IDENTIDADE DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL



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2827 IDENTIDADE DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL Acadêmica do Serviço Social: Rejane Lazzaretti Manique de Oliveira UNISINOS Orientadora: Prof.ª MS Sônia Maria Almeida UNISINOS Resumo Esta pesquisa tem como temática a identidade da escola de Educação Infantil, sendo realizada nas Escolas Municipais de Educação Infantil Irmã Valéria e Cinderela de Novo Hamburgo, de fevereiro a julho de 2008. Tem como objetivo geral identificar o significado que as famílias e profissionais atribuem a escola de educação infantil e como eles se percebem nesse processo e específicos: contribuir para a construção da identidade da escola de educação infantil, envolvendo as famílias e profissionais, através de suas falas, para a elaboração do projeto político pedagógico; identificar formas de participação dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil; verificar fatores que interferem na participação dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil; descrever a concepção, a percepção e as expectativas dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil. Esta pesquisa justifica-se pela necessidade da elaboração do projeto político pedagógico da escola de educação infantil na busca da construção de uma identidade própria contando com a participação das famílias e profissionais envolvidas nesse espaço. Trata-se de estudo qualitativo do tipo descritivo, cuja coleta de dados envolveu famílias e professores, através de entrevistas. Concluiu-se que famílias e profissionais entendem a escola como espaço primeiro de aprendizado; onde a criança começa a se relacionar com outras crianças aprendendo a dividir, a trabalhar em grupo, a ter organização e responsabilidades sentindo-se capazes e comprometidos com propostas oferecidas a seus filhos; entendem que o cuidado e educação da criança exercem influência decisiva sobre aprendizagem e desenvolvimento; os pais verbalizam sobre desenvolvimento de seus filhos, quanto à autonomia, iniciativa, hábitos de higiene e alimentação e maneira de seus filhos se relacionarem com os colegas. Palavras -chave: Educação infantil, Escola de qualidade, Projeto político pedagógico

2828 Introdução O presente relatório trata do resultado da realização da pesquisa, atividade exigida na disciplina de Pesquisa do Serviço Social II, ministrado pela professora Sonia Maria A.F. Almeida. A temática escolhida para o projeto foi a Identidade da Escola de Educação Infantil e foi realizada nas Escolas de Educação Infantil Irmã Valéria e Cinderela de Novo Hamburgo, no período de fevereiro a julho de 2008, com o propósito de buscar dados para a construção do projeto político-pedagógico, a partir das falas das famílias e profissionais das escolas, criando uma identidade própria. A pesquisa tem como objetivo geral identificar o significado que as famílias e profissionais atribuem a escola de educação infantil e como eles se percebem nesse processo. Como objetivos específicos temos: Contribuir para a construção da identidade da escola de educação infantil, envolvendo as famílias e profissionais, através de suas falas, para a elaboração do projeto político pedagógico; Identificar formas de participação dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil; Verificar fatores que interferem na participação dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil; Descrever a concepção, a percepção e as expectativas dos profissionais e das famílias na escola de educação infantil. Para tanto foi utilizado o seguinte problema: O que os profissionais e famílias da escola de educação infantil pensam e esperam deste espaço, com vistas à construção de uma escola de qualidade com uma identidade própria? As questões norteadoras da pesquisa estão assim apresentadas: O que é uma escola de educação infantil? O que é uma escola de qualidade? Os profissionais e as famílias da escola de educação infantil, percebem-se como partícipes, sentem-se capazes e com habilidades, e sentem-se comprometidos no processo de construção do projeto político pedagógico? A presente pesquisa justifica-se pela necessidade da elaboração do projeto político pedagógico da escola de educação infantil na busca da construção de uma identidade contando com a participação das famílias e profissionais envolvidas nesse espaço. A partir da pesquisa bibliográfica empreendida e com o objetivo de construção do objeto de pesquisa, sistematizamos as informações e dados em três categorias, as quais serão desenvolvidas a seguir: educação infantil; escola de qualidade e projeto político pedagógico. Educação infantil:

2829 A implantação da política pública para a educação infantil está em curso. No Brasil, a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, definem a Educação Infantil como um direito da criança de 0 a 6 anos de idade e como parte integrante do sistema educacional, constituindo a etapa da Educação Básica. Deve ser oferecida em creches, ou em entidades equivalentes, para crianças de o a 3 anos de idade, e em pré-escola, para crianças de 4 a 6 anos de idade. Ainda que não obrigatória, é um direito público cabendo a expansão da oferta ao município, com apoio das esferas estaduais federal e estadual. Para Cavaton(2003), a educação infantil tem um papel pedagógico próprio a cumprir. Acredita que a pré-escola é espaço estritamente educacional. Tem como objetivo principal ser a modalidade de ensino que visa dar oportunidades a as experiências necessárias para que a criança de 0 a 6 anos se desenvolva plena e harmoniosamente em todos os aspectos. Ressalta, que se isso acontecer, o sucesso da criança da educação infantil, ao ingressar na educação fundamental será conseqüência e não finalidade. Os pais e mães lutam por um lugar seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham, então a educação infantil é o lugar adequado para a criança descobrir o mundo que a cerca nos seus primeiros anos de vida. Ressalta, que o desenvolvimento da criança se constrói na e pela interação com as outras pessoas de seu meio ambiente, especialmente com aquelas envolvida efetivamente com seu cuidado. Por isso o conhecimento do educar do desenvolvimento infantil faz diferença na maneira de tratar a criança na escola em que está inserida, uma vez que cada criança de 0 a 6 anos apresenta características, necessidades conflitos e origens próprias. A criança pequena, segundo a autora, é curiosa, observadora, interagindo com o meio e retirando dele as informações necessárias para melhor entende-lo, mas é necessário que o educador atue como intermediário nessa relação, facilitando as interferências dos adultos para com ela. Por isso, é importante que a educação infantil, defina propostas educacionais que tenham como objetivo avaliar o quanto a criança evolui em seu desenvolvimento sobre determinado conteúdo, partindo do que ele já sabe. Sabe-se também que cada criança tem tempos e ritmos próprios, a avaliação deverá ser sempre em relação ao que a criança progrediu, o que sabia antes e o que está sabendo agora. Ressalta a importância de que para propor as atividades às crianças da educação infantil, deve-se conhecer as fases de desenvolvimento em que estão. Cada educador deve ser um observador contínuo sobre as crianças, suas formas de manifestação, e

