Conheça os direitos do contratado diante do reajuste salarial dos trabalhadores da construção

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Transcrição:

INFORMATIVO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO PARANÁ 01 l SETEMBRO l 2009 www.sindusconpr.com.br Conheça os direitos do contratado diante do reajuste salarial dos trabalhadores da construção O reajuste salarial de julho de 2009 impactou diretamente no segmento de obras públicas. Leia a entrevista com o advogado Fernando Vernalha Guimarães e conheça as medidas tomadas pelo Sinduscon-PR para minimizar o desequilíbrio econômico nas empresas que atuam nesta área. Leia nas páginas 4 e 5. PREVIDÊNCIA SOCIAL Conheça as especificações dos Contratos de Empreitada de mão-de-obra Página 6 FINANCIAMENTO Caixa Econômica ultrapassa contratação habitacional de 2008 Página 7 OPINIÃO Leia o artigo jurídico sobre indenizações e a incidência do Imposto de Renda Página 8

CURSOS E EVENTOS Diretoria Executiva Gestão 2007/2010 Presidente Hamilton Pinheiro Franck 1 Vice - presidente Normando Antônio Baú 1 Vice - presidente Administrativo Ubiraitá Antônio Dresch 2 Vice - presidente Administrativo Fredy Henrique Chevalier 1 Vice - presidente Financeiro Sérgio Gugelmin Motter 2 Vice - presidente Financeiro Waldemar Trotta Junior Vice presidentes de Áreas Técnicas Política e Relações do Trabalho Euclésio Manoel Finatti Responsabilidade Social Gabriel Raad Indústria Imobiliária Hugo Peretti Neto (Relações com o Mercado) Nelson Luiz Campos Figueiredo (Habitação de Interesse Social) Obras Públicas José Eugênio Souza de Bueno Gizzi Tecnologia Renato Cláudio Keinert Junior Prestação de Serviços Sérgio Buerger Meio Ambiente Tiago Colaço Guetter Conselho Fiscal Erlon Donovan Rotta Ribeiro Geraldo Vieira Roberto Damiani Cardoso Hamilton do Vale Pansolin João Carlos Perussolo José Roberto Pegoraro Delegados representantes junto ao Conselho da FIEP Hamilton Pinheiro Franck Ramon Andrés Doria Fredy Henrique Chevalier Gustavo Daniel Berman Conselho Consultivo Julio César de Souza Araújo Filho Ramon Andres Doria Eliel Lopes Ferreira Júnior Gustavo Daniel Berman José Luiz Schuchovski Sérgio Bromfman Felippe Arns Hélio Brüggemann de Campos Erlon Donovan Rotta Ribeiro Renato Volpi Júnior Moisés Artur Berger Alcy Vilas Boas Volmir Selig Amilcar Rafael Greca Sérgio Augusto Campos Figueiredo Carlos Ney Santos Benghi João Cesar Fernandes Pessoa INFORMATIVO Publicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná Administração: Rua: João Viana Seiler, 116 Parolin Fone (41) 3051 4300 CEP 80.220.270 Curitiba PR sinduscon@sindusconpr.com.br www.sindusconpr.com.br Edição: Assessoria de Comunicação do Sinduscon-PR Jornalista responsável: Fabiane Ribas (DRT: PR 4004) Diagramação e editoração: Invente Comunicação Impressão: JEDS Comp. Gráfica Ministro Paulo Bernardo no Sinduscon-PR, dia 11/09 O Sinduscon-PR e o CREA-PR vão realizar, no dia 11 de setembro, um evento com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele virá explanar para os construtores e engenheiros sobre os encaminhamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, bem como sobre o andamento das ações de implementação no Paraná. O encontro será no auditório do Sinduscon-PR, localizado na Rua da Glória, 175, no Centro Cívico, das 10 às 12 horas. Associados interessados em participar devem efetuar a inscrição pelo site www.crea-pr.org.br. Novo Refis Federal e novo Refis Estadual O ESCRITÓRIO RIVERA & DE PAOLA ADVOGADOS ASSOCIADOS vai realizar uma palestra sobre as principais regras do parcelamento de débitos federais, em até 180 meses, introduzido pela Lei 11.941; análise dos prós e contras na opção pelo novo regime de parcelamento; migração de parcelamentos anteriores (ordinários, REFIS, PAES e PAEX) para o novo parcelamento, bem como regras do parcelamento de débitos estaduais (Paraná), em até 120 meses, constantes do Decreto 5.230. O evento será no Estação Embratel Convention Center, 7º andar, no dia 2 de setembro das 8 às 11h30. O valor do investimento para associados do Sinduscon-PR é R$ 50,00. Mais informações com Ivemari, pelo telefone (41) 