Diretrizes Básicas em Saúde Escolar



Documentos relacionados
GUIA CURRICULAR DE SAÚDE PARA O ENSINO DE 1. GRAU

P R E F E I T U R A M U N I C I P A L D E B A U R U E s t a d o d e S ã o P a u l o S E C R E T A R I A D A E D U C A Ç Ã O

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Projeto. Supervisão. Escolar. Adriana Bührer Taques Strassacapa Margarete Zornita

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

CURSO: ENFERMAGEM. Objetivos Específicos 1- Estudar a evolução histórica do cuidado e a inserção da Enfermagem quanto às

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA. Orientações Gerais sobre as ações de Saúde Bucal no Programa Saúde na Escola

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Disciplina Corpo Humano e Saúde: Uma Visão Integrada - Módulo 3

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

PRINCÍPIOS Prevenção e o controle das doenças, especialmente as crônico-degenerativas estimulam desejo

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

MEDIDAS DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DE CÁRIE EM ESCOLARES ADOLESCENTES DO CASTELO BRANCO

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO

DIREITOS HUMANOS, JUVENTUDE E SEGURANÇA HUMANA

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

COLÉGIO VICENTINO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio Rua Rui Barbosa, 1324, Toledo PR Fone:

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

ESCOLA MUNICIPAL DE PERÍODO INTEGRAL IRMÃ MARIA TAMBOSI

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

Atuando com responsabilidade para. colher um futuro melhor. Fábrica de São José dos Campos

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2010

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

Meio ambiente conforme o Dicionário Aurélio é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.

Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica

Reportagem Gestão de Resíduos

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

PROGRAMA ESCOLA DA INTELIGÊNCIA - Grupo III ao 5º Ano

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

CURSO: GESTÃO AMBIENTAL

PLANTANDO NOVAS SEMENTES NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ RESUMO

Composição dos PCN 1ª a 4ª

TRABALHO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA. Profa. Maria Antonia Ramos de Azevedo UNESP/Rio Claro.

SERVIÇO: ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA PESSOAS ADULTAS

Segurança Alimentar e Nutricional

PROJETO CONVIVÊNCIA E VALORES

O que é Administração

EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL:

SEGURANÇA ALIMENTAR, SUSTENTABILIDADE, EDUCAÇÃO AMBIENTAL: REFLEXÕES A CERCA DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Sumário. I. Apresentação do Manual. II. A Prevenção de Acidentes com Crianças. III. Programa CRIANÇA SEGURA Pedestre

Art. 2º - São diretrizes da Política Municipal de Educação Alimentar e Combate à Obesidade:

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI Nº 3.630, DE 2004

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

OS DIREITOS HUMANOS NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

Relato de experiência sobre uma formação continuada para nutricionistas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA DO ENSINO FUNDAMENTAL

A Base para a Qualidade Total

5.1 Nome da iniciativa ou Projeto. Academia Popular da Pessoa idosa. 5.2 Caracterização da Situação Anterior

05 DE JUNHO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PSICOLOGIA DA FACULDADE ANGLO-AMERICANO

Diretrizes para Implementação dos Serviços de Responsabilização e Educação dos Agressores

A PRÁTICA DE ENSINO EM QUÍMICA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE COMO TEMA TRANSVERSAL

Rua Antônia Lara de Resende, 325 Centro CEP: Fone: (0xx32) / 2151 Fax: (0xx32)

CENTRO DE ESTUDO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROPOSTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos

Elaboração de Projetos FECOP Everton Cabral Maciel

O PAPEL DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PROJETO Educação de Qualidade: direito de todo maranhense

Mostra de Projetos Projeto do LIXO ao LUXO

ABUSO DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. Senhor Presidente,

PLANEJAMENTO DA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA NAS ESCOLAS

Aula 1 - Avaliação Econômica de Projetos Sociais Aspectos Gerais

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO PLANETA NA MENTE, CONSUMO CONSCIENTE!

II. Atividades de Extensão

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Re s p o n s a b i l i z a ç ã o e

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO. Secretaria de Educação Especial/ MEC

Proteção Infanto-Juvenil no campo: uma Colheita para o Futuro

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde

MMX - Controladas e Coligadas

5 Conclusão. FIGURA 3 Dimensões relativas aos aspectos que inibem ou facilitam a manifestação do intraempreendedorismo. Fonte: Elaborada pelo autor.

Centro POP Infraestrutura

ATUAÇÃO DA FAO NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

ENSINO DE QUÍMICA: VIVÊNCIA DOCENTE E ESTUDO DA RECICLAGEM COMO TEMA TRANSVERSAL

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA. Responsabilidade Social não é apenas adotar um sorriso.

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

ANEXO I DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS TABELA A ATRIBUIÇÕES DO CARGO PROFESSOR E PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 20 HORAS

MARINHA DO BRASIL CAPITANIA DOS PORTOS DO RN O NOSSO LIXO, O QUE FAZER?

A divulgação desta apresentação por Cd-Rom e no Web site do programa Educação do Instituto do Banco Mundial e feita com a autorização do autor.

