RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Data limite para o relatório completo: 05/03/2012, via Side Nome da tecnologia: Controle biológico da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) utilizando o besouro Digitonthophagus gazella. Ano de avaliação da tecnologia: 2011 Unidade: Embrapa Rondônia Equipe de Avaliação: Zenildo Ferreira Holanda Filho Samuel José de Magalhães Oliveira Victor Ferreira de Souza Samuel Rodrigues Fernandes Leonardo Ventura de Araújo Porto Velho, janeiro de 2011 1

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA 1.- IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título Controle biológico da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) utilizando o besouro Digitonthophagus gazella. 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Indique em qual objetivo estratégico da Embrapa (PDE/PDU) se enquadra a tecnologia avaliada: Objetivo Estratégico PDE/PDU x Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio Inclusão da Agricultura Familiar Segurança Alimentar Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas Avanço do Conhecimento se aplica 1.3. Descrição Sucinta Problemas em sanidade animal são diversos, e para a bovinocultura de Rondônia, a mosca dos chifres (Haematobia irritans) tornou-se uma preocupação e um problema a ser superado, tendo em vista os prejuízos que pode ocasionar à pecuária bovina. O estresse causado aos animais interfere no consumo alimentar reduzindo assim a produção de leite, carne e a atividade reprodutiva (Emater- RO/Planafloro; 1992; Silva Netto, 1997). Estima-se que, no Brasil, os prejuízos causados por este parasita atingem US$ 150 milhões anuais (Barros, 2002). A mosca dos chifres entrou no Brasil pela região Norte e, desde a sua detecção em Roraima em 1977/78, ocupou rapidamente todo o território nacional (Honer et al., 1990). A praga passou a ter importância em Rondônia a partir de 1990, tornando-se uma importante demanda de pesquisa. Isto ocasionou a inclusão de Rondônia no programa, iniciado em 1987 pelo Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte Embrapa CNPGC, onde se buscaram tecnologias para o controle das infestações da mosca, inclusive tentando-se mecanismos para retardar o desenvolvimento da resistência a inseticidas na mosca (Oliveira et al., 1997a; Oliveira et al., 1997b; Oliveira, 1998; Oliveira et al., 1998). O controle efetivo da mosca do chifre não tem sido possível sem o uso de produtos químicos e programas de controle, que segundo BARROS (2002) são quase que exclusivamente dependentes do uso de inseticidas. Ao longo dos anos, a prática indiscriminada do controle químico tem demonstrado seus efeitos negativos, em particular, a seleção de populações de moscas resistentes aos inseticidas, com conseqüente redução da eficácia das moléculas utilizadas e o aumento dos custos de controle, sendo estes os principais problemas enfrentados com o uso de tecnologias convencionais de controle deste parasita. Além do alto custo e do longo tempo exigido para o desenvolvimento de uma nova molécula inseticida eficaz, o uso criterioso e racional dos produtos hoje disponíveis passam a ser mais um fator 2

de preocupação na difusão das técnicas de controle da mosca do chifre quando estas preconizam a utilização de produtos químicos. Assim, o controle integrado, incorporando especialmente o controle biológico, tem sido o mais indicado (Honer e Gomes, 1992). Digitonthophagus. gazella foi a espécie de coleóptero escolhida por apresentar-se como o mais efetivo controlador biológico da mosca do chifre, apresentando-se como seu principal inimigo natural, o que o tornou conhecido e difundido em diversos países que apresentam problemas de infestação pela mosca. Apesar de não ser possível sua erradicação, a utilização do besouro coprófago permite a racionalização do uso de inseticidas, comuns nas práticas tradicionais de controle de parasitas dos bovinos (Honer et al., 1993 apud Oliveira, 1998). O controle biológico com a utilização do besouro D. gazella, consiste na propagação do besouro para utilização a campo no controle da mosca do chifre (H. irritans). O coleóptero age enterrando as fezes dos bovinos a profundidades de 25 a 30 cm no solo. É no bolo fecal que se realiza o acasalamento e onde as fêmeas depositam os ovos. Ao proceder-se o enterro das fezes, o besouro destrói as larvas da mosca do chifre no bolo fecal, tornando desfavoráveis as condições para o desenvolvimento dos instares imaturos da mosca. Além disso, o besouro auxilia no controle dos endoparasitos e também propicia a melhoria na fertilização do solo pela incorporação de matéria orgânica e conseqüentemente o melhoramento das pastagens (Silva Netto, 1991 e 1997). 1.4. Ano de Lançamento: 1991 1.5. Ano de Início de adoção: 1991 1.6. Abrangência Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada: Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul AL AC DF ES PR BA AM GO MG RS CE AP MS RJ SC MA PA MT SP PB RO x PE RR PI TO RN SE 1.7. Beneficiários Pequenos agricultores familiares, médios produtores comerciais, compradores de produtos pecuários, indústrias de leite e carne (unidades de beneficiamento) e consumidores em geral. 2.- IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA No momento atual, a identificação e aferição dos impactos da tecnologia em questão na cadeia produtiva demandam estudos que indiquem o grau de eficiência 3

