GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA PARA OS JOVENS: REVISÃO SISTEMÁTICA

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Transcrição:

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA PARA OS JOVENS: REVISÃO SISTEMÁTICA Estefane Firmino de Oliveira Lima; Paula Orchiucci Miura; Kedma Augusto Martiniano Santos; Ellen Borges Tenorio Galdino; Maria Marques Marinho Peronico Pedrosa. Universidade Federal de Alagoas - UFAL, paula.miura@ip.ufal.br Resumo A adolescência é um período particular e singular na vida de um indivíduo que se situa entre a infância e a vida adulta. Pesquisas realizadas sobre a gravidez nessa fase da vida mostram alguns fatores sociais, psicológicos e culturais que contribuem para a gravidez na adolescência. O objetivo desse estudo foi analisar a produção acadêmica nacional no período de 1996 a 2016 sobre o significado da gravidez na adolescência para os jovens. Foi utilizado o método de revisão sistemática da literatura. Os artigos foram pesquisados em três bancos de dados SciELO, Portal BVS e Portal da Capes, utilizando os descritores: Representação social AND gravidez na adolescência; Representação social AND adolescentes grávidas; Significado AND gravidez na adolescência; e Significado AND adolescentes grávidas. Para a análise quantitativa dos artigos foi utilizado um instrumento de catalogação. A análise qualitativa foi realizada segundo a Análise de Conteúdo de Bardin. Foram analisados 8 artigos. Pôde-se observar a predominância de trabalhos da Enfermagem e Psicologia, pesquisas na região sul e sudeste, falta de pesquisas e intervenções voltadas para as jovens não grávidas e adolescentes não mães/pais. Na análise qualitativa foram identificadas seis categorias temáticas. A gravidez na adolescência foi representada como um fenômeno de significados positivos (um novo papel e status social, independência, responsabilidade, entre outros) e negativos (julgamento moral, comprometimento dos estudos, relações e planos futuros). Conclui-se que os significados dos adolescentes sobre a gravidez na adolescência podem contribuir para formulação de políticas públicas voltadas para esse fenômeno. Palavras-chave: gravidez na adolescência; significado; adolescência; revisão sistemática. INTRODUÇÃO Adolescência é um período particular e singular na vida de um indivíduo que se situa entre a infância e a vida adulta. A palavra adolescência deriva do latim adolescere, cujo significado é crescer. Segundo o censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), 20% de toda a população brasileira são jovens. Deste grupo, 45.932.295 pessoas têm entre zero e catorze anos de idade; 34.236.060 encontram-se entre 15 e 24 anos (IBGE, 2011). A Organização Mundial da Saúde (1997) considera a gravidez na adolescência uma gestação de risco, devido às possíveis repercussões. Do ponto de vista biológico a gravidez na adolescência é passível de diversos riscos, sendo os mais destacáveis: hemorragias, trabalho de parto prolongado, complicações em longo prazo, prematuridade, lesões durante o parto, morte perinatal e baixo peso ao nascer. Do ponto de vista psicossocial, encontram-se: abandono dos estudos, inserção precoce na vida laboral, descompasso na integração psicossocial, pouco preparo para o desenvolvimento de uma relação satisfatória com os filhos, etc. (BARBÓN PÉREZ, 2011).