Transcrição:

Diretrizes Básicas em Saúde Escolar 1.1- Este documento, elaborado conjuntamente por membros dos Departamentos de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Pediatria, bem como da Associação Brasileira de Saúde Escolar, tem como objetivo apresentar algumas diretrizes em relação às ações programáticas em Saúde Escolar. 1.2- Ressaltamos que este documento não tem o objetivo de apresentar um programa de Saúde Escolar, que deverá ser implantado por todo e qualquer serviço no país, pois a implantação e implementação das ações programáticas nesta área devem ocorrer de acordo com as características e realidades existentes em nível local. 1.3- Entretanto, acreditamos que o desenvolvimento destas ações podem estar pautadas em algumas diretrizes que devem ser consideradas no momento de seu planejamento e execução e que serão apresentadas a seguir: - a saúde escolar deve ser desenvolvida de forma integrada entre os setores da educação e da saúde; - a saúde escolar é atividade que deve ser trabalhada de maneira multidisciplinar e interdisciplinar, envolvendo o pessoal da Saúde e da Educação; 1.3.A- as ações programáticas devem: - contemplar também as crianças que não estejam frequentando a escola; - ser desenvolvidas de maneira descentralizada, regionalizada, horizontalizada e hierarquizada; - contemplar atividades na área assistencial, de educação em saúde e de vigilância em saúde; 1.3.B- na área assistencial: - estar inseridas no Programa de Atenção Integral a Saúde da Criança e do Adolescente, sob a responsabilidade do setor de saúde; - visar não somente a saúde individual mas, também, a saúde coletiva e ambiental; - estimular a participação e envolver a escola, a família e a comunidade no desenvolvimento das ações; 1.3.C- na área de educação em saúde:

- desenvolver atividades de maneira integrada, participativa e contínua; 1.3.D- na área de vigilância em saúde, entre outras, contemplar a: - vigilância epidemiológica; - vigilância sanitária; - vigilância nutricional; - vigilância ambiental; 2- Atenção à Saúde Escolar 2.1- É exercida na Unidade Básica de Saúde com seus diversos profisssionais ou pelos profisssionais"particulares" e/ou de "convênios de saúde", que habitualmente acompanham a criança e o adolescente no seu crescimento e desenvolvimento. 2.2- Papel de Unidade Básica de Saúde (U.B.S.): - A Unidade Básica é a instância centralizadora e coordenadora das ações individuais e coletivas de Saúde e a porta de entrada do Sistema de Saúde para o escolar; - A integridade da atenção à saúde implica numa visão interdisciplinar (incluindo o professor); 2.3- As ações de saúde desenvolvidas no espaço escolar devem ser responsabilidade da U.B.S. e da Escola. 3- Unidade Básica de Saúde Nela desenvolve-se a atenção individual e coletiva: 3.1- Atenção individual 3.1.A- É exercida através de consulta médica com pediatra, interagindo com outros profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, dentistas, etc. 3.2- Modelo de Consulta Médica na Idade Escolar: História (a mais integral e abrangente possível) 3.2.A- Antecedentes obstétricos,neonatais, mórbidos, alimentares, neurológicos, ambientais, de crescimento e de desenvolvimento, familiares e escolares; 3.2.B- Sintomas atuais;

3.3.C- Perguntas sobre o modo de ser e de viver na escola e em casa (escolaridade da criança, absenteísmo, perfil familiar, socialização, comportamento lazer, situações de stress); 4- Exame Físico 4.1- O modelo tradicional acrescido de avaliação da(o): - visão; - audição; - fala; - postura e coluna; - saúde oral; - desenvolvimento neuro-psico-motor; 5- Abordagem Clínica 5.1- Listagem de problemas, revisando: - crescimento; - estado nutricional; - imunização; - alimentação; - escolaridade; - sinais de puberdade; - distúrbios da visão, audição, fala; - problemas psicológicos; - situações sócio-econômicas; - meio ambiente (lazer); - educação sexual; - distúrbios clínicos propriamente ditos; 6- Conduta: - orientação geral e específica; - atendimento de equipe; - tratamento medicamentoso; - realização de exames (se necessário); - encaminhamento a outros profissionais ( se necessário); 7- Atenção coletiva - ações de promoção à saúde, que contribuem para diminuir a ocorrência de agravos à saúde nos espaços coletivos; - ações que têm por objetivo a identificação e o tratamento precoce dos agravos, evitando a progressão para sequelas;