2830 brincadeiras.as atividades pedagógicas propostas, precisam se aproximar do desenvolvimento natural das crianças, para tanto devem ser lúdicas, pois ela é lúdica, vive intensamente suas brincadeiras. O educador deve otimizar as experiências e as oportunidades das crianças frente aos desafios que a levem a melhores elaborações que fazem sobre o que vêem, ouvem ou sentem das coisas e das pessoas. Para Campos(2006), a educação infantil tem sua crescente importância ligada a motivos de várias naturezas. Em primeiro lugar decorrem das profundas mudanças ocorridas no papel da mulher na sociedade moderna, e as conseqüentes transformações nos arranjos familiares que envolvem a proteção, o cuidado e a educação dos filhos. Outro fator importante é os estudos sobre o desenvolvimento infantil, onde pesquisas mostram a importância dos primeiros anos de vida para a desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social dos seres humanos, além de melhorar significativamente o aproveitamento das crianças na escola fundamental, especialmente as de baixa renda. Também frisa, o reconhecimento dos direitos da criança, que inclui uma educação de qualidade desde os primeiros anos de vida. Direitos estes que vêm sendo conquistados e reafirmados através de movimentos que objetivam o desejo de viver em sociedades mais justas e democráticas. Segunda a autora a definição legal da educação infantil, introduziu mudanças importantes, como agregou a creche aos sistemas educacionais, definiu a formação mínima dos professores o curso de magistério e estabeleceu a responsabilidade do setor público com respeito à oferta de vagas na Educação Infantil, respeitando a opção da família, sem ter caráter obrigatório. Bujes(2007), falando de educação infantil, inicia sua fala dizendo que durante muito tempo, a educação da criança era uma responsabilidade da família ou do grupo social no qual pertencia. Era junto com os adultos que ela aprendia a se tornar um membro deste grupo. Segundo ela, por um bom tempo não houve nenhuma instituição que pudesse compartilhar esta responsabilidade com os pais e com a comunidade da qual fazia parte. Visto isso, e educação infantil, realizada de forma complementar à família hoje, é um fato recente. Para a autora, a educação infantil nasce a partir de uma nova forma de encarar a infância dando-lhe um destaque que não tinha antes, onde especialistas falavam das características da infância, da importância deste momento na vida do indivíduo. Então esta educação envolve dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças desta faixa etária têm necessidades de atenção, carinho, segurança para

2831 sobreviver. E nesta etapa também, começam a ter contato com o mundo que as cerca, a partir as experiências com as pessoas e com as coisas, bem como com tudo que nele ocorrem. O cuidar seria realizar atividades voltadas para os cuidados primários: higiene, sono, alimentação. Acredita que a sociedade que exige dos pais e mães a participação no trabalho, ter a obrigação de oferecer aos seus filhos, ambientes acolhedores, seguros, alegres, instigadores, com adultos bem preparados para oferecer experiências desafiadoras e aprendizagens adequadas a cada faixa de idade das crianças.. No entendimento da autora, esses cuidados se organizam para que pais e mães possam exercer de forma mais ampla seus papéis como cidadãos e trabalhadores. Por outro lado, a criança, segundo a autora, vive um momento de interação com pessoas e coisas do mundo que faz com que vá atribuindo significado àquilo a cerca, participando desta forma da cultura de seu grupo, processo este que chamamos de educação. A partir das colocações acima, a autora, acredita que a experiência da educação infantil precisa ser muito mais qualificada, ela deve incluir o acolhimento, a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto, para o desenvolvimento da sensibilidade. Também não pode deixar de lado o desenvolvimento das habilidades sociais, nem o domínio do espaço e do corpo e das modalidades expressivas, bem como o lugar para a curiosidade e o desafio e a oportunidade para a investigação. Por tais razões, ela coloca que as escolas de educação infantil são hoje indispensáveis na sociedade, pois vão ainda, por muito tempo, construir um importante espaço de descoberta do mundo para muitas crianças. Outra autora que nos fala sobre a educação infantil é Oliveira(2002). Para ela, a educação de crianças até 6 anos em creches e pré-escolas tem sido vista, cada vez mais, como um investimento necessário para seu desenvolvimento desde os primeiros meses até a idade de ingresso na escolarização obrigatória. A educação infantil, sendo nível de ensino integrante da educação básica, requer um aprofundamento do debate acerca de quais os modelos de qualidade para a educação coletiva de crianças pequenas. Oliveira(2002) diz, que as creches e pré-escolas não devem nem substituir a família nem antecipar práticas tradicionais de escolarização. Segundo ela, é possível criar muitas alternativas de programas de educação infantil, que obedeçam critérios mínimos de qualidade, levando em conta as diferentes culturas de vivências e desenvolvimento. É

