CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM PEDAGOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS: UMA VISÃO DISCENTE

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Transcrição:

CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM PEDAGOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS: UMA VISÃO DISCENTE Basilio Cileno Martins Brum 1. M.e Maria Cecilia Martinez Amaro Freitas 2. Resumo A reflexão do conhecimento estrutura a identidade profissional. Este artigo tem por objetivo verificar as contribuições do estágio na formação do Pedagogo. Para tanto, evidenciam-se a função do estagio na formação acadêmica, logo se explicam as bases acadêmicas iniciais para a realização do estágio no curso de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis e, finalmente, se aponta a visão dos acadêmicos em relação ao estágio supervisionado. Para a realização do estudo efetivou-se uma pesquisa bibliográfica seguida de coleta de dados através de um questionário aplicado aos discentes do último período do curso de Pedagogia da supracitada instituição. Através da pesquisa se constatou que os acadêmicos reconhecem a necessidade do estagio supervisionado e conseguem relacionar as teorias vistas no curso com a prática realizada nas escolas-campo. Entretanto, observou-se também que essa opinião não é unanime, ou seja, é necessário evidenciar melhor essa relação teoria e prática para que todos os alunos a reconheçam. Palavras-chave: teoria, prática, estágio supervisionado, Pedagogia, Centro Universitário de Anápolis. INTRODUÇÃO Para se conduzir uma profissão de forma eficiente à formação acadêmica ou técnica é extremamente importante, pois através dela o indivíduo aprende teoricamente como desenvolver sua prática, ou seja, a teoria representa a instrumentalização do conhecimento. Contudo, somente ela não é suficiente, a prática desempenha papel basilar na aprendizagem de como desenvolver a teoria aprendida na academia, por esse motivo o estágio apresenta um papel fundamental na formação profissional, e isso se aplica igualmente ao estudante de Pedagogia, foco deste estudo. Segundo Silva (2011) compreende-se que o estágio supervisionado oferece ao acadêmico a oportunidade de integrar teoria e prática. A teoria aponta para a elaboração de instrumentos conceituais para pensar rigorosamente e conhecer profundamente a realidade concreta. No entanto, não se pode permitir que a teoria supere a prática, a teoria deve ser instrumento de apoio e não uma barreira burocrática para desenvolvimento do conhecimento prático. 1

Nesse sentido, a teoria é um norteador regente dos conhecimentos acadêmicos, mas a perspicácia do conhecimento é a possibilidade de colocar em prática as teorias e técnicas ensinadas no decorrer do curso. Por esse motivo o discente deve ter conhecimento da real função do estágio, inclusive para poder tomar decisões, de forma consciente, se realmente deseja seguir no campo de trabalho que está estagiando, ou se outras possibilidades são apresentadas. Neste contexto, os objetivos desta pesquisa é evidenciar a importância da integração entre a teoria e a prática no estágio supervisionado. Para tanto, evidenciam-se a função do estagio na formação acadêmica, logo se explicam as bases acadêmicas iniciais para a realização do estágio no Curso de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis e, finalmente, demonstra-se como os acadêmicos de Pedagogia desta instituição compreendem o estágio. Para a realização do estudo efetivou-se uma pesquisa bibliográfica seguida de coleta de dados através de um questionário com perguntas fechadas e abertas junto aos alunos do 7º período do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis. No total 78% dos acadêmicos responderam ao questionário aplicado no primeiro semestre de 2016. 1. O estágio nos estudos acadêmicos No âmbito acadêmico o estágio constitui-se na fusão da teoria ao exercício prático de um curso superior. Silva (2011) o considera como uma oportunidade para o acadêmico e não deve acontecer de forma isolada no desenvolvimento do curso. Não se pode deixar de ressaltar que o estágio é exigido pela Lei 9394/96 LDB, artigo 82, em que afirma: os sistemas de ensino estabelecerão as normas para realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior de sua jurisdição. (BRASIL, 1996, p.42) Segundo Barreiro e Gebran (2006) o estágio curricular pode se constituir local de reflexão e formação de identidade ao propiciar embates no decorrer das ações vivenciadas pelos alunos, desenvolvidas numa perspectiva reflexiva e crítica, desde que efetivado com essa finalidade. Deve-se ressaltar que existe diferença entre o estágio supervisionado e o estágio profissional, conforme Passerini (2007) evidência [...] estágio supervisionado é aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuação como objetivo de estudo, de 2

