Máquinas de comitê aplicadas ao problema da detecção do uso de capacete por motociclistas



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Transcrição:

Máquinas de comitê aplicadas ao problema da detecção do uso de capacete por motociclistas Francisco Wender P. dos Reis 1, Kelson Rômulo T. Aires 1 1 Departamento de Computação Laboratório de Inteligência Computacional (LabInC) Universidade Federal Piauí (UFPI), Teresina, PI - Brasil franciscowenderreis@gmail.com, kelson@ufpi.edu.br Abstract. The helmet is a mandatory safety item for motorcyclists. Its use is required by Brazilian Transit Code and help to prevent more serious consequences in transit accidents. The Automatic detection of the non-helmet use by a computer system aims to improve the monitoring of traffic and enable its largescale deployment. Thus, this study aims to verify the applicability of Committee Machines to the helmet detection in images of motorcyclists. The Committee machines use a combination of several experts to reach a global decision that is supposedly superior than that one reachable by any of them by itself. Resumo. O capacete é um item de segurança obrigatório para os motociclistas. Seu uso é exigido no código de trânsito brasileiro, além de ajudar a evitar consequências mais graves em acidentes de trânsito. A detecção automática do não uso de capacete, por um sistema computacional, tem como objetivo aperfeiçoar o monitoramento do tráfego e viabilizar sua implantação em larga escala. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo verificar a aplicabilidade de máquinas de comitê ao problema de detecção de capacete em imagens de motociclistas. As máquinas de comitê utilizam a combinação de vários especialistas para chegar a uma decisão global que é supostamente superior àquela alcançável por qualquer um deles atuando isoladamente. 1. Introdução Motociclistas estão sempre sujeitos a sofrerem acidentes mais graves devido a sua falta de segurança por ser um transporte menor e mais frágil. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), no Brasil, existem aproximadamente 19,3 milhões de motocicletas [DENATRAN 2015]. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, em 2011 foram registrados no Brasil 34.635 acidentes envolvendo motociclistas [DNIT 2011]. Destes acidentes, muitos são fatais devido a não utilização do capacete. Diante dessa questão, um sistema de detecção automática da não utilização de capacete apresenta-se como uma ferramenta fiscalizadora para forçar o uso correto do principal equipamento de segurança dos motociclistas. O uso de tal sistema possibilitaria um aumento no poder de fiscalização e aplicação da lei do uso do capacete. Tal fato propiciaria uma redução no número de acidentes graves, bem como nos gastos públicos do sistema de saúde com eventos dessa natureza.

Muitos sistemas de monitoramento vem sendo estudados e desenvolvidos. Silva et al. [Silva et al. 2012] desenvolveram um sistema que detecta e classifica, motocicletas e capacetes utilizando algoritmos de classificação. O diferencial do nosso trabalho é a combinação do conhecimento de vários classificadores para obter uma única saída que seja superior a dos classificadores isoladamente, tal combinação é chamada de máquina de comitê. Este trabalho propõe a aplicação de máquinas de comitê ao problema da detecção do uso de capacete por motociclistas. Máquina de comitê é um algoritmo de aprendizado de máquina que emprega a estratégia dividir e conquistar na qual as respostas de múltiplos especialistas são combinadas em uma resposta única. Esta resposta combinada deve ter desempenho superior a qualquer um de seus especialistas, caso contrário não seria necessário a utilização da máquina de comitê. Na seção seguinte falaremos dos principais trabalhos relacionados que envolvem a utilização das máquinas de comitê. Os materiais e métodos são mostrados na Seção 3. A máquina de comitê proposta é abordada na Seção 4. Na Seção 5 é feito um levantamento dos resultados e discussões. Por último, as conclusões e trabalhos futuros são mostrados na Seção 6. 2. Trabalhos Relacionados Este trabalho está ligado diretamente ao trabalho de Silva et al. [Silva et al. 2012]. Nele o objetivo é estudar e implementar métodos para a detecção automática de motociclistas em vias públicas com o intuito de identificar o não uso do capacete. Para isso, eles utilizaram imagens de trânsito capturadas por uma câmera de vídeo. A partir das imagens, diferentes atributos foram utilizados através dos descritores SURF, Haar, HOG, Fourier e K-means. Na classificação das imagens, eles utilizaram o perceptron de múltiplas camadas (MLP) e a máquina de vetor de suporte (SVM), eles obtiveram um bom resultado na detecção de motocicletas chegando a 100% na taxa acerto. Tang et al. [Tang et al. 2003] propusera um sistema de reconhecimento facial dinâmico utilizando máquinas de comitê, comparando-as com as estruturas que não envolvem o sinal de entrada (estrutura estáticas) e as que utilizam o sinal de entrada (estruturas dinâmicas) com objetivo de melhorar no desempenho global. Eles mostraram nos resultados que a utilização das máquinas de comitê tornou o sistema mais eficaz. Shi et al. [Shi et al. 2008] propôs um sistema de identificação de gás com base na máquina de comitê. Eles usaram a combinação de cinco classificadores diferentes: k vizinhos mais próximos (KNNs), perceptron de múltiplas camadas (MLP), função de base radial (RBF), modelo de mistura Gaussiana (GMM) e análise probabilística dos principais componentes (PPCA). Os autores comprovaram com experimentos que a eficácia do sistema obteve uma maior precisão em comparação os classificadores individualmente. É proposto no trabalho de Su e Basu [Su e Basu 2001] um estudo do desempenho das funções de rede de passagem na máquina de comitê. O autores testaram a capacidade do sistema com o problema da imagem deblurring. Eles utilizaram uma máquina de comitê dinâmica para combinar com as saídas de vários especialistas, onde obtiveram uma melhoria significativa sobre as imagens que são produzidas a partir da saída da máquina de comitê com a rede de passagem.