2832 necessário que na educação infantil se busque aproximar cultura, linguagem, cognição e afetividade como elementos constituintes do desenvolvimento da criança. A educação infantil pode atuar como agente de transmissão de conhecimentos elaborados a partir dos conjuntos de relações sociais presentes nos determinados momentos históricos. Mas isto precisa ser feito na vivência cotidiana com parceiros significativos levando a criança a perceber o mundo e a si mesma de maneiras diferentes. Reforça, que os cuidados da educação infantil, através das creches e pré-escolas, não se reduz ao atendimento de necessidades físicas das crianças, mas também a criação de um ambiente que garanta a segurança física e psicológica delas que lhes assegure a oportunidade de exploração e de construção de sentidos pessoais, que se preocupe com a forma pela qual elas estão se percebendo como sujeitos. Neste ambientes a criança sente que existe uma preocupação com seu bem estar, com seus sentimentos, com suas produções e com sua auto estima. Para a autora, educar e cuidar são formas de acolher. Escola de qualidade: Para Mezomo(1993), o desenvolvimento da pessoa através da educação é uma prioridade, pois é ela que possibilita o crescimento social, econômico e político do país. A qualidade do país passa pela qualidade de seus cidadãos, que só a educação pode garantir. Acredita, que a educação não tem conseguido resgatar sua verdadeira importância. Vê então a necessidade da mesma, renovar e melhorar, para poder responder com rapidez e eficácia às necessidades do mundo em mudanças. Para isto, é preciso ousadia, criatividade e inovação por parte de todos que estão envolvidos no processo para abrir novos caminhos. É preciso que ocorra uma mudança na atual cultura organizacional escolar com a participação de todos. Para Mezomo(1993), uma escola de qualidade está embasada em alguns elementos como: a) elaborar um projeto político pedagógico que leve em conta as expectativas de toda a comunidade escolar; b) criar um currículo que leve em conta as necessidades de seus alunos, professores e comunidade; c) capacitar o professor para a implementação da filosofia da qualidade, em todas as etapas do processo ensino e aprendizagem; d) envolver os alunos e motivá-los a participar do esforço da escola no sentido de oferecer um ensino que o prepare para a vida.

2833 Reforça que a melhoria da qualidade na escola, é um esforço a longo prazo que exige total reestruturação do espaço escolar. Isto implica numa mudança de cultura, exigindo liderança efetiva, trabalho em equipe, delegação de responsabilidade e envolvimento de todos na tomada de decisões. É na escola administrada com enfoque na qualidade que se tem o fortalecimento dos professores no processo ensino e aprendizagem. É também importante para uma escola de qualidade, que os professores estejam comprometidos com este objetivo, bem como é necessário que participem na elaboração da proposta de trabalho reforçando a credibilidade da escola no desenvolvimento do seu trabalho. É importante e necessário para que uma escola tenha qualidade são as relações do professor com seu aluno. Ele deve ser cada dia mais um educador que trabalhe, conhecendo a realidade, que seleciona o conteúdo necessário ao desenvolvimento integral da criança com quem está trabalhando. Segundo o autor, a escola de qualidade é aquela que compreende as necessidades e expectativas de seus alunos e busca caminhos para melhor atende-los. Acredita também, que esta qualidade depende de todos e não é algo que possa ser atribuído a uma pessoa ou a um grupo apenas. Cada um deve fazer a sua parte, cuidado para que seu trabalho contribua para a melhoria do todo. Outro autor que nos fala de qualidade, em especial nas escolas de educação infantil, é Zabalza(1998), que destaca vários fatores que considera importante na educação infantil, na busca da qualidade. Na educação infantil, um dos elementos considerados importantes para a qualidade, é a organização dos espaços, que precisam ser amplos, bem diferentes de fácil acesso. Também é importante que exista um espaço onde possam ser realizadas tarefas conjuntas com todo o grupo. Outro elemento que considera relevante é a atenção privilegiada aos aspectos emocionais, por desempenharem um papel fundamental nesta etapa de desenvolvimento da criança. Tudo na educação infantil é influenciado pelos aspectos emocionais, desde o desenvolvimento psicomotor até o intelectual,o social e o cultural. A emoção age no nível de segurança da criança, que está ligada ao prazer, ao sentir-se bem, a capacidade de assumir riscos e enfrentar o desafio da autonomia e o aceitar as relações sociais. Por isso é preciso que sejam criadas oportunidades à criança de expressão emotiva, para que possam reconhecer cada vez mais as suas emoções e sendo capazes de controla-las. Zabalza(1998), coloca a linguagem como peça chave na educação infantil. É preciso criar ambiente no qual a linguagem seja a grande protagonista, pois é a partir dela

2834 que vai sendo construindo o pensamento e a capacidade de decodificar a realidade e a própria experiência, ou seja, a capacidade de aprender da criança nesta etapa. Para que a escola de educação infantil possa atingir seus objetivos, outro fator muito relevante é a sala de aula que deve ser um espaço estimulante, capaz de facilitar e sugerir várias possibilidades de ação, ampliando as suas vivências e experiências. Cada criança precisaria de uma atenção individualizada, no entanto mesmo que não seja possível desenvolver esta atenção individual permanente, é preciso manter, mesmo que seja parcialmente, contatos individuais com cada criança. É o momento da linguagem pessoal, de orientar seu trabalho, de apóia-la na aquisição de habilidades ou condutas mais específicas de cada criança. Mais um fator, segundo o autor, é a participação dos pais e mães no ambiente escolar, pois isto enriquece o trabalho educativo que é desenvolvido pela escola. Para ele é um processo onde todos os envolvidos aprendem muito, para o enfrentamento dos problemas que podem surgir nesta etapa onde a criança. A escola infantil deve enfrentar o desafio de abrir as portas de maneira a poder transformar em educativo tudo o que faz, bem como transformar em colaboradores do projeto todos que fazem parte do ambiente escolar. A partir disto, o autor, ressalta que a qualidade das escolas, tem muitas leituras e podem ser analisadas de pontos de vista muito diferentes, é conveniente sermos prudentes na hora de propor estratégias de melhoria da qualidade das escolas. Sousa(2008), também é uma autora que nos fala da escola de qualidade na educação infantil. Para ela explicar o termo qualidade não é tarefa fácil, apesar de ser algo muito importante na vida de todos. Acredita que essa dificuldade decorre de uma série de fatores que se relacionam, começando com a natureza ambígua e subjetiva do termo qualidade. Quando queremos analisar a qualidade de um programa de educação infantil precisamos, segundo ela, saber quais são os parâmetros de análise e o que na prática pode ser considerado indicadores dessa qualidade.mesmo assim ainda pode haver a interferência de outros fatores que podem nos dar uma idéia falsa sobre a qualidade, bem como pode haver variações na avaliação até mesmo entre os avaliadores em diferentes contextos. Frente a vários questionamento sobre qualidade, a autora coloca que a qualidade da educação infantil pode ser considerada a partir de diferentes pontos de vista. Sabendo que o cliente é a criança entre 0 a 6 anos e suas famílias, o objetivo é, portanto satisfazer