investigação, análise e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do curso, indo além do chamado estágio Profissional, aquele que este treine as rotinas de atuação. (PASSERINI,2007, p. 30). Conforme essa afirmação, o estágio profissional é estruturado de forma instrutiva, associada ao conhecimento da atuação do profissional na empresa. Por outro lado, o estágio supervisionado é coordenado por uma equipe de professores orientadores que ressaltam sua importância e significado para o discente. Segundo Pimenta (2006) o estágio supervisionado permite ao discente a construção de conhecimentos de forma reflexiva e proporciona a estruturação da identidade profissional, é o momento de vivenciar o aprendizado teórico na praticidade e formar uma interação de conhecimentos. O estágio é a essência que gera conhecimento sendo o motivador reflexivo que possibilita o desenvolvimento da prática pedagógica. Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2001) esclarecem que o estágio quando visto como uma atividade de que se pode trazer imensos benefícios para a aprendizagem, para a melhoria do ensino e para o estagiário, no que diz respeito à sua formação, certamente trará resultados positivos. Estes tonam-se ainda mais importantes quando se tem consciência de que as maiores beneficiadas serão a sociedade e, em especial, a comunidade, a comunidade a que se destinam aos profissionais egressos da universidade. (BIANCHI; ALVARENGA; BIANCHI, 2001, p. 16) Por tanto, o estágio supervisionado é uma atividade que traz benefícios não só ao discente, mas também à comunidade. É o momento em que o discente deve sanar suas dúvidas interagindo a teoria com a prática, conscientizando-se que ambas se completam e é justamente no estágio supervisionado que acontece essa consolidação que deve ocorrer por parte do discente de forma reflexiva e analítica. A interação do conhecimento não depende unicamente do acadêmico na realização do estágio supervisionado. A escola campo também faz parte do desenvolvimento do discente, ela deve proporcionar a consolidação do conhecimento de forma significativa sem colocar barreiras burocráticas para o estágio supervisionado. Segundo Kulcsar (2001, p. 65) o estágio supervisionado deve ser considerado um instrumento fundamental no processo de formação do professor. Poderá auxiliar 3

o aluno a compreender e enfrentar o mundo do trabalho e contribuir para a formação de sua consciência política e social, unindo a teoria à prática. Mas, para que isso ocorra, o Estágio não pode ser encarado como uma tarefa burocrática a ser cumprida formalmente, muitas vezes desvalorizado nas escolas onde os estagiários buscam espaço. Não se pode burocratizar o conhecimento e desvalorizar o estagiário, é preciso que ele seja apoiado e não se criem barreiras ao seu desenvolvimento. É de fundamental importância conduzir esse momento o qual direcionará para a realidade do aprendizado. O desenvolvimento do conhecimento não pode acontecer de forma isolada. que estes No caso dos cursos de formação de professores, Pires (2004) esclarece não podem mais propor um espaço isolado para experiência prática, que faz com que, por exemplo, o estágio se configure com algo com finalidade em si mesmo e se realize de modo desarticulado com o restante do curso. Também não é possível deixar ao futuro professor a tarefa de integrar e transpor seu saber fazer, sem ter oportunidade de participar de uma reflexão coletiva e sistemática sobre esse processo (apud SILVA, 2011 p. 12). Dessa forma o estágio é a possibilidade de colocar em prática todos os conhecimentos, metodologias e técnicas apreendidas no decorrer do curso. Reconhecer a relação dos conteúdos abordados durante sua formação inicial no momento da prática e ainda detectar potencialidades e deficiências em sua formação. Além do mais, é no momento do estágio que se analisa o interesse em prosseguir ou não na carreira ou em qual ramo dela deseja especializar-se. 2. Bases e Procedimentos do estágio supervisionado de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis Segundo as Diretrizes de Base do Curso de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis as bases que norteia o estágio supervisionado no curso da instituição estão consolidadas em lei. Conforme Diretrizes de Base do Curso de Pedagogia da UniEVANGÉLICA A consolidação das normas de estágio para o curso de Pedagogia segue as orientações da Lei 9394/96, LDB, artigo 82, Os Sistemas de Ensino Estabelecerão as normas para realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior 4

