INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum brasilense E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

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Transcrição:

Introdução INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum brasilense E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA Vinicius Eduardo Nunes Ferreira (1), Claudinei Kappes (2), Paulo Henrique Torres Pereira (3), Wilson Koei Kanacilo Junior (4) As bactérias diazotróficas do gênero Azospirillum, fixadoras de nitrogênio atmosférico, que associadas à rizosfera das plantas podem, possivelmente, contribuir com a nutrição nitrogenada delas. Conforme Cavallet et al. (2007), o efeito da bactéria Azospirillum spp. no desenvolvimento do milho e em outras gramíneas, tem sido pesquisado nos últimos anos, não somente quanto ao rendimento das culturas, mas também, com relação às causas fisiológicas que aumentam esse rendimento. São muitas as evidências de que a inoculação das sementes de milho com A. brasilense seja responsável pelo aumento da taxa de acúmulo de matéria seca, o que parece estar relacionado com o aumento da atividade das enzimas fotossintéticas e de assimilação de N (DIDONET et al., 1996). O N possui papel fundamental no metabolismo vegetal por participar diretamente na biossíntese de proteínas e clorofilas (ANDRADE et al., 2003). No entanto, encontra-se em quantidades insuficientes na maioria dos solos brasileiros, tornando-se crucial um fornecimento exógeno. Segundo Kappes et al. (2009), é necessário buscar técnicas que possibilitem a redução das perdas, aumentando a eficiência da fertilização com N e, consequentemente, a produtividade da cultura. Embora se saiba que existem interações entre o N e as bactérias diazotróficas na assimilação e utilização desse nutriente pelas plantas, o maior obstáculo para a utilização de A. brasilense é a inconsistência de resultados em condições de campo, ligada a fatores como condições edafoclimáticas e interações com a biota do solo (REIS, 2007). Tendo em 1 Graduando em Agronomia pela Faculdade Anhanguera de Rondonópolis, Av. Ary Coelho 829, 78705-050 Rondonópolis, MT. vinicius1.3@hotmail.com 2 Engenheiro-Agrônomo, Dr, Pesquisador do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA) da Fundação MT, Av. Antônio Teixeira dos Santos, 1559, 78750-000 Rondonópolis, MT. claudineikappes@fundacaomt.com.br 3 Graduando em Agronomia pela Faculdade Anhanguera de Rondonópolis. paulotorress@live.com 4 Biólogo, Pós - Graduando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Mato Grosso, MT 270, km 6, 78735901 Rondonópolis, MT. kanashiro@bol.br [1]

vista que o milho é uma das culturas mais exigentes em fertilizantes, principalmente os nitrogenados, o manejo do N é de suma importância. Diante do exposto, conduziu-se este trabalho com o objetivo de avaliar o desempenho agronômico do milho safrinha em função da inoculação de sementes com A. brasilense e doses de N em cobertura. Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Escola da Anhanguera (16º 26 S, 54º 33 W e 304 m de altitude), localizada no município de Rondonópolis, MT, na safrinha de 2013. A região está sob bioma de Cerrado, cujo clima predominante, segundo classificação de Köppen, é o do tipo Aw. Os valores diários de precipitação pluvial e de temperatura do ar, durante o período experimental, podem ser observados na Figura 1. Figura 1. Valores diários de precipitação pluvial e de temperatura máxima e mínima do ar, registrados durante a condução do experimento. Rondonópolis, MT (2013). O solo da Estação Experimental é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, cujos valores dos atributos químico-físicos na camada de 0,0 a 0,2 m, foram: ph (CaCl 2 ) = 4,9; P, K, S, Zn, Cu, Fe, Mn e B = 5,3, 186, 5, 0,6, 0,8, 97, 17,7 e 0,16 mg dm -3, respectivamente; Ca, Mg, H+Al e CTC = 1,4, 0,9, 3,7 e 6,5 cmol c dm -3, respectivamente; V = 42,9%; MO = 21,9 g kg -1 ; argila, areia e silte = 510, 290 e 200 g kg -1, respectivamente. Foram estabelecidos doze tratamentos com quatro repetições, resultantes da combinação dos fatores A. brasilense e doses de N. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6 (com e sem inoculação de sementes com A. brasilense x doses de N em cobertura: 0, 30, 60, 90, [2]

