INCLUSÃO DIGITAL ATRAVÉS DO LABORATÓRIO DE FONTES DE INFORMAÇÕES DIGITAIS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG

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INCLUSÃO DIGITAL ATRAVÉS DO LABORATÓRIO DE FONTES DE INFORMAÇÕES DIGITAIS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG RENATA BRAZ GONÇALVES * SIMONE TAROUCO PRZYBYLSKI ** RESUMO O Sistema de Bibliotecas da FURG criou e desenvolveu um programa de extensão universitária com o objetivo de promover a inclusão digital de pessoas da comunidade externa e interna da Universidade, por meio de um Laboratório de Fontes de Informações Digitais. Uma equipe multidisciplinar formada por bibliotecários, professores e acadêmicos planejou e realizou eventos de divulgação, cursos básicos de iniciação à informática e treinamentos para o uso das fontes digitais disponibilizadas pela biblioteca e Internet. Como resultados, destacam-se mais autonomia dos usuários no uso das fontes e da biblioteca e mais interesse por parte dos estudantes pelos serviços e produtos oferecidos pelas mesmas. PALAVRAS-CHAVE: Biblioteconomia. Inclusão digital. Cursos de extensão. Fontes de Informação Digital. ABSTRACT FURG Library System created and developed a university extension program aiming to promote the digital inclusion of the University s external and internal community through a Laboratory of Digital Information Sources. A multidisciplinary team of librarians, teachers and scholars planned and conducted outreach events, basic introductory courses to computer technology, and training for the use of digital sources provided by the library and the Internet. As a result, there were greater user autonomy in the use of sources and the library and more interest of students in these services and products. KEYWORDS: Librarianship. Digital inclusion. Extension courses. Sources of digital information. * Professora do Curso de Biblioteconomia da FURG; Coordenadora do Projeto FID; renatabraz@furg.br ** Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas da FURG; Gestora do Projeto FID; simonetp@furg.br 97

INTRODUÇÃO Programas sociais de inclusão digital são desenvolvidos em diferentes instâncias, com o intuito de proporcionar a diminuição das barreiras e contribuir para o cumprimento dos direitos civis, políticos e sociais através do acesso e uso das tecnologias de informação e comunicação. Este texto tem por finalidade apresentar as ações realizadas pelo Programa Inclusão Digital através do Laboratório de Fontes de Informações Digitais do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande FURG, que surgiu da observação de que, embora o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) esteja cada vez mais presente no cotidiano da Universidade, tanto em sala de aula quanto nas bibliotecas da Instituição, muitos acadêmicos não possuem o domínio dessas tecnologias. Da mesma forma observa-se que essa limitação é ainda mais acentuada e abrangente fora do universo acadêmico. A equipe do Sistema de Bibliotecas da FURG, preocupada em: familiarizar e qualificar futuros ingressantes na Universidade no uso das fontes de pesquisa, essenciais no decorrer da sua vida acadêmica; promover a atualização e qualificação dos professores na utilização das fontes de informações digitais (FIDs); atender às necessidades informacionais dos usuários do SiB, e contribuir para a formação de acadêmicos qualificados, propôs um programa que tem por objetivo promover a inclusão digital na comunidade externa e interna da FURG, através da criação de um Laboratório de Fontes de Informações Digitais. As ferramentas de informações digitais possibilitam consultas em fontes de informações confiáveis, com buscas e filtros por áreas de conhecimento, palavras-chave, por temáticas específicas, por tipos de materiais diversos (revistas, livros, mapas, materiais sonoros, imagens, etc.), entre outras facilidades, assim como receber respostas coerentes e precisas, conforme suas necessidades informacionais, convertendo, posteriormente, informações em conhecimento. REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com Maria Lúcia Becker, a inclusão digital possibilitaria compensar uma desigualdade de status de cidadania com uma igualdade de oportunidades de acesso à informação, à qualificação para um melhor posicionamento no mercado de 98

