O OUTRO LADO DO ESPELHO: A REALIDADE POR TRÁS DA TEORIA DA OBJETIVIDADE NO JORNALISMO



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O OUTRO LADO DO ESPELHO: A REALIDADE POR TRÁS DA TEORIA DA OBJETIVIDADE NO JORNALISMO Hadassa Ester David IESRIVER INTRODUÇÃO Qual é a base que ainda sustenta a defesa objetividade no jornalismo? A antiga crença de que as notícias refletem uma imagem fiel da realidade possibilitada através de uma postura do repórter, que se apresentaria como um mediador desinteressado e, portanto, imparcial na coleta dos fatos já não se sustenta mais. Porém a questão da objetividade ainda levanta uma discussão polêmica no meio acadêmico da comunicação. Mas por que os críticos partem do pressuposto de que a imprensa deveria ser objetiva? A objetividade é uma estranha exigência a se fazer a instituições que, como sociedades comerciais, dedicam-se antes de tudo à sobrevivência econômica. É uma estranha exigência a se fazer a instituições que, com frequência, por tradição ou código explícito, são órgãos políticos. É uma estranha exigência a se fazer a editores e repórteres que não contam com nenhum dos aparatos profissionais que, no caso de médicos, advogados ou cientistas, supostamente a garantem. (SCHUDSON, 2010, p. 12). 1 A objetividade surgiu com o jornalismo inglês, que se contrapunha ao jornalismo político e literário francês. O jornalismo inglês é tido como o pioneiro em atribuir à informação um caráter de neutralidade e imparcialidade, cabendo ao jornalista a fidedignidade, a exatidão e a precisão no relato dos fatos. Segundo Chaparro 2, o primeiro jornal a trazer uma inovação na linguagem foi o inglês Daily Courant, criado em 1702. Samuel Buckley, que dirigia o diário, introduziu no jornalismo o conceito da objetividade, tornando-se o primeiro jornalista a preocupar-se com o relato preciso dos fatos. Decidiu que as notícias deveriam ser tratadas como notícias, sem comentários, precedidas de uma apuração rigorosa dos acontecimentos. Buckley criou uma estratégia e um estilo que influenciariam todo o jornalismo mundial: separou as notícias dos artigos news de um lado, preponderantes; comments de outro, para não contaminar as informações, porque os leitores são capazes de refletir por eles próprios (TENGARRINHA, 1989 apud CHAPARRO, 2008, p. 19). No entanto, o artigo ainda iria predominar nas formas do texto jornalístico até meados do século XIX, quando, depois da invenção do telégrafo e com o início de sua utilização pelas agências noticiosas, a notícia surgiu e cresceu em seu formato moderno, como forma de relato dos fatos. Os críticos da objetividade alegam que esta passou a ser utilizada principalmente como um instrumento para privilegiar a subjetividade, ou seja, os interesses, opiniões e ideologias, dos proprietários das empresas. Outro fator que também comprometeria a fidelidade dos fatos seria o próprio método de produção de notícias, próprio do procedimento jornalístico que inclui o critério na escolha das fontes, as técnicas narrativas, a hierarquização. 1 SCHUDSON, Michael: Descobrindo a Notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 2 CHAPARRO, Manuel Carlos. Sotaques d aquém e d além mar : Travessias para uma nova teoria de gêneros jornalísticos, 2008 1

Sabe-se que até aos princípios do século XIX, a evolução técnica da indústria gráfica foi muito lenta. A objetividade adquire pertinência, sobretudo a partir do século XIX, no período designado pelos historiadores como Fase Industrial da Imprensa. A urbanização, o progresso nos transportes e nas comunicações, o incremento da alfabetização e o alargamento dos públicos ajudaram a criar condições propícias ao surgimento de novas concepções em termos de conteúdo da imprensa. Tudo isto contribuiu para que a atividade jornalística, até então opinativa, tendo como público alvo, a elite se direcionasse a conquistar novos leitores. A abertura de novos mercados, o aumento da tiragem dos jornais para atender a demanda, o baixo custo do exemplar para que todos pudessem adquiri-lo e consequentemente, o alto custo dos serviços telegráficos ocasionaram na necessidade de uma aliada: a propaganda. O anúncio começa a aparecer cada vez mais nos jornais, o que vai