conversou sobre sexo
29 O que recebe em troca de experiências sexuais? Favores (14%) Presentes (26,20%) Dinheiro (82,20%) O valor médio do pagamento em dinheiro foi de R$ 37,00, variando entre R$ 10,00 e 150,00.
30 Figura 9. Onde acontece a situação de ESCA Motel 45,70% Casa Rua Bar/Bordel 20,50% 17,80% 24,40% Posto de combustível 10,90% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
31 Tabela 2. Como ficou sabendo que poderia ganhar algo fazendo sexo Quem Percentual Amigas 52,3% Cafetão/Aliciador 38,6% Mãe 2,3% Outros 4,5% Pai 2,3%
32 Comparação Das entrevistadas que ainda se encontram em situação de ESCA: Média de idade mais alta (15,32 anos) Tiveram o primeiro coito mais cedo (12,7 anos) Estão fora da escola (34,1%) Possuem renda familiar mais alta (R$ 457) Nível de religiosidade é mais baixo (2,8 pontos) Abuso sexual (média de 1,43)
33 Considerações Diversidade de manifestação da ESCA Dificuldade de identificação dos casos Vitimização (não reconhecimento) Dificuldades de intervenção C&A continuam na ESCA, inclusive com indício de mudança na modalidade de exploração Problemas no atendimento!!!
34 ESCA x Mundo do consumo Altos percentuais de ideação suicida e tentavivas de suicídio (dez vezes superior ao relatado por jovens em situação de risco no Brasil) Redes de apoio e vulnerabilidade Papel crucial da escola» Escola auto-estima - auto-eficácia Família com apoio quando percebida enquanto rede» Não basta morar com a família Influência negativa do grupo
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