Análise Ergonômica do Trabalho AET. Prof. Ms.: Ana Carolina Barbosa F. Gonçalves

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Transcrição:

Análise Ergonômica do Trabalho AET Prof. Ms.: Ana Carolina Barbosa F. Gonçalves carol.barbosa@anhanguera.com

Transformar o trabalho é a finalidade da primeira ação ergonômica. Atender ao duplo critério: 2

NR 17 - Conforto Para avaliar conforto é imprescindível a expressão do trabalhador. A palavra do trabalhador deve ser a principal diretiva, tanto para investigar como para solucionar. A origem das inadequações deve-se em grande parte a separação radical entre a concepção das condições e organização do trabalho e a sua execução. Os trabalhadores devem ser sempre consultados. 3

Metodologia Análise Ergonômica do Trabalho (MTE) Manual de Aplicação da NR17 Comissão Nacional Ergonomia - 2002: 1- Análise da Demanda 2- Análise da Empresa 3- Análise da População de Trabalhadores 4- Definição das situações de Trabalho à estudar 5- Descrição das Tarefas 6- Estabelecimento de Pré-diagnóstico(s) 7- Observância Sistemática da Atividade 8- Diagnóstico(s) 9- Validação do Diagnóstico 10- O Projeto de Modificações / Alterações 11- Cronograma de Implementação das Modificações / Alterações 12- Acompanhamento das Modificações / Alterações 4

Abordar o Trabalhador Observação da tarefa Entrevista com os trabalhadores (Sobre a tarefa) Descrição da tarefa (Fotografia Digital / Vídeo) Identificação dos possíveis riscos (Pré-diagnóstico) Observação Sistemática da Atividade: Aplicação dos possíveis riscos nas ferramentas de análise - (Equação Niosh, ISO 11228-3, Índice Moore & Garg, HAL e OCRA, Método Sue Rodgers, Método Tor-Tom, RULA, REBA, etc...). Diagnóstico: Resultados das ferramentas de análise Questionamento sobre desconforto? Recomendações Validação 5

Abordagem Ergonômica: Desenvolver na empresa o ponto de vista da atividade: Compreender as determinantes da atividade de trabalho nas situações profissionais Agir sobre eles Garantir certa durabilidade às ações 6

17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. A organização do trabalho? Pode ser caracterizada pelas modalidades de repetir as funções entre operadores e máquinas. Divisão do trabalho. Definição: quem faz o quê, como e em quanto tempo. É a divisão dos homens e das tarefas. 7

17.1.2 Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nesta NR. Entendimento por parte do auditor fiscal de situações complexas. Os gastos com análise devem ser cobertos pelo empregador. Solicitação de análise ergonômicas (laudos) de forma rotineira e protocolar. Sempre que o auditor fiscal do trabalho solicitar uma análise, deve explicitar claramente, qual é o problema / demanda. 8

Processo da Análise Condições de trabalho: Materiais e instalações físicas Equipamentos, instrumentos, iluminação, temperatura, exposição a ruídos ou gases População dos trabalhadores: Características dos indivíduos que podem influenciar seu comportamento no ambiente de trabalho Aspectos antropométricos, fisiológicos, culturais, psicológicos e sociais 9

Processo da Análise Organização da produção e do trabalho: Divisão do trabalho Níveis hierárquicos Comunicação Normas de produção Regras e procedimentos de trabalho Critérios de qualidade e produtividade Organização de tempos, ritmos e metas 10

Qual o objetivo da Análise do Trabalho? Conhecer três realidades: A tarefa como resultado antecipado fixado em condições determinadas A atividade de trabalho para realização da tarefa O trabalho como unidade da atividade de trabalho, das condições reais e dos resultados efetivos dessa atividade 11

1- Análise da Demanda. Situar o problema a ser analisado. Aceita-se a reformulação da notificação. Participação de todos os atores sociais. Incorporado os interesses de diferentes operadores. 12

1. Análise da Demanda: A origem da demanda Demanda real Demanda formal Os problemas Aparentes e Fundamentais As perspectivas de ação Meios disponíveis 13

1. Análise da Demanda: 14

1. Análise da Demanda: Necessário: Recolher informações pertinentes sobre as situações de trabalho Confrontar os pontos de vista dos diferentes atores Conhecer as políticas da empresa Direciona a ação do ergonomista: Prevê o tempo de demora da análise duração variável Requisitos Metodologia entrevistas / dados objetivos 15

2- Análise global da empresa: Grau de evolução técnica. Posição de mercado. Situação econômica financeira. Expectativa de crescimento. Princípios. 16

3- Análise da população de trabalhadores: Política de pessoal Faixa etária Gênero Rotatividade (turn over) Tempo na função e na empresa Tipos de contrato Experiente X Novato Categorias profissionais Pré requisitos por contratação 17

