MUDAS SEM DOENÇAS: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO. Evelyn Araujo Conqualy Consultoria Florianópolis - SC Out/2015



Documentos relacionados
MUDAS SEM DOENÇAS: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO. Evelyn Araujo Conqualy Consultoria Recife - PE Out/2017

MUDAS SEM DOENÇAS: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO. Evelyn Araujo Conqualy Consultoria Londrina, PR Out/2018

PATOLOGIA DE SEMENTES E MUDAS DE HORTALIÇAS

9.5 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS DO FEIJOEIRO

MUDAS SEM DOENÇAS: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO. Evelyn Araujo Conqualy Consultoria Caxias do Sul RS Out/2014

PRODUÇÃO DE MUDAS DE HORTALIÇAS

Manejo da cultura da soja com foco em terras baixas. Giovani Theisen

EBOLA MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE EM SERVIÇOS DE SAÚDE ANA RAMMÉ DVS/CEVS

Manejo Integrado de Pragas de Grandes Culturas

Fruticultura. Bananeira : Mal do Panamá. Nome Bananeira : Mal do Panamá Produto Informação Tecnológica Data 1985 Preço - Linha Fruticultura Resenha

Produção Segura de Hortaliças. Leonora Mansur Mattos Embrapa Hortaliças

MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO ADUBAÇÃO

CONDIÇÕES ESPECIAIS - CANA DE AÇÚCAR SEGURO AGRÍCOLA

DOENÇAS DO CUPUAÇUZEIRO (Theobroma grandiflorum Willd. Spend.) Schum.

CONDIÇÕES ESPECIAIS - ALGODÃO HERBÁCEO SEGURO AGRÍCOLA

CONDIÇÕES ESPECIAIS SOJA E SOJA IRRIGADA SEGURO AGRÍCOLA 1. APLICAÇÃO 2. OBJETO DO SEGURO

CICLO DE RELAÇÕES PATÓGENO x HOSPEDEIRO

Relação entre o Silício e as Doenças de Plantas

Floricultura e Plantas Ornamentais. Dr. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues

TRATOS CULTURAIS PARA QUALIDADE DA SEMENTEIRA

BOAS PRÁTICAS. Fonte: Manual Boas Práticas Agrícolas para a Agricultura Familiar

CONDIÇÕES ESPECIAIS - TRIGO E TRIGO IRRIGADO SEGURO AGRÍCOLA

CONDIÇÕES ESPECIAIS - TRIGO E TRIGO IRRIGADO SEGURO AGRÍCOLA

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS!

Banana. Cultivares e Práticas de Cultivo

II Simpósio de Mecanização. na Cultura do Cacau

NUTRIÇÃO FOLIAR (FATOS E REALIDADES) Prof. Dr. Tadeu T. Inoue Solos e Nutrição de Plantas Universidade Estadual de Maringá Departamento de Agronomia

ANTÚRIOS PARA FLORES DE CORTE Paulo P Her aulo P ciíio Viegas V Rodrigues LPV- LPV ESALQ-USP

Curso de Produção de Mudas Nativas. 9:30 a 11:00

A Vida no Solo. A vegetação de um local é determinada pelo solo e o clima presentes naquele local;

Uma solução sustentável e segura, para tratamento de dejetos humanos e de suínos, no meio rural!!

PRODUÇÃO INTEGRADA DE CAFÉ. Caderno de informações gerais

Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC)

BOAS PRÁTICAS EM CONSULTÓRIOS MÉDICOS. Alessandra Lima

MIP: Industrias de POA Maria do Horto Nagano * (41 )

Nematóides: Manejo e Controle a Nível de Grandes Áreas do Cerrado no Sistema Algodão-Soja- Milho

BENEFÍCIOS DOS INSUMOS NA QUALIDADE DAS MUDAS

Conheça a Cyclo Águas do Brasil

Pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para modelos sustentáveis de agricultura.

BOAS PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO: Segurança ao Cliente, Sucesso ao seu Negócio!