120 e 150 kg ha -1, via ureia). O inoculante utilizado continha as estirpes Sp 245 de A. brasilense (1 x 10 9 UFC ml -1 ) e a dose utilizada foi de 200 ml ha -1 do produto comercial. A inoculação foi realizada no momento da semeadura e a aplicação de N foi realizada quando 50% das plantas apresentavam-se em V 5 (RITCHIE et al., 2003). As parcelas foram constituídas por seis linhas de 5 m de comprimento, espaçadas de 0,45 m. O híbrido de milho utilizado foi o P30F53 YH (tipo simples, 760 graus dias) e a semeadura realizada no dia 05/03/2013. No sulco de semeadura foram aplicados 400 kg ha -1 do formulado 00.20.20, equivalente à 80 kg ha -1 de P 2 O 5 e 80 kg ha -1 de K 2 O. Utilizouse semeadora equipada com mecanismo de distribuição de sementes pneumático. Na colheita, realizada no dia 10/07/2013, mensurou-se: comprimento da espiga; diâmetro da espiga; número de fileiras de grãos por espiga; massa de mil grãos (pesagem de uma subamostra de 500 grãos por parcela, extrapolando-se para mil grãos) e; produtividade. A massa de grãos foi corrigida para 13% de umidade (base úmida). Os resultados foram submetidos ao teste F, comparando-se as médias dos tratamentos com A. brasilense pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e as médias de doses de N pela análise de regressão. Resultados e Discussão O comprimento de espiga, o número de fileiras de grãos e a massa de mil grãos não foram influenciados pelos tratamentos considerados no presente trabalho (Tabela 1). Os resultados corroboram, de certo modo, com os valores obtidos por Ohland et al. (2005), que estudando culturas de cobertura e doses de N em cobertura do milho em sistema plantio direto (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha -1 ), não verificaram diferença para o comprimento da espiga. A ausência de resposta do número de fileiras de grãos por espiga aos fatores considerados neste estudo demonstra que tal característica produtiva pode estar mais relacionada ao fator genótipo do que práticas de manejo utilizadas na cultura. A não significância encontrada para o fator dose, por exemplo, permite concluir, ainda, que o aumento da quantidade de N fornecido via adubação de cobertura, não foi eficiente agronomicamente em aumentar o número de fileiras de grãos por espiga. Gomes et al. (2007) também não verificaram efeito sobre a massa de mil grãos de milho com o aumento da dose de N aplicado na cultura. [3]

Tabela 1. Valores médios e resumo da análise de variância para comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de fileiras de grãos por espiga (NFG), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (PROD) de milho safrinha em função da inoculação das sementes com A. brasilense e aplicação de N em cobertura. Rondonópolis, MT (2013). Tratamentos CE DE NFG MMG PROD mm n g kg ha -1 A. brasilense (A) Com 118,3 42,0 16,0 246,2 4.301 Sem 115,7 41,5 16,0 238,5 3.982 Doses de N (D) 0 kg ha -1 117,1 41,3 15,6 240,6 3.622 30 kg ha -1 117,1 41,7 16,0 242,0 3.816 60 kg ha -1 111,4 41,0 16,1 232,5 3.958 90 kg ha -1 120,1 42,0 16,1 242,0 4.239 120 kg ha -1 118,3 41,7 15,9 250,0 4.427 150 kg ha -1 118,0 43,0 16,3 247,0 4.786 Média geral 117,0 41,8 16,0 242,3 4.141 A 1,28 ns 2,37 ns 0,01 ns 3,47 ns 3,56 ns Valor D 1,17 ns 3,26 * 2,42 ns 1,41 ns 4,27 ** de F 1 A x D 1,82 ns 1,65 ns 0,85 ns 1,23 ns 0,56 ns CV (%) 6,58 2,58 2,71 5,91 14,14 1 Teste F: *, ** e ns significativo a 1% e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente. CV coeficiente de variação. Todavia, nota-se que o diâmetro de espiga e a produtividade foram influenciados, isoladamente, pelas doses de N em cobertura. Apesar de que o diâmetro de espiga esteja estreitamente relacionado com o enchimento de grãos e o número de fileiras de grãos por espiga, e também influenciada pelo genótipo (OHLAND et al., 2005), no presente estudo, obteve-se incremento linear desta característica produtiva à medida que se aumentou as doses de N em cobertura (Figura 2A). Com certa similaridade, os resultados corroboram com os obtidos por Lourente et al. (2007), os quais avaliaram os efeitos de culturas antecessoras, doses e fontes de N e ao término da pesquisa, constataram apenas influência de dose sobre o referido componente produtivo, em que a aplicação de 200 kg ha -1 de N em cobertura proporcionou o máximo diâmetro de espiga, que foi de 46,5 mm. Diversos pesquisadores constataram aumento do diâmetro de espiga em resposta as doses crescentes de N em cobertura na cultura do milho, dentre eles, Santos et al. (2010). [4]

