ANÁLISE DAS EMISSÕES DE CO2 ORIUNDAS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS DO ESTADO DE MG

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Transcrição:

ANÁLISE DAS EMISSÕES DE CO2 ORIUNDAS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS DO ESTADO DE MG Giovana Fre (UFTM) giovanafre@hotmail.com Flavia de Castro Camioto (UFTM) flaviacamioto@yahoo.com.br No Estado de Minas Gerais, o setor industrial é aquele que consome mais energia, sendo responsável por 63,4% da demanda energética mineira. No entanto, a matriz energética desse Estado é constituída essencialmente por combustíveis fósseis, contribuindo para o aumento das emissões de CO2. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar e quantificar as emissões de CO2 do setor industrial mineiro. Para tanto, foi utilizada o método Top-Down proposto pelo IPCC para quantificar as emissões de CO2 dos principais combustíveis utilizados no setor industrial de MG, no ano de 2011. Por meio dos resultados constatou-se que a indústria de siderurgia integrada é responsável pelas as maiores emissões de CO2 do setor industrial mineiro, sendo 59,08% referente ao uso coque de carvão mineral, 22,03%, ao uso do carvão vegetal e 12,85% ao carvão metalúrgico. Apesar deste estudo ter indicado que o carvão vegetal é o segundo maior emissor de CO2 do setor, o mesmo pode contribuir para a redução do aquecimento global, desde que este energético seja proveniente de mata de reflorestamento destinadas para a atividade industrial. Palavras-chave: Setor Industrial, CO2, Top-Down, Minas Gerais

1. Introdução Em poucos anos o aquecimento global, que antes era considerado apenas uma especulação científica, se transformou em uma ameaça ambiental de preocupação mundial. As mudanças climáticas provocadas pelo crescente aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) já são uma realidade e seus impactos (e custos) estão cada vez mais condicionados ao nível de adaptação local, bem como ao grau de transição para a economia de baixo carbono dos territórios (PEMC, 2014). A consciência global sobre o problema foi evidenciada pelo fato de mais de 160 partidos, representando praticamente todas as nações do mundo, terem assinado a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, iniciada como a Cúpula da Terra em junho de 1992, no Rio de Janeiro (FANKHAUSER; SAMUEL, 2013). A Convenção estabeleceu como seu objetivo principal estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático (MMA, 2015). Ressalta-se que o Brasil foi o primeiro país a assinar a Convenção, que começou a vigorar em 29 de maio de 1994 (MMA, 2015). Entretanto, Niu et al (2011) concluiu que embora os países em desenvolvimento, como o Brasil, possam reduzir suas emissões de CO 2 por unidade de consumo energético, o consumo total de energia irá aumentar rapidamente com o desenvolvimento econômico. Logo, estes países devem determinar uma forma de promover o crescimento econômico enquanto conservam energia e reduzem emissões. No Brasil, segundo Freitas e Kaneko (2011), a atividade econômica, juntamente com a pressão demográfica, são as principais forças que explicam o aumento das emissões. Em contrapartida, a redução da intensidade de carbono e a diversificação da matriz energética para fontes mais limpas são os principais fatores que contribuem para mitigação de emissões. Assim, para as próximas gerações o desafio será buscar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente. Portanto, este artigo tem como principal objetivo mensurar as emissões de CO 2 devido a utilização de combustíveis fósseis no setor industrial do Estado de Minas Gerais (MG), além de apresentar propostas de substituição de fontes não renováveis por outras fontes mais limpas 2