garantir a sobrevivência de uma imprensa que acompanha o ritmo capitalista através da luta pela rapidez e pela difusão, o que vai gerar alterações nas técnicas de captação, redação e edição. Os jornais passam a ser considerados como um negócio que poderia render muitos lucros. O aumento das tiragens e a mudança de foco no tratamento das notícias, agora baseadas em fatos, não em opiniões, configura o processo de despolitização dos jornais e promove a transformação da imprensa em um negócio em progressiva expansão, algo que irá se consolidar no século XX com o desenvolvimento tecnológico das telecomunicações, através do telégrafo e das transmissões dos canais de rádio e televisão. Os inventos tecnológicos vão ocasionar várias transformações no jornalismo. Estes passam a garantir mais velocidade na impressão, acompanhando o enorme e crescente fluxo de informações. Perdidos em meio a uma sucessão de fatos, as circunstâncias provariam aos jornalistas que a informação interessava mais que a opinião. E exigia que aparecesse e se multiplicasse a ação dos correspondentes, que acompanhassem de perto os acontecimentos. Aos jornalistas caberia apenas o relato dos fatos, sem opiná-los. Pois a grande imprensa capitalista compreendeu, também, que é possível orientar a opinião através do fluxo de notícias. Para acompanhar este ritmo será imposto um modo até então, diferente de atuação ao jornalista, que agora trabalha na coleta fatos e utiliza uma linguagem mais acessível, devido à expansão de seu público. A notícia agora é tratada como mercadoria e os jornais se tornam instrumentos de donos de empresas, ansiosos em vender seus produtos. O jornalismo torna-se mais noticioso e factual, mas, por vezes, também mais sensacionalista. A disputa de leitores faz com que os jornais americanos publiquem cada vez mais notícias sensacionalistas. Assim, a notícia passa a ser tratada como mercadoria e recebe cada vez mais investimentos estéticos em função da atividade comercial. Assim, no século XIX, constitui-se um novo grupo social, os jornalistas, que reivindicam um monopólio do saber o que é notícia; e a comercialização da imprensa a informação como mercadoria, visível com o surgimento de uma imprensa mais sensacionalista nos fins do século, aquilo que se chamou de jornalismo amarelo nos Estados Unidos. (MARCONDES FILHO, 2002, p.34). 3 Esta renovação no campo jornalístico teve como principais expoentes e impulsionadores os empresários Pulitzer e Hearst. O último foi acusado, inclusive, de inventar fatos. Isto causaria uma reação pública contra o sensacionalismo, o que vai exigir mudanças de postura dos jornais, através de duas diretrizes: a primeira era a elaboração de um código de ética para o trabalho dos jornalistas e editores de jornais, e segunda, a expansão das escolas de jornalismo como centros 3 MARCONDES FILHO, Ciro. Comunicação e jornalismo: a saga dos cães perdidos. SP. Hacker. 2002. 2

capazes de formar profissionais mais responsáveis. O objetivo com essa campanha era resgatar o compromisso com a verdade e a ética no jornalismo (MELO, 2006 apud MORAES, 2007). 4 O PRINCÍPIO DA OBJETIVIDADE Para Álvarez (1992 apud SOUSA, 2001) 5 foi com a Guerra da Secessão nos Estados Unidos, nos primeiros anos da década de 60 do século XIX que aconteceram várias transformações no campo jornalístico. Foi nesta época que se provaram novas técnicas de informação, como a entrevista, a reportagem e a crônica. A então necessidade de se recorrer frequentemente ao telégrafo para se enviarem as notícias da frente de batalha para a sede dos jornais impulsionou a utilização da técnica da pirâmide invertida 6 para a redação de notícias. Seleção e síntese da informação e linguagem factual impuseram-se como fatores cruciais da narrativa jornalística, que posteriormente foram transmitidas de geração em geração de jornalistas, configurando-se como traços da cultura profissional, particularmente visível nas agências noticiosas (SOUSA, 2001). Dois processos fundamentais marcam a evolução da atividade jornalística, sua comercialização e a profissionalização dos seus trabalhadores (TRAQUINA, 2005). 