PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano Programa de Modernização do Setor Saneamento



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Transcrição:

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano Programa de Modernização do Setor Saneamento SEMINÁRIO SOBRE PROGRAMAS DE REDUÇÃO DE PERDAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM PAÍSES DA AMÉRICA LATINA RELATÓRIO SÍNTESE Documentos que integram este Relatório Programa do Seminário. Apresentação da oficina de trabalho. Síntese das discussões da oficina de trabalho. Resultado da avaliação feita pelos participantes. Apresentação A implementação do componente Reforma Institucional e Regulação do Programa de Modernização do Setor Saneamento - PMSS II beneficia igualmente os prestadores de serviços e os governos estaduais e locais engajados no processo de modernização do Setor. Esse componente abrange o desenvolvimento de diversas atividades, sendo a principal delas a Assistência Técnica (sem ônus) para estados e municípios interessados em formular políticas de saneamento e desenvolver o planejamento setorial, além de promover o reordenamento institucional do setor. Contempla ainda, esse componente, o desenvolvimento de estudos e pesquisas, bem como a capacitação de pessoal dos governos e dos prestadores de serviços de saneamento, destinados a subsidiar, dentre outros, o estabelecimento de programas no campo institucional e operacional, que contribuam para induzir a reforma e a melhoria da eficiência dos prestadores públicos de serviços, tornando-os auto-financiáveis e capazes de melhorar a qualidade dos serviços prestados, por meio da implementação de projetos sustentáveis. Além disso, são também objetivos do Programa o desenvolvimento e a disseminação de metodologias e técnicas destinadas a incentivar a eficiência na gestão dos prestadores de serviços, tais como programas de redução de perdas de água, estudos de custos, tarifas e demanda, avaliações de desempenho, avaliações econômico-financeiras e elaboração de projetos de investimento, assim como a articulação com outros atores, iniciativas, ações e projetos de interesse para o setor Saneamento. No Brasil um dos principais problemas que afetam a eficiência dos serviços de abastecimento de água diz respeito à elevada perda de água que ocorre nos sistemas. Em 1999 a média nacional das perdas de faturamento (englobando perdas físicas e não físicas) nos sistemas de abastecimento de água brasileiros situou-se no patamar dos 40%, com os maiores valores alcançando a casa dos 70% e os menores valores girando em torno dos 20%.