de sua jurisdição [...] os cursos de formação de professores devem propor situações didáticas em que os professores em formação coloquem em uso os conhecimentos que aprenderam ou estão aprendendo. É na prática e com reflexão sobre ela, que o professor em formação consolida ou revê ações, encontra novas bases e descobre novos conhecimentos. É nessas concepções que o curso de Pedagogia direciona o discente ao estágio supervisionado de forma que esteja em conformidade com Resolução nº 01/2006 do Conselho Nacional de Educação (CNE). Segundo ela, os acadêmicos do curso de Pedagogia devem passar por 300 horas de estágio supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas, conforme o projeto pedagógico da instituição. Como já ressaltado, é o estágio supervisionado que proporciona e direciona ao momento de reflexão priorizando ao discente a oportunidade de querer ou não se desenvolver em sua área de atuação. Nos cursos de licenciatura o estágio supervisionado tem uma ação prática na qual direciona o discente ao seu desenvolvimento na atuação, principalmente, em sala de aula. Pimenta e Lima (2004) ressaltam a importância do estágio na formação de professores. No estágio dos cursos de formação de professores, compete possibilitar que os futuros professores compreendam a complexidade das ações aí praticadas por seus profissionais como alternativa no preparo para inserção profissional. (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 43). A inserção do discente do curso de Pedagogia no estágio supervisionado deve estar subsidiada ao conhecimento que adquiriu. Não se trata de imposição de uma regra, mas estar condizente com disciplinas do curso que norteiam e estruturam o verdadeiro significado do estágio: o desenvolvimento profissional do discente na praticidade. No caso do Centro Universitário de Anápolis, trata-se de um curso bem consolidado na instituição e no município de Anápolis. Ele já possui 54 anos de funcionamento e por diversas vezes sofreu modificações para atender as demandas e aprimoramento do curso. Essa instituição ultrapassa às 300 horas de estágio estipuladas por lei, visto que as diretrizes curriculares do Curso de Pedagogia estabelecem a carga horária de 300 horas para o estágio 5

supervisionado. Com a exigência legal de que carga horária de 50 minutos deve ser transformada em hora / relógio, daí o cálculo: 300h / 50 min equivalem a 360h / relógio. O Estágio Supervisionado da instituição pode ocorrer tanto no município de Anápolis como em algumas cidades vizinhas. Inicia-se no terceiro período do curso totalizando 360 horas subdivididas em cinco etapas (Estágio Supervisionado I,II,III, IV, V), as quais serão descritas a seguir. Estágio Supervisionado I (Educação Infantil) 80 horas O Estágio Supervisionado I é desenvolvido na Educação Infantil direcionado a crianças de 0 a 5 anos tendo uma carga horária de 80 horas. O estágio I faz parte do currículo do 3 período do curso e suas atividades são: 1. encontros na sala de aula para orientações, planejamento, seminários, avaliações, apresentação dos relatórios orais e escritos; 2. diagnóstico do campo de estágio análise de instituição Campo como Instância integrante do contexto social; conhecimento da organização e funcionamento considerando o processo ensino-aprendizagem e a vida escolar como um todo; 3. observação da ação docente na Educação Infantil numa perspectiva críticoreflexiva. 4. construção e desenvolvimento de projetos de atuação pedagógica com crianças de 0 a 5 anos; 5. elaboração de relatórios e relato de experiências. estágio são: As disciplinas que oferecem os fundamentos para a realização desse Dimensão Biológica e Psicomotricidade da Aprendizagem Filosofia da Educação I Fundamentos e Métodos da Educação Infantil I e II Psicologia da Educação I (Desenvolvimento Humano) Psicologia da Educação II (Aprendizagem) História Social da Criança Estágio Supervisionado II (Ensino Fundamental) 80 horas No Estágio II as atividades são planejadas tendo como foco a observação sistemática de turmas dos anos iniciais do 1 ano ao 5 ano do Ensino Fundamental, tendo uma carga horária de 80 horas. O estágio II faz parte do currículo do 4 período e suas atividades são: 6