trabalho, à busca de conhecimentos para a ação em defesa dos próprios direitos, à comunicação e expressão etc. (BECKER, 2009, p. 14). Hargittai (2002, apud LAIPELT; MOURA; CAREGNATO, 2006) aponta níveis variados de inclusão digital a partir das habilidades das pessoas para navegação na Internet. A autora acredita que oferecer às pessoas o acesso a computadores conectados à Internet (primeiro nível de inclusão digital) não garante que elas conseguirão utilizar esse meio para satisfazer suas necessidades (segundo nível de inclusão digital), visto que podem não ser capazes de extrair da web as informações de que necessitam. A inclusão digital está relacionada à aprendizagem necessária ao indivíduo para circular e interagir no mundo das mídias digitais, como consumidor e como produtor de seus conteúdos e processos. Assim, é estabelecida uma relação intrínseca entre acesso e uso. É a partir do uso que as pessoas fazem das informações que se podem distinguir níveis ou tipos diferentes de inclusão digital. Castells (2003), por sua vez, defende que a capacidade educativa e cultural de utilizar a Internet é um segundo elemento de divisão digital, muito mais difícil de solucionar que a simples ausência de conectividade técnica. Para o autor, não saber onde encontrar a informação, como buscá-la, processá-la e transformá-la em conhecimento específico para aquilo que se quer fazer é o que determina a divisão digital. Para ele, a capacidade de aprender a aprender e saber o que fazer com o que se aprende é uma capacidade socialmente desigual, associada à origem social e familiar, bem como ao nível cultural e educacional. Portanto, para superar a divisão digital é necessário superar também a desigualdade social. A partir desses posicionamentos e levando em consideração que a biblioteca universitária é um órgão de apoio e complemento ao ensino, pesquisa e extensão, o curso de Biblioteconomia e o Sistema de Bibliotecas percebem que a disponibilização da Internet e das ferramentas de pesquisa digitais são uma necessidade no século XXI e que também é preciso preparar e orientar tanto a comunidade interna quanto a externa para o uso da informação. Dessa forma, a equipe do Sistema de Bibliotecas da FURG, preocupada em amenizar essas problemáticas, suprir uma carência informacional dos alunos/professores da Universidade, bem como atender uma parcela da sociedade caracterizada como excluída digitalmente, propôs a criação de um Laboratório de Fontes de 99

Informações Digitais, com vistas à divulgação e ao ensino prático do uso dessas ferramentas, por meio da organização de eventos e cursos de extensão universitária. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com o projeto (UNIVERSIDADE, 2012), o início do programa estava previsto para janeiro de 2013 e o término em dezembro de 2013. Para a execução foram previstas as seguintes ações: estudo de usuários; ações de divulgação coletivas e personalizadas; cursos básicos de iniciação à informática, editores de texto, planilhas eletrônicas e programas para apresentação de slides e utilização da Internet, bem como cursos específicos para utilização das FIDs. As FIDs 1 a serem abordadas pelo programa foram: Portal Periódicos Capes, ABNTColeção, COMUT, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações local e nacional (BDTD), Portal de Periódicos Científicos da FURG (SEER), E-Books (Springer), Repositório Institucional (RI) e Sistema ARGO. A expectativa era de que o Laboratório de Fontes Digitais atendesse a comunidade interna e externa durante os meses de março a dezembro, nos três turnos. Como previsto no projeto, a Universidade disponibilizou a sala, o mobiliário e os recursos humanos, porém houve atraso no repasse do orçamento pelo Ministério da Educação para contratação de bolsistas e compra de equipamentos. Os bolsistas foram contratados no mês de maio de 2013 e os computadores chegaram no mês de fevereiro de 2014. Diante desses imprevistos, o desenvolvimento de algumas ações foi prejudicado, uma vez que, sem o laboratório montado, foi impossível atender o número de pessoas estipulado no projeto inicial. A alternativa encontrada pela equipe foi a de formar parcerias com unidades acadêmicas e laboratórios de ensino para promover algumas ações. Contudo, o programa dependia da agenda disponível desses locais e, dessa forma, embora as ações tenham sido realizadas, foram em número reduzido. As ações foram divididas em grupos de atividades, as quais serão apresentadas com os resultados a seguir. 1 Essas fontes podem ser consultadas na página do Sistema de Bibliotecas, no endereço: http://www.biblioteca.furg.br/index.php?option=com_content&view=article&id=106&ite mid=40 100