do controle da mosca-dos-chifres através do besouro Digitonthophagus gazella, seja integrado ao controle químico ou não, considerando-se ainda a ocorrência e distribuição da praga nas diversas microrregiões do estado de Rondônia. A distribuição de casais de besouros aos produtores no estado iniciou-se no final da década de 1980 e estendeu-se até o ano de 2000, quando foi desativado o laboratório de produção no Campo Experimental da Embrapa Rondônia no município de Ouro Preto d Oeste. Até 1996, foram distribuídos pela Embrapa, em parceria com órgãos de extensão rural, 51.267 casais de D. gazella para 591 produtores no estado de Rondônia. O processo de comunicação na difusão da tecnologia de controle da moscados-chifres com D. gazella foi objeto de estudo de Oliveira et al.(1998), podendo ser caracterizado como o único trabalho realizado com vista na avaliação do grau de adoção pelo público alvo. As conclusões apontaram para boa receptividade por parte dos criadores, que a perceberam como boa solução para o problema; que a comunicação interpessoal foi a forma mais eficiente de divulgação e conhecimento da tecnologia, através dos eventos de capacitação realizados em parceria da Embrapa com a extensão rural; e finalmente, a necessidade de aprofundamento dos estudos que possam medir a sua eficiência em relação aos aspectos técnicos e econômicos, embora a percepção da tecnologia por estimativas subjetivas dos produtores entrevistados apontem para redução da mosca-dos-chifres na maioria das propriedades (Tabela 1). Tabela 1 Estimativa de redução da mosca-dos-chifres por parte dos produtores (43 entrevistados). Estimativa de redução Freqüência (%) n = 43 Até 40% 13,93 De 41% a 60% 23,26 De 61% a 80% 32,56 De 81% a 100% 13,95 observaram redução 16,28 Fonte: OLIVEIRA et al. (1998) Houve também por parte dos produtores entrevistados outras percepções sobre a utilidade da tecnologia, como por exemplo, proporciona melhorias na qualidade do solo devido aos orifícios promovidos pelo D. gazella 3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS Redução dos custos Ano Unidade de Custos Anterior - Custo Atual Economia Obtida Medida - UM R$/UM (A) R$/UM (B) R$/UM C=(B-A) 2004 0 2005 0 2006 0 2007 0 propriedade 2008 0 2009 1.326,60 663,30 663,30 2010 1.450,50 725,25 725,25 2011 1.565,01 782,51 782,51 4

Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho Líquido Embrapa - R$/UM E=(CxD) Área de Adoção: Unidade de Medida - UM Área de Adoção/UM (F) Benefício Econômico - R$ G=(ExF) 2004 0% 0 0 2005 0% 0 0 2006 0% 0 0 2007 0% 0 0 propriedade 2008 0% 0 0 2009 40% 265,32 500 132.660,00 2010 40% 290,10 500 145.050,00 2011 40% 313,00 500 156.501,00 A adoção da tecnologia, avaliada a partir de 2009, indica que ao menos 500 propriedades adotam a mesma no estado, onde o impacto maior é a redução do custo com o controle da mosca do chifre em torno de 50%. No ano de 2011 os custos para que não adotou a nova tecnologia foi de R$1.565,01, sendo que para as propriedades que adotaram tiveram um custo inferior a R$800,00. Considerando a participação da Embrapa em 40% e o universo de 500 propriedades, tem-se o impacto de R$ 156.501,00 no ano em questão. 4.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1.- Avaliação dos Impactos A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social ( ) sim (x) não. 5.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1.- Avaliação dos impactos ambientais A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC ( x) sim ( ) não. 5.1.1.- Alcance da Tecnologia A distribuição aos produtores de casais de D. gazella realizada no período de 1991 a 2000 atingiu 20 municípios do estado de Rondônia, de acordo com registros realizados por Oliveira et al. (1998), totalizando 51.267 casais de D. gazella para 591 produtores. Entre os municípios com maior número de beneficiários está Ouro Preto d Oeste, com 148 beneficiários, microrregião onde se realizou a avaliação de impactos ambientais como o AMBITEC Agro, incluindo-se os municípios de Jaru (24 produtores beneficiados), Mirante da Serra (7 produtores beneficiados) e Vale do Paraíso (29 produtores beneficiados). Muitos produtores constantes na relação não foram encontrados, por motivos, como venda do imóvel e falecimento, o que dificultou a obtenção de informações sobre a tecnologia. 5.1.2.- Eficiência Tecnológica 5