3223-4059, pelo e-mail ivemari@riveraedepaola.adv.br ou no site: www.riveraedepaola.adv.br/eventos. Arquitetura - Talento, criatividade e tendências que definem o sucesso dos empreendimentos O SINDUSCON-PR e o SEBRAE-PR vão promover, em parceria, a palestra Arquitetura - talento, criatividade e tendências que definem o sucesso dos empreendimentos, no dia 22 de setembro, às 19 horas, na sede social do Sinduscon-PR, na Rua da Glória, 175, Centro Cívico, Curitiba-PR. O Sinduscon-PR convida os associados a virem conhecer a opinião de profissionais que têm transformado lançamentos imobiliários em verdadeiros sonhos de consumo. Participação: Gustavo Selig Hestia Construções / Presidente da ADEMI- PR Diacuy de Mesquita Fialho Crema Enga Florestal especialista em Paisagismo Elaine Zanon Elaine Zanon e Claudia Machado Arquitetos Associados Vice-presidente da ASBEA-PR Waldeny Fiuza Doria Lopes Fiuza Arquitetos Associados Vice-presidente da ASBEA PR A mediação ficará a cargo de Marcos Kathalian, consultor do Sinduscon-PR. Após o evento será servido um coquetel aos convidados. Favor confirmar presença pelo telefone 0800 570 0800. Patrocínio 2 INFORMATIVO

OBRAS PÚBLICAS Reunião da COP discute ações para minimizar impactos do reajuste salarial Empresários da construção civil que atuam na área de obras públicas participaram de reunião da COP, no dia 19 de agosto, no Sinduscon-PR, para conhecer e discutir o trabalho de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos firmados antes do reajuste salarial da categoria e o PUB (Preço Unitário de Obra Pública de Edificações). O vice-presidente da área de Obras Públicas da entidade, José Eugênio Gizzi, destacou as ações que o Sinduscon-PR está desenvolvendo a fim de minimizar o desequilíbrio causado, devido ao reajuste salarial, em construtoras e empreiteiras que atuam neste segmento, de maneira que não sejam tão prejudicadas. É importante que desde já estas empresas participem mais ativamente das reuniões no Sinduscon-PR, para conhecerem a mecânica das negociações coletivas e poderem contribuir de forma mais contundente neste processo, frisa Gizzi. Sinduscon-PR convida associados a participarem mais ativamente das negociações coletivas O vice-presidente da área de Obras Públicas destacou ainda que o PUB, que começou a ser debatido em maio do ano passado, será uma ferramenta de referência para os empresários defenderem junto a administração pública os reajustes necessários nas planilhas orçamentárias, com objetivo de tornar exeqüíveis os preços praticados em licitações de órgãos públicos. Reequilíbrio econômico-financeiro Uma das medidas que o Sinduscon-PR adotou para minimizar os impactos do reajuste salarial nos contratos de empresas de obras públicas foi solicitar ao professor-doutor de Direito Administrativo e consultor da entidade, Fernando Vernalha Guimarães, um parecer jurídico sobre o tema. O documento aborda a recomposição da equação econômicofinanceira de contratos administrativos em função do advento de reajustes salariais que impactem os custos de produção destes contratos. Entendo ser possível enfrentar a jurisprudência do TCU, até porque o reajuste deste ano apresenta algumas peculiaridades, pois houve aumento expressivo, distanciado da média histórica dos últimos cinco anos, que superou, em larga medida, os níveis inflacionários retratados nos principais índices de correção da moeda, destaca Guimarães. Os associados do Sinduscon-PR terão acesso exclusivo ao documento desenvolvido pelo Doutor Fernando Vernalha Guimarães, no site www.sindusconpr.com.br Aqueles que desejarem um parecer customizado para suas respectivas empresas devem contratar individualmente o advogado. Professor Mozart Bezerra da Silva apresenta o PUB A necessidade de definir o preço unitário total que possa servir de referência técnica na análise de preços oferecidos nas obras públicas motivou o Sinduscon a criar o PUB (Preço Unitário de Obra Pública de Edificações). Para chegar a estes números, foi efetuada coleta de preços de materiais de construção das empresas colaboradoras junto aos seus fornecedores, das tabelas de empreiteiros quanto à