1. conhecimento da instituição escolar e múltiplas leituras sobre a práxis educativas nos anos iniciais do Ensino Fundamental através da observação participante; 2. desenvolvimento de Projetos Pedagógicos de acordo com a necessidade da escola-campo. As disciplinas que oferecem os fundamentos para a realização desse estágio são: Filosofia Educação II Psicologia da Educação II (Aprendizagem) Fundamentos e Métodos da Educação Infantil II História Social da Criança Sociologia da Educação Fundamentos e Métodos do Ensino de: Ciências Língua Portuguesa I Matemática II Arte Geografia História Estágio Supervisionado III 80 horas No Estágio Curricular III as atividades são planejadas tendo como foco a regência de turmas dos anos iniciais do 1 ano ao 3 ano do Ensino Fundamental tendo uma carga horaria de 80 horas. O estágio III faz parte do currículo do 5 período e suas atividades são baseadas na regência nos anos iniciais do Ensino Fundamental do 1 ano ao 3 ano. Disciplinas que oferecem os fundamentos para a realização desse estágio: Filosofia Educação II Psicologia da Educação I (Desenvolvimento Humano) Psicologia da Educação II (Aprendizagem) Fundamentos e Métodos da Alfabetização II História Social da Criança Literatura Infanto-Juvenil Sociologia da Educação Fundamentos e Métodos do Ensino de: Língua Portuguesa I Arte e II Geografia Matemática I e II História Ciências Estágio Supervisionado IV 80 horas 7

No Estágio Curricular IV as atividades são planejadas tendo como foco a regência de turmas dos anos iniciais do 4 ano e 5 ano do Ensino Fundamental tendo uma carga horaria de 80 horas. O estágio IV faz parte do currículo do 6 período e se baseia na regência nos anos iniciais do Ensino Fundamental do 4 ano e 5 ano. Disciplinas que oferecem os fundamentos para a realização desse estágio: Filosofia Educação II Psicologia da Educação I (Desenvolvimento Humano) Psicologia da Educação II (Aprendizagem) Fundamentos e Métodos da Alfabetização II História Social da Criança Literatura Infanto-Juvenil Sociologia da Educação Fundamentos e Métodos do Ensino de: Língua Portuguesa I e II Arte Matemática I e II Geografia Ciências História Estágio Supervisionado V 40 horas No Estágio Curricular V as atividades são planejadas tendo como foco a observação sistemática da Gestão e funcionamento de uma Escola de Ensino Fundamental dos anos iniciais tendo uma carga horaria de 40 horas. O estágio V faz parte do currículo do 7 período e suas atividades são: de planejamento, observação, análise, participação e a validação de processo de gestão nas atividades envolvidas na escola ou organizações escolares e não escolares. As disciplinas que oferecem os fundamentos para a realização desse estágio são: Filosofia Educação II Gestão Educacional Na Organização Escolar e Não Escolar I e II Política Educacional Brasileira EJA Educação de Jovens e Adultos Educação Para Inclusão Durante todos esses estágios supervisionados são desenvolvidas várias atividades junto aos acadêmicos visando prepará-los adequadamente para sua 8