No Brasil, nas últimas décadas, a redução da fecundidade entre adolescentes tem sido mais lenta que a taxa total de fecundidade, em relação às adultas, nas mesmas condições de vida, sendo que 39 em cada 1.000 mulheres com idade entre 10-19 anos tiveram filhos em 2006, o que significou uma discreta redução em relação a 45 por 1.000 em 1996. Entretanto, dentre a faixa de 10 a 14 anos houve um pequeno aumento, de 3 para 4 nascimentos por 1.000 mulheres, no mesmo período (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Segundo os dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), em 2015, mostra que as regiões com mais filhos de mães adolescentes de 10 a 14 anos o Nordeste, com um total de 10.064, e em segundo lugar é o Sudeste com 7.081. Seguidos pelas regiões Norte com 5.014, Sul 2.491, e Centro Oeste com 2.050 nascidos vivos (DATASUS, 2015). Esses achados apontam para a importância de estudos a respeito da compreensão que os adolescentes possuem desse fenômeno, bem como analisar os aspectos psicossociais presentes nessa questão com intuito de refletir em propostas preventivas e intervenções. Desta forma, este trabalho teve como objetivo investigar e analisar a produção acadêmica nacional no período de 1996 a 2016 sobre o significado da gravidez na adolescência para os jovens. MÉTODO Foi realizada uma revisão sistemática da literatura na língua portuguesa sobre o(s) significado(s) da gravidez na adolescência para os jovens. Os descritores utilizados foram: Representação social AND gravidez na adolescência; Representação social AND adolescentes grávidas; Significado AND gravidez na adolescência; e Significado AND adolescentes grávidas. Esses descritores foram definidos com base na pergunta de pesquisa, qual(is) o(s) significado(s) da gravidez na adolescência para os jovens?. Em todos os descritores foram utilizados o operador booleano AND que possui a função de intersecção, ou seja, recupera artigos cujos títulos ou palavras-chave contenham os termos da pesquisa, possibilitando a modificação do resultado pela combinação das palavras. A investigação foi realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Portal Regional da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da Capes. Os critérios de inclusão utilizados na busca foram: artigos disponíveis na íntegra, publicados na língua portuguesa no período dos últimos vinte anos, ou seja, de 1996 a 2016 e; artigos que apresentem o(s) significado(s) da gravidez na adolescência para os jovens. Foram excluídos materiais como livros, teses, dissertações e outras produções.

A seleção desses documentos foi realizada em duas etapas: 1) após a busca inicial nas bases de dados supracitadas, os artigos foram selecionados por meio da leitura dos seus respectivos títulos, resumos e palavras-chaves a qual foi feita seguindo de maneira rigorosa os critérios de inclusão, de exclusão e a pergunta de pesquisa dessa investigação; 2) os artigos selecionados na etapa anterior foram lidos na íntegra, apresentados e analisados individualmente pelo grupo de pesquisa para verificar se contemplavam os conteúdos de análise e discussão proposto por essa pesquisa. Para a análise dos artigos das bases de dados online foi um instrumento de catalogação dos artigos que permitiu uma análise quantitativa e qualitativa. A análise quantitativa foi realizada diante dos seguintes aspectos: banco de dados e/ou descritor(es) onde foi encontrado, ano de publicação, área da revista científica, tipo de estudo, localização do estudo, participantes do estudo. A análise qualitativa se deu com base na literatura de Bardin (2011), desta forma, por meio de leitura crítica e qualitativa foi possível identificar convergências entre os artigos, possibilitando a identificação de categorias temáticas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A síntese do resultado da busca realizada nas bases pesquisadas se encontra sistematizada no fluxograma (Figura 1), a amostra final foi composta por um total de 8 artigos.

Figura 1. Fluxograma das principais etapas da revisão bibliográfica sistemática Fonte: Autora (2017) Pôde-se observar com base nos dados quantitativos, no que se referem aos locais dos estudos, quatro foram no município do Rio de Janeiro- RJ, dois no Estado do Rio Grande do Sul- RS, um em João Pessoa PB e um em São Paulo- SP. Sobre a seleção das participantes, cinco estudos fizeram seleção a partir de serviços públicos de saúde, dois de instituição de ensino e um de uma instituição de acolhimento. Todos os estudos foram realizados com adolescentes do sexo feminino. Em seis investigações as participantes estavam gestantes, um estudo foi realizado com jovens mães e um foi realizado exclusivamente com adolescentes não grávidas. A faixa etária das participantes foi principalmente composta por adolescentes (entre 14 e 18 anos). Segundo Grisci (1995), pensar o ser mulher, biologicamente e socialmente, relacionado ao ser-mãe se caracteriza quase como uma imposição, tendo também um sentido da ideologia. Apenas duas áreas de conhecimento foram observadas referentes às revistas de publicação dos estudos: Enfermagem apresenta resultado correspondente a cinco artigos e Psicologia aparece com três publicações. A análise qualitativa dos artigos possibilitou a identificação de seis categorias temáticas: valorização e reconhecimento de ser mãe e mulher; constituição da própria família e desenvolvimento da autonomia; perdas advindas da gravidez e abandono do parceiro; desejo de