AÇÕES E RESULTADOS As ações foram realizadas em diferentes âmbitos, nos quais os bolsistas desenvolveram e executaram: a) Capacitação dos bolsistas que atuaram no projeto Os bibliotecários do Sistema de Bibliotecas treinaram os bolsistas da equipe para o uso das fontes, bem como para torná-los multiplicadores. Além da capacitação realizada com os bibliotecários, os bolsistas assistiram a treinamentos e cursos oferecidos por representantes de bases de dados internacionais. O aproveitamento por parte dos bolsistas foi plenamente satisfatório. b) Divulgação A programação dos cursos de informática básica para a comunidade externa foi divulgada nas principais redes sociais da Biblioteca, além da Rádio Universidade, TV FURG, site da FURG e do SIB, blogs do SiB, Facebook e Twitter. Além disso, foi feito o contato direto com os presidentes das associações de bairros do entorno da Universidade e a divulgação junto às emissoras de rádio da cidade. As atividades desenvolvidas pelo projeto para a comunidade interna da Universidade foram divulgadas por meio das principais redes sociais do Sistema de Bibliotecas, de cartazes nas unidades acadêmicas, pelo sistema acadêmico e pelo e-mail de toda a comunidade acadêmica que é vinculado à matrícula. Além da divulgação nos meios de comunicação de massa, o programa foi divulgado em um estande na Festa do Mar (festa popular realizada anualmente na cidade do Rio Grande), onde foi colocado um banner de divulgação sobre o Programa e distribuídos folders aos visitantes. A divulgação atingiu os objetivos, com a procura efetiva pelos cursos e pelos treinamentos. c) Oferta de oficinas e treinamento no uso das fontes Em virtude da inexistência de laboratório, a realização de oficinas e treinamentos foi reduzida, mas não foi eliminada. Dessa forma, foram realizados treinamentos sobre bases de dados da área da saúde, a Primal Pictures e a Micromedex. O público participante foi de 30 pessoas, vinculadas à FURG e a outras instituições da região que possuem cursos na área da saúde. d) Oferta de cursos de informática básica Em decorrência de o laboratório ainda não ter sido montado 101

em 2013, a estimativa de atender 960 pessoas em cursos de informática foi reduzida para 50, mediante o empréstimo de outros laboratórios na Universidade para execução dos cursos. Contudo, a alta atividade e procura pelos demais laboratórios impossibilitou a realização de mais cursos. Além de ministrar os cursos, os bolsistas trabalharam na elaboração e editoração de apostilas com os conteúdos a serem ministrados. Dos 50 inscritos nos cursos, distribuídos em três turmas manhã, tarde e noite, 23 tinham vínculo com a FURG e 27 eram da comunidade externa. Concluíram o curso 21 pessoas; destas, quatro tinham vínculo com a FURG e 17 eram da comunidade externa, moradores dos bairros do entorno do Câmpus. Ao final do curso foi realizada uma sessão de entrega dos certificados, seguida de confraternização entre a equipe FID e os alunos dos cursos. e) Publicação e apresentação em eventos O projeto foi apresentado na Mostra da Produção Universitária da FURG, em outubro de 2013, e no Encontro Regional de Estudantes de Biblioteconomia e Documentação da Região Sul EREBD, em novembro do mesmo ano, pelos acadêmicos bolsistas integrantes do projeto. f) Outras atividades Além das atividades previstas no projeto, a equipe do programa realizou e/ou colaborou em atividades promovidas pelo Sistema de Bibliotecas, como, por exemplo: a Semana Nacional da Biblioteca, o Concurso Literário Universitário promovido pela Biblioteca, o concurso para escolha da logomarca para as Fontes de Informação Digitais FID, o projeto de criação de uma rádio da Biblioteca para a divulgação mais eficaz das fontes de pesquisa da Universidade, e pesquisa sobre acessibilidade, voltada para a inclusão digital de pessoas com necessidades especiais. g) Avaliações As avaliações das ações foram realizadas periodicamente em reuniões com a equipe e elaboração de relatórios pelos bolsistas e coordenação do programa. CONCLUSÃO A partir das avaliações periódicas e dos relatórios individuais dos bolsistas e da coordenação, conclui-se que a realização do 102