9 prática em sala de aula, entre elas são realizadas leituras e debates sobre textos, livros, artigos de revistas e jornais que levem à análise e reflexão sobre a organização do trabalho pedagógico, as tarefas da docência, os condicionantes sociais do ensino; são elaborados projetos educativos que ofereçam à Instituiçãocampo contribuições que respondam às suas necessidades e interesses; são realizadas aulas de microensino e oficinas pedagógicas; elaborados registros sistemáticos do trabalho observado e realizado em Instituições Escolares e Não Escolares, trazendo as questões da prática para serem analisadas nos espaços destinados ao Estágio, de modo a articular prática e teoria; além de encontros com o professor orientador do Estágio para supervisão individual e/ou coletiva. O estágio supervisionado tem por finalidade proporcionar oportunidade de aprender com a prática. Segundo Silva, o Estágio Supervisionado do curso de Pedagogia tem como finalidade oferecer ao aluno a oportunidade de aprender com a prática do trabalho cotidiano e desenvolver experiências com vistas à complementação do seu aprendizado e o crescimento profissional do aluno. (2011, p. 12) Na execução do estágio supervisionado é que o conhecimento se torna uma ação geradora do aprendizado reflexivo que leva ao crescimento e amadurecimento profissional do discente. 3. A visão sobre o estágio supervisionado dos acadêmicos do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Anápolis Foi realizada uma coleta de dados, através de questionário, no Centro Universitário de Anápolis, entre os acadêmicos do curso de Pedagogia do 7 período em 2016 para verificar como os alunos compreendiam o estágio supervisionado. Eles foram questionados sobre a relevância, importância, dos conhecimentos teóricos na concepção do desenvolvimento do estágio. Quando questionados sobre a importância dos conhecimentos teóricos para o desenvolvimento de sua prática no estágio. A maioria dos alunos, 75%, respondeu que considerava importante. Esta perspectiva mostra que a maioria dos acadêmicos considera que a teoria é instrumento de importância para o desenvolvimento do estágio que ela vem a somar formando um conjunto que trará seu desenvolvimento profissional. 9

10 Entretanto, 20 % respondeu que a teoria tem pouca importância para o desenvolvimento do estágio. Observando este grupo de acadêmicos é possível considerar através desse percentual que teoria ajuda apenas um pouco no desenvolvimento do estágio e sendo singular em apenas alguns momentos. Além disso, uma pequena parcela, 5%, respondeu que a teoria não tinha nenhuma relevância para o desenvolvimento do estágio. Ao fazer analise deste grupo, possibilitou verificar que para eles há falta de conhecimento e desinteresse no que se relaciona ao curso. Os alunos foram questionados sobre a relação do conhecimento adquirido na universidade. Se há uma interação da teoria com prática no desenvolvimento estágio no supervisionado. A maioria, 85%, respondeu que consegue fazer essa interação de conhecimento entre a teoria e a prática no desenvolvimento do estágio supervisionado. Observando esse percentual chega-se a conclusão que é possível formar uma interação geradora de conhecimento através da teoriapratica e essa interação se desenvolve na ação prática do estágio supervisionado. Apenas 15% respondeu que raramente conseguia fazer essa interação de conhecimento no estágio supervisionado. É possível observar, através desse percentual, que esses acadêmicos tiveram dificuldades em reconhecer a relação entre a teoria e a prática no desenvolvimento do estágio supervisionado. Foi questionado aos alunos se para iniciar o desenvolvimento das atividades na escola-campo são exigido níveis de conhecimento mais elevado dos que já tinham adquirido na academia. Menos da metade, 45%, respondeu que deveria haver maior conhecimento teórico antes de iniciar o trabalho na escolacampo. Já 12% respondeu que raramente a teoria iria fazer alguma diferença no desenvolvimento do estágio. E 40% respondeu que não era necessária a aquisição de mais conhecimento teórico para ir a campo e que o conhecimento que tinham adquirido em sala de aula já era o suficiente. Os alunos foram indagados se no ambiente de estágio supervisionado há possibilidade de interação com profissionais da escola-campo que possibilite gerar aprendizado e experiência. Nesse sentido, a maioria, 75%, respondeu que sim, há essa possibilidade de interação o que proporciona aquisição de experiência com os profissionais da escola-campo e que nunca houve dificuldade 10