mão de obra utilizada pelas empresas envolvidas, e efetuada uma pesquisa de produtividade dos operários para a execução das etapas da obra do projeto padrão. Houve também uma discussão com construtoras sobre as taxas de encargos sociais, BDI e elaboração de um orçamento interno para o cálculo do preço real. Com base nestas informações e em um projeto padrão, foi criada uma planilha com aproximadamente 27 itens básicos. Ainda faremos alguns ajustes, mas assim que estiver pronto, o PUB será atualizado mês a mês, e disponibilizado no site do Sinduscon- PR, destaca José Eugênio Gizzi, vice-presidente da área de Obras Públicas da entidade. Consultor do Sinduscon, elaborou Paracer Jurídico exclusivo para associados da entidade Gostou da matéria? Envie críticas e sugestões para o e-mail imprensa@sinduscon-pr.com.br a INFORMATIVO 3

OBRAS PÚBLICAS Conheça os direitos do reajuste salarial dos trab Professor Fernando Vernalha Guimarães, Doutor em Direito do Estado (UFPR) e Consultor em Licitações e Contratos Administrativos Consultor do Sinduscon-PR elaborou um Parecer Jurídico exclusivo para os associados O reajuste salarial de julho de 2009, que produziu alteração significativa no custo da mão-de-obra da construção civil, impactou diretamente o segmento de obras públicas. Os contratos de obra terão de realinhar seus preços para acomodar-se à nova realidade salarial. Neste contexto, uma questão importante diz respeito aos contratos que já estavam em execução à época do acordo coletivo de trabalho. Os novos custos incidem automaticamente na execução destes contratos, mas os preços oferecidos com as propostas na licitação não os contemplaram. Como ficam, nesta hipótese, os direitos do contratado? Há direito ao ressarcimento dos novos custos salariais incidentes? Para responder a esta questão, o Sinduscon-PR solicitou Parecer Jurídico ao Professor Fernando Vernalha Guimarães, Doutor em Direito do Estado (UFPR) e Consultor em Licitações e Contratos Administrativos. O Parecer, disponível aos associados, foi remetido a diversas entidades administrativas no objetivo de formar um juízo seguro em relação ao tratamento jurídico da questão. Acompanhe os principais aspectos desta questão na entrevista dada pelo Prof. Fernado Vernalha ao Sinduscon PR: 1) O reajuste salarial de julho de 2009 produziu alteração nos preços da mão-de-obra da construção civil. Impactou, inclusive, os contratos de obras públicas em andamento. Quais são os direitos do contratado neste caso? Resposta: O Parecer que produzi para o Sinduscon PR trata especificamente desta questão. No meu entendimento, este reajuste exige o realinhamento dos preços oferecidos com as propostas na licitação. Quando os contratados participaram do certame, não consideraram este aumento do custo salarial, pois ele não estava disponível e previsível naquela ocasião. Por força do princípio da inalterabilidade da equação econômico-financeira dos contratos administrativos, esta diferença de custo deve ser integralmente ressarcida aos contratados. É bem verdade que a jurisprudência do Tribunal de Contas da União e do Superior Tribunal de Justiça não tem admitido o realinhamento de preços diante de reajustes salariais. Mas o reajuste de julho de 2009, dadas as suas peculiaridades, autoriza conclusão distinta, mesmo levando-se em conta a jurisprudência daqueles tribunais. Portanto, os contratados cujos contratos sofreram oneração nos seus custos de produção em decorrência do reajuste salarial de julho de 2009 terão, em princípio, direito ao ressarcimento do prejuízo, que pode ser postulado perante a Administração Pública. 2) E para os contratos que foram assinados após o reajuste salarial, mas cujas respectivas propostas comerciais foram depositadas na licitação anteriormente àquela data, há direito a este realinhamento de preços? Resposta: Sim. Com a apresentação das propostas na licitação forma-se a equação financeira do contrato. Após este momento, o seu rompimento poderá ensejar o ressarcimento corres- 4 INFORMATIVO