7 De acordo com Mindich (1998 apud SPONHOLZ, 2004) 8 antes da Guerra Civil Americana, não havia organizações profissionais, cursos universitários ou manuais para jornalistas. Seu aparecimento coincide com o desenvolvimento das noções de objetividade, na segunda metade do século XIX. Neste período a sociedade norte-americana viveu uma mudança tecnológica e científica significante, através da qual paradigmas religiosos passaram a ser substituídos por explicações científicas. É nesta época que se encontram a origem das preocupações dos jornalistas quanto a sua capacidade de reproduzir a realidade, ou seja, os fatos, já que o mundo passava por um período de afirmação da razão. No pensamento positivista, em ascensão, a ciência tem um grande valor e só o método científico pode explicar o mundo, as ações, os comportamentos. Com o jornalismo não poderia ser diferente. A prática opinativa ou interpretativa passa a dar lugar a uma orientação que prega, acima de tudo, a fidelidade dos fatos. Sousa (2004 apud MORAES, 2007) atribui o momento do surgimento do conceito de objetividade no campo jornalístico, como sendo o período das guerras mundiais, e argumenta que, até então, o termo objetividade correspondia estritamente à aplicação do método científico e dos princípios do positivismo lógico. 4 MORAES, Vaniucha de. Objetividade no Jornalismo: gênese e versões sobre o conceito e a idéia de objetividade nas teorias do jornalismo, 2007. 5 SOUSA, Jorge Pedro. Elementos do jornalismo impresso. Porto: Universidade Fernando Pessoa, 2001. 6 De acordo com essa técnica narrativa o texto noticioso deveria ser estruturado segundo a ordem decrescente de interesse e relevâncias das informações, de maneira que o leitor tivesse acesso aos dados essenciais sobre o fato nos parágrafos iniciais. 7 TRAQUINA, N. 2005. 2. ed. Teorias do Jornalismo, porque as notícias são como são. 8 SPONHOLZ, Liriam. As ideias e seus lugares: objetividade em jornalismo no Brasil e na Alemanha. Comunicação e Política, vol. XI, n. 2, maio-ago 2004. 3

Porém, no século XX, o conceito de objetividade já é pensado como um ritual estratégico, enquanto conjunto de procedimentos criados em um mundo, no qual os fatos não mereciam mais confiança, abalada pela profissionalização das relações públicas e pela propaganda de guerra. Schudson analisou o surgimento do conceito de objetividade nos anos de 1930, nos Estados Unidos, e descobriu que este nasceu, não da negação da subjetividade, mas do reconhecimento da sua inevitabilidade. O ideal da objetividade surge não tanto como uma extensão do empirismo ingênuo e da crença nos fatos, mas como uma reação contra o ceticismo; não se tratava de uma extrapolação linear, mas de uma resposta dialética à cultura da sociedade democrática de mercado. Não representava, enfim, a expressão final de uma crença nos fatos, mas a imposição de um método projetado para um mundo no qual nem mesmo os fatos poderiam ser confiáveis. (SCHUDSON, 2010, p. 144). O mundo que se apresentava para as pessoas nas primeiras décadas do século XX estava imerso no pessimismo e no descrédito em relação à democracia, em resultado da tomada de poder em muitos países por partidos fascistas e governos totalitários. Neste contexto histórico, também nascia um novo ramo científico, a psicologia, o que instaurou no espírito intelectual da época, a dúvida em relação à razão, auxiliada pela publicação de livros e artigos sobre sociologia e o comportamento irracional das multidões. De acordo com Schudson, as relações públicas ameaçavam a própria ideia de reportagem. A notícia parecia estar se tornando menos um relato dos acontecimentos mundiais do que a reedição daqueles fatos no universo de fatos que atraíam o interesse especial de quem poderia se dar ao luxo de contratar assessores de relações públicas. Nada poderia ter sido mais persuasivo do que a experiência de guerra em convencer os jornalistas norte-americanos de que os fatos em si não deveriam merecer a confiança. Os jornalistas passaram a considerar qualquer coisa como ilusão, já que, tão evidentemente, tudo era produto de artistas da ilusão conscientes de si. As novas técnicas jornalísticas ajudaram a distinguir o jornalismo das outras formas de comunicação: a ficção, a publicidade, o discurso dos púlpitos e tribunas etc. Adotadas em toda parte, senão como procedimento, ao menos como objetivo e modelo, abriram o caminho para algo que viria bem mais tarde, com o avanço dos processos de transporte, armazenamento e recuperação de dados: a era da informação (LAGE, 2001). 