11 nessa complementação e interação de conhecimento. Já 25% respondeu que não há possibilidade de aquisição de experiência através dos profissionais da escolacampo. Foi questionado se o estágio supervisionado possibilita trazer uma visão de execução de trabalho e o funcionamento da estrutura da escola, tanto de gestão quanto em sala de aula da escola-campo. Nesse quesito, a maioria, 80% dos acadêmicos, respondeu que sim, que tiveram essa possibilidade e oportunidade de aquisição de conhecimento tanto de gestão quanto em sala de aula da escola-campo. Porém, 15% respondeu que apenas parcialmente tiveram oportunidade de obter conhecimento na gestão e que o estágio estava mais restrito a regência em sala de aula, sendo que ficaram dessa forma impossibilitados de aprender mais sobre a escola-campo. Uma pequena parcela, 5%,afirma não haver possibilidade de adquirir conhecimento da execução do trabalho e da estrutura da escola. Os acadêmicos foram indagados referente ao desenvolvimento profissional proporcionado e adquirido na ação do estágio supervisionado. Grande parte, 60%, afirmou estar satisfeita e que atingiu as expectativas de aquisição de conhecimentos proporcionadas pelo estágio supervisionado. Já 12% afirmaram ter superado suas expectativas de aquisição de conhecimentos através do estágio supervisionado. E 28% afirmaram não ter atingido suas expectativas. A observação e analise das perspectivas dos referidos dados levantados, possibilitou revelar a real situação vivenciada pelos acadêmicos do curso de Pedagogia. A pesquisa esclareceu que o estágio supervisionado deve ser considerado e pensando desde o inicio do curso de forma que quando chegue o momento de estagiar o acadêmico esteja estruturado o que possibilita a ter uma ação do conhecimento prático livre de modelos planejados e prontos a ser seguido. Pimenta (2006) enfatiza essa realidade do estágio [...] A prática não está colocada no final do curso, nos estágio. Não está entendida como copiar modelos Sabem que a realidade são muito diversas. Nem está como outra em relação à teoria, porque estão percebendo que a teoria instrumentaliza para captar e analisar a prática das escolas. Nesse sentido vão juntas, o tempo todo. (PIMENTA,2006, p.176) 11

12 É possível perceber que no estágio supervisionado a teoria e prática formam um conjunto que estrutura o conhecimento que não estão desassociadas, mas se consolidam na ação de estagiar. Segundo Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2001) Não é demais lembrar: importante ético e moral é entender o que é valido no estagio. Certamente, não é a nota ou o conceito obtido após a realização [...], mas sim o saber [...] seu dever de preparar o aluno [...] A parceria teoria / prática é capaz de formar cidadãos e profissionais competentes, aptos para um trabalho digno do papel que desempenharão na sociedade. (BIANCHI, ALVARENGA E BIANCHI, 2001, p. 19) Formar cidadão competente que desenvolva o seu trabalho de forma capaz, com um olhar reflexivo é uma das características e objetivo do estágio supervisionado. Seguindo essa concepção e importância de conhecimento, os acadêmicos do curso de Pedagogia foram indagados através de questionário se o estágio supervisionado é importante para o seu desenvolvimento profissional. Por meio dos dados levantados e obtidos na pesquisa foi possível fazer uma analise da importância ou não do Estágio Supervisionado no curso de Pedagogia para desenvolvimento profissional do acadêmico. A pesquisa proporcionou alcançar os seguintes resultados: 90% respondeu que é um momento impar para o seu desenvolvimento profissional sendo uma oportunidade de vivenciar na praticidade o que haviam estudado até o momento e uma possibilidade única e tão esperada: adquiri conhecimento com profissionais que já estão atuando na área. 10% dos entrevistados condicionaram-se em afirmar que para eles é indiferente estagiar, eles estão cumprindo protocolo de exigência acadêmica. O que não é verdade no que se refere em seguir protocolo de exigência, demonstra ser um descaso e desinteresse principalmente por parte desses acadêmicos. Segundo Bento e Oliveira (2012) O estágio dos cursos de formação de professores deve possibilitar ao aluno estagiário a construção de saberes, neles incorporar procedimentos, ações, ou métodos capazes de conduzir à reflexão crítica e à compreensão da complexa e intrincada realidade que envolve a prática educativa. (BENTO;OLIVEIRA,2012, p. 60) Segundo Bento e Oliveira (2012) o estágio supervisionado possibilita o desenvolvimento da reflexão crítica, traz o surgimento da compreensão e o 12