8- Saúde ocular - Aplicação do teste de acuidade visual; - encaminhamento das crianças triadas para consulta oftalmológica; - tratamento adequado para aqueles com distúrbios confirmados, incluindo fornecimento de óculos; 9- Saúde bucal - Ações visando redução na incidência e controle da cárie e doença periodontal; - Conscientização da necessidade de cuidados gerais diários com a boca; - Cuidados alimentares (menor ingestão de açúcar); - Aplicação tópica de flúor; - Bochechos florados,quando indicados; - Ações na área de Saúde bucal, visando a identificação de grupos de risco para cáries e saúde periodontal, através de: Levantamento epidemiológico da cárie e doença periodontal; Encaminhamento do grupo de maior risco para unidade de saúde; 10- Saúde auditiva 10.1- Em função do excesso e da natureza da demanda para diagnóstico em fonoaudiologia propõe-se um trabalho junto as creches e escolas, visando passar informações sobre o desenvolvimento e estimulação da linguagem e identificação de problemas. 10.2- Triagem auditiva em crianças de 4 anos, de creches, pré-escolas, e integrantes da 1 a série. 11- Programa 11.1- Aplicação de testes de acuidade auditiva: - Encaminhamento para avaliação diagnóstica das crianças triadas; - Tratamento das crianças com problemas confirmados, inclusive do fornecimento de aparelho auditivo; 12- Saúde mental 12.1- Há uma tendência à psicologização do fracasso escolar. Observam-se aqui os mesmos problemas que para a fonoaudiologia. 12.2- Deve-se procurar diferenciar os determinantes mais frequentes do fracasso escolar (socioculturais e pedagógicos) daqueles que possam ter origem na estrutura emocional da criança e das suas relações.

13- Vigilância em Saúde - Vigilância do ambiente escolar ou da creche, identificando condições de risco para ocorrências de acidentes ou disseminação de doenças infecciosas ; - Levantamento e atualização da situação vacinal; - Notificação e investigação epidemiológica das doenças infecto-contagiosas; - Vigilância das condições de armazenamento, preparo e distribuição dos alimentos; 13.1- Cabe aos Serviços de Saúde, juntamente com as escolas desenvolver: - Vigilância Sanitária: situação de saneamento básico (esgoto, caixa d água, conservação e manipulação de alimentos, iluminação, ventilação, limpeza dos edifícios e pátios). - Vigilância Epidemiológica: controle, prevenção e tratamento das doenças transmissíveis, exames médicos e odontológicos periódicos. 13.2- Papel da Escola, juntamente com os Serviços de Saúde elaborar e desenvolver: - Observação formal da saúde dos alunos e das condições sanitárias do ambiente escolar. - Ensino da saúde. - Ações e providências junto aos pais, serviços de saúde e outros recursos da comunidade. 14-Saneamento do Ambiente Físico e Emocional da Escola. Saneamento do ambiente da escola é de responsabilidade dos serviços de Vigilância Sanitária e Epidemiológica locais, porém os profisssionais de saúde Escolar,em conjunto com os da Educação, têm condições de colaborar com os primeiros pela regularidade com que frequentam o espaço escolar, bem como por estarem afeitos aos problemas existentes no estabelecimento. Esse trabalho se passa em dois momentos: o primeiro é de levantamento das condições em que se encontra o espaço escolar e o segundo é tentar dar solução aos problemas encontrados. O primeiro deve ser feito pela equipe de Saúde Escolar em conjunto com os profissionais que trabalham na escola envolvendo, principalmente o professor e os alunos. O segundo é interdepartamental e muitas vezes interinstitucional, visto que frequentemente tem-se que buscar soluções em outras secretarias e departamentos, tais como secretaria de obras, departamento de águas e esgoto, e outras instituições como Corpo de Bombeiros, por exemplo. A seguir apresentamos alguns itens para orientar no levantamento das condições de saneamento da escola, alguns são obtidos com pura observação,outras há necessidade de ser pesquisado junto aos profisssionais que trabalham na escola.

14.1-Instalações Sanitárias 14.1.A - Água: - poço: inspeção regular duas vezes por ano; - encanada: tratada? Clorada? Fluoretada? - reservatório: inspeção regular (limpeza uma vez a cada seis meses); 14.1.B - Banheiros: - condições gerais: conservação, papel higiênico, cestos de lixo, toalhas, sabonete, etc.; - limpeza; - vasos sanitários: conservação, tamanho adequado e relação número de crianças /vaso; - lavatórios, conservação, altura adequada e relação número de crinças/lavatório; 14.1.C - Esgoto : - fossa: localização, isolamento e acesso; - encanado; - a céu aberto; 14.1.D - Lixo: - existência de depósito a céu aberto; - coleta regular; - a céu aberto (risco de contaminação e acidentes); 14.1.E - Pátio Locais com riscos de acidentes: - madeiras ou material de construção abandonados; - buracos; - objetos pontiagudos ou cortantes; - mato(dentro ou ao redor da escola); - arame farpado; - escadas: largura e tamanho dos degraus adequados, necesssidade de corrrimão; - superfícies lisas; - abertura inadequada de portas (devem abrir para fora da sala e conter visor); - extintores de incêndio: localização, acesso e validade da carga; 14.1.F - Limpeza:

