Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 25/10/2017. Divórcio estrangeiro. O divórcio feito no estrangeiro precisava ser homologado no STF para ter validade, isso antes da Emenda Constitucional 45/2004, com a entrada em vigor da EC 45/04 passou a ser competência do STJ desta homologação. O Código de processo civil no seu artigo 961 dispensa a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça do divórcio estrangeiro, in verbis: Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. (...) 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. (...) (Grifo nosso). O provimento 53/ 2016 do CNJ 1, resolveu o impasse, estipulando o divórcio simples e composto. Sendo que o simples obedece à regra do CPC e o composto a regra da EC 45/04, como observado no artigo 1º do provimento: Art. 1º. A averbação direta no assento de casamento da sentença estrangeira de divórcio consensual simples ou puro, bem como da decisão não judicial de divórcio, que pela lei brasileira tem natureza jurisdicional, deverá ser realizada perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais a partir de 18 de março de 2016. Divórcio simples sem filhos menores e nem bens a ser partilhados, este não precisa ser homologado no STJ, é feito mera averbação no registro Civil, traduzido por tradutor juramentado (apostilamento do divórcio estrangeiro). 1 h t t p : / / w w w. c n j. j u s. b r / b u s c a - a t o s - a d m? d o c u m e n t o = 3 1 3 6 1
Divorcio composto homologação no STJ. filhos menores e bens a partilhar precisa ser feita a Observe a Resolução nº. 22, de 2016 (Consolidada) do CNJ. Comentários do Professor a respeito da Resolução nº. 22: A união homoafetiva dever vista como entidade familiar com os mesmos direitos do casamento e da união estável. (art. 32). Para a lavratura dos atos notariais de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual, não se aplicando as regras de competência do Código de Processo Civil, fora a reconciliação e a conversão da separação em divórcio. (art.34). É necessária a presença do advogado para a lavratura das escrituras de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual, nelas constando seu nome e registro na OAB, ficou faltando a conversão da separação em divórcio, a reconciliação, o reconhecimento e extinção de união estável e homoafetiva. (art. 39). Vedado a indicação pelo tabelião de advogado as partes. (art. 40). Inventário extrajudicial somente com viúva/o e herdeiros capazes, inclusive por emancipação. (art. 43). Quando não houver consenso entre os herdeiros no tocante ao reconhecimento da união estável precisa ser judicial o inventário. A sobrepartilha é necessária a presença de advogado. (art. 56). É admissível a retificação das cláusulas de obrigações alimentares ajustadas na separação consensual e no divórcio consensual por escritura pública, desde que não tenha menores ou incapazes, assistidos por advogados. (art. 75). 2
O restabelecimento da sociedade conjugal pode ser feito por escritura pública desde que as partes estejam assistidas por advogado, comum ou individual. (art. 80). Conversão da separação em divórcio mantendo as condições ou alterandoas, contudo, é necessária a assistência das partes por advogado. (art. 83). Filiação. No Código Civil de 1916 havia a filiação legítima, legitimada e a ilegítima. Legítima aquela que decorria do casamento. Legitimada filho havido fora do casamento, entre pessoas não casadas, no momento que se casava legitimava estes filhos. Ilegítima filhos adulterinos ou incestuosos. 3
Adulterinos Incestuosos filhos havidos fora do casamento. filhos entre os parentes (ex. Pai com filha). Com a promulgação da Constituição de 1988 os filhos são todos iguais perante a lei, proibida a distinção entre eles, conforme preceitua o artigo 227 6º como segue: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (...). 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. O Código Civil também segue a mesma linha da Constituição Federal, no seu artigo 1.596. 4
Presunção legal da paternidade filhos havidos no casamento presumese que o pai é o marido, presunção juris tantum, passiva de impugnação. Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Filhos nascidos após 180 dias do estabelecimento da sociedade conjugal, neste caso se presume que a mulher casou grávida. Filhos nascidos dentro dos trezentos dias da dissolução da sociedade conjugal presume que é do ex-marido divorciado, falecido, ou separado. Exemplo, o marido morreu e após sua morte a mulher dá a luz, não precisa ingressar com a ação de investigação de paternidade. 5
Filhos nascidos através de inseminação artificial homóloga significa que o sêmen é do marido, não precisa de autorização expressa do marido para que seja presumida a paternidade, é recomendável ter autorização para evitar problemas. Filhos decorrentes de embriões excedentários embrião congelado que se utiliza barriga solidária ou é utilizado após a morte do marido, neste caso é necessária autorização expressa do marido. Em caso de barriga solidária teremos duas mães: genetrix e gestatrix. Genetrix lei. é a mãe genética, que forneceu o óvulo, mãe de fato, perante a Gestatrix é a que gera o feto. Filhos decorrentes de inseminação artificial heteróloga o sêmen não é do marido, exemplo, o marido não pode ter filho e autoriza a esposa a ter filho com o sêmen de outro homem. Nesta situação teremos o filho natural da mãe, civil do pai e legitimo dos dois. A presunção é juris et juris, ou seja absoluta, exceção ao artigo 1.597 CC. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 6