MARIA JOÃO BASTOS AUTOBIOGRAFIA. [Escrever o subtítulo do documento] Bruna

Transcrição

1 MARIA JOÃO BASTOS AUTOBIOGRAFIA [Escrever o subtítulo do documento] Bruna

2 Autobiografia O meu nome é Maria João, tenho 38 anos e sou natural da Nazaré, onde vivi até há sete anos atrás, sensivelmente. Completei o segundo ciclo do ensino básico. Interrompi os estudos para ajudar os meus pais, na área do comércio, do qual eram proprietários. Mais tarde, por volta dos meus dezoito anos, tive oficialmente o meu primeiro emprego num armazém de vinhos na Nazaré. Paralelamente a este emprego, e uns anos depois de tanto insistir com o meu pai, retomei os estudos, desta vez na escola secundária D. Inês de Castro situada em Alcobaça, na área de Administração e Comercio, em horário pós laboral. Devo dizer que os anos que se seguiram enquanto fui trabalhadora - estudante foram exigentes, mas foram sem dúvida os melhores anos da minha vida! Passados três anos a trabalhar no dito armazém, insatisfeita com o salário e já fatigada da monotonia, resolvi demitir-me e procurar novo rumo. Foi então que surgiu a oportunidade de frequentar um curso profissional subsidiado pela CEE. Numa fábrica de cerâmica onde permaneci pelo período de dez anos e, durante o qual fui sempre evoluindo profissionalmente. Durante este período e, paralelamente a este trabalho (em horário pós laboral) detive outras actividades. Os primeiros anos na continuação dos estudos, que interrompi na altura que frequentavam o 11º ano, para frequentar um curso de contabilidade geral, o qual terminei com êxito. Para conseguir ganhar mais uns trocos, tive de optar por trabalho, em vez dos estudos nas horas livres, e assim, consegui um par-time numa discoteca, onde desempenhava a função de caixa, na recepção da discoteca O Minho. Aqui 2

3 permaneci durante sensivelmente dois anos e meio, vindo a sair por motivos de encerramento da mesma. Entretanto surge a oportunidade de ir trabalhar para um bar na zona de S. Martinho do Porto e, uma vez que a última experiência tinha sido bastante positiva, o dinheiro dava sempre jeito e o ambiente nocturno me agradava, aceitei o convite que, mais uma vez, se revelou uma boa opção, na medida que também esta experiencia, contribuiu de forma muito positiva e construtiva para a minha experiencia de vida. Com a ideia do casamento surge a necessidade de conseguir algum tempo livre para realizar todas as tarefas a ele inerentes. Decido assim, deixar o par-time do bar e dedicar-me um pouco mais, àquele que iria ser o meu novo modo de vida. Passados sensivelmente três anos de estar casada e, com a mina filhota perto de completar um aninho, o bichinho adormecido de fazer algo em horário pós laboral, volta a acordar. È então que consigo um contracto com o grupo Sonae com a função de operadora de caixa em part-time no Modelo de Alcobaça. Mais uma vez uma experiencia muito produtiva, não só no aspecto de relações humanas, que foi super gratificante nomeadamente os colegas de trabalho, mas também no aspecto de perceber os vários mecanismos que operam no funcionamento interno destes locais. Passados doze anos e sem mais nada para aprender na fábrica onde trabalhava, começa a invadir-me uma tremenda monotonia e necessidade de mudança. Coincidência ou não, tenho conhecimento de um curso de estética (supostamente para pessoas desempregadas) que tinha inscrições abertas, nem penso duas vezes, 3

4 mesmo empregada efectiva na empresa e, sabendo que iria ficar com um salário substancialmente inferior caso ingressasse no curso, inscrevo-me decidida a mudar. Depois de um processo de selecção que passou por várias fases, fui uma das pessoas seleccionas para frequentar o curso, que teve a duração de sensivelmente catorze meses o qual me deu imenso prazer realizar, e que finalizei, com a melhor nota da turma. Fiquei duplamente feliz, quando passados cinco meses de terminar o meu curso, a empresa onde realizei o meu estágio me convidou para fazer parte da sua equipa de trabalho. Com muita pena minha, não aceitei a proposta, por a esta altura, já ter dado inicio a um projecto pessoal, que se consolidou dois meses depois com a abertura do meu próprio gabinete de estética. Foi um projecto muito bem sucedido, durante os quatro anos que teve de vida. Aqui desenvolvi as minhas capacidades e aprofundei os meus conhecimentos nas mais variadas áreas que a estética abrange a nível de cuidados pessoais, não só a trabalhar, mas paralelamente, frequentando vários cursos de formação que se tornavam pertinentes para o meu crescimento e conhecimento na minha área profissional. Entrando depois desse tempo decorrido e, devido a problemas pessoais, cessei a actividade e fui trabalhar na mesma área para uma clínica de naturopatia, da qual já tinha recebido um convite de trabalho há um ano atrás. O pouco tempo que aqui permaneci (sete meses) foi para mim muito proveitoso, devido ao facto de a empresa me oferecer um curso de aromaterapia necessário para poder desenvolver a minha actividade, uma 4

5 vez que o trabalho desta clínica se baseava tanto em serviços como em produtos de essência natural. Devido a problemas de saúde, vime obrigada a ficar temporariamente afastada do meu trabalho e, cansada de não fazer nada, decidi neste período de tempo tirar a carta de condução de pesados e articulados, com o intuito de posteriormente poder desempenhar a função de motorista de articulados de longo curso, profissão exercida pelo meu marido. Depois da obtenção da carta da categoria C+E, surge a oportunidade de ir trabalhar com o meu marido para uma empresa de transportes de mercadorias espanhola. Este foi um dos desafios que mais me realizou a nível profissional, até há data hoje. Para descrever o que sinto costumo utilizar a seguinte frase: sempre adorei queimar gasóleo, só que sai caro! Agora, queimar o gasóleo que é dos outros e, ainda me pagarem para, isso é Brutal!!. Mesmo gostando muito desta profissão, a remuneração ser bastante apelativa e ter a oportunidade de conhecer locais fantásticos, havia algo que não conseguia ultrapassar e, que mantinha o meu coração mergulhado numa profunda tristeza; a distância que me separava da minha filha. O facto 5

6 de não estar perto dela, acompanhá-la diariamente no seu percurso de vida, principalmente nas alturas que mais necessitava, esteva a debilitar-me psicologicamente. Foi então que surgiu esta luz na escuridão; a oportunidade de frequentar este curso, era tudo o que eu desejava na altura, terminar o 12º ano e, mais importante, estar perto da minha filha. Devo por isso agradecer a dois anjinhos da guarda, que tiveram um papel fundamental neste novo rumo que a minha vida tomou, o qual me devolveu novamente alegria ao meu coração e da minha filha e, paralelamente, me proporcionou a oportunidade de terminar um objectivo que há muito queria alcançar. Agradeço também à minha família, nomeadamente ao meu marido e à minha filha, que me apoiaram a todos os níveis, para concluir com sucesso esta etapa da minha vida. 6