Sistemas Institucionais Integrados da UFRN Gleydson A. F. Lima, Aluízio F. Rocha Neto {gleydson, aluizio}@info.ufrn.br Superintendência de Informática UFRN 1 INTRODUÇÃO Desde 2000 a UFRN decidiu inverter o modelo de contratação de softwares de terceiros para realizar o desenvolvimento interno. Neste contexto, alguns sistemas foram desenvolvidos utilizando a tecnologia Java e JSP(JavaServer Pages). Estes sistemas, no entanto, foram desenvolvidos de forma não integrada criando uma ilha de sistemas que não se comunicavam satisfatoriamente. A partir de 2003, esboçou-se um projeto denominado Bases de Dados Integradas que tinha como propósito construir um único banco de dados que integrava as áreas acadêmica, administrativa e de recursos humanos. A proposta incluía a construção de três grandes sistemas (acadêmico, administrativo e recursos humanos) que enxergassem um único banco de dados. Este projeto audacioso tinha alguns riscos e pré-requisitos a serem superados: A comunidade universitária deveria utilizar o mesmo login e senha para todos os sistemas; Todos os sistemas deveriam utilizar o mesmo padrão visual para que o usuário tenha a sensação de que sempre está utilizando o mesmo modelo de navegação; Desenvolvido por uma equipe pequena e formada por uma quantidade considerável de estudantes; Obter uma alta produtividade no desenvolvimento utilizando a plataforma Java Enterprise Edition (JEE); 2 ARQUITETURA DE SOFTWARE ADOTADA A superação desses desafios foram realizados, principalmente, através da adoção de uma arquitetura de software que permite abstrair a complexidade da implementação de sistemas JEE como também definir padrões de codificação, visualização, navegação para os sistemas WEB. Todos os sistemas desenvolvidos tiveram esta arquitetura como base. Assim, conseguiram-se os seguintes benefícios, principalmente: Extensa reutilização de código, pois todas as funcionalidades comuns encontravam-se na arquitetura; Aumento da produtividade dos desenvolvedores devido à abstração de complexidades e das regras de desenvolvimento;
Figura 1: Árvore de componentes dos Sistemas A arquitetura de software baseada em componentes, conforme vistos na Figura 1, incorpora as regras de segurança dos sistemas, o upload e gerenciamento de arquivos, a política de tratamento de exceções, a classe base para os processadores EJB (Enterprise JavaBeans) de lógica de negócio, controladores WEB abstratos (Struts e JSF), geração de imagens Captcha, TagLibraries personalizadas ao projeto, tarefas que executam de tempos em tempos, classes utilitárias, fluxo de controle de cadastros na WEB, auditória através de Log de alterações de bancos de dados e de navegação na WEB, classes comuns utilizadas por todos os sistemas, dentre diversas outras funcionalidades; A arquitetura representa um elemento fundamental para a produtividade e qualidade dos projetos. No entanto, outro elemento de igual importância é utilização de técnicas de Extremme Programming (XP) e da utilização de uma ferramenta própria de gerência de software, denominada iproject, desenvolvida pela equipe. A criação do iproject foi motivada pelo fato dos softwares livres DotProject e Bugzilla, que eram as ferramentas utilizadas anteriormente, não suprirem a necessidade da equipe. O Bugzilla atendia unicamente ao cadastro de bugs e mudanças do sistema e o DotProject é uma ferramenta
focada no gerenciamento de projetos, mas não especificamente projetos de software. A criação da ferramenta própria dinamizou e facilitou muito o acompanhamento e gerencia das tarefas uma vez que ela é focada em projetos de software (testes, integração, desenvolvimento, etc). A figura 2 mostra um exemplo de tela do iproject: 3 SISTEMAS DESENVOLVIDOS Figura 2: Tela do software iproject desenvolvido Com a definição da arquitetura de desenvolvimento e da estrutura de gerenciamento, partiuse para o atendimento à demanda de projetos de sistemas institucionais no período de 2004 a 2007. Durante este período, foi executado efetivamente o projeto de consolidação das bases de dados através de três sistemas: SIPAC Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas SIGRH Sistema Integrado de Gestão e Recursos Humanos A figura 3 ilustra o inter-relacionamento entre os sistemas e suas funcionalidades de maneira resumida. O SIPAC informatiza os fluxos da área administrativa através da informatização de todo o orçamento distribuído no âmbito interno e das requisições que demandam este orçamento (Material, Passagens, Diárias, Suprimento de Fundos, Auxílio Financeiro, prestações de serviço pessoa física e jurídica, etc). Informatiza também os almoxarifados (centrais e setoriais), todo o controle patrimonial, as compras e licitações, o controle de atas e pedidos em registros de preços, o acompanhamento de entrega de empenhos (liquidação), o controle de obras e manutenções de bens imóveis, a aquisição de livros pela biblioteca, as faturas de água e energia, o controle dos contratos e convênios celebrados, o fluxo de processos e documentos eletrônicos, o registro e pagamento de bolsistas, o acompanhamento das despesas com automóveis e combustíveis. O SIPAC também disponibiliza portais de informações para os pró-reitores, para a auditoria interna e para a fundação.
O SIGAA informatiza os procedimentos da área acadêmica através dos módulos de: graduação, pós-graduação (stricto e lato-sensu), ensino técnico, ensino médio e infantil, submissão e controle de projetos e bolsistas de pesquisa, submissão e controle de ações de extensão, submissão e controle dos projetos de ensino (monitoria e inovações), registro e relatórios da produção acadêmica dos docentes, atividades de ensino a distância e um ambiente virtual de aprendizado denominado Turma Virtual. Da mesma maneira do SIPAC também disponibiliza portais específicos para: reitoria, professores, alunos, tutores de ensino a distância, coordenações lato-sensu e stricto-sensu e comissões de avaliação (institucional e docente). O SIGRH informatiza os procedimentos de recursos humanos, tais como: marcação/alteração de férias, cálculos de aposentadoria, avaliação funcional, dimensionamento de força de trabalho, controle de freqüência, concursos, capacitações, atendimentos on-line, serviços e requerimentos, registros funcionais, relatórios de RH, dentre outros. A maioria das operações possui algum nível de interação com o sistema SIAPE, outras são somente de âmbito interno. Figura 3: Os sistemas desenvolvidos e suas inter relações 4 CONCLUSÕES A implantação destes sistemas vem ao encontro de uma meta da administração da universidade que se denomina A informática como Atividade Meio. Ou seja, utilizar a informatização no dia a dia da administração. O SIPAC, por exemplo, entrou em produção em março de 2006 e desde então praticamente duplicou seu tamanho dado a tamanha adesão da comunidade universitária e solicitações de mais controles informatizados na área administrativa. O SIGAA começou sua produção em alguns módulos no ano de 2007 e vem crescendo continuamente
diante das necessidades de novos módulos e de novos processos informatizados. O SIGRH entrou em funcionamento em 2007 com o objetivo da informatização da Avaliação Funcional e Dimensionamento de força de trabalho e em fevereiro de 2008 ele substitui o seu sistema legado correspondente. Todos os demais também possuíam legados que foram desativados. A utilização da informatização pela administração como atividade meio facilita o envolvimentos de gestores no projeto, tornando assim a adoção da metodologia XP mais adequada devido ao escopo do projeto sempre crescente diante de uma situação de desenvolvimento de novas funcionalidades e manutenção das atuais. A arquitetura e a metodologia de gerência são fatores chaves para o sucesso atingido até o momento.