- locais de circulação de alunos e funcionários; 14.1.G - Espaço: - metragem adequada ao número de alunos; - aberto, cercado, murado; - piso: cimentado, liso, escorregadio; - mato(risco de ratos, cobras, aranhas e escorpiões); - grama (risco de aranhas e cobras); - terreno acidentado; - tanques de areia; - existência de ratos, cobras e vetores. 14.1.H - Sala de Aula - temperatura ambiente; - ventilação transversal - umidade/mofo; - luminosidade: sempre da esquerda para direita, os canhotos sentam-se junto às janelas e dimensionamento adequado da iluminação artificial; - acústica adequada da sala e cercanias; - mobiliário apropriado: dimensionamento em função da idade do aluno, material fosco de cor suave com apoio para os pés e carteiras para canhotos; - edificação: estado da construção; - metragem adequada: 1,5 m2 por aluno/carteiras individuais e 1,2 m2 por aluno/carteiras duplas; 14.1.I - Cozinha Condições gerais: - pia: duas cubas e, pelo menos, uma torneira com água quente; - fogão: dimensionamento adequado, com proteção contra queimaduras; - área adequada; - utensílios de fácil lavagem e material não-rugoso; - estocagem de alimentos: proteção contra insetos, roedores, fungos, poeiras, umidade; ventilação adequada; - conservação de alimentos ; refrigeração, "freezer" ; validade dos alimentos industrializados; - refeitório; espaço, local não sujeito à intempéries, poeiras, sol, fumaça, etc.; - despensa: ventilação e temperatura adequadas; 14.2- Higiene Geral: - no preparo dos alimentos; - ao servir;

- das crianças; - destino da louça suja; - destinação dos restos alimentares; 14.2.A - Merendeiras: - higiene geral: unhas curtas, uso de touca para cabelos, lavagem das mãos; - controle periódico de saúde; 14.3- Segurança no Caminho da Escola - trânsito intenso: necessidade de faixa de pedestres, semáforos, guarda de trânsito, programas de educação para o trânsito; - avenidas: passarelas, lombadas, e faixas de pedestres; - picadas; - animais bravios; 14.3.A - Relacionamento de Pessoal 14.3.B - Ensino de Saúde A Educação para a saúde é um processo que engloba todas as experiências do indivíduo que o levam a formar atitudes e comportamentos favoráveis à promoção, proteção e recuperação da Saúde. Como resultante desse processo, ele apreende conhecimentos sobre, toma consciência de seus deveres e direitos em relação à saúde e muda seu comportamento em relação à sua saúde, da coletividade e do meio ambiente. A Educação para a Saúde, como a Educação geral, desenvolvese através de vivências, práticas, reflexões, formação de conceitos, de teorias, que re-testadas na prática da vida, possibilitam revisões, mudanças, crescimentos, evoluções. De maneira informal, a Educação para a Saúde tem seu início no ambiente familiar e prossegue em todas as circunstâncias da vida. Na escola, entretanto, assume um aspecto formal, sistematizado e estruturado. A Educação para a Saúde, desenvolvida de maneira formal nas Escolas, costuma-se denominar Ensino da Saúde. Somente pela Lei Federal no 5.692, de 11/8/71, é que se tornou obrigatória a inclusão de "Programas de Saúde" nos currículos plenos dos estabelecimentos de ensino de 1 o e 2 o graus, em todo território nacional. Apresenta-se, a seguir,uma

proposta de currículo para o Ensino de Saúde para escolas de 1 o salientando-se seus paradigmas, características e conteúdos. Grau, 15- Paradigmas para o Ensino de Saúde 15.1 - Influência do Ambiente de Vida A consciência de que, em uma pessoa ou coletividade, a saúde e a maioria das doenças e das mortes são muito mais resultantes de circunstâncias do ambiente global (físico e psicosocial) de vida, do que de condicionantes genéticos; bem como da íntima relação existente entre esse mesmo Ambiente e a Educação, apontam para a necessidade de se enfatizar o papel do Ambiente de Vida no Ensino de Saúde. Assim, com esta visão amplificada, saliente-se que a influência maléfica de um ambiente inadequado é verdadeira e poderosa, não apenas para as doenças infecto-contagiosas e outras de natureza orgânica, mas, também para distúrbios psíquicos e sociais, tais como suicídios, assaltos, torturas, corrupção, prostituição, analfabetismo, repetência e evasão escolares. 15.2 - Conceitos de valor Reconhecer a influência do Ambiente na Vida-Saúde-Educação das pessoas é aceitar que conhecer os fatores ambientais significativos na determinação da situação de Saúde e analisar suas presenças no dia-a-dia (na Vida) das pessoas, pode posssibilitar a compreensão de seus mecanismos de ação e, assim, proporcionar reflexões sobre diversas maneiras de prevenção de agravos à saúde. Com esta sistemática, objetiva-se o desenvolvimento de Conceitos de Valor em termos de Saúde o bom, o mau, o melhor, o pior -, o que possibilita a aceitação consciente das responsabilidades e deveres de cada um em relação àsaúde ambiental, incluindo o respeito à Natureza, que nos permite a Vida, o que se incorpora no conceito de cidadania. As relações desses conhecimentos com a Vida facilitam a aquisição de uma hierarquia de valores na qual, em primeiro lugar, encontra-se a Pessoa, que passa a ser dignificada e respeitada, independentemente de cor, raça, religião, posição política, social e econômica. A análise das condições de vida, por outro lado, permite compreender o intrincado mecanismo da estrutura social, que determina as condições de vida das pessoas, no mundo todo e que são as principais responsáveis pela qualidade de vida e, consequentemente, pelas condições de saúde, doença e morte de milhões de pessoas. Neste processo, abrem-se extensa perspectivas de ações, no nível prático, no sentido de luta por melhores condições de Vida e Saúde. Tais ações incluem, desde as aparentemente simples, mas que por vezes exigem coragem, como reinvindicar a pureza do ar de uma sala, contaminado pelo desrespeito de um fumante para comigo; até ações coletivas, como a de grupos que pondo em risco a própria vida, denunciam os equipamentos nucleares ou a fabricação

