Tabela 2 Dados de identificação dos idosos pesquisados segundo profissão, renda mensal, filhos e netos.



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Transcrição:

Estudo da percepção da auto qualidade de vida e bem-estar em idosos proprietários de animais. Study the perception of self quality of life and welfare in the elderly owners of animals. Estudiar la percepción de la libre calidad de vida y el bienestar en las personas mayores propietarios de los animales. 1. GREGHI, Gisele Fernanda. Iniciação Científica FAPESP. Departamento de Nutrição e Produção animal FMVZ/USP-Pirassununga- S.P. gisele.greghi@usp.br 2. MARTINS, Maria de Fátima. Professora Doutora do Departamento de Nutrição e Produção animal FMVZ/USP-Pirassununga- SP. fmartins@usp.br 3. SILVA, Michele Ribeiro Mestranda em Nutrição e Produção Animal FMVZ/USP Pirassununga S.P. ribeiromi@usp.br 4. SANCHES, Yara Cardoso - Pré Iniciação Científica FMVZ/USP e Colégio Objetivo 5. POZZOBOM, Nayara Marcela - Pré Iniciação Científica FMVZ/USP e Colégio Objetivo Resumo- O animal deixou de ser visto apenas como instrumento de trabalho ou fonte de alimento, ele ganhou espaço na vida afetiva e social do homem sendo por muitos tratado como integrante da família. O homem passou a inserir o animal em atividades antes somente dignas de serem executadas por humanos: hoje ele passa a fazer parte de equipes terapêuticas, como co-terapeutas, como por exemplo, na Zooterapia. Para os idosos, alvos da presente pesquisa, os animais domésticos são uma solução para problemas de solidão. As pessoas idosas buscam alguém de quem possam cuidar e trocar afeto. Eles agregam segurança ao idoso, que se sente mais seguro com um animal por perto. Pelo fato de ficar mais tempo em suas residências, um animal de estimação ajuda a preencher o tempo fazendo companhia, além de dar e receber atenção. Os resultados obtidos por meio da observação participante e entrevistas evidenciaram a relação entre cada idoso, seus familiares e animais de companhia. Durante essas observações, percebemos vários detalhes: gestos de carinho, de afeto, preocupação, de humanização dos animais pelos idosos. Verificamos tratar-se de um grupo de idosos constituídos por maioria de mulheres, com idades entre 61 e 86 anos, católicas (o), casadas (o), com filhos e netos. Apresentando-se com baixa escolaridade, maioria concluintes da 4ª série do Ensino Fundamental, quase todos já aposentados, tendo como renda variante de 1 (um) salário mínimo a 9 salários mínimos. Com dedicação predominantemente, aos afazeres domésticos. Alguns ainda têm atividades lucrativas e mantêm-se no mercado de trabalho. Introdução Ao longo da história da humanidade se fez presente, principalmente através da domesticação, a interação entre seres humanos e animais, sendo esta interação estabelecida por diferentes fatores, como a alimentação, o trabalho, auxílio à caça, guarda,