Tabela 5.1.2.1 - Eficiência Tecnológica Indicadores Se aplica (Sim/) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Uso de agroquímicos/insumos químicos e ou Sim 0,9 0,0 0,5 materiais Uso de energia Uso de recursos naturais Sim 0,2 0,4 0,3 Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial Muitos produtores, com destaque para os pequenos, perceberam diminuição da necessidade de uso de agroquímicos por conta da introdução no besouro em suas propriedades. Outros, principalmente dentre os grandes, não alteraram o método de controle químico da mosca dos chifres, apesar de reconhecer algum benefício na utilização dos besouros. Entre os 11 produtores entrevistados, 10 deles chegaram a utilizar um ou mais princípios ativos para controle da mosca-dos-chifres, independentemente da existência do besouro D. gazella na propriedade. Apenas um produtor declarou nunca ter usado qualquer agroquímico, e ainda, que a praga não foi problema significativo na propriedade. Mesmo assim, atribui ao D.gazella, introduzido há mais de uma década, possíveis contribuições de difícil mensuração para a manutenção da sanidade do rebanho e melhoria das características físicas e químicas do solo a níveis pontuais. Três produtores mantiveram sem alteração o uso de agroquímicos, tanto em relação à variedade de princípios ativos, como à freqüência de aplicação e à toxicidade dos produtos. A produção de leite, característica de todos os entrevistados, requer rigoroso controle de carrapatos, cujos produtos normalmente atingem a mosca-dos-chifres e produzem resíduos nas fezes dos bovinos, contribuindo para diminuição da população dos besouros D. gazella. Em relação ao indicador Uso de Agroquímicos, a maioria dos produtores declararam ter havido redução de um ou mais componentes aplicáveis, entretanto não se sabe se devido ao uso de produtos químicos ou naturais mais eficazes ou se à presença do besouro D. gazella na propriedade. Diversos foram os princípios ativos em uso ou já utilizados, citados pelos produtores, tais como: Abamectina, Fluazuron, Cypermetrina, Diclorvos, Ivermectina, Triclorfone, Clorpirifós e Citronelal. O Fluazuron, por controlar apenas carrapatos na fase jovem, tem sido utilizado com sucesso segundo alguns produtores e possivelmente tenha, segundo aqueles, menor impacto sobre os besouros D. gazella, visto que o intervalo de aplicação é de seis meses. Em relação ao indicador Uso de Recursos Naturais, somente se aplica o componente uso de água para processo, o qual este diretamente ligado à variação do número de aplicações dos agroquímicos cuja formulação é indicada para pulverização ou banhos nos animais. 5.1.3.- Conservação Ambiental Tabela 5.1.3.3 Conservação Ambiental para AMBITEC Produção Animal Indicadores Se aplica (Sim/) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Atmosfera 6

Capacidade produtiva do solo Sim 0,8 1,1 0,9 Água Biodiversidade *Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) É consenso entre todos os entrevistados, que a presença do besouro D.gazella na propriedade pode contribuir para melhoria das qualidades físicas e químicas do solo, devido ao comportamento do inseto em construir orifícios de até 30 cm de profundidade para enterrar pequenas porções de fezes onde possivelmente se encontrem as larvas da mosca-dos-chifres. Ao fazê-lo, está contribuindo para diminuição da perda de matéria orgânica e de nutrientes do solo, além de permitir melhor aeração das camadas subsuperficiais e a conseqüente descompactação. Considerou-se esta ação benéfica a nível pontual, onde se concentram maiores quantidades de esterco fresco na propriedade, tais como periferias de estábulos ou pontos de maior concentração dos rebanhos nas pastagens. As informações prestadas pelos entrevistados têm ainda considerável grau de subjetividade, visto que não se dispõe de dados de pesquisa no Estado que permitam avaliações mais consistentes das declarações. 5.1.4.- Recuperação Ambiental Tabela 5.1.4.1. - Recuperação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Recuperação Ambiental * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial 5.1.5.- Qualidade do Produto Tabela 5.1.5.1. Qualidade do Produto Indicadores Se aplica (Sim/) Tipo 1 (*) Tipo 2 (*) Geral Qualidade do produto *Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) 5.1.7. Bem-estar e saúde do animal Tabela 5.1.7.1. Bem-estar e saúde do animal Indicadores Se aplica (Sim/) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Bem-estar e saúde do animal *Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) 5.2.- Índice de Impacto Ambiental 7