desenfreada de armamentos bélicos, quer em nome da segurança mundial, quer para melhorar a balança de pagamentos. 15.3 - Visão Antropocêntrica A valorização da pessoa, por sua vez, determina uma visão antropocêntrica que deve permear todo Ensino de Saúde. Objetivamente, o Ensino de Saúde, referese ao homem e, desta forma, necessariamente, ele é antropocêntrico, o que não significa, no entanto, considerar o Ambiente como uma coisa desprezível, que pode ser destruída. Nem significa que as pessoas que se comportam contrariamente à luta por melhores condições de vida das populações, ou que praticam atos contrários à Vida e à Saúde de outras pessoas ou contra o Ambiente, não devam ser combatidas. Por mais idealista e utópico que possa parecer, este antropocêntrismo em saúde significa luta contínua contra os favores adversos à Vida e à Saúde e permanente batalha a favor de melhores condições concretas de Vida e saúde para todos. 15.4 - Mentalidade Preventivista Com mentalidade preventivista, pretende-se que todo o ensino esteja focalizado na Saúde e na doença. Assim, o que se tem como objetivo final do Ensino de Saúde é que os alunos adquiram valores que gerem comportamentos que promovam a Saúde, evitem a doença e lutem contra esta. Para isso, não há que se perder em detalhes de ciclos evolutivos, de descrições pormenorizadas de doenças ou complexos mecanismos intracelulares dos processos de defesa. Estes e outros aspectos patológicos, deverão ser esclarecidos na medida necessária para a compreensão da promoção da saúde e da promoção da saúde e da prevenção de doenças. Nesta abordagem, o que sobressai, essencialmente, é a preocupação com a Vida e a Saúde. 15.5 - Características do Ensino de Saúde De acordo com o Parecer no 2.264, de agosto de 1974, do Conselho Federal de Educação, Pela primeira vez a lei destaca e individualiza a educação da saúde como ensino autônomo. Entretanto,neste mesmo parecer, enfatiza-se a necessidade de envolvimento de outras áreas com o ensino de saúde, face à correlação dos diversos conteúdos programáticos, especialmente daqueles ligados às áreas de Ciências, de estudos sociais e de Educação Física, com os princípios científicos que explicam e legitimam os comportamentos adequados à promoção da saúde e à prevençào da doença. Aliás, em qualquer disciplina ou área de estudo, quando o professor, ao desenvolver com os alunos conhecimentos específicos de sua matéria, procurar fazer as relações desses conteúdos com situações reais e concretas da Vida e Saúde, individuais, coletivas ou ambientais, encontram-se aí, as condições essenciais para a integração com o Ensino de Saúde. Neste sentido, é oportuno enfatizar que, na recente proposta do Ministério da Educação dos

"Parâmetros Curriculares Nacionais", Saúde participa como um dos temas transversais do "Convívio Social e Ética". 15.6 - Profundidade do Ensino de Saúde Em qualquer campo do conhecimento, a procura progressiva de aprofundamento, com freqüencia, direciona a visão para fatos que apenas remotamente se relaciona com a Vida. Os conteúdos do Ensino de Saúde, sejam quais forem, particularmente nas primeiras séries do 1 o grau, devem ser sempre relacionados diretamente com a Vida, isto é, no mesmo campo onde se processa a vida diária de cada um. Nesta visão, no Ensino de saúde, a profundidade do conhecimento deve ser a necessária e suficiente para a compreensão dos "porques" em relação à promoção, proteção e recuperação da saúde. Por exemplo: os conhecimentos a respeito da estrutura química da água e das propriedades físicas de substâncias relacionadas diretamente com a vida, não fazem parte dos conteúdos do Ensino de Saúde. Entretanto, todos os aspectos relativos à importância da água para a Vida ou sua participação na promoção, proteção e recuperação da saúde, são conteúdos válidos para o Ensino de Saúde. Assim, o Ensino de Saúde será sempre mais abrangente, mais global, mais geral e sem receio de desqualificá-lo, mais simples. 15.7 - Papel do Professor O responsável pelo desenvolvimento do Ensino de Saúde nas Escolas é o professor. O Ensino de Saúde não pode ser tarefa de médicos, enfermeiros e outros profisssionais da área da saúde, dentro da Escola. Isto, entretanto, Não desobriga os profisssionais da saúde da Prática da Educação para a saúde, como complemento indispensável, ao exercerem suas atividades de Atenção à Saúde. Apesar de instituído há mais de 20 anos, o Ensino de Saúde, não tem recebido a atenção que merece, no sentido de preparo pedagógico dos professores para a educação destas atividades. O Ensino de Saúde propicia um envolvimento professor-aluno como pessoas. Cria-se, assim, um campo extremamente rico para análise de aspectos éticos, quer relacionados aos Direitos na luta por melhores condições de Vida e Saúde, individual, coletiva e ambiental, quer relacionados aos Deveres e Responsabilidades, por atos praticados ou por omissão, que prejudiquem a Vida e a Saúde de terceiros ou do Ambiente, ou seja, seus envolvimentos como cidadãos. A partir desses posicionamentos, objetiva-se a aquisição de uma visão crítica do mundo em que vivemos, seja ela na relação entre poluição ambiental e interesses econômicos; seja entre o consumismo desenfreado e a degradação social ou entre noticiários de televisão e interesses de ações políticas.