2835 as necessidades e interesses das crianças e envolvê-las cognitiva e afetivamente com seu processo educativo. Levando-as com isto ao desafio de aprender cada vez mais, ampliando seus horizontes de possibilidades, desejos, aspirações e realizações. Outra forma de identificar se há qualidade em um dado programa da educação infantil, é necessário observar a partir do olhar ou da experiência da própria criança, através de suas ações e reações. Um espaço acolhedor, seguro e confiável para todas as crianças, também pode identificar um programa de qualidade, desenvolvido na educação infantil. Mais um aspecto que identifica a qualidade na educação infantil, conforme relata a autora, é o olhar e o interesse dos pais ou família. A eles interessa saber se podem ou não confiar nos profissionais que serão as pessoas mais diretamente responsáveis por seus filhos. Profissionais que saibam como cuidar, proteger e educar seus filhos para que se sintam bem, seguros e felizes, onde possam crescer e se desenvolver de forma saudável. Tão importante quanto a visão das crianças e dos pais sobre o que é um programa de qualidade na educação infantil, é a visão dos profissionais que estão na escola, pois são os principais responsáveis pela construção cotidiana desta qualidade. Para complementar, a autora diz que a qualidade em educação infantil é a criação de condições necessárias para que a criança se desenvolva, aprenda e caminhe na direção da autonomia e do exercício pleno da cidadania com alegria e prazer. Projeto político pedagógico: No contexto atual, a escola vem sendo questionada a respeito de seu papel frente as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais. As mudanças causadas pelo capitalismo, criam novas demandas, exigindo da escola ações educativas mais compatíveis com os interesses do mercado e do mundo do trabalho. Para que as escolas se ajustem às mudanças que acontecem. É preciso a construção de um projeto político pedagógico, sendo o que realmente caracteriza e orienta a ação educativa no espaço escolar. O projeto político pedagógico deve mostrar a escola, com sua cultura organizacional, suas potencialidades e suas limitações. Segundo Gadotti(1998), a crise de paradigmas também atinge a escola e ela se pergunta sobre si mesma, qual vem a ser o seu papel como instituição nesta sociedade pós moderna, pós industrial, caracterizada pelo globalização da economia, das comunicações, da educação e da cultura, pelo pluralismo político pela emergência do poder local. Ele diz que em nossa sociedade cresce a reivindicação pela participação, autonomia, bem como o desejo de afirmação da singularidade de cada região, de cada língua.

2836 Afirma também, que nunca nossas escolas discutiram tanto autonomia, cidadania e participação. E isto tem se traduzido na necessidade da construção de um projeto político pedagógico próprio de cada escola. E este projeto político pedagógico não pode negar o instituído da escola, que é a sua história, o conjunto de seus currículos, dos seus métodos, o conjunto de seus atores internos e externos e seu modo de vida, pois não é possível construir um projeto sem uma direção política, um norte. Conforme Gadotti(1998), o projeto pedagógico da escola está hoje inserido num cenário marcado pela diversidade. Não existem duas escolas iguais. Por isso, não deve existir um padrão único que oriente a escolha do projeto de nossas escolas. A escola precisa ter autonomia para estabelecer seu projeto e autonomia para executá-lo e avaliá-lo. A gestão democrática é uma exigência do próprio projeto político pedagógico de cada escola. E é nesta gestão democrática que pais, professores, alunos e funcionários devem assumir sua parte na responsabilidade pelo projeto da escola. A gestão democrática requer a participação, pois proporciona um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus atores. Gadotti(1998), também reconhece que existem limitações na construção do projeto político pedagógico da escola. Entre elas a pouca experiência democrática, a mentalidade que se atribui apenas aos técnicos a capacidade de planejar e governar, e o povo ser incapaz de exercer o governo ou de participar de um planejamento, a própria estrutura vertical do sistema educacional e o tipo de liderança que domina no campo educacional. Mas, afirma que o projeto da escola depende da ousadia de seus agentes e de cada escola em se assumir como tal, partindo da cara que tem, seu cotidiano e seu tempoespaço, ou seja, o contexto histórico em que ela se insere. O projeto político pedagógico também pode ser considerado como um momento importante para renovação da escola, pois supõe rupturas com a presente e promessas para o futuro. Azevedo(2002), fala que uma das conquistas registradas na Constituição de 1988 e referendadas na LDB, de 1996, foi a gestão democrática do ensino público. E neste contexto definiu-se que os sistemas públicos deveriam definir as normas da gestão democrática do ensino básico, com a garantia da participação dos profissionais e comunidade escolar na elaboração do projeto político pedagógico da escola. Conforme a autora, é neste contexto onde tentou-se delegar às unidades escolares, aos professores e à comunidade, a solução dos problemas que vêm contribuindo, para que