de energia, principalmente as renováveis, de modo a contribuir com a mitigação das emissões de poluentes. A presente pesquisa focará nas emissões de CO 2 relacionadas à queima de combustíveis fósseis, pois, de acordo com o IPCC (2007), a queima desses energéticos é responsável por cerca de 90% das emissões antropogênicas de CO 2 produzidas anualmente. O Estado de Minas Gerais foi escolhido por consumir 13,1% da demanda total de energia do Brasil. Além disso, os combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e derivados, junto com carvão mineral e derivados, somam quase metade (49%) da demanda de energia total do Estado, como é possível observar na Figura 1. Figura 1 Demanda total de energia por fonte, em MG Fonte: BEEMG (2012) O elevado consumo de combustíveis fósseis contribui para elevadas emissões de CO 2. Segundo o Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais (PEMC,2014), se nada for feito, os custos dos impactos decorrentes das mudanças climáticas para a economia do Estado podem alcançar, nas próximas décadas, cerca de R$ 450 bilhões sem considerar os impactos dos eventos extremos (PEMC, 2014). Já o setor industrial foi escolhido por ser o principal consumidor energético de MG, sendo responsável por 63,4% da demanda mineira de energia, o que corresponde a 22.783 mil tep. Neste montante estão incluídos os centros de transformação (refinaria de petróleo, carvoarias, 3

centrais elétricas,etc.), os energéticos não aproveitados e o consumo final não energético (BEEMG, 2012). Salienta-se que, apesar da demanda de lenha e derivados, fontes de energia renovável, representar 28,4% do consumo energético total da indústria, em 2011, muitos dos combustíveis usados nesse setor são de origem fóssil, o que contribui para o aumento das emissões de CO 2 (BEEMG, 2012). A demanda de carvão mineral e seus derivados correspondem a 21,0% do total do setor, seguido dos derivados de cana-de-açúcar, 16,8%; petróleo, derivados e gás natural, 17,8%; e energia hidráulica e outras fontes, 13,4% e 2,6%, respectivamente. Ao analisar apenas o consumo energético final do setor industrial, a proporção do consumo de carvão mineral sobe ainda mais, representando 27,4%, em 2011 (BEEMG, 2012). Ressalta-se que o Brasil tem grande potencial para desenvolver energias mais limpas ou renováveis, devido a sua vocação agroindustrial para o cultivo de produtos como a cana-deaçúcar, usada para produção do álcool combustível; as plantas oleaginosas (mamona, soja etc.), que podem ser utilizadas para a produção de biodiesel; e ainda pelo uso de resíduos agrícolas e industriais (MOREIRA; GIOMETTI, 2008). Deste modo, há grandes possibilidades do país, e, consequentemente, de MG, reverter o quadro de elevadas emissões de CO 2 por meio da substituição de energéticos fósseis por àqueles mais limpos. Para atingir o objetivo proposto será realizada a análise quantitativa por meio do método topdown proposto inicialmente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 1996). Esse método já foi utilizado em estudos que analisaram os inventários de emissões em outros Estados, como São Paulo (CAMIOTO et al, 2010) e Alagoas (LIMA; RAMOS, 2012). Assim, evidencia-se a relevância de contribuir com esse campo de pesquisa com a análise das emissões do setor industrial de MG. 2. Método Por meio dos dados disponibilizados pelo Balanço Energético do Estado de Minas Gerais (BEEMG, 2012), foi possível identificar o consumo dos atuais combustíveis utilizados pelos 4