Diante do exposto, e considerando que até o momento existem poucos trabalhos envolvendo classificação de imagens utilizando máquinas de comitê, julga-se importante a realização deste estudo na perspectiva de ampliar o conhecimento em relação ao tema. 3. Materiais e Métodos 3.1. Classificadores O principal objetivo de qualquer classificador é mapear uma entrada de um objeto para identificar a qual classe ele pertence. O sistema proposto pressupõe a existência de duas classes: capacete e não-capacete. Aqui serão apresentados os resultados para os classificadores RandomForest, J48, Sequential Minimal Optimization (SMO), IBK e Library for Support Vector Machines (LibSVM). Todos estes classificadores utilizados estão disponíveis na ferramenta Weka [Hall et al. 2009]. Nela todos os parâmetros de cada classificador citados nos resultados são mais detalhados. 3.2. Descritores Objetos em imagens possuem forma, cor e textura. Estas propriedades podem ser mensuradas e a medida denominada característica da imagem. Estas características são normalmente agrupadas em um vetor de escalares, denominado descritor de imagem. O descritor utilizado foi o Haar Wavelet, pois na utilização dos classificadores os melhores resultados foram obtidos a partir deste. Outros descritores foram testados incluindo os descritores HOG, LBP, e Fourier mas eles não obtiveram as mesmas taxas de sucesso e a performance computacional também não foi a melhor. 4. Máquina de Comitê Proposta Este trabalho aborda o problema de detecção do uso de capacete por motocicletas em vias públicas utilizando máquina de comitê. A máquina de comitê proposta é dividida em duas estruturas: estática e dinâmica. Na estrutura estática as respostas de vários classificadores (especialistas) são combinadas por meio de um mecanismo que não envolve o sinal de entrada. Na estrutura dinâmica o sinal de entrada faz parte do mecanismo que integra as saídas dos especialistas. Foram desenvolvidas duas máquinas de comitê: uma por votação (estrutura estática) e uma com a rede de passagem (estrutura dinâmica). Na máquina de comitê por votação (Figura 1), temos a votação por maioria, ela elege a opção que tem mais votos a partir de p especialistas, ou seja, destes p especialistas a saída global da máquina é a opção que mais se repetiu nos especialistas. Por exemplo, se dada uma imagem ( capacete ou não-capacete ) na máquina de comitê, no caso de existir cinco especialistas e três tiveram como resposta que é capacete a saída global será capacete. A máquina de comitê com a rede de passagem (Figura 2) possui uma função a mais do que a máquina de comitê por votação, onde o próprio nome infere, uma rede de passagem, ou seja, são calculados pesos para cada especialista. Na máquina de comitê com a rede de passagem as respostas individuais dos especialistas são combinadas por meio do cálculo de um peso ponderado, que possui a função de um mediador entre as

redes especialistas. Para o cálculo do peso foi utilizada a fórmula sum-norm, que normaliza os parâmetros da rede de passagem pela norma do somatório, gij = tij/ p j=1 tij, onde tij = xi T vj, xi T é a transposta do vetor de entrada gerado pelo descritor e vj é o vetor unitário [Su e Basu 2001]. Para os resultados da máquina de comitê com a rede de passagem serem gerados, primeiro é computado as saídas dos especialistas já treinados. Depois é calculado o peso gij, este passo é repetido até que todas as entradas (imagens) sejam apuradas. A saída da rede é representada por Y i = p j=1 gij fj, Y i pode assumir valores no intervalo de -1 a 1, no treinamento foi utilizado a estratégia de se Y i for maior ou igual a zero, a saída será 1 ( capacete ), caso contrário, será -1 ( não-capacete ). Figura 1. Máquina de comitê por votação Figura 2. Máquina de comitê com a rede de passagem 5. Resultados e Discussões Para o aprimoramento da máquina de comitê utilizou-se a ferramenta Weka. Nela existem vários algoritmos de classificação. Os resultados destes são utilizados na máquina de comitê, que tem por objetivo juntar esses classificadores e obter uma resposta que seja mais eficiente que os classificadores individualmente. Dentre os algoritmos testados, foram escolhidos cinco que obtiveram um melhor resultado na detecção de capacete e não-capacete : SMO, RandomForest, IBK, J48 e o LibSVM com taxa de acerto 92,4%, 92%, 91,2%, 87% e 86% respectivamente. Para classificar as imagens foi utilizada validação cruzada, uma estratégia de selecionar 10% do conjunto de dados para treinamento e os outros 90% para testes, repetindo esse processo 10 vezes. Para a detecção de capacete e não-capacete, foram testados 238 imagens, obtidas a partir de uma câmera CCD em vias públicas. Estes testes foram realizados apenas utilizando as imagens já segmentadas. Algumas dessas imagens são mostradas na Figura 3. Figura 3. Imagens utilizadas no sistema Na fase de classificação, a profundidade máxima do algoritmo RandomForest foi ilimitada e o número de arvores geradas foi de 36. O J48 e o IBK foram executados com as configurações padrão do Weka. No SMO o parâmetro de complexidade C foi igual a