contratado diante do alhadores da construção pondente. Mesmo que isso ocorra antes da própria celebração e formalização do contrato. 3) O reajuste de 2009 fixou aplicação retroativa das novas condições salariais. Isso poderá, da mesma forma, acarretar o direito ao realinhamento de preços no período retroativo? Resposta: Sim. A partir da data retroativa de incidência do reajuste, a oneração nos custos poderá ser ressarcida a título de recomposição da equação financeira do contrato. Contratados que sofreram oneração devido ao reajuste salarial têm direito ao ressarcimento do prejuízo 4) Para os contratos que comportaram índices de reajuste, há direito ao ressarcimento dos prejuízos gerados pela diferença no custo salarial? Resposta: Sim. O reajuste é um instrumento destinado à recomposição inflacionária geral ou setorial. Mas ele não chega a retratar diferenças expressivas no custo de certos insumos e mesmo da mão-de-obra na hipótese de dissídios ou acordo coletivos de trabalho. Diferentemente do reajuste, esta hipótese enquadra-se num outro instrumento jurídico: a revisão ou realinhamento de preços. Então, em princípio, mesmo para aqueles contratos que comportaram reajuste, o ressarcimento pela diferença salarial será devido. Observo, contudo, que esta não tem sido a posição do TCU, que vê nos acordos coletivos um evento previsível, pressupondo daí que a variação salarial tem sido projetada nas propostas dos licitantes quando disputam a contratação administrativa. Esta orientação não me parece correta, uma vez que, se é verdade que o acordo ou dissídio coletivo de trabalho é um evento previsível, suas conseqüências não são previsíveis ou calculáveis pelos licitantes. Logo, as propostas comerciais não têm como dimensionar adequadamente a extensão deste custo salarial. Acrescento que, no caso deste específico reajuste salarial de julho de 2009, sua acentuada discrepância em relação aos índices inflacionários do período deixa ainda mais evidente que esta variação no custo da mão-de-obra não está contemplada nos índices inflacionários. Portanto, volto a dizer que este reajustamento apresenta peculiaridades que podem afastar a orientação tradicional do TCU e do STJ sobre a questão, reconhecendo-o como um caso emblemático de dever jurídico da Administração à recomposição da equação econômico-financeira dos contratos administrativos. 5) Como as empresas poderão requerer este realinhamento? Resposta: Deverão formalizá-lo, primeiramente, perante a Administração Pública competente. Basta confeccionar um requerimento apresentando e documentando a quantificação da oneração de custos sofrida, postulando-se o ressarcimento correspondente. É importante realizar uma adequada demonstração disso, com planilhas exatas etc. Além disso, é conveniente fundamentar bem o requerimento. Se este pleito não for deferido pela Administração, caberá à empresa que se interessar buscar o Poder Judiciário para obter o ressarcimento. 6) Qual a documentação necessária a instruir o requerimento? Resposta: O requerimento deverá ser instruído com uma planilha explicativa dos agravos econômicos sofridos, e demais documentação do ocorrido. Podem ser juntados no requerimento o próprio acordo coletivo (apesar de ser um fato notório) e a documentação que comprove a extensão do custo da mão-de-obra salarial naquele específico contrato. É importante ser bem exato nesta demonstração. Contato: vernalha@vgpadvogados.com.br Gostou da matéria? Envie críticas e sugestões para o e-mail imprensa@sinduscon-pr.com.br a INFORMATIVO 5

PREVIDÊNCIA SOCIAL Conheça as especificações dos Contratos de Empreitada de Mão-de-obra De acordo com o art.413 da Instrução Normativa 03/2005-SRP, o Contrato de Empreitada é aquele celebrado entre o proprietário do imóvel, o incorporador, o dono da obra ou o condômino com uma empresa, para a execução de obra ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, independente do fornecimento de material. O Contrato de Empreitada Total/Global só poderá ser celebrado com uma construtora¹, a qual assumirá a responsabilidade total dos serviços de mão de obra perante a Receita Federal do Brasil, são elas: Cadastramento do CEI Cadastro específico do INSS ; Apresentação de escrituração contábil na forma