14 (quatorze) principais setores industriais deste Estado. Por meio da aplicação da técnica topdown, explicado no tópico 2.1, foram mensuradas as emissões de CO 2 para cada setor industrial analisado nesse trabalho, sendo possível identificar o mais poluente. Em seguida, foram identificados os potenciais substitutos energéticos para o setor que mais emite CO 2. Estes foram utilizados, posteriormente, como referência para a análise das reduções das emissões de CO 2. O próximo passo foi a mensuração das emissões de CO 2 considerando as fontes atualmente utilizadas e alterações hipotéticas da matriz energética pelos possíveis substitutos dessas fontes. Reitera-se que os valores foram calculados em escala anual e foi considerado todo o território estadual. Ressalta-se, ainda, que, para esta análise, foi utilizado os dados do BEEMG (2012), considerando, desta forma, o ano de 2011 como referência para a elaboração dos inventários deste trabalho. Destaca-se, porém, que para os combustíveis provenientes da biomassa deveria ser feita a quantificação das emissões de CO 2 considerando as mudanças no uso do solo e florestas. A proposta do método top-down, é uma quantificação destes energéticos sem considerar a captura de CO 2 destes combustíveis durante seu estágio de desenvolvimento característico. Logo, os resultados desse trabalho deverão ser interpretados com cautela, sendo que as emissões de CO 2 da biomassa estão apresentadas apenas a título de informação, sem serem adicionadas às emissões dos combustíveis fósseis, visando atender as recomendações do IPCC (1996). Salienta-se que não são observadas, na indústria, emissões decorrentes do uso de energia elétrica, uma vez que essas emissões ocorrem durante a geração da mesma. No entanto, vale ressaltar que existe uma grande diversidade de formas de geração deste tipo de energia. Logo, as emissões da energia elétrica não serão abordadas neste trabalho. 2.1. Método Top-Down de quantificação das emissões de CO 2 Existem dois métodos desenvolvidos pelo IPCC que permitem o cálculo de emissões de CO 2 : o Bottom-Up e o Top-Down. Pela maior confiabilidade dos dados e menor complexidade para o levantamento destes, o método Top-Down difundiu-se mais do que o Bottom-Up. 5

Visando calcular as emissões de carbono do sistema energético brasileiro, o Ministério de Ciências e Tecnologia no documento Emissões de Dióxido de Carbono por Queima de Combustíveis: Abordagem Top-Down (MCT, 2006) adaptou o método Top-Down, recomendado pelo IPCC (1996), para as características particulares do sistema energético brasileiro. Desta forma, neste trabalho, para o cálculo das emissões, muitos dos dados utilizados foram retirados deste documento. A aplicação do método Top-Down do IPCC abrange os seguintes passos: a) Determinação do consumo aparente dos combustíveis, nas suas unidades de medida originais: neste trabalho, foi utilizado o consumo direto dos setores em estudo, com o objetivo de representar as emissões específicas dos segmentos estudados. Deste modo, foram utilizados o consumo dos combustíveis usados na produção industrial e o consumo total de cada setor industrial. Estes dados foram encontrados no BEEMG (2012). b) Conversão do consumo aparente para uma unidade de energia comum, terajoules (TJ): as quantidades dos combustíveis são expressas pelo BEEMG em toneladas equivalentes de petróleo (tep), para converter os valores do BEEMG para terajoules, conforme recomendação do IPCC (1996), foi utilizada a Expressão 1: Fator de Conversão = 45,217x10-3.Fator de correção (1) Onde o fator de correção é igual a 0,95 para os combustíveis sólidos e líquidos e 0,90 para os combustíveis gasosos (MCT, 2006). c) Transformação do consumo aparente de cada combustível em conteúdo de carbono, mediante a sua multiplicação pelo fator de emissão de carbono do combustível: nesta pesquisa, os valores utilizados para o fator de emissão foram aqueles indicados pelo MCT (2006), já que caracterizam melhor as condições do país. Quando os fatores de emissão para determinado combustível não foram encontrados no MCT (2006), foram utilizados os valores recomendados pelo IPCC (1996). d) Determinação da quantidade de carbono de cada combustível destinada a fins não energéticos e a dedução dessa quantidade do carbono contido no consumo aparente, para se computar o conteúdo real de carbono possível de ser emitido: no presente trabalho, foi 6