15.8 - Que professor deve ser responsável pelo Ensino de Saúde? Por sua amplitude (e não por sua profundidade) e interdisciplinaridade, é evidente que o Ensino de Saúde deve ser trabalho para o conjunto dos professores de uma Escola e não para apenas um professor, como habitualmente se faz. Neste caso, com freqüencia, observa-se que, a partir da 4 a série, os professores de ciências são os escolhidos, face à sua formação biológica. Geralmente, entretanto, esta nova atribuição na área do Ensino de Saúde é vista, por eles, como um fator usurpador do tempo destinado ao Ensino de sua Disciplina. Este aspecto, eventualmente, poderia ser superado se o Ensino de Saúde fosse considerado Disciplina com carga horária definida e autônoma, como prevê o Parecer número 2.264/74, do Conselho Federal de Educação. Entretanto, chamase a atenção de que, embora haja estreita correlação entre Ensino de Ciências e Ensino de Saúde, os professores de Ciências, em que pese seu bom preparo técnico na área, têm muitas dificuldades para desenvolver essa atividade. O fato essencial nessa dificuldade parece centrar-se não na necessidade de mais conhecimentos, mas sim, na mudança de ponto de vista, isto é, em uma atitude mental diferente. Assim, por exemplo, considerar a água como um componente do Ambiente, uma substância química (H2O), insípida, inodora, incolor,etc., ou descrever mecanicamente, o corpo humano, seu aparelho genital, suas transformações, etc.,são enfoques com a visão de Ciências. Esses conteúdos evidentemente, são importantes como conhecimentos que podem gerar comportamentos favoráveis à promoção, proteção e recuperação da Saúde, mas, freqüentemente, são ministrados com a visão de Ciências. No entanto, tudo se transforma quando se pensa na água como elemento indispensável à Vida, indispensável para a higiene pessoal e do ambiente, bem como para o lazer aquático, que participa em altas proporções de nosso corpo, dos alimentos e de muitos medicamentos; que sua falta leva o indivíduo à desidratação e que nos maravilha pela beleza de uma catarata e nos enche de medo nas inundações. Ou quando se pensa o que é necessário para que nosso corpo cresça e se desenvolva com Saúde; como se processa o crescimento e desenvolvimento e o que interfere favorável ou desfavorávelmente neste processo; como evitar doenças de um modo geral ou prevenir alguma forma específica de agravo à saúde; como é um relacionamento sadio entre as pessoas; que tipo de doenças estão relacionadas diretamente com a pobreza; quais as principais causas do analfabetismo, prostituição, violência, abuso de drogas, como esta a situação de saúde da população brasileira; como diminuir as taxas de mortalidade infantil ou a letalidade por sarampo. O professor em qualquer matéria, especialmente em Ciências e Estudos Sociais, ao procurar refletir ou fazer refletir sobre as influências favoráveis e desfavoráveis à Saúde do que está ensinando, está, também, ensinando Saúde. Toda a vez que os fatos são analisados sem que se faça sua conexão com a Vida e a Saúde, não