2837 não tenhamos uma educação pública de qualidade, que o governo de Fernando Henrique, procurou estimular a escola para a criação do seu projeto político pedagógico. Ainda que a realidade demonstre que há inúmeros problemas a superar para que nossa população usufrua de uma educação de qualidade, mudanças começam aparecer nos processos políticos no sentido da participação. Segunda a autora, é preciso considerar que a escola desenvolve ritos e práticas exercidas pelos atores que, no seu interior ou mesmo no seu entorno, desempenham papéis e funções distintas, professores, alunos, funcionários, pais e comunidade que formam a história desta escola, com as características da comunidade em que se insere, com a forma de percepção da realidade dos que a fazem e das relações que estabelecem entre si. Frente a isto, o processo de construção do projeto político pedagógico, como instrumento de gestão democrática, deve acontecer a partir da participação ativa de seus atores locais. E em função da pluralidade que caracteriza uma comunidade escolar, o envolvimento do processo, para que possam decidir através de suas visões de mundo e de suas motivações. Afirma, que no processo de convencimento, motivação e apelo à participação, é também importante considerar que o cotidiano da escola é produto da ação de atores que têm a possibilidade de fazer a ligação entre o geral e o particular. Frente isto, podemos dizer que a dimensão social e política constituem dimensões inseparáveis das ações educativas. Segundo ela, existe um espaço de atuação nas escolas que pode ser utilizado como um dos meios de se procurar melhorar a educação pública. Para tanto faz-se necessário contar com a presença de mediadores da escola comprometidos com um projeto de educação e sociedade emancipatória, bem como a criação de mecanismos que considerem que a gestão democrática e a construção e implementação do projeto político pedagógico não apenas baseado na racionalidade, mas conhecendo que a cultura e o desejo de mudar, são forças que impulsionam a escola pública brasileira na realização das funções dela esperadas. Para Veiga(2002), o projeto político pedagógico tem sido objeto de estudos para professores, pesquisadores e instituições educacionais em nível nacional, estadual e municipal, em busca da melhoria da qualidade de ensino. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola. Todo projeto pedagógico da escola, é também político, por estar articulado ao compromisso sóciopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. Político e pedagógico têm significado indissociável. Por isso o projeto político pedagógico

2838 da escola é considerado como um processo permanente de reflexão e discussão de problemas, na busca da efetivação de sua intencionalidade. Para que a construção do projeto político pedagógico, segundo Veiga(2002), seja possível é preciso proporcionar situações que permitam aos envolvidos no processo, aprender e pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente. A luta da escola é para a descentralização em busca da sua autonomia e qualidade em todo o processo vivido. A autora parte do pressuposto que a construção do projeto político pedagógico, está embasado nos seguintes princípios norteadores: a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. b) Qualidade para todos. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos. c) Gestão democrática, implica o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em vista sua socialização. d) Liberdade associada à idéia de autonomia. A liberdade e autonomia fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. e) Valorização do magistério, considerar a experiência e o conhecimento que os professores têm a partir de sua prática pedagógica. Outro aspecto importante na construção do projeto político pedagógico, conforma cita a autora, é que os educadores precisam ter clareza das finalidades de sua escola. É preciso refletir sobre a ação educativa que a escola desenvolve com base nas finalidades e nos objetivos que ela define. Acredita ela, que é preciso entender o projeto político pedagógico da escola como uma reflexão do cotidiano, que requer avaliação constante dos resultados da própria organização do trabalho pedagógico. Metodologia A pesquisa consiste em um estudo qualitativo do tipo descritivo. A pesquisa qualitativa é basicamente aquela que busca entender um fenômeno específico em profundidade. Ao invés de estatísticas, regras e outras generalizações, a pesquisa qualitativa trabalha com descrições, comparações e interpretações. Segundo Minayo (1994), a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Pois vai trabalhar com um universo de significados, valores, crenças que corresponde a um espaço muito além das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser resumidos à operacionalização de variáveis. A abordagem qualitativa aprofunda-se no

2839 significado das ações e relações humanas, algo que não é possível transformar em médias e estatísticas.ela está centrada na percepção das famílias e profissionais sobre o papel da escola de educação infantil, com o objetivo de compreender o que pensam e o que sentem, a partir de suas falas. A referida pesquisa utilizou-se de uma amostra intencional com famílias e profissionais das escolas, que demonstravam disponibilidade de tempo, conforme observação das direções destas escolas. As unidades de pesquisa apresentam um total de 284 famílias e 35 profissionais, assim distribuídos nas escolas: - 200 famílias e 19 profissionais na Escola de Educação Infantil Irmã Valéria. - 84 famílias e 16 profissionais na Escola de Educação Infantil Cinderela. Inicialmente, a partir desta classificação foi eleita uma amostragem de 20% do universo em cada segmento das escolas. Mas, na realidade foi reduzida para 10% o segmento das famílias, uma vez que não seria possível a aplicação do instrumento de pesquisa em toda a amostra em função do tempo disponível para a conclusão da pesquisa. No segmento profissionais a amostra permaneceu 20%. A amostra ficou assim constituída:na Escola de Educação Infantil Irmã Valéria foi aplicado o instrumento de pesquisa em 20 famílias e 04 profissionais; na Escola de Educação Infantil Cinderela, foi aplicado o instrumento de pesquisa em 08 famílias e 03 profissionais. Foi empregado como instrumento para a coleta de dados (anexo 1) a entrevista semiestruturada, que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teoria e hipóteses, que interessam à pesquisa, oferecendo um amplo campo de interrogativas. Se apresenta com perguntas abertas, para melhor captar o que os entrevistados pensam e sabem a respeito do tema investigado. Definida a amostra, contatou-se através de bilhete e pessoalmente as famílias, com o propósito de explicar a proposta de investigação. As entrevistas foram realizadas nas respectivas escolas pela estagiária do Serviço Social, nos horários antecipadamente marcados ou quando traziam os filhos. Foi necessário remarcar algumas entrevistas devido a imprevistos das famílias. Os profissionais foram entrevistados em seu horário de intervalo. As entrevistas com as famílias e profissionais duraram em média quinze a vinte minutos e todas foram gravadas com concordância prévia dos mesmos (anexo 2) e, posteriormente, transcritas. Foram realizadas no período de abril e maio de 2008.