utilizado como referência o consumo de fontes de energia dos setores industriais divulgados no BEEMG (2012), no qual todo combustível é considerado de uso energético. Logo, o único valor relevante para o cálculo das emissões foi do carbono não oxidado, explicado no item seguinte. e) Correção dos valores para se considerar a combustão incompleta do combustível, para se computar a quantidade de carbono realmente oxidada na combustão: a fração de carbono oxidada foi a recomendada pelo IPCC (1996): 0,98 para carvões, 0,99 para o petróleo e seus derivados, 0,995 para o gás natural. Para as demais fontes energéticas a fração de carbono oxidada foi a mesma utilizada pelo MCT (2006). f) Conversão da quantidade de carbono oxidada em emissões de CO 2 : foi obtida multiplicando-se as emissões em termos de carbono por 44/12. Onde 44 é o peso molecular do CO 2 e 12 é o peso atômico do carbono (C). 3. Discussão dos Resultados A partir do BEEMG (2012), foi verificado o consumo energético para cada setor industrial de MG. Com isso, foram mensuradas as respectivas emissões de CO 2 dos setores por meio do método Top Down. Quatorze setores de MG foram analisados. Na Tabela 1, é possível observar o consumo de energia de acordo com o BEEMG (2012) e o resultado da quantificação de emissão de CO 2 em cada setor. Setores Tabela 1 - Consumo de energia e emissão de CO 2 dos setores Emissão de CO 2 -Top Down (10 6 t CO 2 ) Consumo de energia por fonte em 2011 (BEEMG, 2012) (10 3 tep) Cimento 3,91087 1464 Cal 1,32714 420 Siderurgia integrada 18,28127 5758 Siderurgia Não integrada 6,302296 1548 Ferro ligas 1,501018 830 Outros da siderurgia 0,102539 53 Mineração e pelotização 0,950937 892 Não ferrosos e outros 0,547343 453 Química 0,804323 496 Alimentos e bebidas 5,127143 1530 7

Têxtil 0,539631 260 Papel e celulose 1,195494 470 Cerâmica 2,197186 621 Outras indústrias 0,353273 492 Percebe-se por meio da Tabela 1, que entre os setores analisados, o que mais consome energia e o que mais emite CO 2 é a siderurgia integrada, por isso este setor foi o escolhido, neste trabalho, para a análise de substituição energética. Na Tabela 2, é apresentado o consumo energético por cada fonte de energia utilizada no setor selecionado. Nota-se que a sua matriz energética utiliza grandes quantidades de carvão metalúrgico e carvão vegetal, além de eletricidade, cujas emissões, como mencionado, não foram consideradas nesse trabalho. Tabela 2 - Consumo de energia e emissão de CO 2 da Siderurgia integrada (2012) Combustível Consumo de energia por fonte em 2012 (BEEMG, 2012) (10 3 tep) Emissão de CO 2 -Top Down (10 6 t CO 2 ) % Emissões Gás natural 313 0,711008 3,89% Carvão energético 158 0,629216 3,44% Carvão metalúrgico 677 2,69 12,85% Óleo diesel 7 0,022049 0,12% Óleo combustível 95 0,312563 1,71% Gás liquefeito de petróleo 16 0,040654 0,22% Gás de coqueria 346 0,981928 5,37% Coque de carvão mineral 2372 10,80089 59,08% Eletricidade 560 0 0,00% Carvão vegetal 972 4,028255 22,03% Outras fontes secundárias 242 0,754705 4,13% Considerando o consumo destes combustíveis e o resultado da quantificação das emissões de dióxido de carbono, a emissão total de CO 2, somadas as quantidades emitidas por todos os combustíveis utilizados, exceto pela eletricidade, foi de 16,94x10 6 t CO 2. O coque de carvão mineral foi o combustível responsável pela maior parcela de emissão de CO 2 do setor, 10,80x10 6 t CO 2, seguido pelo carvão vegetal, 4,02x10 6 t CO 2, e pelo carvão metalúrgico, 2,69x10 6 t CO 2. No caso de indústrias que produzem os próprios combustíveis renováveis, por meio da reposição da biomassa utilizada no processo produtivo, considera-se que não há emissões de 8