Figura 2. Diâmetro de espiga (A) e produtividade (B) de milho safrinha em função de doses de N em cobertura. Rondonópolis, MT (2013). Teste F: ** significativo a 1% de probabilidade. As alterações crescentes nas doses de N em cobertura proporcionaram incremento linear na produtividade de milho (Figura 2B), cujo modelo de regressão permitiu estimar que para cada 30 kg ha -1 de N aplicado, obteve-se incremento de 227 kg ha -1 na produtividade da cultura. A aplicação de 150 kg ha -1 de N, via ureia, representou incremento de 32% na produtividade, em relação ao tratamento que não recebeu N em cobertura. Tal resposta, está coerente com Fernandes et al. (2008), ao mencionarem que, o N é um dos nutrientes que apresenta os maiores efeitos no aumento da produtividade da cultura. Outros pesquisadores também obtiveram aumento na produtividade de milho com a aplicação de N em cobertura (OHLAND et al., 2005; KAPPES et al., 2013). Conclusões A inoculação de sementes com Azospirillum brasilense, nas condições edafoclimáticas em que o trabalho foi realizado, não proporcionou incremento na produtividade de grãos de milho em relação à adubação nitrogenada de cobertura. O aumento nas doses de N em cobertura resultou em incremento linear no diâmetro de espiga e na produtividade de milho, independente da inoculação com A. brasilense. [5]

Referências ANDRADE, A. C.; FONSECA, D. M.; QUEIROZ, D. S.; SALGADO, L. T.; CECON, P. R. Adubação nitrogenada e potássica em capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum. cv. Napier). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, p.1643-1651, 2003. Edição especial. CAVALLET, L. E.; PESSOA, A. C. S.; HELMICH, J. J.; HELMICH, P. R.; OST, C. F. Produtividade do milho em resposta à aplicação de nitrogênio e inoculação das sementes com Azospirillum spp. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 4, n. 1, p. 129-132, 2000. DIDONET, A. D.; RODRIGUES, O.; KENNER, M. H. Acúmulo de nitrogênio e de massa seca em plantas de trigo inoculadas com Azospirillum brasiliense. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 16, n. 9, p. 645-651, 1996. FERNANDES, F. C. S.; LIBARDI, P. L.; TRIVELIN, P. C. O. Parcelamento da adubação nitrogenada na cultura do milho e utilização do N residual pela sucessão aveia preta - milho. Ciência Rural, Santa Maria, v. 38, n. 4, p. 1138-1141, 2008. GOMES, R. F.; SILVA, A. G.; ASSIS, R. L.; PIRES, F. R. Efeito de doses e da época de aplicação de nitrogênio nos caracteres agronômicos da cultura do milho sob plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 31, n. 5, p. 931-938, 2007. KAPPES, C.; CARVALHO, M. A. C.; YAMASHITA, O. M.; SILVA, J. A. N. Influência do nitrogênio no desempenho produtivo do milho cultivado na segunda safra em sucessão à soja. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 39, n. 3, p. 251-259, 2009. KAPPES, C.; ZANCANARO, L.; LOPES, A. A.; KOCH, C. V.; FUJIMOTO, G. R.; FRANCISCO, E. A. B. Fontes e doses de nitrogênio na cultura do milho em sistema de semeadura direta. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 34., 2013, Florianópolis. Programa & Resumos... Florianópolis: EPAGRI/SBCS, 2013. (CD-ROM). LOURENTE, E. R. P.; ONTOCELLI, R.; SOUZA, L. C. F.; GONÇALVES, M. C.; MAR- CHETTI, M. E.; RODRIGUES, E. T. Culturas antecessoras, doses e fontes de nitrogênio nos componentes de produção do milho. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 29, n. 1, p. 55-61, 2007. OHLAND, R. A. A.; SOUZA, L. C. F.; HERNANI, L. C.; MARCHETTI, M. E.; GON- ÇALVES, M. C. Culturas de cobertura do solo e adubação nitrogenada no milho em plantio direto. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 3, p. 538-544, 2005. REIS, V. M. Uso de bactérias fixadoras de nitrogênio como inoculante para aplicação em gramíneas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2007. 22 p. (Documentos, 232). RITCHIE, S. W.; HANWAY, J. J.; BENSON, G. O. Como a planta de milho se desenvolve. Piracicaba: Potafós, 2003. 20 p. (Informações Agronômicas, 103). SANTOS, M. M.; GALVÃO, J. C. C.; SILVA, I. R.; MIRANDA, G. V.; FINGER, F. L. Épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura na cultura do milho em plantio direto, e alocação do nitrogênio ( 15 N) na planta. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 34, n. 4, p. 1185-1194, 2010. [6]