estamos ensinando Saúde, mesmo quando se tratar de temas indispensáveis à vida como a água, o ar, a luz, o sol, os alimentos, o corpo humano e a fecundação. A visão para o Ensino de Saúde visão de Saúde consiste, apenas, na percepção e utilização de caminhos que façam ligação direta entre o que é ensinado com a Vida e a Saúde das pessoas e do Ambiente. Conflito do Ensino de Saúde X Realidade Social É importante salientar que o Ensino de Saúde, pela natureza de seu conteúdo, que envolve a Vida, pode originar problemas, tanto para o professsor, como para os alunos e seus familiares, como conseqüencia da necessária análise crítica de uma série de condições ambientais de vida que interferem na saúde. Ensinar, por exemplo, quais são as necessidades alimentares para um bom crescimento e desenvolvimento ou fazer com que o escolar compreenda as características de uma habitação adequada às necessidades de Saúde, são conteúdos freqüentemente contraditórios e incongruentes com a situação real de vida da imensa maioria da população brasileira. E, para evitar esses conflitos, seria possível negar tais informações? A finalidade do Ensino de Saúde é fornecer aos alunos elementos que lhe possibilitem valorizar a Saúde, analisar criticamente os fatos de sua vida, tomar decisões e lutar pela melhoria de suas condições de Vida e Saúde. 16- Conteúdos do Ensino de Saúde 16.1 - Identificação de Temas Básicos Com a convicção da importância da multiplicidade de fatores na causa da situação concreta da saúde individual, coletiva e ambiental, bem como dos paradigmas e características do Ensino de Saúde e pela evidente importância da Unidade da sistematização do conhecimento como instrumental indispensável para a organização do trabalho docente, pode-se estruturar o Ensino de saúde em quatro grandes temas básicos: - Crescimento e Desenvolvimento; - Nutrição; - Higiene Física, Mental e Social e - Agravos à Saúde. Objetiva-se, com esta Estrutura, uma construção curricular que ofereça uma visão globalizante, clara, pedagógica e sistêmica dos conteúdos do Ensino de Saúde para o professor. De um modo global, os conteúdos de cada tema básico podem assim serem estruturados:

- Em Crescimento e Desenvolvimento, incluem-se conhecimentos a respeito da origem da própria vida, da evolução do ser humano da concepção até a morte e dos fatores genéticos e ambientais que podem influir favorável ou desfavoravelmente neste processo. Cabe ressaltar que neste grande tema englobam-se os conteúdos de Educação da Sexualidade, mas que estes, são apenas uma parte daquele e, necessariamente, não devem ser confundidos com o seu todo. Esta abordagem integrada, por outro lado, engloba a sexualidade como um componente indispensável à vida humana. - Em Nutrição incluem-se aspectos relacionados com a produção de alimentos; sua disponibilidade na Comunidade, na família e para o indivíduo; as necessidades qualitativas e quantitativas de nutrientes, bem como se analisam, também, a influência de fatores socioculturais e econômicos na nutrição humana e as repercussões da alimentação adequada e inadequada para a saúde, particularmente para o crescimento e desenvolvimento. - Em Higiene Física, Mental e Social incorporam-se aspectos relacionados com a higiene pessoal, saneamento e preservação do meio ambiente; o lazer,o trabalho e suas influências, negativas e positivas, na prevenção de agravos à saúde e no comportamento social. - No tema Agravos à Saúde incluem-se conhecimentos de agravos à saúde, desde infecções e acidentes de trânsito até uso de álcool, fumo e drogas, sempre com a finalidade de que o aluno conheça os mecanismos de produção dos agravos, adote medidas práticas de prevenção de agravos à saúde individual, coletiva e ambiental, bem como assuma comportamentos adequados para o tratamento das doenças. 16.2 - Reorganização dos Conteúdos da 1 a à 8 a séries Completando esta Estrutura, os conteúdos das quatro áreas temáticas (linhas horizontais) são reorganizados, em linhas verticais, tendo em vista os aspectos evolutivos das capacidades e habilidades dos alunos, garantindo-se a continuidade e a seqüencia do processo ensino-aprendizagem da primeira à oitava séries, de uma forma integrada para cada uma das oito séries do primeiro grau. Neste sentido, nas primeiras séries, são alocados conteúdos necessariamente elementares, de natureza concreta e, fisicamente, próximos ao aluno, isto é, participantes de sua vivência diária. Complementarmente, nas séries finais incluem-se conteúdos de natureza complexa, freqüentemente envolvendo fatos distantes de sua experiência de vida, exigindo capacidade de abstração. Assim, o conhecimento vivenciado das atividades das primeiras séries, antecede o conhecimento sistematizado das últimas séries. O próximo à criança antecede o distante e o concreto precede o abstrato. Os conhecimentos relacionados diretamente com o próprio escolar (uso correto da água para beber 1 a série) precedem os relacionados com a família (tratamento doméstico da água 3 a série) e estes se colocam antes dos que dizem respeito à comunidade (serviço de