e companhia. Desta forma, poderíamos dizer que o significado da existência humana está condicionado a uma determinada interação com a natureza, os animais e o próprio homem, situada em um determinado contexto social. Há poucas pesquisas disponíveis em literatura brasileira quanto ao estudo da interação homem-animal no processo terapêutico de idosos. A presença de animais em asilos como co-terapeutas vêm sendo descrita em trabalhos de pesquisa cujos resultados demonstram que essa interação possui finalidade terapêutica social. Segundo Martins et al, 2005 animais atuam como veículos de desenvolvimento afetivo para idosos institucionalizados. A introdução destes animais atua com a finalidade terapêutica desenvolvendo a afetividade, socialização e estímulos para novas atividades. Animais como agentes promotores de saúde e bem-estar contribuem para facilitar e fazer agradável a vida, além de desenvolver o potencial humano de generosidade, sociabilidade e compaixão (BRODIE & BILEY, 1999). Este projeto visou ensino, pesquisa e extensão universitária e avaliação da presença dos animais no cotidiano de idosos visando o bem-estar físico, emocional e social de idosos não institucionalizados da região de Pirassununga-SP. O trabalho teve como objetivos estabelecer o perfil do idoso não institucionalizado que possui um animal de estimação; verificar possíveis interações dos animais como estimulo para atividades, contato social e intelectual; obter dados sobre essa interação homem-animal; investigar a compressão dos idosos acerca da importância dos animais no seu cotidiano e a relação destes com o meio ambiente. Material Utilizou-se pesquisa de natureza qualitativa, fundamentada em uma visão humanística, que se preocupa com uma série de significados que permeiam a vida social (Minayo, 1992). Esta teve como local escolhido bairros do município de Pirassununga, um cidade do interior do estado de São Paulo com 70.864 habitantes dos quais 11,98 % possuem mais de 60 anos (Fundação Seade, 2005). Os bairros foram escolhidos baseados num sistema de estratificação socioeconômica. Sendo assim, a coleta de dados foi realizada nos seguintes bairros: Jardim São Lucas, Jd. São Valentim, Vila Pinheiro, Vila São Pedro, Cidade Jardim, Jardim Eldorado, Centro, Bairro da Raia e Vila Guilhermina. Primeiramente, iniciamos o contato com assistentes sociais e funcionários da prefeitura local responsáveis por tais bairros, expondo os objetivos do trabalho e nossas diretrizes. Posteriormente, iniciamos o trabalho de campo, a aproximação pesquisador/ pesquisado, apresentamos os nossos objetivos, o que favoreceu a interação entre ambas as partes. Os participantes foram escolhidos por reunir algumas características que os fizeram representante de um determinado estrato social, objeto de estudo deste grupo de pesquisa: moradores da cidade de Pirassununga- SP com mais de 60 anos, não institucionalizados, proprietários de animal de estimação e com capacidade cognitiva para responder aos questionamentos relativos ao estudo. Para participar do projeto foi necessária a aceitação do idoso bem como, a permissão para uso de imagens e informações concedidas durante a entrevista através da assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

As técnicas adotadas para a coleta de dados foram entrevistas, realizadas individualmente, face a face com o idoso, apropriadas de um instrumento (o questionário semi-estruturado). E a observação participante que nos permitiu registrar os dados do ambiente e dos próprios pesquisados para melhor compreender a realidade envolvida. Para isso, usamos um diário de campo junto aos questionários aplicados. Também foi elaborado um material obtido por meio de gravações e fotografias, que foram realizadas durante as entrevistas aos idosos na presença de seus animais de estimação. As normas éticas foram adotadas. Foi encaminhado ao Comitê de Ética da Universidade de São Paulo o pedido de apreciação do Projeto de Iniciação Científica sendo que, o mesmo foi aprovado. Os idosos foram abordados e receberam as devidas informações sobre a pesquisa. A maioria se interessou pelo assunto e resolveu aderir à pesquisa. Resultados Ao longo do processo, pudemos observar a relação entre cada idoso, seus familiares e animais de companhia. Durante essas observações, percebemos vários detalhes: gestos de carinho, de afeto, preocupação, de humanização dos animais pelos idosos. Quando esclarecidos e convidados a participarem da pesquisa caso se sentissem interessados, a interação foi completa. Os dados sócio-demográficos do estudo realizado foram traçados e verificamos um grupo de idosos constituídos por maioria de mulheres, com idades entre 61 e 86 anos, católicas (o), casadas (o), com filhos e netos; com baixa escolaridade, maioria concluintes da 4ª série do Ensino Fundamental;quase todos já aposentados; tendo como renda variante de 1 (um) salário mínimo a 9 salários mínimos. Com dedicação predominantemente, aos afazeres domésticos. Alguns ainda possuíam atividades lucrativas e mantinham-se no mercado de trabalho. Os dados aqui brevemente apresentados se dispõem nos quadros a seguir. Tabela 1- Dados de Identificação dos Idosos Pesquisados segundo idade, sexo, religião, estado civil e escolaridade. Nº Idade Sexo Religião Estado Civil Escolaridade 01 63 F Católica Casada 4º ano 02 64 M Católica Casado 4º ano 03 85 M Católica Casado 4º ano 04 80 F Católica Casada 4º ano 05 61 M _ Casado Ens. Fundamental 06 66 F Católica Viúva 7º ano 07 70 F Católica Viúva 4º ano 08 86 F Católica Viúva Ens. Fundamental 09 69 F _ Solteira 4º ano 10 67 F Católica Casada 4º ano 11 68 F Católica Casada 5º ano 12 62 M Católico Casado Ens. Superior 13 67 F Católica Casada Ens. Superior 14 79 F Evangélica Casada Ens. Fundamental 15 65 F Evangélica Casada Ens. Fundamental 16 61 M _ Casado Ens. Superior