Tipo 1 Tipo 2 Geral 1,5 1,0 1,2 A média obtida de 1,2 para os índices de impacto da tecnologia indica um impacto ambiental positivo, sem diferença significativa entre os dois tipos de produtores. Destaca-se a participação de indicadores de capacidade produtiva do solo, uso de recursos naturais e menor utilização de agroquímicos. 5.3. Fonte de dados A elaboração deste relatório de impactos da tecnologia baseou-se na visita e entrevista a 11 produtores ou com os respectivos responsáveis pelos estabelecimentos. Os critérios de escolha foram: o conhecimento dos técnicos da Embrapa da região de Ouro Preto d Oeste, onde se situava o laboratório de multiplicação dos besouros D. gazella e a acessibilidade tanto aos produtores quanto às propriedades, visto que a distribuição teve início há quase duas décadas e não foi feito um acompanhamento sistemático dos beneficiários entre 1998 e 2008. Tabela 5.3 Número de consultas realizadas por município Produtor Produtor Patronal Municípios Estado Familiar Total Pequeno Médio Grande Comercial Ouro Preto RO 4 2 - - 6 Vale do Paraíso RO 3 - - - 3 Jaru RO - 1 - - 1 Mirante da Serra RO 1 - - - 1 Total 11 7.- AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS Apenas foi realizada a avaliação do impacto ambiental. A média obtida de 1,2 para os índices de impacto da tecnologia indica um impacto ambiental positivo, sem diferença significativa entre os dois tipos de produtores. Destaca-se a participação de indicadores de capacidade produtiva do solo, uso de recursos naturais e menor utilização de agroquímicos. 8. CUSTOS DA TECNOLOGIA 8.1 - Estimativa dos Custos Tabela 8.1.1. Estimativa dos custos Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total 1987 1988 1989 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1990 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1991 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 8

1992 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1993 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1994 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1995 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1996 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1997 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1998 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 1999 49.065,98 653,01 1.223,66 5.246,63 1.523,69 57.712,97 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 8.2 - Análise dos Custos Os dados apresentados na Tabela 8.1.1, foram atualizados para valores reais de dezembro de 2011 utilizando-se o Indice de Preço ao Consumidor Ampliado (IPCA) daquele periodo (IPEADATA, 2011). Desta forma, chegou-se a valores do custo total anual igual a R$ 57.712,97, em valores de dezembro de 2011, com uma maior contribuição dos gastos com pessoal (85%). Isto é consoante com a natureza do custo de tecnologia, onde pesa o capital humano. Os custos de administração somaram R$ 5,246,63, o de transferência de tecnologia, R$ 1.430,65 e o de pesquisa, R$ 613,14. É natural que o custo de transferência constitui superior ao custo de pesquisa pela natureza da tecnologia em questão que apenas foi adaptada e difundida no estado de Rondônia. O custo de capital atingiu R$ 1.523,69 ao ano. NOTAS METODOLÓGICAS. O custo de pessoal foi estimado considerando a dedicação mensal de 6 dias de assistente C, 3 dias de pesquisador B e 1 dia de um analista B. Os valores salariais de cada categoria foram retirados da tabela salarial atual da Embrapa, considerando o salário médio de cada grupamento funcional. A estes valores foram acrescidos o adicional regional de 25% para todos os empregados e o adicional de 15% sobre para o pesquisador B, por conta do adicional de mestrado percebido por esta categoria. A todos os salários foram acrescidos encargos sociais equivalentes a 50% do salário total. O rateio do custo do salário foi feito considerando a proporção entre a dedicação mensal do empregado e 22 dias de trabalho por mês. O custo de depreciação foi estimado considerando a utilização no projeto de 4 barracões de 12m2 construídos em madeira com custo de construção de R$ 1.800,00 e a utilização de 20% de um veículo cujo valor inicial seja R$ 40.000,00. A depreciação de ambos os itens foi calculada linearmente com valor residual nulo. A vida útil dos barracões foi de 30 anos e do veículo, 10 anos. A manutenção do veículo e dos barracões foram estimadas com igual à depreciação. O custo de manutenção do veículo foi acrescido da despesa de combustível, estimada a partir do consumo de 1500 l de gasolina por ano. A 9