9 A objetividade jornalística transformou-se num conceito ético, tal como refere Mesquita (2004 apud FERNANDES, 2007) 10 em três planos: deontológico, enquanto dever ou compromisso ético; no plano da investigação jornalística, enquanto conjunto de normas processuais; e no plano da retórica enquanto conjunto de regras de natureza estilística. A PRIMEIRA TEORIA DO JORNALISMO A teoria do espelho foi criada a partir do momento em que se deu a profissionalização do jornalismo, no momento em que este começa a se distanciar da literatura e da opinião e passa a privilegiar a informação. Parte da premissa de que os acontecimentos podem ser observados com 9 LAGE, Nilson. A bolha ideológica e o destino do jornalismo. Texto baseado em palestra proferida no Fórum de Professores de Jornalismo, Campo Grande, MS, abril de 2001. 10 FERNANDES, Sandra Teixeira. Jornalismo de Causas: o ambiente como análise de conteúdo, Instituto Politécnico de Tomar, Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, 2007. 4

distanciamento e imparcialidade pelo jornalista, sem qualquer mediação ou interferência simbólica, cultural e ideológica entre a realidade e a notícia. Numa época marcada pelo positivismo, também os jornalistas são levados ao culto dos fatos e à tarefa de reproduzir fielmente a realidade, impressionados com novos inventos, como a máquina fotográfica (TRAQUINA, 1993 apud SOUSA, 2001). No jornalismo aparece uma nova figura que iria ocupar um lugar mítico e até mesmo romântico na profissão emergente: o repórter. E era para esse mundo dos fatos que esta nova figura do campo jornalístico se esforçava em respingar a montagem dos fatos. E este esforço tentava transformar o jornalismo numa máquina fotográfica da realidade, ou seja, na sua ideologia profissional, o espelho da realidade. A caça hábil dos fatos dava ao repórter a categoria comparável à do cientista, do explorador e do historiador (TRAQUINA, 2005). A origem da teoria do espelho encontra-se no conceito de positivismo de Comte, no século XIX. O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Tudo deve ser provado pela ciência, senão é caracterizado como crendices e vãs superstições. Para os positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente dos avanços científicos, único meio capaz de transformar a sociedade. Assim, os afetos individuais e coletivos e a subjetividade são completamente ignoradas, limitando a experiência humana ao mundo sensível e ao conhecimento aos fatos observáveis. Deste modo, o jornalista deveria se comportar apenas como um mediador desinteressado, um mero observador, capaz de emitir um relato equilibrado e honesto sobre suas observações, com o cuidado de não apresentar opiniões pessoais. Portanto o que vale é o princípio da objetividade, cujo dever é informar a verdade, com a separação entre fatos e comentários. O campo teórico formula questões, estabelece conflitos, define distintas linhas de interpretação, mas nada disso parece interferir nos rumos do jornalismo realmente existente, que segue seu curso como se prescindisse de qualquer teoria (Moretzsohn, 2007 apud PORCELLO, 2009, p. 59). 11 Na visão de Sousa, a teoria do espelho não pode ser considerada uma teoria científica de fato, já que sua base está estabelecida em uma cultura profissional, não tendo, portanto uma origem acadêmico-científica. A crença de que as notícias refletem a realidade persiste ainda hoje entre parte da comunidade jornalística. Na opinião de Pena 12, isto acontece porque ela dá legitimidade e credibilidade aos jornalistas, tratando-os como imparciais, limitados por procedimentos profissionais e dotados de um saber de narração baseado em método científico que garante o relato objetivo dos fatos. Porém a metáfora do espelho é criticada por Pena, quando diz que há diversos fenômenos óticos e que o espelho não é capaz de revelar todos os ângulos. O autor classifica dois tipos de espelhos: os planos e os esféricos. Estes últimos dividem-se em côncavos, cuja superfície refletora é interna, e convexos, de superfície refletora externa, ou seja, em qualquer um deles há uma distorção do que é refletido. Dependendo do centro da curvatura, a imagem pode ser virtual, invertida, maior ou menor, em diversas combinações. E mesmo nos espelhos planos a imagem já aparece invertida. Uma pequena inclinação ou simples combinação de reflexos pode produzir distorções gigantescas. (PENA, 2006, p. 127). 