2840 Para a análise dos dados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo.a análise de conteúdos é uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo do que é comunicada. Triviños(1987),apresenta como Bardin conceitua a análise de conteúdo: Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção das mensagens.(1987,p.160) Resultados A análise qualitativa caracteriza-se por trabalhar com o espaço mais profundo das relações humanas, por isso não há preocupação em quantificar, mas sim compreender e explicar a dinâmica das relações sociais trabalhando com a vivência, com a experiências e com o cotidiano. Neste sentido. Através da metodologia da análise de conteúdo, passou-se a categorizar os dados observados. A pesquisa apresenta quatro categorias a saber: Concepção de Educação Infantil, Concepção de Escola de Qualidade, Participação e Compromisso dos Profissionais e Famílias no Processo de Construção do Projeto Político Pedagógico. Tabela I -Categoria 1: Concepção de Educação Infantil Categoria Inicial Categorias Intermediárias Categoria Final Concepção de Educação Infantil. Aprendizado.. Começo de aprendizado.. Aprendizado para o resto da vida.. Aprender brincando.. Desenvolvimento de todas as habilidades.. Desenvolvimento saudável.. Começo de tudo.. Convivência no meio social.. Relacionamento com outras crianças.. Preparação para o ensino fundamental.. Construção do caráter.. Espaço de cuidados.. Socialização da criança. Aprendizado

2841 Pode-se verificar a partir das entrevistas realizadas, que as famílias têm uma concepção formada a respeito da educação infantil. Foi identificado que o conceito era sempre apresentado com muita naturalidade, sem muitos requintes e palavras técnicas para explicar o que cada um entendia por educação infantil. Mesmo algumas pessoas tendo dificuldades de falar, conseguiam expressar o que realmente entendiam a respeito deste espaço. Muitos só conseguiam conceituar, a partir da relação que faziam do espaço da escola onde seus filhos freqüentam a educação infantil. Para a maioria das famílias entrevistadas a escola de educação infantil é um espaço onde inicia o aprendizado de tudo, para a vida toda. É também o espaço onde a criança começa a se relacionar com outras crianças e aprende a dividir as coisas, a trabalhar em grupo, a ter organização e responsabilidades. É possível ver isso através das falas: No meu ver, é aprender, é um começo de aprendizagem, aprende a repartir, respeitar os outros... Eu acho que é um lugar onde as crianças vêm aprender alguma coisa... Para mim é o começo pra criança, ela pode construir o caráter dela, é um aprendizado para o resto da vida, é o início para serem bons profissionais. Tanto as famílias, como os profissionais que trabalham com a Educação Infantil entendem de que o cuidado e a educação da criança nos primeiros anos de vida exercem influência decisiva sobre toda aprendizagem e desenvolvimento posteriores. Percebe-se isto, quando os pais percebem e falam na escola, sobre o desenvolvimento de seus filhos, especialmente na expressão verbal, na autonomia, na iniciativa, nos hábitos de higiene e alimentação e na maneira de relacionar-se com os colegas. Vários estudos têm apresentado resultados positivos em relação a educação infantil, o quanto melhora o desempenho da criança no ensino fundamental, em função da aprendizagem que desenvolve nesta fase inicial de sua vida. Muitos estudiosos reforçam esta idéia de que a escola é importante na vida da criança como um todo e especialmente nos primeiros anos de vida. Os seres humanos são seres sociais que nascem dentro de uma cultura. O primeiro espaço desta cultura é dentro de casa na relação da criança com aquelas pessoas que tomam conta dela: mãe, pai, avó, avô, enfim seu cuidador. Esta relação é caracterizada pelo afeto.assim o afeto parece ser um aspecto fundamental para o desenvolvimento de uma pessoa, e que pode trazer conseqüências para esse desenvolvimento posterior. E é

2842 neste contexto que as relações iniciais da criança com a escola de educação infantil vão acontecer. Na escola a criança vai ampliar seu espaço afetivo. Então a escola de educação infantil além de suprir uma possível deficiência de afeto, vai oferecer uma série de contribuições para o desenvolvimento inicial, principalmente o desenvolvimento cognitivo pleno da criança. Sabe-se que a aprendizagem é um processo que inicia com o nascimento e finda com a morte. Isto quer dizer que em qualquer etapa, em qualquer situação ou em qualquer momento o ser humano está aprendendo, e na medida que aprende muda seu comportamento e desempenho. Pode-se dizer então que a aprendizagem é a própria mudança que vai se operando na pessoa através das experiências que adquire ao longo da vida, onde muda e transforma o meio que vive. Conforme Campos (2006), a aprendizagem pode ser definida como uma modificação sistemática do comportamento, por efeito da prática ou da experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento. Considerando a situação de sala de aula, também na educação infantil, os momentos de aprendizagem devem ser favorecidos, a través de estratégias de ensino que oportunizem a criança a entender o verdadeiro significado de tudo que é proposto. É importante também frisar que para que haja aprendizagem é necessário vontade e desejo de aprender, ou seja, motivação. Ao professor cabe descobrir a forma de como chegar ao aluno. O aprendiz deve sentir-se envolvido na situação de aprendizagem, para tanto é preciso que o incentivo que ocorre na sala de aula deve ser forte e eficaz. Mas é necessário saber também que cada indivíduo tem um ritmo próprio de aprender. Cabe ao professor também, respeitar o ritmo de cada criança, uma vez que a aprendizagem é um processo gradual e que ocorre passa a passo, de acordo com o ritmo de cada um. Outro aspecto que ficou muito claro, na colocação das famílias é que a escola de educação infantil vai preparar a criança para o ensino fundamental. Observa-se uma preocupação bastante visível por parte das famílias, quanto essa preparação para a escola futura. É depositada na escola de educação infantil esta responsabilidade de preparo para a vida escolar dos filhos. As falas das famílias, confirmam esta concepção: Acho que prepara as crianças para os primeiros passos na escola. Escola de educação infantil é o ingresso pra tudo, pra mim é a preparação pra escola, pra construir uma base deles com a escola. É uma escola onde vai dar o desenvolvimento das crianças, como conviver em grupo, dividir os brinquedos. É preparar a criança já para o ensino fundamental dela.

