IMPACTO DAS COMPRAS DE FIM DE ANO NO ORÇAMENTO NOVEMBRO 2017
34% DOS QUE PRETENDEM PRESENTEAR NO NATAL POSSUEM CONTAS EM ATRASO Tradição, imposição da sociedade de consumo, demonstração de afeto, merecimento, pressão dos filhos e familiares... Motivos não faltam para justificar as despesas com a compra de presentes e outros itens no fim do ano. Porém, muitas pessoas tomam decisões financeiras impensadas nesta época e acabam comprometendo o orçamento, ou seja: gastam mais do que podem e ficam endividadas, tendo até mesmo de lidar com a inclusão do nome em cadastros de restrição ao crédito. Segundo pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as aquisições durante o Natal estão nos planos até mesmo das pessoas que já têm pendências financeiras: três em cada dez, dentre aqueles que têm intenção de presentear este ano, possuem contas em atraso (34,1%), principalmente os pertencentes às Classes C/D/E (39,4%), enquanto praticamente a mesma proporção está com o nome sujo no momento (32,2%, com queda de 6,9 p.p em relação ao ano passado), aumentando para 36,9% na Classe C/D/E. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta a importância de resistir aos excessos de consumo e, ao mesmo tempo, ficar atento ao parcelamento: Dividir as compras pode ser uma boa alternativa, desde que a pessoa respeite os limites do orçamento doméstico e concentre seus gastos nos itens realmente necessários. Mas de nada adianta parcelar se a prestação vai comprometer o pagamento de outras despesas importantes no dia a dia. O mesmo raciocínio vale para quem está pensando em deixar de pagar contas atrasadas para bancar as compras de Natal e Ano Novo, ou seja: trata-se de criar um problema antes de resolver outro. 2
Pouco mais da metade dos entrevistados que vão presentear costuma dividir as compras de Natal em várias prestações (52,0%), sendo que 22,0% agem assim para ter condição de comprar todos os presentes (aumentando para 26,3% entre as mulheres), ao passo em que 14,4% querem garantir sobra de dinheiro nas finanças. Por outro lado, 48,0% não costumam dividir as compras de Natal; neste caso, 39,4% argumentam que só compram se puderem pagar à vista, enquanto 8,6% só compram no cartão de crédito em uma única prestação, sem parcelar em mais vezes. COSTUMA DIVIDIR EM VÁRIAS PRESTAÇÕES AS COMPRAS DE PRESENTE DO NATAL Sim, para que eu tenha condições de comprar todos os presentes Sim, mesmo eu tendo condições de pagar à vista, eu prefiro parcelar para garantir sobras de dinheiro nas minhas finanças 14% 22% SIM NÃO 39% Não, só compro se puder pagar à vista (dinheiro, cartão de débito, cheque) Sim, para poder comprar presentes melhores 12% Sim, porque não consigo resistir à pressão de meus filhos, e acabo comprando coisas fora de minhas condições financeiras 4% 52% 48% 9% Não, só compro no cartão de crédito em uma única prestação, sem parcelar em mais vezes 3
UM EM CADA CINCO CONSUMIDORES FICOU COM O NOME SUJO DEVIDO ÀS COMPRAS DE FIM DE ANO DO ANO PASSADO O comportamento de consumo imprudente durante o fim de ano também é admitido por parte dos entrevistados, uma vez que 16,3% afirmam gastar mais do que podem nas compras de presentes de Natal; outros 75,4%, por sua vez, garantem não proceder desta forma sobretudo na Classe A/B (83,3%). Nesse contexto, a pesquisa revela outras atitudes desaconselháveis, do ponto de vista do equilíbrio das finanças pessoais, embora seja uma parcela menor dos consumidores ouvidos: assim, 6,9% pretendem deixar de pagar alguma conta para comprar os presentes de Natal, enquanto 5,2% farão o mesmo em relação às comemorações de Natal e 6,5% pretendem deixar de pagar alguma conta para participar das comemorações de ano novo. Nos três casos, os percentuais são maiores entre os que pertencem à Classe C/D/E: 8,8%, 6,8% e 8,1%, respectivamente. 16% AFIRMAM GASTAR MAIS DO QUE PODEM NAS COMPRAS DE PRESENTES DE NATAL 4
A pesquisa também mostra que, praticamente um ano depois, muitos consumidores ainda sofrem as consequências de atitudes financeiras equivocadas tomadas no Natal passado: 17,8% dos entrevistados ficaram com o nome sujo devido a compras de fim de ano em 2016, sobretudo as mulheres (21,7%) e os que pertencem à Classe C/D/E (21,4%), sendo que 11,4% ainda estão nesta situação (novamente, aumentando para 14,7% entre as mulheres e 13,9% na Classe C/D/E), enquanto 6,4% já limparam o nome. Em contrapartida, 71,1% não ficaram com o nome sujo, com percentuais mais expressivos observados entre os mais velhos (81,8%) e na Classe A/B (88,0%). FICOU COM O NOME SUJO POR CAUSA DE COMPRAS DE PRESENTES DO NATAL E FESTAS DE FIM DE ANO EM 2016 Sim e ainda estou com nome sujo por causa do(s) gastos com presente(s) de Natal e festas de fim de ano de 2016 Sim, estive nessa situação por causa do(s) gastos com presente(s) de Natal e festas de fim de ano de 2016 mas já limpei o nome 6% 11% SIM NÃO 71% Não, nunca estive nessa situação por causa do(s) gastos com presente(s) de Natal e festas de fim ano de 2016 11% Não sei/ prefiro não responder Considerando apenas aqueles que tiveram seus nomes incluídos em cadastros de restrição ao crédito no Natal passado, pouco mais da metade não sabe o valor da dívida (50,7%). Entre os que sabem, o valor médio encontrado na pesquisa é de R$ 961,00. É compreensível o apelo ao consumo durante o Natal, mas a pessoa deve gastar de acordo com sua realidade financeira. Se há dívidas a pagar, assumir novos compromissos poderá piorar ainda mais este quadro. O ideal é restringir os gastos e equacionar as contas em atraso em primeiro lugar, mesmo que isso signifique um Natal mais magro. Só assim o consumidor conseguirá dar fim ao ciclo do endividamento. Também vale a pena planejar-se antes de sair de casa, elaborando uma lista com as pessoas a serem presenteadas e o orçamento disponível para os presentes, evitando que a empolgação do momento interfira nas decisões. Ao lado disso, uma boa pesquisa de preços pode ajudar o consumidor a não ceder à primeira oferta que encontrar. recomenda o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli. 5
METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Consumidores das 27 Pesquisa realizada via 730 casos em um primeiro 02 de outubro capitais brasileiras, web e pós-ponderada levantamento para identificar a 06 de outubro homens e mulheres, por sexo, idade, o percentual de pessoas de 2017. com idade igual ou estado, renda e com intenção de comprar maior a 18 anos, escolaridade. presentes no Natal. Em de todas as classes seguida, continuaram a econômicas (excluindo responder o questionário 611 analfabetos) e que casos, que tinham a intenção pretendem comprar de comprar presente no Natal. presentes no Natal. Resultando, respectivamente, uma margem de erro no geral de 3,6 p.p e 4,0 p.p para um intervalo de confiança a 95%. 6