17 73 F Católica Casada Ens. Superior 18 70 M Católico Viúvo 4º ano 19 81 F Espírita Víúva 4º ano Tabela 2 Dados de identificação dos idosos pesquisados segundo profissão, renda mensal, filhos e netos. Nº Profissão Renda mensal Nº Quantos Nº netos Quantos filhos 01 Aposentada 2 salários sim 2 02 Aposentado 4 salários sim 2 03 Aposentado 2 salários sim 1 sim 1 04 Aposentada 2 salários sim 1 sim 1 05 Agente 3 salários sim 8 sim 3 arrecadador 06 Aposentada 2 salários sim 1 sim 3 07 Aposentada 1 salário sim 1 sim 3 08 Bordadeira 3 salários 09 Aposentada 4 salários 10 Aposentada 3 salários sim 1 11 Aposentada 1 salário sim 3 sim 2 12 Aposentado 9 salários sim 4 sim 1 13 Aposentada 7 salários sim 4 sim 1 14 Costureira 4 salários sim 3 sim 4 15 Do lar _ sim 2 sim 3 16 Aposentado 7 salários sim 1 17 Aposentada 6 salários sim 1 18 Fundidor 4 salários sim 3 19 Do Lar _ sim 4 sim 2 Sobre a presença de animais de estimação, o cão esteve entre as espécies preferidas pelo idoso, seguido do gato e do pássaro sendo que, entre os homens, este foi o animal preferido. A respeito do valor do gasto mensal médio, a grande maioria dos idosos não sabia informá-lo, principalmente as mulheres. Tabela 3 Caracterização do animal de estimação do idoso participante da pesquisa e o gasto mensal médio com o mesmo. Nº Espécie/ Raça Gênero Gasto mensal médio em Reais 01 Canina/SDR F _ 02 Canário da Terra, Pativa, Trinca - Ferro F/M 40,00 03 Canina/SDR F _ 04 Canina/SDR F _ 05 Ganso M 25,00 06 Jabuti M _ 07 Canina/SDR M _ 08 Poodle F _ 09 Canina/SDR M _ 10 Felina/SDR F/M 75,00 11 Coleira, tico tico vermelho F/M _ 12 Acará-Bandeira, Néon, King 13 Poodle M 80,00 14 Cocker Spaniel, Pointer e Poodle F/M 100,00

