ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (ISQUÊMICO) Antônio Germano Viana Medicina S8
Definição Episódio de disfunção neurológica, geralmente focal, de instalação súbita ou rápida evolução, causada por infarto em território do cérebro, cerebelo ou tronco encefálico irrigado por vasculatura definida com sintomas que persistem por, pelo menos, 24h ou menos que isso, porém, levando à morte. Quando o fluxo sanguíneo cerebral cai a níveis insuficientes para suprir a demanda metabólica tecidual, ocorre a isquemia encefálica
AIT Ataque Isquêmico Transitório Isquemia reversível sintomas neurológicos focais regridem em menos de 24 h ataque isquêmico transitório Fazer o diagnóstico e o tratamento o quanto antes é de suma importância para evitar a ocorrência de AVCI.
AGRESSÃO ISQUÊMICA Danos funcional e estrutural irreversíveis SURGE REGIÃO DE INFARTO PROPRIAMENTE DITO ZONA DE PENUMBRA ISQUÊMICA Funcionalmente comprometida, mas estruturalmente viável. Fluxo sanguíneo reduzido, porém, temporareamente suficiente para manter a viabilidade celular
Zona de Penumbra
TROMBOSE DE GRANDES VASOS: especialmente relacionada à doença aterosclerótica. Principais mecanismos de AVCI e AIT EMBOLIA CARDÍACA: mais frequente causa é a fibrilação atrial. TROMBOSE DE PEQUENAS ARTÉRIAS: mais frequente em hipertensos e diabéticos. ANEMIA FALCIFORME e DISSECÇÃO ARTERIAL ETIOLOGIA INDETERMINADA
FATORES DE RISCO MUTÁVEIS HAS DM DISLIPIDEMIA TABAGISMO E ETILISMO FIBRILAÇÃO AURICULAR ESTENOSE CAROTÍDEA IMUTÁVEIS IDADE ETNIA NEGRA SEXO HISTÓRIA FAMILIAR
ACHADOS CLÍNICOS Território Carotídeo (artérias cerebral média, cerebral anterior, carótidas internas) Déficit motor e sensitivo Déficit de linguagem Dificuldade na articulação das palavras Alterações visuais Outros distúrbios de função nervosa Território vertebrobasilar (artérias basilar, vertebral, cerebrais posteriores, cerebelares) Déficit motor e sensitivo Alterações de nervos cranianos Alterações de coordenação Dificuldade na articulação das palavras Déficit motor e sensitivo Alterações visuais
Artéria oftálmica - Alteração visual monocular Artéria cerebral média - Déficit motor Déficit sensitivo Afasia Negligência Artéria cerebral anterior - Déficit motor Déficit sensitivo Sinais de frontalização Predomínio crural Artéria vertebral - Náuseas, vômitos e tonturas Acometimento de nervos cranianos baixos Alterações cerebelares Artéria cerebral posterior - Alterações de campo visual Rebaixamento de nível de consciência Déficit sensitivo Alteração de funções nervosas superiores Artéria basilar - Déficit motor Déficit sensitivo Rebaixamento de nível de consciência Alteração de nervos cranianos
DIAGNÓSTICO DO AVCI TC ou RNM RNM com frequências pesadas em difusão é mais sensível que a TC para diagnóstico de AVCI nas primeiras horas após o início dos sintomas. Nas primeiras horas após o início dos sintomas é normal ou mostra alterações sutis, como apagamento de sulcos corticais ou perda da diferenciação entre substância branca e cinzenta.
Outros exames Sangue bioquímico, hemograma, coagulograma, lipidograma, VHS, sorologia pra LUES e pra Chagas. Investigação de fontes de embolia cardíaca ECG, ECO transtorácico, ECO transesofágico e Holter. Investigação de fontes de trombose arterial ou embolia angiotomografia, angiorressonância, Doppler de carótidas e a.a. vertebrais, Doppler transcraniano.
Prognóstico Depende da IDADE, da extensão da lesão e, em grande parte, do tratamento recebido na fase aguda O objetivo principal é a PRESERVAÇÃO DO TECIDO ENCEFÁLICO. A integridade dos tecidos perilesionais e de outras áreas encefálicas facilitam a recuperação de função mediante mecanismos de plasticidade e de compensação.
TRATAMENTO Monitorização da PA Glicemia Oxigenação sanguínea Proteção de vias aéreas Quando o paciente chegar à emergência com a PA elevada, não se deve administrar antihipertensivos logo. O controle dessa PA terá de ser com antihipertensivo de ação lenta e gradual. Prevenção de complicações (TVP, embolia pulmonar, úlcera por pressão, pneumonia) Tratamento trombolítico (ALTEPLASE)
TRATAMENTO TROMBOLÍTICO Feito até 4h e meia após o início dos sintomas, na ausência de contraindicações. - Sintomas leves - Cirurgia intracraniana - TCE grave - AVC prévio nos últimos 3 meses - Cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias AVCI pode evoluir c/ Sd. de hipertensão intracraniana. Nesse caso, além do tratamento clínico intensivo, pode estar indicada uma craniectomia descompressiva. - Após a fase aguda do AVCI, é fundamental o controle dos fatores de risco (HAS, DM, Dislipidemia)
Anticoagulante oral é a estratégia mais eficaz para a prevenção de um novo AVCI em pacientes c/ fibrilação atrial. AVCI em território carotídeo. s/ incapacidade grave e c/ estenoses carotídeas significativas de aterosclerose, ipsilaterais ao AVCI, quase sempre são indicadas ENDARTERECTOMIA ou ANGIOPLASTIA. AVCI por aterosclerose de grande artéria, s/ indicação de tratamento cirúrgico ou endovascular, em geral, são utilizados fármacos antiagregantes plaquetários (aspirina, clopidogrel e o dipiridamol)