2843 É onde as crianças vão aprender, pra ter um futuro melhor. Acho que a escola de educação infantil prepara eles pra 1ª série. Através das entrevistas, foi possível entender que para as famílias a escola de educação infantil é muito importante na vida das crianças. Isto fica claro quando uma mãe fala: Ela significa muito, é muito importante, é um ensino para a criança, é muito bom, uma educação. Outras falas mostram que para as famílias a escola de educação infantil é essencial para o desenvolvimento das crianças: Uma escola de educação infantil é a base, onde a criança começa a se interagir com a escola, com as professoras e que é fundamental para eles. Acho que a pessoa aprende muita coisa, né, aprende como lidar com as pessoas acriança aprende muita coisa, lidar com os colegas, repartir os brinquedos. Mas além da escola de educação infantil ter a função de aprendizado, segundo as famílias também apareceu nas entrevistas que a mesma tem a função de cuidar, como aparece nas falas: Eu acho que é bom porque, daí a gente pode trabalhar descansada, daí os filhos estão aqui, são bem cuidados. Pra cuidar das crianças... Um lugar onde as crianças possam ficar pra mães trabalhar, que realmente precisa trabalhar e ter onde deixar, e ter onde deixar, é um lugar muito bom. As profissionais entrevistadas deixaram muito claro que a escola de educação infantil, além de ser um direito da criança, é o espaço que promove a ela o bem estar, a socialização, onde ela começa a se desenvolver, a partir da brincadeira, conforme as falas: Pra mim a escola de educação infantil é o lugar que promove pra criança o bem estar, socialização, que desenvolve todos os aspectos dela... Um espaço onde a criança começa se desenvolver a partir da brincadeira, ela aprende brincando, com isso vai desenvolvendo todas as suas habilidades, se preparando pro futuro. Sabe-se que a socialização é o processo pelo as pessoas aprendem e interiorizam valores, conhecimentos, normas da sociedade em que vivem. Portanto trata-se de um processo pelo qual o indivíduo se torna membro de seu grupo. Então na escola de educação infantil é possível considerar, ser o início da socialização que vai atravessar

2844 toda a vida humana. E é neste início que a socialização vai transformar a criança em um ser social, apontando-lhe modos de pensar, de sentir e de agir. A partir da análise feita, através das falas das famílias e profissionais que fazem parte do espaço da educação infantil, foi possível verificar que os elementos surgidos durante as entrevistas, apresentam uma relação bastante coerente com o referencial teórico consultado nesta pesquisa. A escola de educação infantil é um espaço de grande importância, onde o desenvolvimento a criança se constrói a partir da relação com outras pessoas. As famílias buscam um lugar seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham, mas também mostram uma preocupação em relação a escola de educação infantil, pois esperam que este espaço, além de cuidar possa realizar um trabalho onde vão desenvolver suas habilidades, preparando-os para a vida futura. Bujes(2007), coloca que a educação infantil nasce a partir de uma nova forma de encarar a infância. Essa educação passa a ter dois processos complementares e dissociáveis: educar e cuidar. As crianças nesta faixa necessitam de atenção, carinho e segurança para sobreviver, e passam a ter contato com o mundo que as cercam. Para ela, o cuidar seria realizar atividades voltadas para os cuidados primários: higiene, sono e alimentação. Em relação a educação que deve ser qualificada, pois deve ser responsável pelo desenvolvimento das habilidades da criança. Oliveira(2002), também reforça que escola de educação infantil, não se reduz ao atendimento de necessidades físicas das crianças, mas também da criação de um ambiente que garanta a segurança física e psicológica delas que lhes assegure a oportunidade de exploração e de construção de sentidos pessoais, que se preocupe com a forma pela qual elas estão se percebendo como sujeitos. Para a autora, educar e cuidar são formas de acolher. Tabela II- Categoria 2: Concepção de Escola de Qualidade Concepção Inicial Concepção Intermediária Concepção Final Concepção de Escola de Qualidade. Profissionais capacitados que gostam do que fazem.. Recursos materiais..participação e comprometimento dos pais, professores e comunidade.. Espaço democrático.. Bem estar da criança.. Tranqüilidade..Organização, respeito e responsabilidade. Bem estar da criança

