Neste momento iremos falar sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e o art. 151 do CTN descreve as causas:

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Transcrição:

9. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 9.1. Introdução Material de apoio - Direito Financeiro Já vimos que se o contribuinte realizar uma conduta correspondente ao fato gerador de um tributo, surgirá a obrigação tributária, que é a relação jurídica entre o sujeito ativo (SA) e o sujeito passivo (SP) ligados pelo vínculo obrigacional: o crédito do sujeito ativo perante o sujeito passivo e o débito do sujeito passivo perante o sujeito ativo. Para que o mundo jurídico reconheça essa relação tributária, deverá ser realizado um lançamento tributário. Após a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, a obrigação se torna líquida, certa e exigível. Atualmente, a maior parte dos tributos tem sua exigibilidade com a ocorrência do fato jurídico tributário, sendo que o lançamento se dá por homologação e o contribuinte deve antecipar o pagamento. Por este motivo, é mais adequado falar em suspensão da exigibilidade da obrigação, como afirma a Ministra do STJ Regina Helena Costa 1. O art. 141 do CTN define que o crédito tributário constituído somente se modifica, extingue ou tem sua exigibilidade suspensa nos casos previstos em Lei. Neste momento iremos falar sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e o art. 151 do CTN descreve as causas: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) VI o parcelamento. 1 COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional. 2 ed ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. P. 249

É importante destacar que o Fisco não fica impedido de realizar o lançamento, pois apenas a exigibilidade do crédito está suspensa nas hipóteses elencadas acima. No entanto, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não afasta o cumprimento das obrigações acessórias. 9.2. Causas da suspensão da exigibilidade - Moratória Detalhada nos arts. 152 a 155 do Código Tributário Nacional, a moratória é a prorrogação ou concessão de novo prazo para cumprimento da obrigação tributária. Sempre dependerá de lei e só poderá ser concedida: a) Em caráter geral: pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo e pela União, nos tributos de competência dos estados, distrito federal ou dos municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; b) Em caráter individual: por despacho de autoridade administrativa, desde que autorizada por lei. A moratória não poderá ser aplicada nos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou de terceiro que se beneficie. A moratória é concedida mediante ato administrativo vinculado, sendo que, se o contribuinte preencher os requisitos e condições determinados em lei, terá direito ao benefício. - Depósito integral do seu montante Trata-se do depósito integral do montante da obrigação tributária para a suspensão da exigibilidade do crédito. Neste sentido, é importante destacar que somente o depósito integral, em dinheiro e com os acréscimos legais é causa de suspensão. O STJ pacificou o tema na Súmula 112: O depósito somente suspende a exigibilidade do credito tributário se for integral e em dinheiro. O depósito pode ser feito tanto no processo administrativo como no processo judicial. No entanto, é preciso ressaltar que o processo administrativo pode ser suspenso por meio de reclamação e recursos, como se verá no tópico a seguir.

- Reclamações e recursos Refere-se a todos os instrumentos de defesa aptos a impugnar a exigência fiscal, assegurando o contraditório e a ampla defesa, e suspendem a exigibilidade do crédito tributário. No que se refere ao processo administrativo, o STJ pacificou o entendimento de que não é legítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso, conforme Súmula 373. Conforme art. 156, IX, do CTN, se a decisão definitiva do processo administrativo for favorável ao contribuinte e não mais passível de ação anulatória, será extinto o crédito tributário. - Concessão de medida liminar em MS ou concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial Há suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos casos em que há medida liminar em sede de Mandado de Segurança e também medida liminar ou tutela antecipada em ação judicial. O mandado de segurança (MS) é uma ação judicial designada à defesa de direito líquido e certo violado, ou na eminência da violação, por ato abusivo de autoridade. Para que seja deferida a medida liminar em MS, além destes requisitos, será necessário comprovar o fumus boni iuris e o periculum in mora, que, respectivamente, significam relevante fundamento de direito e perigo do direito em questão ser lesado caso a medida não seja deferida imediatamente. O MS poderá ser impetrado tanto antes (declaratória) como depois (anulatória) do lançamento tributário. Também é possível suspender a exigibilidade de um crédito tributário por medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial. Para a liminar, os requisitos são os mesmos do MS. Para a tutela antecipada, é necessário o preenchimento dos seguintes pressupostos: verossimilhança da alegação, em face de uma prova inequívoca; fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou, ainda, a caracterização do abuso do direito de defesa ou do manifesto propósito proletário do réu.