15 Canina/SDR F _ 16 Patativa chorona M 10,00 17 Felina/SDR M _ 18 Canário da Terra F/M 30,00 19 Canina/SDR F _ Ao longo desse estudo, pudemos vivenciar um pouco do que é ser um idoso, seus sentimentos, seus desejos, seus medos e limitações. Encontramos uma população hospitaleira que nos acolheu e participou gentilmente da nossa pesquisa. De acordo com os objetivos traçados no início desse projeto, relacionados à percepção do bem-estar e da auto qualidade de vida do idoso na presença do seu animal de estimação, pudemos verificar que os idosos entrevistados tinham no companheirismo do animal o principal motivo para tê-lo e amá-lo. Percebeu-se nessas situações o animal como um amigo ou um membro da família com o qual os idosos conviviam e dividiam todos os seus momentos de alegrias ou de solidão. Para cada idoso entrevistado, era notável a afeição, o carinho e os cuidados dedicados aos seus animais (Tabela 4). O idoso reconheceu nos animais o papel de amigo, de companheiro e todas as contribuições que os mesmos garantiam para suas vidas: redução da ansiedade, diminuição da depressão, fim da sensação de solidão e desapego, aumento auto estima (o idoso volta a ter responsabilidade por uma vida, vê que é capaz de cuidar do animal e sente-se útil novamente), incentivo a atividades físicas ao levar o animal para passear, promoção da interação social (o animal atrai outras pessoas para próximo do idoso e torna-se assunto de novas prosas), o idoso sente-se seguro e protegido pelo seu animal. Tabela 4 - O significado do animal de estimação na vida do idoso. Nº Qual o significado de seu animal para sua vida? 01 Membro da família 02 Beleza e tranqüilidade 03 Companhia 04 Companhia, proteção 05 Proteção 06 Tranqüilidade 07 Companhia, Alegria 08 Companhia, proteção 09 Como um filho 10 Minha família 11 Beleza, companhia 12 Beleza 13 Tranqüilidade e beleza 14 Alegria, companhia, bem-estar 15 Amizade, companhia 16 Beleza 17 Companhia e beleza 18 Tranqüilidade 19 Amizade e carinho Os animais de estimação, através de sua relação de carinho puro e espontâneo, resgatam no idoso a capacidade de interagir, de empenhar-se em novas tarefas e de amar cada vez mais seus animais.

Portanto, os animais, na grande maioria das vezes, simbolizam para o idoso o ser em que podem confiar e desabafar sem medo de serem repreendidos. O animal torna-se a razão de viver do idoso e passa a suprimir os sentimentos de perda, de saudade, a vida sem sentido e a falta de convívio com os parentes, pois em alguns casos não havia pessoas em suas vidas, somente animais. Assim, cada idoso estabelece com seu animal de estimação uma relação única e surpreendentemente cheia de significados e, acima de tudo, de muito amor. Conclusão Ao longo deste estudo, vivenciamos um pouco a realidade cotidiana do idoso: suas aspirações, suas dificuldades, seus medos, suas vivências. Começamos a compreender o significado do animal de estimação na vida de cada idoso entrevistado e temos, a cada nova entrevista, nos surpreendido com a relação de afeto e de dependência do idoso em relação a seu animal. Fica cada vez mais evidente o significado do animal para cada uma das pessoas entrevistadas e o amor incondicional que envolve esta relação. O animal representa desde companhia até mesmo o motivo de existir para o idoso. É, portanto, importante entender este vínculo criado entre eles para estudarmos como a interação homem-animal afeta a qualidade de vida e bem estar do idoso assim como para saber respeitar e entender como pensa o idoso proprietário de animal de estimação. Tal compreensão é primordial, sobretudo para o Médico Veterinário, o qual deve portar-se adequadamente diante de um proprietário que dedica sua própria vida ao animal e que, portanto, deve receber uma atenção especial em casos extremos como a possível perda de seu animal de estimação. Referências BRODIE,J.S. & BILEY, F.C. 1999. An exploration of the potencial benefits of petfacilited therapy. Journal of clinical nursing. N.8, p.329-337. MARTINSEN S. & JUKES N. Towards a humane Veterinary Education. Journal of Veterinary Medical Education, Canada, v. 32, p.454-460, 2005. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo- Rio de janeiro: Hucitec- Abrasco, 1992. ORY, M. G.; GOLDBERG, E. L. 1983. Pet Possession and Life Satisfation in Eldery Women. University of Pennsylvania Press, 303-317p. Site da Fundação Seade. Disponível em http://www.seade.gov.br. Acesso em 18/02/2008. THIOLLENT, R. P. Metodologia da pesquisa ação. 14ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.