13 desenvolvimento profissional. Entre as variáveis das respostas do questionário de pesquisa foram selecionado as principais que se destacaram de forma concisas, éticas e compromissadas com este projeto: a) O principal benefício que o estágio proporciona é usufruir do conhecimento proporcionado na prática. Estudamos a teoria, mas não temos a dimensão real do que este conhecimento realmente traz ou pode fazer sendo algo mecânico. A teoria ajuda a ter uma visão ampla de que estamos fazendo do que temos que seguir sendo o estágio a oportunidade de aprender através de experiências vivenciadas com profissionais que já estão atuando, podemos aplicar o que aprendemos tendo respaldo de uma orientação que nos moldará de forma profissional através desta prática vivenciada. b) A oportunidade ter vivenciado na prática o que aprendemos em sala de aula além de mostrar que estamos no rumo certo de uma profissão que escolhemos torna-se um momento único podermos aplicar a teoria e é o que nos estrutura na vivencia na hora da prática quando estamos atuando em sala de aula, é um momento significativo proporciona a transformação do aluno em professor na prática do seu desenvolvimento. c) O estágio supervisionado traz uma experiência que é enriquecedora e promove estimulo a motivação sobre a confiança de estar no curso certo. Representa uma grande oportunidade de experimentar a teoria na prática, relacionar os com os conteúdos estudados é um momento crucial para o desenvolvimento profissional. Analisando essa pesquisa pode-se observar a relevância entre teoria e a prática no desenvolvimento profissional do acadêmico no estágio supervisionado. E que há uma instrumentação de conhecimento proporcionado pela teoria e prática. Segundo Scalabrin e Molinari (2016) O estágio supervisionado proporciona ao licenciado o domínio de instrumentos teóricos e práticos imprescindíveis à execução de suas funções. Busca-se, por meio desse exercício beneficiar a experiência e promover o desenvolvimento, no campo profissional, dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante o curso nas instituições superiores de ensino, bem como, favorecer por meio de diversos espaços educacionais, a ampliação do universo 13

14 cultural dos acadêmicos, futuros professores. (SCALABRIN E MOLINARI, 2016, p. 02) Os dados levantados demonstram que o estágio supervisionado dimensiona e traz a amplitude cultural proporcionado por esse momento impar de gerar reflexão do aprendizado teórico que se consolida no desenvolvimento do exercício prático que é o estágio supervisionado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo salientou e trouxe o esclarecimento da importância do Estágio Supervisionado no desenvolvimento profissional do discente de Pedagogia. Tornando-se evidente que o estágio supervisionado é o instrumento que consolida a integração da teoria e a prática, formando nesse momento a insigne fusão de estruturação do conhecimento do discente de Pedagogia. O aprendizado teórico que aprendemos na universidade é de singular importância, mas é insignificante se não for desenvolvida na prática. A teoria é um norteador regente dos conhecimentos acadêmicos e sua eficácia é evidenciada quando colocada em prática todas às técnicas mencionadas e ensinadas no decorrer do curso. Segundo Pimenta e Lima (2004) o exercício de qualquer profissão é técnico, no sentido que é necessário a utilização de técnicas para executar operações e ações próprias, da mesma forma que o médico, dentista precisa desenvolver habilidades especificas para operar instrumentos próprios de o seu fazer e o professor também. É no estágio supervisionado que se obtém a construção do conhecimento e a consolidação da estrutura da identidade profissional do discente de Pedagogia. REFERÊNCIAS BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores: unidade teoria e prática. São Paulo: Avercamp, 2006. BENTO, Izabella Peracini; OLIVERIRA, Karla Annyelly Teixeira. Formação de Professores: pesquisa e prática pedagógica em Geografia. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2012. 14

15 BIANCHI, Anna Cecilia de Morae; ALVARENGA, Maria; BIANCHI, Roberto. Manual de orientação: estágio supervisionado. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2001. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96). Rio de Janeiro: DP&A, 2003. KULCSAR, Rosa. O estágio supervisionado como atividade integradora. In A prática do ensino e estágio supervisionado. PICONEZ, Stela B. (org). 7ª Edição Campinas, SP, Papirus, 2001. PASSERINI, Gislaine Alexandre. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007. PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2006. SCALABRIN, Isabel Cristina; MOLINARI, Adriana Maria Corder. A Importância da Prática do Estágio Supervisionado nas Licenciaturas. 2013. Disponível em: <www.revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol7 n1 2013/3 a importancia da pratica estagio.pdf> Acesso em 18/05/2016 SILVA, Nilson Robson Guedes. Estágio supervisionado em pedagogia. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011. 15