11 VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio; COUTINHO, Iluska (orgs.). 40 Anos de Telejornalismo em rede nacional: olhares críticos. Florianópolis: Insular, 2009. 12 PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2006. 5

Segundo Pena, quando se trata de informações, não há como transmitir o significado direto (sem mediação) dos acontecimentos. Além disso, as notícias ajudam a construir a própria realidade, o que inviabiliza a existência de um simples reflexo do real. A verdade não está no discurso, mas no efeito que ele produz. As mídias não transmitem o que ocorre na realidade social, nem oferecem um retrato fiel da realidade. Antes revelam uma visão particular, um espelho fragmentado do mundo (CHARAUDEAU, 2007 apud Becker, 2009). 13 Portanto, as interferências, tanto a simbólica, a cultural e a ideológica entre a realidade e a notícia existem e já estariam implicadas no próprio método de produção de notícias, conforme explica Melo. O processo de construção da realidade inclui uma série de fatores, incluídos no próprio modo de fazer jornalístico, como a narrativa jornalística, a seleção e hierarquização dos acontecimentos noticiosos, ordenação do tempo, as relações com o poder, além da interferência da realidade socialmente, culturalmente e historicamente constituída. Ou seja, há um primeiro plano já mediado da realidade que se dá na vida cotidiana e funciona como um enquadramento primeiro para a construção do discurso midiático (como um segundo enquadramento). Desse ponto de vista interacional, o jornalismo não estaria mais diante do real, mas diante de uma realidade já socialmente dada. Assim, as notícias não contam como as coisas são, mas contam as coisas segundo o seu significado (TRAQUINA, 1993 apud MELO, 2007, p. 02). 14 Já Marcondes Filho (apud GENRO FILHO, 1987) 15 vai mais além ao dizer que o sistema capitalista faz o jornalismo aparecer apenas para mirar-se nele e reproduzir as condições da sua acumulação, em um esquema, no qual ele rotula como espelho mágico. Carvalho 16 diz que há dois grupos de interesse que hoje partilham quase sem conflitos, o domínio sobre o jornalismo nacional: os donos das empresas e os grupos políticos que fazem a cabeça da classe jornalística. Os primeiros entendem jornais e revistas como produtos, que devem atender à demanda do mercado. Os segundos entendem-nos como meios de criar ressentimento e ódio no povo para produzir uma revolução e tomar o poder. Na perspectiva dos primeiros, objetividade significa dar igual tratamento à verdade e ao erro, de modo que o leitor se torne incapaz de distingui-los. Na dos segundos, consiste em jogar a culpa de tudo sobre alvos previamente selecionados, destinados a perecer como bodes expiatórios numa futura carnificina redentora. Porém, para Melo, não se pode afirmar que o jornalismo apenas reproduz o sistema ideológico cultural, pois ele possui também um modo particular de processar os acontecimentos dentro de rotinas e formas narrativas próprias a mediatização. Assim, não se trata mais de encontrar uma verdade última ou de acreditar que os fatos possuem uma objetividade em si, mas de buscar produzir uma narrativa equilibrada, o que implica: ouvir as várias versões do fato, por 13 VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio; COUTINHO, Iluska (orgs.). 40 Anos de Telejornalismo em rede nacional: olhares críticos. Florianópolis: Insular, 2009. 14 MELO, Isabelle Anchieta. A defesa de uma nova objetividade jornalística: a intersubjetividade, 2007. 15 GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da Pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. 3 ed. Porto alegre: Ortiz, 1987. 16 CARVALHO, Olavo de. Jornalismo e verdade. Entrevista a um grupo de estudantes da PUC- Minas, 1999. Disponível em http://www.olavodecarvalho.org/textos/jornalismo.htm Acesso em 05.09. 2010. 6