CO 2. Porém, tal característica de captura do CO 2 não foi mensurada nos cálculos efetuados. Assim, segundo o MCT (2006), as estimativas das emissões de CO 2, para o carvão vegetal, devem ser incluídas no inventário de emissões do sistema energético, apenas a título de informação, sem serem adicionadas às emissões dos combustíveis fósseis. Isso porque as emissões derivadas do consumo do carvão vegetal são objeto do módulo metodológico do IPCC, Uso do Solo e Manejo Florestal, onde será determinado o balanço entre o carbono emitido pela biomassa removida e o carbono absorvido durante o crescimento de novas plantas. Assim, o alto consumo do carvão vegetal pelo setor pode ser visto como positivo do ponto de vista ambiental, pois este energético desloca parte do consumo de derivados de petróleo e de carvão e, como suas emissões são compensadas pela sua renovação, é menos poluente. O coque de carvão mineral e o carvão metalúrgico, diferente do carvão vegetal, não é um combustível renovável, ou seja, sua reposição é inviável em curto período de tempo. Assim, sua oferta como energético é limitada, o que pode ocasionar a falta de suprimento na indústria em longo prazo. Da mesma forma, o coque de carvão mineral e o carvão metalúrgico, não irão absorver o CO 2 emitido, fazendo com que sua concentração na atmosfera aumente ainda mais, contribuindo para a elevação do efeito estufa com consequências a nível global. Observa-se, ainda na Tabela 2, que o coque de carvão mineral, o carvão vegetal e o metalúrgico são responsáveis por 83,54% da emissão de CO 2 no setor. Dessa forma, para efeito de comparação, procedeu-se, com as quantificações, realizando-se suposições do consumo de energia por fonte. Assim, para o caso de um desses combustíveis ser utilizado exclusivamente, considerando que os outros dois sejam completamente substituídos pelo primeiro. Primeiramente, foi suposto a substituição do carvão vegetal e carvão metalúrgico, pelo coque de carvão mineral, mantendo-se o uso das demais fontes energéticas. Nesse caso, as emissões totais de CO 2 do setor industrial da siderurgia integrada passariam de 16,94x10 6 t CO 2 para 21,76x10 6 t CO 2. No caso da utilização do carvão vegetal ao invés do coque de carvão mineral e do carvão metalúrgico, as emissões passariam para 20,11x10 6 t CO 2 ; e se o carvão metalúrgico fosse adotado como principal combustível, em substituição do coque e do carvão vegetal, as emissões de CO 2 seriam de 19,46x10 6 t CO 2. Em todos esses cenários as emissões total da siderurgia integrada aumentariam. No caso do carvão vegetal, ressalta-se que a metodologia utilizada nessa pesquisa não considera a 9

característica de combustível renovável desse combustível, o que garante que o CO 2 seja reposto em sua forma orgânica e em oxigênio. Quando se afirma que o carvão vegetal repõe o CO 2 emitido na atmosfera em sua cadeia produtiva, refere-se ao carvão vegetal obtido de áreas reflorestadas e certificadas. A derrubada de florestas nativas para fins energéticos, ao contrário, desmataria a vegetação nativa, comprometendo a capacidade do carvão vegetal em contribuir para a redução do efeito estufa, devido ao seu elevado fator de emissão. Vale lembrar que, segundo o Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais (PEMC, 2014), Minas Gerais é o maior produtor de carvão vegetal do país. O uso do mesmo, como combustível renovável no setor industrial, evitou a emissão de cerca de 8 milhões de toneladas de GEE, em 2010. Outra suposição possível é a de que todo o consumo energético da indústria mineira de siderurgia integrada seja abastecido por apenas um combustível. De acordo com BEEMG (2012), o consumo total para o ano de 2011 foi de 5758x10 3 tep. Fixando este consumo para cada combustível utilizado nessa indústria, é possível estimar quanto se emitiria, caso toda a matriz energética fosse substituída por um único combustível, ou seja, se cada combustível fosse utilizado na indústria de siderurgia integrada de forma exclusiva. Os dados são apresentados no Gráfico 1. Ressalta-se, entretanto, que não é o intuito desta análise o incentivo à utilização de uma única fonte de energia por determinado setor industrial. Tal procedimento comprometeria, entre outros aspectos a segurança energética do setor. Todavia, salienta-se a importância da utilização de energéticos alternativos, principalmente os renováveis, devido aos benefícios ambientais proporcionados por eles. Gráfico 1-Emissões de CO 2 supondo consumo de apenas um combustível (em 10 6 t CO 2 ) 10