As elevadas perdas produzem impactos negativos de diversas naturezas, tais como: no meio ambiente (maior demanda de água); nos custos (maior necessidade de investimentos em novas instalações de produção e de distribuição de água, maiores custos operacionais no tratamento); nas receitas (redução do faturamento, diminuindo geração de caixa das empresas pelas perdas não físicas), na distribuição regional relacionada com disponibilidade hídrica (por exemplo, no Nordeste, onde há escassez de recursos hídricos e no Sudeste, onde se concentra maior população). Ações importantes vêm sendo desenvolvidas, nos últimos anos, no âmbito do combate às perdas, o que tem contribuído para a sua redução gradual (em 1995 a média nacional era de cerca de 50%). Programas do Governo Federal, como o PNCDA Programa de Combate ao Desperdício de Água e o PMSS Programa de Modernização do Setor Saneamento, dentre outros, têm reforçado a importância das ações que busquem a redução das perdas e a conservação e uso racional da água, inclusive com financiamentos a investimentos e a estudos e pesquisas nesta área, e com o condicionamento e estímulo à redução de perdas como condição para o acesso aos recursos. Mecanismos importantes de estímulo à eficiência vêm sendo estimulados, como, por exemplo, a outorga e a cobrança pelo uso da água, bem como a regulação tarifária e da prestação dos serviços. Em vista do exposto, em consonância com os objetivos da política de saneamento do Governo Federal e com as necessidades expressas pelos números do setor, a SEDU/PR e o Banco Mundial, por intermédio do PMSS - Programa de Modernização do Setor Saneamento, organizou o Seminário sobre Programas de Redução de Perdas em Sistemas de Abastecimento de Água em Países da América Latina. Dentre os objetivos do Seminário destacam-se: (i) a difusão de experiências exitosas e de tecnologias apropriadas, utilizadas tanto no Brasil como em países da América Latina; (ii) a capacitação de técnicos das entidades prestadoras de serviços de saneamento do país; (iii) a promoção do debate sobre as possibilidades de apoio do PMSS aos prestadores de serviços, com estímulo à demanda no campo institucional em ações de apoio técnico à formulação de programas sustentáveis de redução de perdas; e (iv) a discussão em torno da necessidade de estudos, pesquisas e publicações no campo da redução das perdas e da conservação e uso racional da água, que poderão compor a Série Modernização do Setor Saneamento. Apresentaram suas experiências no Seminário, realizado nos dias 29, 30 e 31 de outubro de 2001, na cidade de Fortaleza/CE, empresas de países da América Latina (Colômbia, Peru e México) e algumas empresas brasileiras, abordando questões relativas aos programas de redução e controle de perdas. Também convidados para o Seminário, alguns especialistas fizeram uma abordagem mais geral da questão das perdas no âmbito da conservação e uso racional da água, assim como dos instrumentos econômicos de incentivo à redução de perdas. O público alvo do Seminário foi constituído, em sua quase totalidade, de técnicos dos prestadores de serviços de saneamento do Brasil. Também participaram do evento técnicos de órgãos do Governo Federal com atuação em programas voltados ao saneamento básico, além de representantes da SEDU/PR e do Banco Mundial. Ao todo o Seminário contou com 112 (cento e doze) participantes. Antecedentes Dada a abrangência da matéria, a organização do Seminário preparou um Termo de Referência, encaminhado com antecedência, onde foram descritos os tópicos considerados importantes para a abordagem dos palestrantes. Para cada tópico foram listadas questões-chave, as mais diversas possíveis, que visaram orientar o trabalho de elaboração das palestras. Solicitouse também a preparação, com antecedência ao evento, de um pequeno Relatório Técnico sobre a

experiência da empresa no tema abordado, contemplando os mesmos tópicos e questões-chave propostos para as palestras. A estrutura planejada para o Seminário previu a abordagem inicial de temas específicos, abrindo em seguida para a apresentação de programas completos e fechando com assuntos mais globais, de interesse dos programas de combate às perdas por servirem como instrumentos de incentivo à redução. Assim sendo, primeiramente, em duas palestras, foram mostradas ações específicas com efeitos diretos no combate às perdas, embora executadas em um contexto isolado de um plano global de redução. Em seguida, a programação previu um conjunto de sete palestras com tema único, correspondente ao objeto efetivo do evento, ou seja, as experiências exitosas em programas de redução de perdas. Para estas palestras foram convidados sempre dois técnicos de cada empresa, preferencialmente o coordenador do programa e um profissional da equipe. E, fechando as seções de palestras, programou-se outras duas, sobre temas de incentivo à redução de perdas, incluindo aí a cobrança pelo uso da água. Após as seções de palestras a programação contemplou uma Oficina de Trabalho para o debate das possíveis demandas do setor, no campo das perdas de água, que podem ser incluídas na agenda de trabalho do PMSS, tais como apoio técnico, realização de seminários e cursos de capacitação, e desenvolvimento de estudos, pesquisas e publicações. A programação completa do Seminário, onde constam os nomes dos palestrantes e de suas respectivas empresas, está apresentada neste CD ROM no item Seminário. O resultado das discussões e as propostas da oficina de trabalho também estão neste CD ROM, no item Oficina de Trabalho. O Seminário Inicialmente cabe destacar a cordial acolhida aos participantes do evento, por parte dos representantes do Governo do Estado do Ceará e da CAGECE, que não só apoiaram a fase de preparação do seminário, como estiveram presentes com este apoio em toda a sua duração. Para a abertura, realizada no auditório da sede administrativa da CAGECE, estiveram presentes o Vicegovernador do estado, o Secretário de estado de infra-estrutura e o Presidente da CAGECE. Na oportunidade da abertura foi apresentada a palestra sobre o centro de controle operacional da rede de distribuição de água da Região Metropolitana de Fortaleza. O Seminário transcorreu em um rico ambiente de debates e discussões, onde os palestrantes demonstraram todo o seu conhecimento nos temas abordados e os participantes contribuíram com questões que, não apenas levantavam dúvidas sobre as palestras, mas, principalmente, enriqueciam o seu conteúdo, com análises e comentários onde o conhecimento técnico dos participantes era também posto a disposição da discussão. Em todas as palestras, sem exceção, houve quantidade de perguntas que excederam o limite de tempo destinado ao debate, o que sinaliza o nível de interesse provocado pelas palestras. As apresentações foram preparadas pelos palestrantes em PowerPoint, com ótima qualidade visual, incluindo além de texto, ilustrações com gráficos, fotografias, figuras e até mesmo vídeo. O conteúdo mostrado esteve de acordo com os requisitos do Termo de Referência previamente enviado aos palestrantes, o que indica a compreensão dos mesmos quanto ao objetivo pretendido pelos organizadores. Quase todos os palestrantes apresentaram os relatórios técnicos solicitados, que, assim como ocorreu com as apresentações, foram reproduzidos e distribuídos aos participantes no próprio local do evento. A abrangência dos assuntos abordados nas palestras pode ser traduzida por alguns tópicos depreendidos do conjunto das apresentações, uns tratados em maior profundidade e outros em menor, mas todos seguramente abordados no Seminário. Dentre os diversos tópicos