- Parcelamento O parcelamento é causa suspensiva do crédito tributário e pode ser concedido mediante lei. Possui bastante semelhança ao instituto da moratória. A diferença entre ambos é que enquanto a moratória pode ser executada de uma só vez ou parcelada, o parcelamento somente faz sentido desta última forma. O 1º do art. 155-A do CTN dispõe que o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multa, salvo disposição de lei em contrário. Sendo assim, o parcelamento não se confunde com a denúncia espontânea, visto que o simples requerimento de parcelamento do crédito não é suficiente para afastar a incidência de multa e juros. Conceitos fundamentais - -- ------------ Suspensão da exigibilidade do crédito tributário: Fisco fica impedido de realizar atos de cobrança em função de determinadas situações descritas na lei. Direito positivo ----- - ----------- Código Tributário Nacional, art. 141 Código Tributário Nacional, arts. 151 a 156 Jurisprudência --- ---------------------_ STJ - AgRg no REsp 1359862/PR EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO (VIA ADMINISTRATIVA). SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. A Primeira Seção/STJ, ao apreciar os EREsp 850.332/SP (Rel. Min. Eliana Calmon, DJe de 12.8.2008), pacificou entendimento no sentido de que o pedido de compensação e o recurso interposto contra o seu indeferimento suspendem a exigibilidade do crédito tributário, na forma prevista no art. 151, III, do CTN, ainda que o pedido de compensação refira-se a créditos de precatório. Considerando que o crédito tributário estava com a sua exigibilidade suspensa quando do ajuizamento da execução

fiscal, impõe-se a extinção do feito executivo, em razão da impossibilidade de sua propositura. No mesmo sentido: AgRg no REsp 1.129.800/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 16.2.2012; AgRg no AREsp 7.658/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 19.6.2012; AgRg no REsp 1.339.403/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 28.9.2012. 2. Agravo regimental não provido. STJ - AgRg no REsp 1350990/RS EMENTA: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO. REFIS. EXCLUSÃO. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. "A jurisprudência deste Tribunal Superior é no sentido de que, uma vez interrompido o prazo prescricional em razão da confissão do débito e pedido de seu parcelamento, por força da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, o prazo recomeça a fluir a partir da data do inadimplemento do parcelamento" (AgRg no Ag 1.382.608/SC, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, Primeira Turma, DJe 9/6/11). 2. Agravo regimental não provido. Doutrina --------------------- ---- ------------ - Moratória: Maior atenção exige, entretanto, a alínea b do inciso I acima transcrito: é que a União pode, à luz daquele dispositivo, conceder moratória que atinge receitas de outras pessoas jurídicas de Direito Público. Isso gera a suspeita de que a União poderia sobrepor-se aos Estados e Municípios, contrariando, então, o princípio federativo. Alimenta a suspeita, quando se compulsa a Constituição Federal e encontra-se, no art. 151, III, vedação expressa a que a União conceda isenções de tributos estaduais e municipais. Embora se reconheça a pertinência da dúvida, não é inconstitucional o dispositivo. 2 - Moratória: Note-se que o inciso I, alínea b, do dispositivo, contempla hipótese inconstitucional, uma vez que a União não poderia conceder moratória de tributos de outras pessoas políticas 2 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. P. 576.

sem flagrante ofensa aos princípios federativos e da autonomia municipal. 3 Bibliografia indicada -------------- --- ------------- COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional. 2ª ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Testes -----------------------------_----- ------------------ - 38. (FCC 2010 PGM-TERESINA-PI Procurador Municipal) A moratória a) pode ser concedida pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios dentro de plano de incentivo socioeconômico de determinada região, não havendo necessidade de concessão simultânea de isenção federal. b) é causa de exclusão do crédito tributário. c) é admitida apenas em caráter geral, em virtude do princípio da igualdade tributária. d) deve ser concedida por lei do ente político competente para a instituição de tributo, significando dilação do prazo para pagamento do crédito. e) não comporta imposição de penalidade em caso de revogação por dolo ou simulação do beneficiado, por apenas excluir o crédito tributário, que depois volta a ser exigível. 3 COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional. 2ª ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. P. 253.

39. (FCC 2010 PGE-AM Procurador) Contribuinte ABC ingressa com medida judicial na qual obtém medida liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário. No decurso do processo, a medida liminar vem a ser cassada pelo referido Juízo. Nesse contexto, a) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não mais será aplicável, exceto se o contribuinte promover o depósito judicial do montante integral. b) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o julgamento final do processo em 1ª instância. c) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o julgamento do agravo de instrumento, independentemente dos efeitos de seu recebimento. d) a liminar não pode suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas apenas a tutela antecipada. e) os efeitos da sentença somente serão aplicáveis após 90 dias de sua publicação, com base no princípio constitucional da anterioridade mitigada.