Da Escola ao Mercado de Trabalho Uma visão muito pessoal da minha experiência académica/profissional
Breve historial
2000 Termino o 12º ano, Curso Tecnológico de Informática, na Escola Secundária Pinhal do Rei - Marinha Grande. Pausa académica de 5 anos. 2001 -- 2005 Nesta pausa, tirei o Curso de Formação de Formadores e comecei a dar formação profissional na área da Multimédia. No período de três anos lecionei 1100 horas de formação. Entretanto, fruto da vontade e do autodidatismo, comecei a fazer trabalhos como web designer em regime de freelancer. No entanto, rapidamente a minha formação académica mostrou-se insuficiente para aceder a outros projectos, mais aliciantes...
2005 -- 2007 Entrei no CET de Desenvolvimento de Produtos Multimédia, na ESAD.CR - Instituto Politécnico de Leiria. Porque: - permitia-me entrar na licenciatura através de concurso interno e não pelo concurso nacional; - o CET dava equivalência a várias unidades curriculares na licenciatura; - iria obter uma qualificação técnica num espaço de tempo mais curto que a licenciatura. No decorrer do CET trabalhava a tempo inteiro e tive que suspender as minhas atividades como formador/freelancer. Passei a fazer 120km por dia, trabalhando 7h e estudando outras 4h, diariamente. Com muito esforço e dedicação, concluí o CET em dois anos, com uma média final de 19 valores.
2008 -- 2011 Entrei na licenciatura em Design Gráfico e Multimédia, na ESAD.CR - Instituto Politécnico de Leiria. Nesta altura fico desempregado mas, com a ajuda da minha família, continuei a estudar. Durante o 2.º ano, recomecei a minha atividade como freelancer, desta vez como Designer de Interação.
2011 -- Agora Entrei no mestrado em Tecnologia e Arte Digital, na Universidade do Minho. Paralelamente, concorri a uma Bolsa de Investigação Científica, atribuída pela Universidade Nova de Lisboa e financiada pela FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Nesta altura dividia a minha semana entre Lisboa, Leiria e Guimarães (foi duro...). Pelo meio, expus o meu trabalho numa galeria em Lisboa e voltei a dar formação, em workshops. Atualmente, em simultâneo com o mestrado, tenho colaborado com várias empresas e associações e comecei a lecionar nos CETs do IPLeiria.
Futuro Ainda este ano, pretendo iniciar um novo projeto profissional e, em 2013, defender a minha tese de mestrado.
O que retiro da minha experiência
A escolha do curso Pessoalmente, não concordo com os rankings dos cursos com mais saída para o mercado de trabalho. A escolha do curso deve recair, em meu entender, sobre o que mais se gosta de fazer. O trabalho ocupa cerca de 1/3 da nossa vida e só seremos bons (e felizes!) a fazer o que mais gostamos.
O durante e pós curso Um curso tem várias saídas profissionais, mas penso que não nos devemos limitar a essas saídas. Cada um deve especializar-se numa ou mais áreas, ou mesmo criar uma nova saída profissional, um híbrido. Porquê? Cada finalista terá pelo menos 30 concorrentes diretos, só na mesma escola. Imaginemos no país... e depois no mundo... Daniel Pink defende que o profissional do futuro terá que ser um profissional em T. visão periférica do mercado T com conhecimento profundo da área onde quer atuar
O início da carreira Terminado o curso, há que identificar, de entre as várias tarefas realizadas durante o percurso académico, aquelas em que se teve mais sucesso e maior prazer. Só assim, poderemos perceber onde é que nos podemos encaixar no mundo onde vivemos. É aqui que, a meu ver, ser diferente é ser inteligente. É aqui que criamos valor para nós mesmos e identificamos necessidades, criamos uma profissão, um emprego, um trabalho, um lugar no mundo.
Gerir uma carreia Não é fácil! Exige muito trabalho, um constante estudo do mercado e uma constante adaptação a esse mercado, o que nos obriga a estar em constante avaliação/aprendizagem. Temos que ser os gestores de produto dos serviços que prestamos. Não funciona? Não vende? Não encontra emprego? Há que identificar o porquê e agir em função disso. Não há soluções gerais. No mundo onde vivemos não existem empregos seguros, mas existem carreiras seguras. Todos temos uma carreira a construir.
Para terminar... - Uma pessoa experiente é apenas um teimoso que cometeu muitos erros. - É preciso trabalhar mais que a nossa concorrência. - Um passo na direcção errada é sempre melhor do que estar parado.
OBRIGADO! mjheleno@gmail.com http://vimeo.com/marcoheleno/