que se poderia listar, destacam-se: marco institucional para a criação e o desenvolvimento dos programas no âmbito dos prestadores de serviços; diagnóstico das perdas; macro e micromedição; setorização de rede de distribuição; centro de controle operacional; perdas comerciais, tais como fraudes em hidrômetros e ligações clandestinas; formas de tratamento diferenciadas da questão, em vista do porte dos sistemas; e campanhas de educação para o uso racional da água e a redução de desperdícios. Em que pese a abrangência dos temas abordados e das discussões ocorridas, pode-se ressaltar alguns pontos, objeto de maior ênfase nos debates, que suscitaram recomendações no sentido de seu maior aprofundamento e até mesmo de ser motivo de algum seminário específico. São eles: problemas decorrentes da macromedição tipo e qualidade dos equipamentos disponíveis no mercado, aferição, manutenção, tempo de vida útil, etc.; problemas afeitos à micromedição além dos mesmos tópicos pontuados para a macromedição, questões como submedição, tipo e classe dos equipamentos disponíveis no mercado, importância do dimensionamento e de critérios técnicos para a determinação da vida útil; no campo das perdas comerciais foi comentada a complexidade do tratamento das fraudes, tendo havido depoimentos sobre a difícil tarefa de se encontrar uma solução definitiva para o problema; e indicadores de perdas os problemas com os índices em percentuais, as dificuldades decorrentes da falta de uniformização de linguagem (terminologia e fórmulas de cálculo); os novos indicadores propostos pela IWA International Water Association, que agregam volumes perdidos à parâmetros técnicos da rede, tais como extensão, quantidade de ligações atendidas, pressão de funcionamento e quantidade e duração de reparos. Oficina de trabalho Encerradas as palestras, dentro do previsto na programação, realizou-se a oficina de trabalho, onde foram debatidos três temas recomendados pela organização, a saber: Tema I demandas do setor em termos de apoio institucional para a criação de programas sustentáveis de redução de perdas; Tema II cursos de capacitação de pessoal para as atividades de redução e controle das perdas; publicações e acervo técnico sobre o tema; e Tema III adoção de uma linguagem uniforme para os indicadores de perdas no Brasil. Assim como nas discussões ocorridas após cada palestra, também na oficina de trabalho o debate foi muito rico e despertou grande interesse dos participantes. Muitas foram as manifestações de incentivo à continuidade de iniciativas como esta. Observou -se, neste sentido, um anseio grande da parte dos técnicos para que o PMSS assuma o compromisso de liderar outros debates, promovendo encontros regionais e nacionais, bem como tome a frente na criação de um grupo de discussão nacional sobre o tema, principalmente no que diz respeito à necessidade de uniformização de linguagem para os indicadores conceitos, terminologia e fórmulas de cálculo. Dentre as propostas, houveram ainda recomendações no sentido de que se crie, também sob a liderança do PMSS, um egrupo nacional, com o objetivo de promover debates via Internet. Grupos de trabalho debateram os temas e apresentaram suas propostas de ações envolvendo o apoio técnico do PMSS ao setor saneamento. A maioria das propostas concentraram-se na necessidade de novos eventos de mesma natureza do atual, incluindo encontros regionais, assim como na importância do PMSS liderar um grupo de trabalho nacional com o objetivo de manter o debate sobre as questões que envolvem as perdas, sobretudo em