3- Análise da população de trabalhadores: Nível de escolaridade e capacitação Estado de Saúde Morbidade Mortalidade Absenteísmo Estilo de vida Objetivo: Para adaptar o trabalho ao homem é preciso conhecer a população à qual a mesma se destina. 18

4- Definição das situações de trabalho a serem estudadas: Parte necessariamente da demanda. Dos primeiros contatos com os operadores. Hipóteses iniciais que forem formuladas. 19

5- Descrição das Tarefas: Tarefas Prescritas Tarefas Reais Atividades desenvolvidas Tarefa Prescrita: Objetivo fixado pela empresa. Tarefa Real: Objetivo que o trabalhador se dá. Atividade: É tudo aquilo que o trabalhador faz para executar a tarefa. Objetivo: Avaliar o descompasso entre o que é exigido e o que é realmente executado. 20

5- Descrição das Tarefas: Tarefa é um resultado antecipado, fixado dentro das condições determinadas: 21

5- Descrição das Tarefas: Relação estreita com o trabalho, através das condições e resultados Relação do objetivo à realidade Condições determinadas e não as condições reais Resultados antecipados não são efetivos O que o trabalhador deve fazer, segundo determinadas normas e padrões de quantidade e qualidade, por meio de equipamentos e ferramentas A tarefa não pode ser confundida com trabalho Tarefa é o prescrito pela empresa ao operador 22

5- Descrição das Tarefas: Exemplo: Tarefa de um frigorífico: Cortar Limpar Preparar a carne 23

6- Estabelecimento de um pré-diagnóstico: Explicitado às várias partes envolvidas (Trabalhadores, Chefia, Seg. Trabalho, Sindicato, Gerência, entre outros). Validação ou abandono como hipótese explicativa para o problema. 24

6- Estabelecimento de um pré-diagnóstico: Exemplos: 1. Serão verificadas as condições ergonômicas da iluminação, principalmente na atividade de conferir pedido e escanear; 2. Serão verificadas as condições ergonômicas na atividade de transportar e organizar volumes no pallet; 3. Serão verificadas as condições ergonômicas em coluna lombar e membros superiores (ombros, cotovelo, punho e mãos) durante o estrechar do pallet; 4. Serão verificadas as condições ergonômicas no puxar e empurrar dos pallets para carregar o caminhão; 5. Serão verificadas as condições ergonômicas na permanência na postura em pé durante toda a jornada; 6. Serão verificadas as condições ergonômicas das pausas e/ou micropausas; 25

6- Estabelecimento de um pré-diagnóstico: Exemplos: - Os Prés-diagnósticos serão confirmados com as ferramentas de avaliação ergonômica: - NBR 5413 e ABNT NBR ISO/CIE 8995-1, - Análises biomecânicas dos segmentos corporais e repetitividade do trabalho de acordo com Norma Européia, - NIOSH 1991 (ISO 11228-1), - Questionário BIPOLAR ISO 20646, - Método SNOOK (ISO 11228-2), - EWA. 26

7- Observância Sistemática da Atividade: Descrição dos métodos e Técnicas utilizadas: Entrevista oral Entrevista escrita Gravadas ou não Filmagens Apreciação do grau de confiabilidade dos resultados. Qualquer afirmação deve ser acompanhada de uma justificativa de como se chegou a mesma. 27

7- Observância Sistemática da Atividade: ATIVIDADE: Maneira como os resultados são obtidos e os meios são utilizados. O que o trabalhador faz: ações e decisões para atingir os objetivos definidos na tarefa ou redefinidos de acordo com o real. O que o trabalhador usa de si para atingir os objetivos, como funcionamento muscular, dispondo do seu corpo para agir. Estratégias adotadas para cumprir as metas. 28

7- Observância Sistemática da Atividade: ATIVIDADE: Atividade é a estratégia de adaptação à situação real de trabalho. Dimensões da atividade: As formas de interação entre atividades Conhecer o trabalho do outro As comunicações no trabalho 29

30

Exemplo Frigorífico TAREFA Cortar / Limpar / Preparar a carne ATIVIDADE As peças chegam ao Setor de Desossa penduradas por uma única roldana, sem fixação superior, sujeita à queda ou colisões. Os trabalhadores retiram as hemi-carcaças das roldanas com movimentos de estiramento de antebraço e dedos e flexão de pescoço, devido à altura da roldana. As partes a serem desossadas usualmente são retiradas da esteira com o auxílio de um gancho. Elas são, então, cortadas em uma mesa paralela à esteira. Nas esteiras, trabalhadores de diferentes estaturas trabalham peças a uma mesma altura, o que leva à sobrecarga de alguns. O mesmo ocorre na serra de costela, na qual o operário se curva em sua tarefa, sobrecarregando as costas e pescoço. Os trabalhadores estão, frequentemente, carregando padiolas sem auxílio de nenhum utensílio, forçando a coluna lombar, o tronco e os braços. Devido a uma refrigeração prévia, as carnes são resistentes ao corte, levando a grandes esforços dos membros superiores. Os cortes exigem frequentes movimentos vigorosos e rápidos de extensão e abdução, às vezes, em posição de desconforto muscular. As tarefas realizadas são repetitivas, com ciclos inferiores a 30segundos. 31