abastecimento de água 7 a série). Da mesma forma, conhecimentos relacionados com a higiene pessoal aspecto físico (1 a,2 a e 3 a séries) aparecem cronologicamente antes de noções de comportamento psicossocial aspectos mental e social. De forma exemplificativa, em Crescimento e Desenvolvimento, nas primeiras séries, incluem-se a identificação de masculino e feminino e noções de crescimento de animais e plantas; nas séries intermediárias, maturação sexual e noções de reprodução e, nas séries finais, visão global do crescimento e desenvolvimento, bem como a evolução do ser humano e suas relações com a Vida e a Saúde. Em Agravos à Saúde, os conteúdos iniciam-se pelos agravos físicos, seguem-se os agravos biológicos e se conclui com agravos à saúde por tóxicos. 16.3 - Participação da família e da Comunidade. O maior alcance das propostas dirigidas à promoção, proteção e recuperação da saúde do escolar, está diretamente vinculado ao maior envolvimento da família e da comunidade. A família deve participar nas ações de saúde esolar que envolvam seus filhos, tais como, discussão da escolarização, do ensino da saúde, da assistência à saúde, de cuidados higiênicos, etc. Como estratégia, poderão ser utilizadas as reuniões de Pais e Mestres, as respectivas Associações, bem como a organização de Conselhos Comunitários e outras formas de participação. Os pais são elementos muito importantes como reforço do processo educativo desenvolvido na escola, bem como podem atuar como multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. Suas participações devem ser ativas na Comunidade, inclusive no controle social da Escola. É necessário que os profissionais da área de Saúde discutam sua proposta de atuação com a comunidade escolar ( alunos, pais, professores, diretores, e outros trabalhadores da escola), e é desejável que haja envolvimento de outros serviços de comunidade, inclusive orgãos nãogovernamentais tais como instituições religiosas, Associações de Moradores. Estas, poderão atuar amplias atividades desenvolvidas, principalmente fora da escola, em relação à atenção às condições socioeconômicas dos alunos, às práticas esportivas, artísticas e culturais e ao esforço pedagógico. Propõe-se, então, a participação efetiva da família, integração com a comunidade escolar e vinculação com entidades governamentais e outras instituições nãogovernamentais, evitando-se duplicação de ações e desperdício de recursos. 1 - Referências Bibliográficas. 1.Bartlett, E.E. The contribution of school health to community health promotion: what can we reasonably expect? American J. Of Public Health 71(12): 1384-1391.1981. 2. Brasil.Leis e Decretos etc Lei Federal no 5.692. de 11 de agosto de 1971: Fixa diretrizes e bases para o ensino de I e II Graus e da outras providências.

3. Coelho, H. da S.; Conceição, J.A.N. & Yunes, J. Guia Curricular de Saúde para o Ensino de I Grau. Ver. Saúde Públ.,(S.Paulo) 8:129.144,1974 4. Conceição, J.A N."Ensino de Saúde" IN Saúde Escolar. A Criança, a Vida e a Escola". S. Paulo, ed Sarvier,1994. 5. Conceição, J.A N. Vida e Saúde. IN Pediatra em Consultório". Sarvier, São Paulo, 1998 Faculdade de Saúde Pública da USP Saneamento do Meio Apostila do Departamento de Saúde Ambiental.1976 6. Focest,E. Educação e Saúde, campos de atuação na área escolar. Ver. Brasil.De Saúde EscolarI(1); 19-21,1990. Kloetzel, K.,-Temas de Saúde: Higiene Física e do Ambiente São Paulo Ed. Pedagógica e Universitária 1980. 7. Miranda,V.L.A. de Saúde Escolar O Programa de Paulina. São Paulo, 1992. Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual de Campinas. 8. Pimont, R.P. A educação em saúde: conceitos, definições e objetivos Boll. Of. Sanit. Panam.82(1):14.22.1977.São Paulo( Estado). Código Sanitário Decreto: no 212-342 de 27/9/78 1979. 9. São Paulo(Estado). Secretaria da Educação, Departamentode assistência ao Escolar. A Escola Pode Dizer "Não"aos Acidentes manual para o professor 1975 São Paulo (Estado). Secretaria da Educação Centro de Recursos Humanos e Pesquisas Educacionais "Prof. Laerte Ramos de Carvalho", Guias Curriculares Propostos para as Matérias do Núcleo Comum do Ensino do 1 o Grau. Imprensa Oficial do Estado São Paulo Brasil 1975,232 págs. 10. São Paulo (Estado). Secretaria da Educação Departamento da Assistência ao Escolar Saneamento Básico na Escola 1979. 11. São Paulo (Estado). Secretaria da Educação. Departamento de Assistência ao Escolar Você e os Problemas de Audição 1982. 12. São Paulo(Estado). Secretaria da Educação. Departamento de Assistência ao Escolar Observação de saúde do Escolar Manual para o Professor, 1983. 13. São Paulo (Estado)- SUDS-SP Prevenção de Acidentes: uma Proposta de Trabalho Mimeo, s.d. 14. Sucupira, A. C.S. I et al: Atenção Integral à Saúde do Escolar in Conceição J. A. N. Saúde Escolar a criança, a vida, e a escola SP Sarvier 1994. P 204-214. 15. Werner, D. e Bower, B. Aprendendo e Ensinando a Cuidar da Saúde S.P. Ed.Paulinas 1984.

Relatores: João Luiz Kobel, Jorge Harada, José Augusto Nigro Conceição, Luiza A. S.Mascaretti, Rosa Maria P.Aguiar, Vera Lúcia A de Miranda. Presidente do Departamento de Saúde Escolar da SBP- Jussara de Azambuja Loch Transcrição para Homepage : Abelardo Bastos Pinto Jr Documento Científico do Departamento de Saúde Escolar