*O consumo de energia por eletricidade não foram computados na estimativa do valor real emitido. Observa-se que, se fosse possível utilizar apenas um combustível na indústria de siderurgia integrada para suprir sua demanda energética, as emissões de CO 2 seriam menores para os combustíveis: gás natural, óleo diesel e combustível, gás liquefeito do petróleo (GLP), gás de coqueira e outras fontes secundárias de petróleo. Para os demais combustíveis, as emissões seriam superiores à emissão real do período em estudo. É possível observar que o gás natural emite menos da metade do CO 2 emitido pelo coque de carvão mineral. Isso ocorre devido ao fator de conversão e ao fator de emissão de carbono. O fator de conversão considera, em seu valor, a conversão da energia de PCS para PCI. Para tanto, deve-se multiplicar o consumo energético por 0,95, para combustíveis sólidos e líquidos, e por 0,90, para combustíveis gasosos. Isso significa que 10% do calor liberado pelos gases são utilizados como calor latente para que a água vaporize. Para os combustíveis sólidos, esse valor é menor, o que resulta em maior quantidade de energia liberada na forma de calor e maiores valores de CO 2 gerado. Mais considerável do que o fator de conversão, é o fator de emissão de carbono. Nos combustíveis gasosos esse valor, que é multiplicado pelo consumo, em TJ, varia de 15,3 (gás natural) a 17,2 (GLP). No caso dos combustíveis sólidos ele chega a 29,9 (no caso do carvão vegetal). Vale lembrar que quanto menor o fator de emissão de carbono, menor é o valor de gás carbônico emitido. 11

Assim, na impossibilidade substituir combustíveis fósseis por fontes renováveis, o gás natural apresenta-se como uma boa opção para a redução das emissões do setor. Nota-se ainda, pelo Gráfico 1, que o coque de carvão mineral seria o maior emissor de CO 2, seguido do carvão vegetal. Entretanto, salienta-se que o uso do carvão vegetal, diferente de um combustível fóssil, pode contribuir para a redução do aquecimento global, desde que o mesmo seja proveniente de mata de reflorestamento destinadas para a atividade industrial. O coque de carvão mineral, diferente do carvão vegetal, por não ser um combustível renovável, além de não absorver o CO 2 emitido, possui reposição inviável em curto período de tempo. Portanto, sua oferta como energético é limitada, o que pode ocasionar falta de suprimento na indústria em longo prazo. O mesmo pode ser dito dos outros combustíveis não renováveis, como o gás natural, que embora emitam menos CO 2 para suprir a mesma demanda energética, possuem suas reservas naturais limitadas em curto período de tempo. 5. Considerações finais A utilização de fontes de energia mais limpas pode ser considerada como estratégica ao desenvolvimento da sociedade, por garantir a perenidade dos recursos naturais e por causar menos impactos ao meio ambiente. A substituição da matriz energética torna-se, neste caso, importante para o direcionamento de recursos públicos, na busca do desenvolvimento sustentável. A implementação de medidas de mitigação de emissões, para que o crescimento econômico não gere prejuízos ambientais e sociais, é, atualmente, um dos maiores desafios do setor industrial. Considerando esta situação, este trabalho pode ser uma ferramenta importante para auxiliar uma melhor análise a estrutura de consumo do setor industrial mineiro, a fim de melhor entender os resultados ao introduzir novos energéticos, que gerem benefícios ambientais, além de fornecer uma base de informações importante para o desenvolvimento sustentável deste segmento. Com essa pesquisa foi possível identificar que o setor da siderurgia integrada é o setor industrial mais poluente de MG, seguido pelo setor de siderurgia não integrada, alimentos e bebidas, cimento, cerâmica, cal, ferroligas, papel e celulose, mineração e pelotização, química, não ferrosos, têxtil, outras indústrias e outras siderurgias. 12