estabelecida no 4º do art. 60 da IN 03/2005-SRP; Folha de pagamento específica da obra; GFIP Guia de pagamento do FGTS e informações a Previdência no código 155; GPS recolhida no CEI da obra; Retenção e recolhimento de 11% sobre o valor das notas fiscais de mão de obra no CNPJ do subempreiteiro² (se houver); Arquivamento de cópia das GFIP s 150 dos subempreiteiros vinculadas ao CEI da obra (se houver). Vale lembrar que todos os faturamentos provenientes de serviços de mão-deobra terceirizados / subempreitados deverão ser lançados contra a construtora contratante, responsável pela empreitada Global/Total, pois de outra forma caracterizará uma empreitada Parcial. Nos casos em que for utilizado estruturas pré-moldadas, a contratação e faturamento deverá ser feita em nome do responsável pela empreitada Total/Global, pois neste serviço geralmente está previsto o material e mão de obra. Da mesma forma será o tratamento para concreto ou argamassa usinada, onde o faturamento deverá estar em nome do responsável pela empreitada Global/Total, devido à incidência de mão de obra, neste caso é considerado 5% do valor na NF como remuneração/salários. O Contrato de Empreitada Parcial poderá ser celebrado com uma construtora ou empresa prestadora de serviços de mão de obra, para a execução de parte dos serviços inerentes a execução da obra. As obrigações do contratado são: Elaborar folha de pagamento específica da obra; GFIP no código 150 vinculada ao CEI do contratante; GPS paga no CNPJ; Nota Fiscal vinculada à obra; Destacar a retenção de 11% na NF; Lançar o valor proveniente das retenções sofridas na GFIP vinculada a obra. Mais informações podem ser obtidas no plantão técnico, nas terças e quintas-feiras à tarde, das 14 às 18horas, pelo telefone (41) 30514300 ou pelo email plantaotecnico@sinduscon-pr.com.br ¹ empresa construtora é a pessoa jurídica legalmente constituída, cujo objeto social seja a indústria da construção civil, com registro e responsável técnico perante o CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. ² subempreiteiro, empresa que executa obra ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, mediante contrato celebrado com o empreiteiro ou com outra subcontratada. Cuidar da proteção dos colaboradores da sua empresa é um dos planos de ação mais eficiente para gerir pessoas e tornar o ambiente de trabalho mais produtivo. Pensando nisso, a Ideallity desenvolveu um produto corporativo, que oferece benefícios indispensáveis e exclusivos, proteção e praticidade para todos. - Vida e Assistência - VIDA E ASSISTÊNCIA CORPORATIVO SUA EMPRESA E SEUS COLABORADORES COM UMA PREOCUPAÇÃO A MENOS. Plano Prevenção Luto Resgatável, ela trás o benefício da assistência funeral 24h e é o único resgatável do Brasil. A PIONEIRA EM PLANO DE LUTO RESGATÁVEL! IDEALLITY - VIDA E ASSISTÊNCIA Rua Emiliano Perneta 390, Centro - Curitiba - Paraná Tel: (41) 3091-9562 E-mail: ideallity@ideallity.com.br / www.vidaeassistencia.com.br - Sem carência para cobertura de até R$ 3.000,00 no plano de luto. - Planos a partir de R$ 3.000,00. - Parcelado entre 24 meses a 60 meses. - Coberturas por morte acidental (MA) e invalidez por acidente (IPA). - Concorre a 4 sorteios de R$ 2.500,00 por mês pela loteria federal. O plano certo para sua empresa produzir mais. 6 INFORMATIVO

FINANCIAMENTO Caixa ultrapassa contratação habitacional de 2008 A Caixa Econômica Federal bateu, em agosto, recorde histórico de contratação habitacional superando todo o volume emprestado em 2008. Até o dia 12, os créditos já somam R$ 23,2 bilhões, ante os R$ 23 bilhões realizados durante todo o ano passado. Os recursos beneficiaram 455.156 famílias de todo o país. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 88% (R$ 12,3 bilhões). Os financiamentos que utilizam recursos do FGTS somam R$ 10,1 bilhões, o que corresponde a 166.713 contratos. Já com recursos do SBPE, os empréstimos alcançaram a marca de R$ 12 bilhões em 268.635 contratos. O investimento da CAIXA no setor da construção civil garantiu a geração de mais de 2 milhões de empregos e beneficiou cerca de 1,8 milhão de pessoas em todo país. No começo desse ano, a média de contratação era de R$ 93 milhões por dia útil, o que representava 2.096 contratos. Em agosto, chegamos a R$ 223 milhões ao dia, com 3.289 contratos, destaca o vice-presidente de Governo do banco, Jorge Hereda. Até o fim do ano, a CAIXA espera emprestar mais de R$ 39 bilhões, superando todas as expectativas do setor no início de 2009. O bom momento do setor também influenciou as contratações realizadas dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida lançado no dia 13 de abril. Em quatro meses, a CAIXA já recebeu 1.312 propostas, o que corresponde a 255 mil moradias. Do total de propostas recebidas, 494 já estão com a análise concluída e representa 90 mil unidades. A instituição contratou 204 empreendimentos, que beneficiarão 32.207 famílias em todo país, no valor total de R$ 2,04 bilhões. No semestre Somente nos seis primeiros meses do ano, os empréstimos concedidos chegaram a R$ 17,4 bilhões, o que corresponde a 351 mil unidades e aumento de 90% frente igual período do ano passado. O saldo da carteira habitacional atingiu R$ 55 bilhões ao final do primeiro semestre, valor 71,2% maior que aquele observado no mesmo período do ano anterior. Financiamento recorde já beneficiou mais de 453 mil famílias Uma das mais importantes fontes de financiamento habitacional, as linhas que utilizam recursos do FGTS tiveram contratos no valor de R$ 7,7 bilhões, incluindo os subsídios, o que representa um crescimento de 44,2% em relação ao mesmo período de 2008, beneficiando mais de 500 mil pessoas, especialmente as de menor renda. As operações de saneamento e infraestrutura no semestre aumentaram 58,1% em relação ao mesmo período de 2008, alcançando saldo de R$ 6,8 bilhões. As liberações registraram o valor de quase R$ 4 bilhões, com destaque para as contratações com recursos do BNDES, de R$ 3,2 bilhões. NOTAS JURÍDICAS Regras de Licenciamento Ambiental O partido Democratas (DEM) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4283, com pedido de medida liminar, contra o parágrafo único do artigo 2º, bem como os artigos 4º e 5º, todos da Portaria Conjunta MMA/IBAMA nº 259/09. Por meio dessa Portaria Conjunta, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis instituíram novas obrigações aos empreendedores interessados na obtenção do licenciamento ambiental, como também inseriram as centrais sindicais como entidades participantes de tal procedimento. Assim, o partido sustenta violação aos princípios da reserva legal, uma vez que a obrigação não foi instituída por uma lei em sentido formal e, sim, por um ato produzido por órgão da Administração federal. TST afasta incidência de IR sobre juros de mora O Órgão Especial reformulou na sessão de 10 de agosto o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho sobre a incidência de Imposto de Renda sobre juros de mora. Por maioria de votos, os ministros decidiram afastar a incidência em razão do artigo 404 do Código Civil de 2002. O dispositivo passou a considerar os juros como perdas e danos, sem fazer qualquer distinção entre juros de mora incidentes sobre parcela de natureza remuneratória ou indenizatória. Segundo entendimento capitaneado pelo ministro Barros Levenhagen, ao qualificar os juros de mora como perdas e danos, em razão do não pagamento em tempo hábil das obrigações de pagamento em dinheiro, a correção assumiu caráter indenizatório, o que afasta a incidência de IR. Dinheiro de contrato trabalhista é impenhorável Os valores recebidos a título de verba rescisória de contrato de trabalho e depositados em conta salário não podem ser penhorados, mesmo que o dinheiro esteja aplicado no próprio banco em fundo de investimento. Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve suspensa a penhora de R$ 52 mil na conta-corrente de um homem que não pagou as parcelas de financiamento bancário. O relator, ministro Luis Felipe Salomão, ressaltou que a jurisprudência do STJ interpreta a expressão "salário" de forma ampla, de modo que todos os créditos decorrentes da atividade profissional estão incluídos na proteção prevista no artigo 649, inciso IV, do Código de Processo Civil. Redução da Jornada é tema de debate na Câmara O Plenário da Câmara dos Deputados realizou a Comissão Geral para debater a Redução da Jornada de Trabalho para 40 horas semanais, nos termos proposto pela PEC 231/95, que também eleva o percentual de remuneração da hora extra para 75%. Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção citou as implicações da medida para o setor que representa e frisou o aumento de 4,8% dos custos do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, com base em estudo que será entregue aos deputados, o Programa deixará de financiar 48 mil unidades. Gostou da matéria? Envie críticas e sugestões para o e-mail imprensa@sinduscon-pr.com.br a INFORMATIVO 7

ARTIGO As indenizações e a incidência do imposto de renda Em recente julgado proferido pelo Superior Tribunal de Justiça no voto da Ministra Eliana Calmon (REsp n.º 1.068.456/PE), reiterou-se posição já manifestada naquela Corte, de que nem a indenização por dano moral nem a decorrente de dano material representam acréscimo patrimonial em favor da vitima. Consequentemente, esse ingresso financeiro no patrimônio da vítima não estaria entre as hipóteses de incidência do Imposto de Renda, sendo indevida sua cobrança. Mesmo diante dessa decisão, a verdade é que a questão ainda não está pacificada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. De fato, pois melhor analisando o teor dos recentes julgados sobre o tema naquela Corte, existem pelo menos duas posições a respeito. A primeira é a trazida pela Ministra Eliana Calmon no julgado acima referido, de que o numerário recebido em decorrência de uma indenização (por dano moral ou material), independentemente do bem jurídico afetado, não representa um fato gerador do Imposto de Renda. Na linha desse entendimento, a indenização (por dano moral ou material) então paga em favor da vítima visa reparar lesão anterior sofrida pela vitima, circunstância que não se enquadra ao conceito de acréscimo patrimonial, elemento indispensável para que se considere ocorrido o fato gerador do Imposto de Renda. Já segundo a tese dos Ministros Luiz Fux e Teori Albino Zavascki (REsp n.º 731.883/RS), só é passível de tributação pelo Imposto de Renda a indenização por lucros cessantes, alguns casos de danos emergentes e dano moral. É excluído do rol das indenizações tributáveis a que vise reparar o imediato dano material suportado pela vítima (num acidente de trânsito as despesas com o conserto do veículo são exemplos desse tipo de dano). Por meio dessa linha de entendimento, o acréscimo patrimonial que desencadeia a incidência do Imposto de Renda só ocorre nos casos de indenização por lucros cessantes, alguns casos de danos emergentes e dano moral. Isso porque, representam verbas que majoram o patrimônio material da vítima. A indenização decorrente do dano material exemplificada no parágrafo anterior, a teor do julgado da lavra do Ministro Teori Albino Zavascki, simplesmente reconstitui a perda patrimonial ocorrida em virtude da lesão, e, portanto, não acarreta qualquer aumento no patrimônio. Nesses casos, tanto a indenização por dano material que ultrapasse o valor do prejuízo suportado (lucros cessantes e danos emergentes), como aquela por dano moral, representariam acréscimos patrimoniais, sendo autorizada a incidência do Imposto de Renda. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, acompanhando o STJ, ainda não pacificou entendimento sobre o tema. De fato, pois existem tanto posições que seguem o entendimento dos Ministros Luiz Fux e Teori Zavascki (AI n. 200470020047807, Rel. Juiz Federal João Batista Lazzari, Publ: 04/02/2009 - AI n. 20080400039408-6, Rel. Valdemar Capeletti. Publ: 04/11/2008), como aquelas que se alinham ao da Ministra Eliana Calmon (Apel. 20077100029208-3. Rel. Vânia Hack de Almeida, Publ: 26/03/2008). Em face disso, é imprescindível que o contribuinte, antes de postular a inexigibilidade do referido imposto em casos dessa natureza, promova um exame detalhado das características específicas da indenização por ele recebida. Advogado José Antônio Gomes, do escritório Felipe Gomes & Isfer Advogados e Consultores.