programa apresentou muitos pontos positivos, apesar de os objetivos não terem sido atingidos em sua plenitude conforme o proposto no projeto, em decorrência do atraso na chegada dos recursos. Entre os pontos positivos, cabe destacar a constituição de uma equipe multidisciplinar formada por estudantes sempre motivados e que através de diversos saberes buscou alternativas para trabalhar com as adversidades e promoveu ainda ações que não estavam previstas no projeto inicial, agregando valor às atividades desenvolvidas dentro do programa. Com base em um estudo de usuários, realizado durante os cursos de informática para a comunidade interna e externa, observou-se a necessidade de formar turmas divididas por faixa etária, pois constatou-se que os alunos apresentavam necessidades distintas em razão das diferenças de idade. Também se percebeu que a divulgação das Fontes de Informação Digitais tem refletido em maior procura pelas mesmas no site da Universidade, bem como na solicitação de treinamentos para cursos específicos, como é o caso do curso de Pós-Graduação em Educação em Ciências, que solicitou um minicurso a ser oferecido aos alunos de mestrado vindos de Moçambique. Com a chegada dos microcomputadores no início de 2014, o programa espera já oferecer mais treinamentos e cursos, a fim de alcançar seu objetivo principal, que é possibilitar mais oportunidades de inclusão social por meio das tecnologias de comunicação e informação e a multiplicação dos conhecimentos sobre as principais fontes de pesquisa utilizadas. Espera-se que a execução dessas atividades venha a contribuir para o aumento da produção científica na FURG, bem como proporcione o fomento à pesquisa e à comunicação científica entre os pares tanto da FURG quanto internacionalmente. Assim, promovendo a utilização de recursos virtuais de acesso à informação, que ajudam a fortalecer a pesquisa, o ensino e a extensão através de ações de educação informal como esta, o programa tem apoiado a Universidade também em sua missão social. REFERÊNCIAS BECKER, Maria Lúcia. Inclusão digital e cidadania: as possibilidades e as ilusões da solução tecnológica. Ponta Grossa: UEPG, 2009. 103

CASTELLS, Manuel. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, D. de (org.). Por uma outra comunicação: mídia, mundialização, cultura e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003. LAIPELT, Rita do Carmo Ferreira; MOURA, Ana Maria Mielniczuk; CAREGNATO, Sônia Elisa. Inclusão digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Informação e Sociedade, João Pessoa, v. 16, n. 1, 2006, p. 285-295. Disponível em: <http://bogliolo.eci.ufmg.br/downloads/ LAIPELT%20Inclusao%20Digital.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2012. MASSENSINI, Rogério Luís. Inclusão digital: sob a ótica da cidadania plena. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, abr. 2011. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/abr11/art_06.htm>. Acesso em: 13 mar. 2012. PACHECO, J. et al. Caminhos para a inclusão: um guia para o aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG. Instituto de Ciências Humanas e da Informação. Projeto Inclusão Digital através do Laboratório de Fontes de Informações Digitais do Sistema de Bibliotecas da FURG. Rio Grande, 2012. 104