Fertilização em Viveiros para Produção de Mudas

Sanidade das Sementes

6 CURSO DE CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

02/07/2014. Heider Lopes Rayssa Simão. Osoloéumsistemavivo,dinâmicoenãorenovável; Habitat de diversos organismos;

APOIO PARCEIROS ESTRATÉGICOS

MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DAS ORQUÍDEAS

Culturas. A Cultura do Milho. Nome A Cultura do Milho Produto Informação Tecnológica Data Outubro de 2000 Preço - Linha Culturas Resenha

Culturas. A Cultura do Feijão. Nome Cultura do Feijão Produto Informação Tecnológica Data Maio Preço - Linha Culturas Resenha

MICROPROPAGAÇÃO CULTIVO IN VITRO DE BROTOS DE BATATA

Para impedir a propagação da dengue, você deve primeiramente impedir a reprodução de seu transmissor, o mosquito Aedes aegypti.

Produção Integrada de Maçã PIM. Lista de Verificação para Auditoria de Acompanhamento - Campo

Práticas Agronômicas que Interferem na Produção de Silagem de Milho

PROJETO DE LEI Nº, DE 2011

Código de Boas Práticas. para a Prevenção e Redução. de Micotoxinas em Cereais

Desenvolvimento De Competências Técnicas Para o Manejo De Estufas Agrícolas

Esclarecimento 1/2015

ASPECTOS CONSTRUTIVOS E AMBIENTAIS DE TELHADOS VERDES EXTENSIVOS

Plantio de cana-de-açúcar

FOLDER PRODUÇÃO INTEGRADA DE ARROZ IRRIGADO. Produção Integrada de Arroz Irrigado

BICUDO DA CANA (SPHENOPHORUS LEVIS)

CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS DAS PIMENTAS

Plano Escrito de Procedimentos. Monitorização Ações corretivas Verificação Registros

Desdobramentos do Programa de Monitoramento Estadual da Qualidade de Cosméticos 2006 Ações da GVMC/SVS/MG CATEC ANVISA/MS.

CAMPO DE PROVA DA FUNDAÇÃO CHAPADÃO

Bases do manejo integrado de pragas em cana-de-açúcar. Leila Luci Dinardo-Miranda

FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA PARA PRODUTOS QUÍMICOS

(+ de 80) PRINCIPAIS DOENÇAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO. XII MICA, 23 de agosto de BRUSONE Agente Causal: Pyricularia grisea

Danilo Scacalossi Pedrazzoli Diretor Industrial Koppert Biological Systems

Produção de tomate sem desperdício de água. Palestrante Eng. Enison Roberto Pozzani

F.I.S.P.Q. FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO TIPO DE PRODUTO : DESINFETANTE HOSPITALAR PARA SUPERFICIES FIXAS

EN Contributo. A elaboração da Norma A situação actual Estrutura e Objectivos EN e as suas partes constituintes EN13795 FAPOMED SA 2


PRINCIPAIS DOENÇAS E PRAGAS EM PLANTIOS DE EUCALIPTO NO BRASIL

DOENÇAS DA ALFACE Lactuca sativa

CHECKLIST DA RDC 16/2013

Autoclavagem. Microondas. Manejo de Resíduos Sólidos e de Serviços de Saúde Tratamento preliminar e destinação

EXERCÍCIOS DE CIÊNCIAS (6 ANO)

Manuseamento e disposição das placas

Ações de higienização geral

RELATÓRIO TÉCNICO. Amarelado. Característico ph 10,00 11,50 g/cm3 ( 20ºC )

Gerenciamento de Resíduos

MÉTODOS DE CORREÇÃO DO SOLO

ATUAÇÃO DA ANVISA NO CONTROLE SANITÁRIO DE ALIMENTOS Previsões 2014

Boas práticas na manipulação do pescado

FERRAMENTAS E PRÁTICAS DE BAIXO CUSTO PARA MELHORAR O BEM-ESTAR DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO. Irenilza de Alencar Nääs

Instrução Normativa CTNBio nº 6, de

Técnicas Aplicadas à Produção Intensiva de Leite no Projeto Balde Cheio Formação e Manejo de Pastagens

EQUILIBRIO da ÁGUA. TRATAMENTO DE ÁGUA DETERGÊNCIA INDUSTRIAL CONSUMÍVEIS p/ RESTAURAÇÃO E HOTELARIA DETERGENTES TÊXTEIS

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE APOIO RURAL E COOPERATIVISMO SERVIÇO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE CULTIVARES ANEXO VIII