engravidar; medos frente à gravidez e; não uso de anticoncepcionais e aborto. Mas devido à redução de espaço para este trabalho, apenas as três primeiras categorias serão descritas a seguir: Valorização e reconhecimento de ser mãe e mulher Foi possível identificar que seis estudos demonstraram que a gravidez na adolescência pode possibilitar para as jovens uma valorização e reconhecimento de um novo papel social e uma nova fase da vida (SANTOS; MOTTA, 2014; BARRETO et al., 2011; RESTA et al., 2010; VARGENS et al., 2009; RANGEL; QUEIROZ, 2008; DADOORIAN, 2003). No estudo de Rangel e Queiroz (2008) as participantes com nível socioeconômico baixo observam que a gravidez é um poder de ser mulher e as participantes de nível socioeconômico alto ressaltam que há uma dificuldade de troca de papéis sociais de filha para mãe. No estudo de Dadoorian (2003) os resultados apontam que a gravidez precoce significa um teste da feminilidade, valorização social da maternidade e um rito de passagem. Santos e Motta (2014) verificam que as adolescentes observam a gravidez como um novo papel e status social e torna as adolescentes visíveis. As participantes dos estudos de Barreto et al. (2011), Resta et al. (2010) e Vargens et al. (2009) significam a gravidez como algo maravilhoso, bonito, uma transição de fase que requer amadurecimento, responsabilidade e mencionam desejarem ser vistas como mulheres e mães. Soldera, (2012) e Resta et al. (2010) mostram outras conquistas advindas da gravidez: mudanças positivas nas suas vidas: aproximação do casal; alegria; sentimento de felicidade; realização de um sonho; aumento da sensibilidade e de maior atenção. No caso da sociedade brasileira observa-se que a maternidade incide sobre uma mudança de status social, carrega uma significância positiva e tem um papel central na vida e na valorização da mulher na sociedade (BERQUÓ; GARCIA; LIMA, 2012). Um estudo realizado com adolescentes pais observou que a paternidade foi percebida como algo enaltecedor (ALMEIDA; HARDY, 2007). Isso pode apontar que ser pai também insere o homem no mundo dos adultos e reforça sua masculinidade (BRUNO et al., 2002; ARILHA, 1999). Constituição da própria família e desenvolvimento da autonomia Seis estudos apontam que a gravidez na adolescência pode possuir um significado de constituição da própria família e desenvolvimento da autonomia dos jovens (SANTOS; MOTTA, 2014; SOUZA et al., 2012; BARRETO et al., 2011; VARGENS et al., 2009; RANGEL; QUEIROZ, 2008; DADOORIAN, 2003). A construção de um novo núcleo familiar e de um sentido a vida é observado pelas participantes do estudo de Rangel e Queiroz (2008). Souza et al. (2012), Barreto et al. (2011) e Vargens et al. (2009) apontam que a gravidez precoce pode demonstrar um desejo de