manutenção dos barracões foi totalmente apropriada como custo. Apenas 20% da manutenção do veículo foram contabilizados como custo desta tecnologia. 70% do custo de manutenção foram contabilizados como custo de transferência de tecnologia e 30%, custeio de pesquisa. A maior proporção da transferência se justifica pela natureza desta inovação, intensiva em atividades desta natureza. 9 AÇÕES SOCIAIS há. 10 - BIBLIOGRAFIA BARROS, A. T. M. de. Resistência da mosca-dos-chifres a inseticidas: um problema à pecuária. 2002. Disponível em: http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=86. Acesso em: 20 de fevereiro de 2006. EMATER-RO/PLANAFLORO. Controle biológico da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) com a utilização do besouro rola bosta (Onthophagus gazella). Porto Velho: EMATER-RO/PLANAFLORO, 1992. Folder, 2 fls. IPEADATA Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br. Acesso em: jan. 2011. HONER, M. R.; GOMES, A. O manejo integrado de mosca-dos-chifres, berne e carrapato em gado de corte. Campo Grande: Embrapa-CNPGC, 1992, 60p. (Embrapa-CNPGC. Circular Técnica, 22). Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/ct/ct22/01introducao.html> Acesso em: 20 de fevereiro de 2006. OLIVEIRA, V. B. de; TEIXEIRA, C.A.D.; SILVA NETTO, F.G. da. Distribuição do besouro Onthophagus gazella (Scarabaeidae) para o CB da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans - Muscidae) em Rondônia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 16., 1997, Salvador. Resumos... Salvador: Sociedade Brasileira de Entomologia/EMBRAPA-CNPMF, 1997a. p.150. OLIVEIRA, V. B. V. de; FERNANDES FILHO, S.; ROSA NETO, C. O processo de comunicação na difusão e transferência de tecnologia de controle biológico da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) com a utilização do besouro Onthophagus gazella em Rondônia. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DE RONDONIA, 3., 1997, Porto Velho. Resumos... Porto Velho: UNIR, 1997b. p.36. OLIVEIRA, V. B. V. de. Avaliação do processo de difusão da tecnologia de controle biológico da mosca-dos-chifres utilizando o besouro Onthophagus gazella. Porto Velho: Embrapa-CPAF Rondônia, 1998. 43p. (Embrapa-CPAF Rondônia. Relatório de Projeto? SINSEP: 13.0.94.501.08). OLIVEIRA, V. B. V. de; ROSA NETO, C.; FERNANDES, S. R. O processo de comunicação na difusão da tecnologia de controle biológico da mosca-dos- 10

chifres com o besouro Onthophagus gazella em Rondônia Porto Velho: Embrapa-CPAF Rondônia, 1998a, 18p. (Embrapa-CPAF Rondônia. Documentos, 40). RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P. C. Avaliação de impactos ambientais da inovação tecnológica agropecuária: ABITEC-AGRO. Jaguariúna: Embrapa-CNPMA, 2003, p. (Embrapa-CNPMA. Documentos, 34). SILVA NETTO, F. G. da; TAVARES, A.C.; ALVES, P.M.P.; PEREIRA, R.G. de A.; LIMA, R.P.; PATROCLO, C. de A. A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) em Rondônia. Porto Velho: EMBRAPA-CPAF Rondônia, 1991. 11p. (EMBRAPA-CPAF Rondônia. Documentos, 23). SILVA NETTO, F.G. da. Besouro rola-bosta (Onthophagus gazella). Porto Velho: EMBRAPA-CPAF Rondônia, 1991. Folder, não paginado. SILVA NETTO, F.G. da. Utilização do besouro rola bosta (Onthophagus gazella) no controle biológico da mosca dos chifres (Haematobia irritans). Porto Velho, 1997. Folder, não paginado. 11.- EQUIPE RESPONSÁVEL Zenildo Ferreira Holanda Filho Analista A Embrapa Rondônia. Samuel José de Magalhães Oliveira Pesquisador Embrapa Rondônia. Samuel Rodrigues Fernandes Analista B Embrapa Rondônia Leonardo Ventura de Araújo Analista A Embrapa Rondônia Contribuíram com informações as pesquisadoras da Embrapa Rondônia Luciana Gatto Brito e Vânia Beatriz Oliveira, além de extensionistas da Emater RO do Escritório de Ouro Preto d Oeste e Mirante da Serra. 11