Alimentos Minimamente Processados : controle sanitário e legislação

Desempenho de hortaliças em sucessão de culturas, sob cultivo convencional e orgânico, no Litoral Sul Catarinense

Lista de Verificação de Cantinas Escolares

NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS. Prof. Dr. Osmar Souza dos Santos UFSM

Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico. Panorama e Desafios do Controle Biológico no Brasil

I ENCONTRO DE VIVEIRISTAS DOS ESTADOS DE GOIÁS E DE SANTA CATARINA - ABCSEM

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIRO SOB DOSES DE CAMA DE FRANGO E ESTERCO BOVINO CURTIDO

5. Limitações: A argamassa Matrix Assentamento Estrutural não deve ser utilizada para assentamento de blocos silicocalcário;

VII - OBSERVAÇÕES RELEVANTES Indivíduo de grande porte, com caule oco e ataque de cupins na região do cerne.

Transcrição:

MUDAS SEM DOENÇAS: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO Evelyn Araujo Conqualy Consultoria Florianópolis - SC Out/2015

Muda : papel fundamental na obtenção de uma planta bem formada e SADIA Qualidade sanitária das mudas: manejo de doenças nas etapas (integração de processos)

IMPORTÂNCIA DAS MUDAS SADIAS Morte precoce de plantas Introdução de patógenos em áreas isentas Antecipação do início de epidemias do $ no manejo de doenças no estande, produção e rendimento Inutilização temporária de áreas para o cultivo de determinadas espécies

De Onde Vêm os Pátogenos? Sementes (F2) Mudas Substratos Água (chuva, irrigação) Ar Ferramentas Plantas Daninhas Solo (calçados, recipientes) Mãos Insetos vetores

OBTENÇÃO DE MUDAS SADIAS Atividades Integradas: Prevenir a entrada de patógenos Controlar focos existentes Medida de controle + eficiente. Ex: mancha bacteriana do tomateiro, podridão negra (brássicas) Manejo: combinação de medidas integradas num sistema flexível e compatível com o tipo de produção adotado

Doenças bióticas x abióticas Bióticas ( infecciosas) bactérias, fungos, nematoides e vírus Abióticas fatores relacionados ao ambiente (stress)

Ocorrência da Doença AMBIENTE Patógeno Boas Práticas de Produção Hospedeiro

CONCEITOS IMPORTANTES Manejo Integrado (MI) : Não resolvemos o problema mas o risco MI: tem que estar dentro do seu processo de produção, antes do plantio da semente Não há receita de bolo. Cada situação tem as suas particularidades Viveiro = hotel 5 para patógenos Importante adotar manejo para favorecer as mudas e o seu bolso e desfavorecer os patógenos!!!

MEDIDAS IMPORTANTES!!!

1. ESCOLHA DO LOCAL DE PRODUÇÃO Evitar baixadas ( ar frio, nevoeiro) Boa ventilação Pé direito da estufa: >3,5m

2. SEMENTES ISENTAS DE PATÓGENOS Boa qualidade Tratadas Produção própria!!!!! Risco identidade genética (F2), sem garantia de qualidade sanitária do material

3. SUBSTRATOS Isentos de microrganismos porosidade, boa retenção de água Capacidade de drenagem Manipulação: locais limpos, evitar contato direto com o solo

Podridão de Raízes (Thielaviopsis basicola) Fotos: Liliane D.D. Teixeira (ESALQ/USP)

Doenças

4. DESINFESTAÇÃO DE MÃOS E FERRAMENTAS Desbaste, replante, enxertia Hipoclorito de sódio Uso exclusivo no viveiro!!!

5. ÁGUA DE IRRIGAÇÃO Minas ou poços artesianos Qualidade microbiológica e presença de íons ( ferti / sintomas de doenças) Patógenos podem entrar no viveiro via água contaminada!!!