diferentes fontes apresentar a controvérsia; verificar documentos e dados que comprovem ou não o fato; buscar não tomar partido, entre outras condutas técnicas-éticas. Todos os manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo assunto, é o que diz Franco. Trata-se de um esforço de isenção mínimo e incontornável. Mas algumas distorções transformam um princípio irretocável num jogo de aparência. A apuração de faz-de-conta representa uma das maiores agressões à ética informativa. Matérias previamente decididas em guetos engajados buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não é sincera, não se apóia na busca da verdade. É um artifício. O assalto à verdade culmina com uma estratégia exemplar: a repercussão seletiva. O pluralismo de fachada convoca, então, pretensos especialistas para declararem o que o repórter quer ouvir. Personalidades entrevistadas avalizam a seriedade da reportagem. Mata-se a informação. Cria-se a versão. (FRANCO, 2004, via WEB). 17 Para Rosen (2000 apud BRIXIUS, 2006) 18, o problema do jornalismo, mostra-nos que muitas vezes o equilíbrio é uma forma de fuga à verdade mais do que um caminho na sua direção. É uma forma de negar a sua responsabilidade em relação ao problema da verdade no seu todo. É por esta razão que alguns estudiosos vêem a objetividade não como uma declaração de responsabilidade, mas antes como uma forma que os jornalistas têm de fugir à responsabilidade pelos seus atos. É o que pensa a socióloga Tuchman (1993 apud PENA, 2006), que define a objetividade como um ritual estratégico dos jornalistas para evitar críticas ao seu trabalho e até eventuais processos na justiça. Melo defende que um procedimento que busca o equilíbrio, acaba sendo mais um campo de apresentação das interações do que propriamente a crença do reflexo de uma verdade acabada. O jornalismo é, assim, campo de disputa e luta simbólica e deve mais apresentar a diversidade de posições sobre um assunto do que enfocar um de seus aspectos. Moretzsohn (2007 apud PORCELLO, 2009, p. 59) define o processo de busca e divulgação de informações como jornalismo de mãos limpas. O jornalista consulta suas fontes, relata os fatos e lava as mãos. Na produção jornalística, que busca apresentar o desenrolar dos acontecimentos, segue um encadeamento que apareça como sendo o dos próprios acontecimentos, que resulta em uma perspectiva naturalizadora de representação do real. Para Souza 19, a objetividade como procedimento é mais simples de ser obtida pelo jornalista, uma vez que é o ritmo do texto, as informações elencadas e o formato da redação que imprimem o caráter objetivo ou não ao texto produzido ou ao material feito. Segundo ela, se partirmos para a acepção teórica de que a imparcialidade não existe - visto que o ser humano é carregado de experiências, ideais, opiniões, expectativas e que estas influências aparecem automaticamente (mesmo que indiretamente e não intencionada) em nossa prática jornalística - essa imparcialidade realmente seria uma utopia. Porém, discutindo a imparcialidade como uma "não interferência direta" das opiniões do jornalista nos assuntos tratados em suas produções, esta pode ser obtida sim, na prática rotineira da produção jornalística. É como se o repórter, no momento de discorrer sobre determinado assunto, não externasse sua 17 FRANCO, Carlos Alberto di. Jornalismo e emoção. "O dogma e a emoção", copyright O Globo, 2004. 18 BRIXIUS, Leandro José. Objetividade jornalística: um estudo a partir das rotinas de produção das editorias de política de Zero Hora e Correio do Povo, 2006. 19 SOUZA, Adriana. Entrevista concedida em outubro de 2010. 7

