SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INOMINADO Nº AGRAVANTE: MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGRAVADO: MARIA APARECIDA FAJARDO REZENDE

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DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA, NOS TERMOS DO ART. 557, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DESPROVIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO INTERNO. feps

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Transcrição:

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INOMINADO Nº 0251320-54.2010.8.19.0001 AGRAVANTE: MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGRAVADO: MARIA APARECIDA FAJARDO REZENDE DESEMBARGADORA: TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO AGRAVO INOMINADO. APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS. FATO GERADOR. REGISTRO NO CARTÓRIO IMOBILIÁRIO DA TRANSMISSÃO DO BEM. CONCESSÃO DA ORDEM. MANUTENÇÃO. 1. Tratam os autos de Agravo Inominado interposto contra a decisão monocrática desta Des. Relatora que, com base no art. 557, caput do CPC negou seguimento ao apelo do ora agravante mantendo a sentença que concedeu a ordem pretendida pela agravada para determinar que o ente municipal emitisse a guia para pagamento do ITBI sem a cobrança dos juros de mora e multa. 2. Se o fato gerador do ITBI é a transmissão da propriedade sobre o bem imóvel, se dessume que o mesmo é devido a partir do momento em que se efetiva essa transferência de domínio, com base no princípio da legalidade tributária. Dessa forma, concluise que enquanto não se procede ao registro do contrato de compra e venda não se consuma o fato gerador do ITBI, o que torna ilegítima a multa aplicada por atraso no recolhimento do imposto. Recurso a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo Inominado nº 0251320-54.2010.8.19.0001, de que são partes as acima mencionadas ACORDAM os Desembargadores da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos MESR 1

termos do voto do Relator. Cuida-se de agravo inominado interposto pelo Município do Rio de Janeiro contra a decisão monocrática de fls. 127/138, que negou seguimento ao recurso de apelação e manteve a sentença atacada determinando que o ente municipal emitisse guia para pagamento do imposto (ITBI) sem a incidência de multa e juros. Inconformado, o Município recorrente apresentou o agravo inominado de fls. 140/147, aduzindo, em síntese, que a questão controvertida não foi apreciada com acerto; que a relatora deste recurso deve reconsiderar sua decisão e, caso assim não entenda, incluir os presentes autos em mesa para julgamento colegiado. É o relatório. V O T O O artigo 557, do CPC, permite ao Relator o julgamento monocrático do recurso, seja negando-lhe seguimento, seja dandolhe provimento, sempre que sobre a questão já exista posicionamento jurisprudencial ou súmula do Tribunal local ou dos Tribunais Superiores. Como já ressaltado por esta Relatora, observa-se que se o fato gerador do ITBI é a transmissão da propriedade sobre o bem MESR 2

imóvel, se dessume que o mesmo é devido a partir do momento em que se efetiva essa transferência de domínio, com base no princípio da legalidade tributária. Dessa forma, conclui-se que enquanto não se procede ao registro do contrato de compra e venda não se consuma o fato gerador do ITBI, o que torna ilegítima a multa aplicada por atraso no recolhimento do imposto. Neste sentido, convém transcrever as fundamentações constantes na decisão monocrática vergastada. Confira-se: Versa a controvérsia recursal sobre a cobrança de encargos moratórios incidentes na apuração do valor a ser pago a título de imposto sobre transmissão de bens imóveis ITBI, em razão do ente municipal, ora apelante, considerar que o aludido imposto deve ser pago no prazo de trinta dias contados da data prevista no instrumento para quitação total do preço (ocorrido em 10/01/1999 segundo guia de fls. 59), nos termos do art. 20, VI da Lei Municipal nº 1.364/88, ao passo que a impetrante, ora apelada, sustenta que o fato gerador do imposto somente se daria no momento do registro da escritura de compra e venda, o que foi reconhecido pela ilustre magistrada de primeira instância. A Constituição da República atribuiu a competência para instituir o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis - ITBI ao Município, nos termos do seu art. 156, II, cujo teor segue, in verbis: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais MESR 3

sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; Sabe-se também que a transmissão de bens imóveis somente se opera com o registro do título de transferência no registro de imóveis, conforme disposto no art. 1.245 do Código Civil, in verbis: Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. Verifica-se que a transmissão de propriedade de bens imóveis, de direitos reais sobre imóveis e de cessão de direitos sobre tais transmissões não pode ser entendido senão conforme a lei civil. Isso por expressa determinação do CTN, conforme disposto em seus artigos 109 e 110: Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Diante disso, pode-se afirmar que é defeso aos Municípios modificar o conceito atribuído pela lei civil à expressão transmissão de propriedade de bens imóveis, de direitos reais sobre imóveis e de cessão de direitos, sendo certo que a transmissão ocorre mediante o MESR 4

registro do título no registro de imóveis, conforme o já citado artigo 1245 do CC. Por conseguinte, se o fato gerador do ITBI é a transmissão da propriedade sobre o bem imóvel, se dessume que o mesmo é devido a partir do momento em que se efetiva essa transferência de domínio, com base no princípio da legalidade tributária. E não é outro o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementas a seguir colacionadas: PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA.(TRIBUTÁRIO. ITBI. DIFERENCIAÇÃO DE ALÍQUOTAS E PROGRESSIVIDADE. FATO GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA RESCINDIDA) 1. O fato gerador do ITBI é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do bem imóvel motivo pelo qual não incide referida exação sobre o registro imobiliário de escritura de resilição de promessa de compra e venda, contrato preliminar que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo. 2. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 3 Agravo Regimental desprovido. (AgRg no AgRg no REsp 764808 / MG Min. Luiz Fux Primeira Turma DJ 12/04/2007 STJ) AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. RESILIÇÃO CONTRATUAL. NÃO-INCIDÊNCIA. 1. A jurisprudência do STJ assentou o entendimento de que o fato gerador do ITBI é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do bem imóvel. Somente após o registro, incide a exação. 2. Não incide o ITBI sobre o registro imobiliário de escritura de resilição de promessa de compra e venda, contrato preliminar que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 448245 / DF Min. Luiz Fux Primeira Turma - STJ) MESR 5

Dessa forma, enquanto não se procede ao registro do contrato de compra e venda não se consuma o fato gerador do ITBI, o que torna ilegítima a multa aplicada por atraso no recolhimento do imposto, uma vez que o fato gerador e seus efeitos ocorrem a partir do momento em que esteja definitivamente constituída a situação jurídica, nos termos do inciso II do art. 116 do Código Tributário Nacional, que segue in verbis: Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Outrossim, ainda que se alegue que a lei municipal não instituiu nova hipótese de fato gerador, mas apenas antecipação do pagamento do tributo, verifica-se inaplicável tal antecipação, haja vista que a transmissão de propriedade não se presume e decorre do registro de escritura pública de compra e venda. Aliás, como bem salientado no parecer ministerial de 1º grau, inaplicável a antecipação do pagamento no caso em comento, conforme se transcreve a seguir: Não é lícito pretender, como o faz o impetrado, o recebimento dos valores em momento anterior. O 7 do art. 150 da CRFB restringese às hipóteses de substituição tributária, que não é o caso, não tendo, portanto, o condão de validar a norma municipal. Sendo assim, não é cabível a incidência da multa e juros cominados eis que o contribuinte não se encontra em mora. Correta a pretensão de que a cobrança se faça exclusivamente pela aplicação da alíquota sobre o valor venal indicado como base de cálculo.. Na hipótese dos autos, a decisão hostilizada está alicerçada em reiteradas decisões deste Egrégio Tribunal e também desta Câmara Cível, não merecendo, portanto, qualquer reparo. Confira-se: MESR 6