relação à uniformização de linguagem para os indicadores. Esse grupo, de acordo com as propostas, poderia também manter painéis de discussão na Internet. Uma apresentação sobre a oficina de trabalho e as propostas dos grupos estão apresentadas neste CD ROM, no item Oficina de Trabalho do menu principal. Avaliação do evento Os participantes preencheram o formulário de avaliação do Seminário onde, além de avaliar os quesitos propostos pela organização, também propuseram temas para outros encontros de mesma natureza que venham a ser realizados pelo PMSS, além de comentários diversos sobre o evento. Tendo em vista o elevado grau de satisfação, manifestado pelos participantes, pode-se concluir que os objetivos do Seminário foram amplamente alcançados.o resultado da avaliação evidencia o êxito do evento e ratifica o ambiente de manifestações positivas vivido nos seus três dias de duração. Quesitos referentes à relevância dos temas apresentados e ao conteúdo técnico do Seminário receberam, na soma dos conceitos ótimo e bom, avaliações iguais a 100% e 98%, respectivamente. Em relação à organização do evento a avaliação mostrou -se também muito positiva, sendo que, quesitos como serviços de recepção e apoio, e agilidade no atendimento às necessidades do grupo receberam, ambos, 97% para a soma dos conceitos ótimo e bom, enquanto que, nesses mesmos conceitos, o acompanhamento diário das atividades, por parte da coordenação do evento, recebeu avaliação 95%. Nos quesitos adequação da carga horária e cumprimento do tempo alocado às atividades programadas, a avaliação resultou em 47% e 36%, respectivamente, para a soma dos conceitos ótimo e bom. Este resultado sinaliza a necessidade de que, em eventos futuros, se faça uma melhor adequação da carga horária, bem como se determine um cumprimento mais rigoroso dos tempos alocados. Por fim, o quesito que sintetiza a impressão global dos participantes sobre o evento, ou seja, o nível de satisfação em relação ao Seminário, recebeu 93% para a soma dos conceitos ótimo e bom. A lista de temas propostos pelos participantes para futuros eventos e também a relação dos comentários, está apresentada neste CD ROM, no item Seminário, e contemplam um conjunto extenso de 165 indicações, que podem ser sintetizados nos seguintes grandes grupos, com as respectivas quantidades de indicações: 1. Redução e controle de perdas (32 indicações 19,4%) 2. Controle operacional (20 indicações 12,1%) 3. Indicadores de perdas (16 indicações 9,7%) 4. Macromedição (16 indicações 9,7%) 5. Micromedição (16 indicações 9,7%) 6. Tarifas e custos (14 indicações 8,5%) 7. Gestão (11 indicações 6,7%) 8. Coleta e tratamento de esgotos (8 indicações 4,8%) 9. Área Comercial (6 indicações 3,6%) 10. Projetos técnicos (5 indicações 3,0%) 11. Indicadores de desempenho (5 indicações 3,0%)

12. Drenagem urbana (2 indicações 1,2%) 13. Execução de redes e ramais (2 indicações 1,2%) 14. Financiamento (2 indicações 1,2%) 15. Manutenção (2 indicações 1,2%) 16. Outorga (2 indicações 1,2%) 17. Qualidade da água (2 indicações 1,2%) 18. Tecnologia de materiais (2 indicações 1,2%) 19. Diagnóstico de sistemas (1 indicação 0,6%) 20. Novas tendências (1 indicação 0,6%)