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.1 Variabilidade: Variabilidade da produção ao longo do ano Constrangimentos temporais prazos de entrega Diversidade e variações das situações de trabalho Variabilidade Normal: Previsível ou parcialmente controlada. Ex. pico de produção de chocolate na época de Páscoa Ex. diversidade dos modelos dos produtos ou dos tipos de serviços oferecidos: diferentes modelos e veículos em uma linha de montagem 32

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.1 Variabilidade: Variabilidade Incidental: Variações imprevisíveis, mas podem ser do conhecimento do operador Peça mal lixada não encaixa, ferramenta que quebra... Ex.: variações instantâneas da demanda em natureza do volume: entrada no pronto socorro Ex.: Queda de energia e parada de uma máquina 33

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.2 Modo Operatório e Regulação: Os resultados exigidos são atingidos ao custo de modificações do estado interno, com o tempo provocam agressões à saúde. Com a sobrecarga, o operador não consegue mais atingir os objetivos exigidos, com qualquer modo operatório utilizado. 34

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.2 Modo Operatório e Regulação: Baseia-se em planejamento segundo as intenções do operador Regulação O trabalhador procura um certo equilíbrio, uma certa constância na produção através de uma adaptação, eventualmente preventiva, ao aleatório de seu meio ambiente. (Montmollin, 1986) 35

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.3 Estratégias: Conjunto ordenado: raciocínio, resolução de problemas e ação Envolve resolução de problemas e tomada de decisão Resultado das possibilidades de interpretação das informações do ambiente de trabalho Experiência e conhecimento do trabalhador 36

Seleção das estratégias Operacionalizar um conjunto de procedimentos Alcançar o objetivo planejado Modos operatórios Resultado da regulação entre o que deve ser feito, as condições disponíveis para sua execução e o estado interno do indivíduo 37

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.4 Carga de Trabalho: Resulta da adoção de modos operatórios Relacionada ao esforço para desenvolver a atividade Para analisar a carga são identificados constrangimentos da tarefa e esforço Mesmo uma atividade aparentemente simples, pode ocorrer um exercício mental considerável para garantir o funcionamento do sistema produtivo Carga Física Carga Cognitiva Carga Organizacional 38

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.4 Carga de Trabalho: Carga Física Esforço físico, posturas, variáveis ambientais Estudada pela antropometria, fisiologia (estático ou dinâmico) e biomecânica Posturas adotadas 39

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.4 Carga de Trabalho: Carga Cognitiva Tomada de decisão Memória Concentração mental associado a dores no pescoço Atenção, categorização, memória e solução de problemas 40

7- Observância Sistemática da Atividade: 7.4 Carga de Trabalho: Carga Organizacional Ou carga psíquica Estudo do sofrimento e prazer no trabalho Conteúdo da tarefa Relações humanas do trabalho Estresse em virtude aos processos de trabalho Organização da jornada de trabalho Ritmos de trabalho Pressão por meta, tempo 41

7- Observância Sistemática da Atividade: Função Integradora da Atividade: Distinguir: Trabalho Prescrito objetivos fixados pela empresa Trabalho Real objetivos que o trabalhador se dá, depende das condições momentâneas A tarefa não necessariamente está escrita Trabalho Prescrito Atividade de Trabalho 45

7- Observância Sistemática da Atividade: 46

8- O diagnóstico ou diagnósticos: A partir das situações analisadas, em detalhes, formula-se um diagnóstico local. Diagnóstico local. Diagnóstico Global. Deve relacionar o diagnóstico local à atividade e ao funcionamento da empresa. Mostrar quais situações realmente apresentam riscos, de preferência quantificar o risco e apontar os motivos agravantes 47

8- O diagnóstico ou diagnósticos: Comprovação dos fatores de risco biomecânicos: 1 Força 2 Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas) 3 Repetitividade (Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 % ciclo Silverstein) (30 ações técnicas por minuto por MS Colombini ISO 11228-3) 4 Compressão Mecânica (Quina Viva) 5 Vibração (Martelete Pneumático) 6 Temperaturas Extremas 48

8- O diagnóstico ou diagnósticos: NR 17.2 - Levantamento, transporte e descarga individual de materiais Proposta encaminhada ao SSMT, em 1990 incluía quadro estabelecendo a carga máxima para levantamento. Os valores contrariavam o disposto no Capítulo V da CLT (60 Kg) Atualmente permitido levantamento de no máximo 30 Kg (homens) 49