Ao analisar a matriz energética do setor de siderurgia integrada identificou-se que o combustível que mais contribui para as emissões desse setor é o coque de carvão mineral, seguido por carvão vegetal e carvão metalúrgico. A pesquisa mostrou que a possibilidade de substituição de energéticos fósseis por mais limpos pode contribuir para diminuir as emissões de CO 2. A comparação do nível de emissão do coque de carvão mineral, carvão vegetal e carvão metalúrgico com os seus possíveis substitutos, na siderurgia integrada, permitiram concluir que, devido à compensação do alto nível de emissão gerada pelo carvão vegetal com a captura de CO 2 durante a fotossíntese, a remoção do coque de carvão mineral é ambientalmente viável para a introdução do carvão vegetal, desde que este seja proveniente de matas de reflorestamento destinadas à indústria. Caso contrário, o energético que menos emite CO 2 nesse setor é o gás natural. A proposta apresentada de substituir os combustíveis fósseis intensivos em carbono por fontes mais limpas como uma estratégia de mitigação, podem ser replicadas a outros setores industriais. Se estas medidas forem aplicadas a todos os setores, seria possível reduzir grande parte da poluição gerada pelas atividades industriais, contribuindo para um futuro melhor para as gerações presentes e futuras. Vale ressaltar que medidas de eficiência energética, também, podem ser viáveis para mitigação de emissões. Para isso, basta introduzir tecnologias que possam reduzir o consumo de energia no processo, mantendo o mesmo nível de produção. REFERÊNCIAS BEEMG - BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012 (Ano base 2011). Divulga informações relativas ao binômio oferta consumo de fontes de energia. do Estado de Minas Gerais. Disponível em < https://ben.epe.gov.br/default2012.aspx>. Acesso em: 1 mar.2015. CAMIOTO, F.C.; LIMA, M.S.O.; REBELATTO, D.A.N. Fatores Intervenientes Na Adoção De Fontes De Energia Limpa Na Matriz Energética Do Setor Industrial Paulista. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP). São Carlos-SP, 2010. FANKHAUSER, S. Valuing climate change: the economics of the greenhouse. Routledge, 2013. p.3. FREITAS L. C.; KANEKO S. Decomposition of CO2 emissions change from energy consumption in Brazil: Challenges and policy implications. Energy Policy, Vol 39, p. 1495-1504, 2011. GOLDEMBERG,J.; LUNCON, O. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo: EDUSP, 2008. 400 p. 13

IPCC - INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 1996. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories: The reporting instructions. Disponível em: <http://www.ipccnggip.iges.or.jp/public/gl/invs5.html>. Acesso em: 26 fev.2015. LIMA, M.S.O.; RAMOS, M.S. Propostas Para Redução Das Emissões De Co2 Oriundas Dos Processos Produtivos Do Estado De Alagoas. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP). Bento Golçalvez-RS, 2012. MOREIRA, H. M.; GIOMETTI, A. B. R. O Protocolo de Quioto e as Possibilidades de Inserção do Brasil no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo por meio de projetos em energia limpa. Contexto Internacional, v.30, n.1, jan/abril 2008. MCT - MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2006. Emissões de dióxido de carbono por queima de combustíveis: abordagem top-down. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/17349.html>. Acesso em: 25 mar. 2015. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2015. Site do Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas >. Acesso em: 25 mar.2015. NIU, S.; DING, Y.; NIU, Y.; LI, Y.; LUO, G., 2011. Economic growth, energy conservation and emissions reduction: A comparative analysis based on panel data for 8 Asian-Pacific countries. Energy Policy, Vol. 39, n 4, p. 2121-2131.. PEMC - Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais, 2014. Disponível em: <http://clima-gerais.meioambiente.mg.gov.br/mudancas-climaticas-mg>. Acesso em 31 mar.2015. 14