tornar-se maduras, ter sua própria casa, poder de decidir sobre sua vida responsáveis independente, mulher e adulta. Os estudos de Santos e Motta (2014), Barreto et al. (2011) e Dadoorian (2003) apontam projetos de vida para jovens que vivenciam uma gravidez na adolescência relacionada à constituição da própria família e desenvolvimento da autonomia. Barreto et al. (2011) e Dadoorian (2003) observam que os projetos de vida das participantes já grávidas são cuidar do filho, formar uma família, ser mãe e trabalhar. As participantes da pesquisa de Santos e Motta (2014) acreditam que o filho trará tudo que elas não tiveram: amor, carinho, etc.; atribuem à nova constituição familiar uma transformação positiva de suas vidas. Estudos mostram que jovens do universo popular que vive com um companheiro tendem a ser mais cobradas a assumir papéis restritos ao lar e ao filho (GONCALVES; KNAUTH, 2006), identificando que a visão da própria maternidade como um reconhecimento de ser mulher é difundida socialmente transmitindo a noção de maternidade como algo natural (GRISCI, 1995). Vieira et al (2017) observa um padrão de tutela masculina que conduz a entrada da jovem no universo adulto, como mãe e dona de casa. Perdas advindas da gravidez e abandono do parceiro Algumas perdas advindas da gravidez na adolescência são encontradas em sete estudos (SANTOS & MOTTA, 2014; SOLDERA, 2012; SOUZA et al., 2012; BARRETO et al., 2011; RESTA et al., 2010; VARGENS et al., 2009; RANGEL & QUEIROZ, 2008; DADOORIAN, 2003). O abandono do parceiro é abordado mais especificadamente em três desses estudos (Santos & Motta, 2014; Souza et al., 2012; e Barreto et al., 2011). Estudo (RANGEL & QUEIROZ, 2008) realizado com adolescentes não grávidas, nível sócioeconômico-demográfico alto, apontam que a gravidez na adolescência é algo inadequado, fora da hora, precipitado, pois para estes participantes a adolescente que engravidam tem sobrecarga financeira, comprometimento com o futuro e com as relações. Diferentemente, Souza et al. (2012), Vargens et al. (2009) e Dadoorian (2003) observaram que as adolescentes grávidas de baixa renda entrevistadas apresentam angústias, medo e reconhecem diversas repercussões da gestação no cotidiano: perda de proteção, medo de assumir essa nova conquista e perder o lugar de ser filha, perdas do parceiro, do apoio da família, assim como atrapalha os estudos, interrompe os projetos de vida, pode possibilitar a perda da identidade e do grupo de pertença, pararem de estudar, críticas com relação à gravidez, entre outras perdas. As adolescentes grávidas do estudo de Soldera (2012) acreditam que a gravidez traz mudanças para suas vidas, mesmo não conseguindo identificar quais. Resta et al. (2010) e Barreto

et al. (2011) citam algumas perdas e mudanças na relação social: vínculo escolar, rotina de festa e eventos com os amigos, procura por emprego e abandono dos estudos. No momento em que a pesquisa de Santos e Motta (2014) foi realizada, com três jovens institucionalizadas com seus filhos, nenhuma das participantes mantinha contato com os pais de seus filhos. Esses estudos não especificam a renda das participantes, apenas que são usuárias de serviços naturezas pública e/ou universitária. CONCLUSÕES A gravidez na adolescência é uma realidade que nos convoca a compreender e propor modos de lidar com o fenômeno. A revisão sistemática de literatura no âmbito nacional no período de 1996-2016 apresentada identificou e analisou qual(is) o(s) significado(s) da gravidez na adolescência para os jovens. Pôde-se observar nesta pesquisa a predominância de trabalhos da Enfermagem e Psicologia. Por ser a temática atual e complexa percebeu-se carência de pesquisas em outras áreas de conhecimento como da assistência social, sociologia e educação. Observou-se também a predominância das pesquisas na região sul e sudeste, demonstrando escassez de pesquisas na região norte, nordeste e centro-oeste do país. Com relação à amostra dos estudos, as adolescentes grávidas foram as participantes principais das investigações analisadas. Evidenciando assim, a falta de pesquisas e intervenções voltadas para as jovens não grávidas e adolescentes não mães/pais, assim como estudos com esses dois públicos. A amostra analisada ainda traz uma singularidade social que devem ser consideradas, visto que o enfrentamento da gravidez precoce é diferente em cada classe social. Observou-se que a gravidez na adolescência foi representada pelas adolescentes grávidas tanto pelas limitações por meio das perdas advindas da gravidez (evasão escolar, interrupção dos projetos de vida, perda do grupo social e de vínculo familiares) quanto pelas potencialidades (reconhecimento de ser mulher e mãe, construção da própria família, autonomia, independência e responsabilidade). Diferente da representação das participantes que não vivenciaram a gravidez, para estas a gravidez na adolescência foi representada como algo precipitado, fora da hora. Essas informações apontam que é preciso compreender a significação da gravidez nesse segmento social para que possam ser consideradas abordagens eficazes deste tema. Espera-se que os achados deste estudo possam servir de subsídio para a formulação de políticas públicas que respeitem o contexto cultural e os significados que os jovens atribuem a gravidez na adolescência, bem como no aprofundamento de futuras pesquisas nesta área.

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