8- O diagnóstico ou diagnósticos: 17.2.2 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. Compilar dados referente à morbidade dos trabalhadores, comprovando comprometimento a saúde. Quanto menor for a carga, menor a probabilidade de comprometer a saúde do trabalhador. A frequência, a torção de tronco, o formato do objeto influenciam no aumento do risco ao trabalhador. A equação revisada NIOSH 1991 para levantamento/deposição de carga. 50

8- O diagnóstico ou diagnósticos: Postura no trabalho: Desvantagens da postura em pé imóvel: Tendência a acumular sangue nas pernas, varizes e sensação de peso nas pernas. Sensações dolorosa nas superfícies de contato articulares (pés, joelhos, quadris,...). Dificulta a execução de tarefas de precisão. Reforço da penosidade se o trabalhador manter posturas 51 inadequadas (torção, ou inclinação).

8- O diagnóstico ou diagnósticos: Postura no trabalho: Condições Justificadas para o Trabalho em Pé A tarefa exige deslocamentos contínuos (carteiros). Manipulação de cargas com peso >= 4,5 kg. Alcances amplos frequentes. Operações frequentes em vários locais de trabalho. Exigências de aplicação de forças para baixo (empacotamento) OBS: O auditor fiscal não deve aceitar, em hipótese alguma, o trabalho em pé. 52

8- O diagnóstico ou diagnósticos: NR 17.6.3 b) Devem ser incluídas pausas para descanso: Trabalho com entrada eletrônica de dados foi contemplada com as pausas quantificadas. A micropausa é bastante benéfica, do ponto de vista fisiológico. Não é devidamente apropriado pelos trabalhadores. A macropausa é melhor apropriada, torna-se um direito difícil de ser retirado. 53

8- O diagnóstico ou diagnósticos: Checklist para Avaliação das Condições Ergonômicas em Postos de Trabalho Informatizados (Reconhecido por Michigan) Couto, 2007 54

9- Validação do Diagnóstico: Apresentar aos atores envolvidos. Obtêm-se a confirmação, rejeição ou sugestão de maiores detalhes. A Validação é a garantia da lisura dos procedimentos e da pertinência dos resultados. 55

10- O projeto de Modificações/alterações: Item mais negligenciado Diagnosticar e não discutir alteração é inútil. Propor melhorias nos aspectos de produção e saúde. Intervenção ergonômicas só se completa após as transformações do local de trabalho. Orientação e treinamento último tipo de intervenção ergonômica a ser utilizado. 56

11- O Cronograma da implementação das modificações/alterações: Informar os auditores fiscais. Avaliar prazos concedidos pela legislação. Renegociar com apoio das organizações sindicais. Prazos compatíveis com as transformações propostas. 57

12- O Acompanhamento das modificações/alterações O analista deve deixar claro seu papel durante a implementação. A Ação ergonômica não termina com a proposição de soluções. Avaliar o impacto sobre os trabalhadores. Alterações das tarefas e atividades. Objeto de outra análise. 58

Prazo de validade da AET Valida até que ocorra mudança de gestão ou organização do trabalho. 59

Dúvidas??? 60

Roteiro de Estudo 1. Explique a análise da demanda, qual sua importância e quais aspectos deve analisar? 2. Como obter informações à respeito das características das populações de trabalhadores? 3. Diferencie tarefa prescrita, tarefa real e atividade. Por que o ergonomista deve diferenciar cada uma delas? 4. De que forma o ergonomista elabora a atividade? Quais informações são pertinentes? 5. Diferencie as cargas de trabalho (física, cognitiva e organizacional). 6. Você foi convidado a desenvolver uma AET no setor de recebimento de produtos de uma empresa, descreva passo a passo os itens importantes para a elaboração da AET, desde o contato inicial até a elaboração final do relatório. Quais informações pertinentes deverão conter e porquê? 7. Com base na questão anterior, a atividade de recebimento envolve as tarefas: descarregar caminhão, transportar pallets com produtos com carrinho hidráulico (jacaré), organizar os produtos em outro pallet, quais seriam os possíveis pré-diagnósticos das tarefas citadas? 61

Referências BERNARDI, D.F. Fisioterapia Preventiva em Foco. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2010. DELIBERATO, P.C.P. Fisioterapia Preventiva. Fundamentos e Aplicações. Ed. Manole. São Paulo, 2002. GUERRIN, F; LAVILLE, A; DANIELLOU, F; DURAFFOURG, J; KERGUELEN, A. Compreender o Trabalho para Transforma-lo: A Pratica da Ergonomia. Edgard Blucher LTDA, São Paulo, 2001. WISNER, A. Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. Tradução: Flora Maria Gomide Vezzá. São Paulo: FTD-Oboré, 1997. 62