opinião e não deixasse o viés de seu trabalho apresentar um cunho parcial, direcionado por suas opiniões e pensamentos particulares. Acredito que a imparcialidade é possível, mesmo que nossas produções jornalísticas carreguem um pouco de quem nós, jornalistas, somos, nossas experiências, nossa "bagagem cultural". Por isso devemos usar da objetividade para não permitir que influências de opinião, sentido e ideais influenciem diretamente nosso texto, transformando pautas e enfoques de matérias e reportagens em enfoques particulares e aí, sim, parciais. (SOUZA, 2010). O editor de TV, Rimenes Prado 20, acredita na objetividade ligada à imparcialidade como uma questão de responsabilidade e ética profissional, sendo que esta união se torna possível quando o jornalista trabalha para passar informações curtas e resumidas. Para ele um texto simples provoca uma maior compreensão. Quando é possível produzir uma reportagem completa, escrevendo um texto simples e conciso, isto é que vai valer para o público. O importante é que a comunicação esteja completa e que a notícia seja entendida. A linguagem objetiva facilita a compreensão do assunto e tema abordados de maneira mais fácil ou, senão, mais "palatável", defende Souza. Quando há espaço para a subjetividade em um texto, por exemplo, pode-se não conseguir levar o sentido desejado ao leitor. A subjetividade ou a falta da objetividade pode levar o leitor, telespectador ou ouvinte à ambiguidade de sentidos ou mesmo ao sentido dúbio, o que, certamente causará inúmeras interpretações e dúvidas. Isso é claro, se trata do jornalismo diário factual em sua cobertura rotineira. Para Martins 21, a objetividade é necessária para se trilhar o caminho no qual estão os veículos disponibilizam, além de ser útil para cumprir tempo e espaço disponíveis, mas afirma que a simples escolha de uma palavra ou termo e a configuração do lead influem na imparcialidade do texto. No entanto, tudo depende da repercussão dos fatos. Em alguns casos, é fundamental o repórter ter um olhar que vai além do acontecimento. Detalhes, como expressões faciais, gestos e reações, geralmente, não interessam e passam despercebidos e o repórter que não tem abertura para isso, concentra-se na objetividade do lead 22. (MARTINS, 2010). Segundo Franco, não se faz bom jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta que deve ser perseguida. Todos os dias. No entanto, para Bucci (apud MELO, 2007) a objetividade no jornalismo não pede isenção total. Tanto o excesso de frieza ou de emocionalismo pode atribuir um déficit de qualidade à má adequação entre as convicções do repórter e sua tarefa de obedecer a um relato eficiente dos acontecimentos: ou ele encenou neutralidade e frustra seu público, ou produziu uma narrativa panfletária, e confunde o público. Por uma e por outra desinforma. REFERÊNCIAS BRIXIUS, Leandro José. Objetividade jornalística: um estudo a partir das rotinas de produção das editorias de política de Zero Hora e Correio do Povo, 2006. 20 PRADO, Rimenes. Entrevista concedida em outubro de 2010. 21 MARTINS, Karina Ribeiro. Entrevista concedida em outubro de 2010. 22 Primeiro parágrafo de uma notícia em que se deve narrar o aspecto mais importante do fato. 8

CARVALHO, Olavo de. Jornalismo e verdade. Entrevista a um grupo de estudantes da PUC- Minas, 1999. Disponível em http://www.olavodecarvalho.org/textos/jornalismo.htm Acesso em 05.09. 2010. CHAPARRO, Manuel Carlos. Sotaques d aquém e d além mar : Travessias para uma nova teoria de gêneros jornalísticos, 2008. FERNANDES, Sandra Teixeira. Jornalismo de Causas: o ambiente como análise de conteúdo, Instituto Politécnico de Tomar, Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, 2007. FRANCO, Carlos Alberto di. Jornalismo e emoção. "O dogma e a emoção", copyright O Globo, 2004. GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da Pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. 3 ed. Porto alegre: Ortiz, 1987. LAGE, Nilson. A bolha ideológica e o destino do jornalismo. Texto baseado em palestra proferida no Fórum de Professores de Jornalismo, Campo Grande, MS, abril de 2001. MARCONDES FILHO, Ciro. Comunicação e jornalismo: a saga dos cães perdidos. SP. Hacker. 2002. MELO, Isabelle Anchieta. A defesa de uma nova objetividade jornalística: a intersubjetividade, 2007. MORAES, Vaniucha de. Objetividade no Jornalismo: gênese e versões sobre o conceito e a idéia de objetividade nas teorias do jornalismo, 2007. PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2006. SCHUDSON, Michael: Descobrindo a Notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. SOUSA, Jorge Pedro. Elementos do jornalismo impresso. Porto: Universidade Fernando Pessoa, 2001. 9