Fotos: Kátia Brunelli &Robert Wierzbicki Doenças

6. USO DE TELAS NAS ESTUFAS Entrada de insetos (viroses, bradísia, pragas)

7. ELIMINAR PLANTAS INVASORAS Interior, áreas próximas Hospedeiras de bactérias, vírus ou insetos vetores

8. Manejo do ambiente do viveiro L U T E Favorecer as mudas e desfavorecer o patógeno Irrigação tipo, período, frequência e horário f ( espécie, desenvolvimento, substrato, U, TºC) Excesso encharcamento respiração e desenvolvimento das raízes. Ex: alface / míldio Circulação do ar retira o excesso de U Espaçamento entre recipientes da população arejamento, L, nutrientes e H 2 O

8. Manejo do ambiente do viveiro Cuidado com o excesso de irrigação!!!!! circulação de ar do substrato Lixivia substâncias nutritivas sensibilidade das mudas ao ataque de fungos compromete respiração e desenvolvimento das raízes. Ex: alface / míldio Desenvolvimento de algas

Oxigenação das raízes Essencial para a absorção de água e nutrientes H 2 O, K, Ca, Mg, P, N, S, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo, Cl O 2 O 2 O2

9. NUTRIÇÃO EQUILIBRADA Mecanismos de defesa ( ativadores, reguladores, inibidores) Ca tolerância ao tombamento e à ocorrência de mofo branco N retarda a maturação ( N = patógenos) K tolerância a míldio, murchas e manchas foliares

10. LIMPEZA DO VIVEIRO Facilidade de higienização ( vazio sanitário) Piso : concretado, brita ou ráfia Hipoclorito, ácido peracético, amônia quaternária, dióxido de cloro Limpeza: chão, bancadas e telas

11. CONTROLE QUÍMICO Algumas hortaliças minor crops Mudas : eficiência, doses, intervalos de aplicação, fitotoxidez Importante: - EPI - Aplicações : Tº + amenas - Compartimentos sinalizados - ph da água - Rotação de produtos

12. CONTROLE ALTERNATIVO Trichoderma substratos ( tombamento) Óleo de Nim ( puro ou associado a extratos de plantas)

13. ORGANIZAÇÃO Mudas de idades Espécies

14. INSPEÇÃO DE MUDAS O olho do dono engorda o boi!!! Identificação correta medidas apropriadas + cedo identificação = controle + rápido e eficiente

15. ÁREA DE DESCARTE Mudas, substratos, restos de cultura Distante e sem comunicação com o local de produção (incineração) Ex. Caixa d água ou tambores

Doenças

16. Desinfestação de Recipientes Bandejas : podem disseminar estruturas de patógenos Local limpo H 2 O de boa qualidade Imersão em solução desinfetante Secagem em local limpo Substituir solução regularmente!!! Descartar velhas e quebradas Descartáveis x reutilizáveis

17. REGISTRO E HISTÓRICO DE OPERAÇÕES Checagem de problemas Rastreabilidade Nº do lote Nome da variedade / empresa Local e data de aquisição/recebimento Data de semeadura Pulverização e adubação (data, produto, dose) Responsável pelas operações

18. Fungus Gnat ( bradísia) Danos às radículas e vetores de doenças Limpeza da estufa Excesso de U Eliminação de restos de substratos, plantas daninhas, mudas antigas Inseticidas convencionais ou produtos à base de Bacillus thuringiensis ou ácaro parasita

20. Fungus Gnat ( bradísia) Ácaro predando larvas de bradísia

Escolha do local Controle alternativo Substrato Treinamento Des.de ferramentas Àgua de irrigação Plantas invasoras Sementes/ mudas Telas nas Estufas Manejo integrado Produção de mudas com qualidade Manejo do Ambiente Limpeza Organização Controle químico Nutrição Inspeção de Mudas Des. Recipientes Controle Entrada Descarte

QUALIDADE X DESEMPENHO Desempenho Qualidade Herança Genética Tratamentos Adicionados à Semente Ambiente (L,U,T) Solo Manejo Adotado no Viveiro (semeadura, substrato, nutrição, irrigação, controle fitossanitário,enxertia, outros)

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Viveiro = Empresa ($) Análise crítica de limitações e deficiências Metas para implantar melhorias Treinamento sobre manejo fitossanitário Rastreabilidade Assistência técnica coerente Objetivo: organização, estrutura, manejo favorável ao bom desempenho, profissionalização e sustentabilidade do negócio Visão empreendedora : diferenciação do produto

Muito Obrigado!!!! conqualyconsultoria@gmail.com