2845. Através dos depoimentos das famílias também está claro que elas têm uma concepção de escola de qualidade bem definida. Esta concepção está voltada ao bem estar da criança que freqüenta a escola de educação infantil. Sabe-se que os cuidados fornecidos pela escola de educação infantil não se reduzem ao atendimento de necessidades físicas das crianças, mas também deve criar um ambiente que garanta sua segurança física e psicológica delas, criando oportunidades de exploração e de construção de sentidos pessoais, que se preocupe com a forma pela qual elas estão se percebendo como sujeitos. Ficando claro a preocupação com seu bem estar, com seus sentimentos, com suas produções e com sua auto-estima. Todos os aspectos citados nas entrevistas são realmente importantes para que uma escola de educação infantil possa atender as crianças com qualidade. A maioria das famílias acredita que, em uma escola de qualidade, vários fatores são importantes, como profissionais capacitados, dedicados e que gostam do que fazem. Essa preocupação não foi manifestada diretamente pelos pais, mas foi possível considerar que, indiretamente, eles abordaram aspectos dessa formação profissional, quando manifestaram o desejo de ver seus filhos bem cuidados, tratados com carinho e recebendo boa orientação por parte dos professores. Segundo as falas, pode-se ver que isso se revela: Na escola de qualidade os professores devem estar dispostos a ensinar e cuidar das crianças. Escola de qualidade, onde os professores têm uma responsabilidade com as crianças para educar quanto para cuidar.. Os professores precisam ser preparados para trabalhar com a educação infantil. Os profissionais, primeiro que gostam do que fazem,... depois que sejam qualificados, bastante qualificados. Acho que tem que ter pessoas qualificadas pra trabalhar, pra poder cuidar das crianças. Precisa também bons professores, que sejam dedicados, que gostam do que fazem. Parece óbvio a necessidade de professor qualificado para trabalhar com as crianças pequenas, sem isso não se pode falar em uma educação infantil de qualidade. Porém não é fácil definir o perfil ideal de professor da educação infantil. Esse perfil

2846 exige uma formação profissional na dimensões humanas, profissionais, culturais, históricas e contextuais que não podem ser consideradas isoladamente. Ao se falar no direito a uma educação de qualidade é, de certa forma referir-se à existência de professores qualificados. Isto é, ao direito de se ter professores bem formados, cuidando das crianças e educando-as. Para ter professores qualificados nas escola de educação infantil é necessário uma boa formação que deve ser constante e contínua, sendo também um direito deste profissional. É imprescindível a constante ampliação do conhecimento de como se processa o desenvolvimento da criança pequena, pois cada criança de 0 a 6 anos tem características, necessidades, conflitos e origens próprias. A exigência legal em relação aos professores da educação infantil, que é a formação mínima em magistério de nível médio, com certeza, foi um dos fatores que ajudaram na construção de uma educação infantil de boa qualidade. É importante repensar o perfil deste profissional para atender à demanda de desenvolvimento integral da criança. Este profissional deve estar preparado para as duas grandes funções que estão presentes na educação infantil: educar e cuidar de forma indissociável da criança de 0 a 6 anos de idade. Para Miranda(2003), esse profissional deve ter uma ampla formação capaz de torná-lo um profissional que tenha domínio dos conhecimentos necessários para desenvolver as atividades pedagógicas apropriadas para as crianças de o a 6 anos e para dispensar-lhes os cuidados necessários para seu desenvolvimento físico, emocional, afetivo e cognitivo. O trabalho com a criança pequena, supõe que seus professores tenham uma competência polivalente, uma vez que suas atividades nesses espaços exigem, além dos conhecimentos básicos necessários para as atividades rotineiras, a absorção dos conhecimentos mais específicos, procedentes das diversas áreas do conhecimento. Os recursos materiais, segundo as famílias, também são importantes como brinquedos, jogos, material pedagógico para elaboração dos trabalhos com os alunos, bem como uma pracinha, onde as crianças possam brincar no pátio. Eu acho que é necessário bastante coisas, recursos financeiros, material pedagógico. Que tenha condições de oferecer os recursos materiais adequados, uma diversidade de materiais, uma diversidade de recursos... Ah! Um bom mobiliário simples, brinquedos, uma pracinha e outros recursos.

2847 Na escola de educação infantil, necessita-se de diferentes tipos de materiais: de uso coletivo e de uso individual, para que o trabalho possa ser desenvolvido com mais facilidade pelos professores. É preciso que o material seja classificado, considerando a idade das crianças para não provocarem acidentes, é importante que representem segurança para elas. A variedade também é necessária, para que a criança tenha a possibilidade jogar e trabalhar com material variado, sendo interessante para ela. As atividades propostas às crianças da educação infantil devem estar centradas no desenvolvimento individual de cada criança. Devem aproximar-se do desenvolvimento natural da criança, e para isso devem ser lúdicas. A criança é lúdica, vive suas brincadeiras intensamente, para ele a brincadeira é uma forma de linguagem. Sempre que se fala em criança de educação infantil, pensa-se em brincadeiras, brinquedos e jogos. A brincadeira é algo que pertence à criança, à infância. Através do brincar a criança experimenta, organiza-se, constrói normas para si e para o outro. O brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro com o mundo. Desde muito cedo as crianças começam a conhecer o mundo e é pelo brincar que elas se expressam e se comunicam. É através da brincadeira que elas começam a experimentar e a fazer interações com os objetos e as pessoas que estão à sua volta. Caidy e Kaercher(2007), reforçam que:...à medida que criança cresce, as brincadeiras vão tomando uma dimensão mais socializadora, em que os participantes se encontram, têm uma atividade comum e aprendem a coexistência com tudo que lhes possibilita aprender como lidar com o respeito mútuo, partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva.( p.104) Acreditam também, que para uma escola ter qualidade é necessário o comprometimento dos pais, dos professores e da comunidade, pois não é possível fazer um bom trabalho sem a participação destes segmentos. Isso aparece nas falas: De qualidade, acho que é a escola que tem a participação dos pais, participação da equipe, de todos que estão envolvidos com a escola, daí a gente consegue fazer uma escola de qualidade. Também acho que precisa da participação da comunidade né, para o entrosamento com a escola. No decorrer de todo o desenvolvimento da criança, o conhecimento mútuo e o estabelecimentos de acordos entre as famílias e a escola atuam em benefício da criança pequena e promovem o seu bem estar. Mas esta relação somente pode ser construtiva se