3.0 e o kernel escolhido foi o RBFKernel. O LibSVM foi executado utilizando uma função kernel linear, o peso usado para as classes foi de 2000, e o parâmetro de custo foi igual a 1. Na máquina de comitê pode-se combinar os classificadores de diversas formas. Por exemplo, escolhendo dois ou mais classificadores para serem combinados. O melhor resultado na máquina de comitê por votação foi a combinação dos três especialistas IBK, J48 e RandomForest, onde obteve-se uma taxa de acerto de 93,3%. Com a rede de passagem foram utilizados os mesmos classificadores, com taxa de acerto de 93,7%. Diversas combinações, dentre os cinco algoritmos tratados neste trabalho, foram testadas na máquina de comitê. As tabelas 1 e 2 apresentam os melhores resultados. Os gráficos comparativos entre os classificadores utilizados, bem como para as máquinas de comitê, estão ilustrados nas Figuras 4 e 5, respectivamente. Tabela 1. Taxa de acerto da máquina de comitê por votação Combinação dos classificadores Taxa de acerto IBK, J48 e RandomForest 93,28% IBK, J48, RandomForest e SMO 92,86% IBK, J48, RandomForest, SMO e LibSVM 92,86% IBK, RandomForest, SMO e LibSVM 92,44% RandomForest e SMO 92,02% Tabela 2. Taxa de acerto da máquina de comitê com a rede de passagem Combinação dos classificadores Taxa de acerto IBK, J48 e RandomForest 93,70% IBK, J48, RandomForest e SMO 92,44% IBK, J48, RandomForest, SMO e LibSVM 93,28% IBK, RandomForest, SMO e LibSVM 91,18% RandomForest e SMO 93,28% Figura 4. Percentual de acerto dos classificadores Figura 5. Percentual de acerto das máquinas de comitê 6. Conclusão e Trabalhos Futuros Os resultados das máquinas de comitê mostram-se muitos satisfatórios comparando com os classificadores individualmente. Nas duas máquinas de comitê obtivemos um melhoramento significativo na taxa de acerto.

O principal problema encontrado na máquina de comitê é quando a maioria dos especialistas possuem as saídas equivalentes. Por exemplo, utilizando cinco especialistas, quando quatro computam sua saída não-capacete e a saída esperada é capacete. Dessa forma, a máquina de comitê classificará erroneamente, pois apenas um especialista atingiu a saída esperada. Os resultados ainda podem ser melhorados. Um dos trabalhos futuros seria um estudo e desenvolvimento de descritores híbridos e uma investigação mais detalhada nos classificadores, para que a máquina de comitê obtenha melhor desempenho. O intuito é torná-la menos propensa a erros. Referências DENATRAN (2015). Frota por tipo de veiculo. http://www.denatran.gov.br/ frota2014.htm. Acessado: 30/03/2015. DNIT (2011). Numero de veiculos envolvidos em acidentes por finalidade do veiculo. http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/ estatisticas-de-acidentes/quadro/0501-numero-de-veiculos/ envolvidos-por-finalidade-do-veiculo-ano-de-2011.pdf. Acessado: 17/03/2015. Hall, M., Frank, E., Holmes, G., Pfahringer, B., Reutemann, P., e Witten, I. H. (2009). The weka data mining software: an update. SIGKDD Explor. Newsl., 11(1):10 18. Shi, M., Bermak, A., Chandrasekaran, S., Amira, A., e Brahim-Belhouari, S. (2008). A committee machine gas identification system based on dynamically reconfigurable fpga. Sensors Journal, IEEE, 8(4):403 414. Silva, R., Aires, K., Veras, R., Santos, T., Lima, K., e Soares, A. (2012). Study and implementation of descriptors and classifiers for automatic detection of motorcycle on public roads. In Informatica (CLEI), 2012 XXXVIII Conferencia Latinoamericana, pp 1 10. Su, M. e Basu, M. (2001). Gating improves neural network performance. In Neural Networks, 2001. Proceedings. IJCNN 01. International Joint Conference on, volume 3, pp 2159 2164 vol.3. Tang, H.-M., Lyu, M., e King, I. (2003). Face recognition committee machines: dynamic vs. static structures. In Image Analysis and Processing, 2003.Proceedings. 12th International Conference on, pp 121 126.