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. REGISTRO. COBRANÇA DE ACRESCIMOS MORATÓRIOS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. PRECEDENTES DO STJ. O fato gerador do ITBI é a transferência da propriedade imobiliária que se dá mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. Antes de tal registro, o alienante ainda ostenta a condição de proprietário do imóvel. Aplicação do princípio da legalidade tributária. Impossibilidade de incidência do ITBI antes da ocorrência do fato gerador, qual seja, antes da efetiva transmissão do domínio. Ausência de previsão constitucional para a antecipação do recolhimento do tributo. Restituição dos valores cobrados, a título de mora. Conhecimento e desprovimento do recurso. (Apelação nº 0016134-56.2007.8.19.0001 Des. Rogerio de Oliveira Souza Julgamento: 28/08/2012 Nona Câmara Cível). AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL. DECISÃO QUE CONDICIONA A LIMINAR A DEPÓSITO PRÉVIO DE ITBI. NÃO INCIDÊNCIA. FATO GERADOR NASCE COM A TRANSCRIÇÃO NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS COMPETENTE. ORIENTAÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRECEDENTES DESTA CORTE. CONCESSÃO DA LIMINAR PARA EXCLUIR DO LANÇAMENTO OS VALORES INSERIDOS A TÍTULO DE MORA. PROVIMENTO DO RECURSO NA FORMA DO ARTIGO 557, 1º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (Agravo de Instrumento nº 002400-36.2010.8.19.0000 Des. Guaraci de Campos Vianna Julgamento: 06/07/2010 Décima Nona Câmara Cível). IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSAO DE BENS IMOVEIS. IMOVEL NAO REGISTRADO. FATO GERADOR NAO CONSUMADO. NAO INCIDENCIA, INEXIGIBILIDADE DA MULTA MORATORIA. NAO INCIDENCIA DE JUROS COMPENSATORIOS. AGRAVO INOMINADO. APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS. FATO GERADOR. REGISTRO NO CARTÓRIO IMOBILIÁRIO DA TRANSMISSÃO DO BEM. CONCESSÃO DA ORDEM. MANUTENÇÃO. Tratam os MESR 7

autos de Agravo Inominado interposto contra a decisão monocrática desta Des. Relatora que, com base no art. 557, caput do CPC negou seguimento ao apelo do ora agravante mantendo a sentença que concedeu a ordem pretendida pela agravada para determinar à edilidade impetrada a realização do cálculo do ITBI sem a cobrança dos juros de mora e multa sobre o tributo, emitindo a competente guia de pagamento do imposto. Celebração do contrato de compromisso de compra e venda não gera obrigação de pagamento do imposto de transmissão de bens imóveis. Fato gerador do ITBI ocorre com o registro da transferência da propriedade no cartório imobiliário. Ilegitimidade da multa e juros de mora aplicados em decorrência de atraso no recolhimento do supramencionado imposto, porquanto ausente a mora da empresa apelada. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação nº 0058352-94.2010.8.19.0001 Des. Elisabete Filizzola Julgamento: 28/03/2013 Segunda Câmara Cível). Direito Constitucional. Direito Tributário. ITBI. Fato gerador. Condições da Ação. Teoria da Asserção. Legitimidade ativa caracterizada. Regularidade da representação processual da parte recorrida. Registro de promessa de compra e venda firmada na vigência do Código Civil de 1916 não configura fato gerador de ITBI. Cobrança indevida de juros de mora e multa. Fato gerador do ITBI é a transferência da propriedade imobiliária que se dá mediante o registro de compra e venda do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, isto é, com a efetiva transmissão do domínio. Precedentes dos Tribunais Superiores e desta Câmara Cível. Recurso desprovido. (Apelação nº 0114496-88.2010.8.19.0001 Des. Alexandre Câmara Julgamento: 18/09/2013 Segunda Câmara Cível) Desse modo, não merece censura a decisão vergastada, devendo ser mantida por seus próprios fundamentos. Isto posto, nega-se provimento ao recurso. Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2013. MESR 8

TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO Desembargadora Relatora MESR 9