Palavras-chave: Metodologia; Formação Docente; Teoria Histórico-Cultural.

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Transcrição:

REENCANTAR É PRECISO: O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E A FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS EM UMA PREMISSA HISTÓRICO-CULTURAL! Christiane Martinatti Maia Maria Francisca Lopes Johnson Rafael Costa da Silva Rose Mary Cardoso da Rosa Universidade Luterana do Brasil - ULBRA christianemmaia@gmail.com Resumo: O Programa Institucional de bolsas de Iniciação à docência PIBID, oportuniza que a relação teórico-prática construída no espaço da Universidade, seja colocada em prática, no cotidiano pedagógico, pelo licenciando, através da construção coletiva do planejamento, acompanhamento e mediações didático-metodológicas possibilitadas pelo coordenador do programa, supervisores e demais sujeitos envolvidos no processo. As aprendizagens proporcionadas aos bolsistas, incluem não apenas os conhecimentos sobre metodologia, propostas avaliativas, mas principalmente, a construção de novas perspectivas sobre o ensinar e o aprender em uma premissa Histórico-Cultural. Deste modo, o presente estudo, de natureza qualitativa, utiliza-se, da análise bibliográfica e de reflexões teóricas acerca das observações realizadas em campo, com vistas à problematização da importância do programa para a formação docente dos licenciandos. Desta forma, participaram da proposta investigativa, bolsistas dos cursos de Pedagogia e Educação Física que atuam de forma interdisciplinar em duas Escolas Municipais de São Jerônimo Educação Infantil e Ensino Fundamental Incompleto. As análises iniciais, apontam que a articulação entre teoria, prática e mediação didático-metodológica oportunizada pelo PIBID, através de uma proposta calcada na corrente Histórico-Cultural desenvolvida nos espaços institucionais escolares pelo grupo, propicia aos participantes uma visibilidade diferenciada acerca dos processos de aprendizagem onde se busca, através das práticas educativas estabelecidas, o desenvolvimento global do educando em seus aspectos afetivo, cognitivo e motor. Ou seja, propiciar através do lúdico, atividades estruturantes do fazer educativo, não apenas com o objetivo de trabalhar com os conhecimentos e conceitos não construídos pelos educandos, mas ressignificar o conceito de aprender e dos múltiplos processos pelos quais se alicerçam as aprendizagens do sujeito frente suas interfaces sociais, culturais, econômicas. Ou seja, reencantar a estruturação do fazer educativo, reencantar os educandos em seus espaços educacionais da Universidade aos espaços escolares. Palavras-chave: Metodologia; Formação Docente; Teoria Histórico-Cultural. Educar é desinstalar. O educador não é aquele que reproduz os sermões prontos e acabados, mas aquele que desperta consciência, motiva para existência. Diz ainda: o educador fala com o corpo. É no corpo de cada educador e de cada educando que estão escritas suas histórias. Daí a necessidade de lê-lo constantemente, uma situação de permanente interação. E continua afirmando:

o corpo é o primeiro livro que devemos descobrir, por isso é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar (RUBEM ALVES apud GADOTTI, 1987, p. 49). Corpo, movimento, coisas belas, coisas boas. A proposta desenvolvida pelo grupo da Ulbra de São Jerônimo em duas escolas Municipais de Ensino, uma de Educação Infantil e uma de Ensino Fundamental Incompleto, visa através de uma premissa lúdica calcada nas ideias da corrente Histórico-Cultural, a prevenção das dificuldades de aprendizagem problematizando questões associadas ao desenvolvimento, a aprendizagem, ao ensinar e ao aprender. Mas, principalmente, a estruturação de práticas metodológicas articuladas ao lúdico, ao corpo, ao movimento, ao desenvolvimento global do sujeito, que se estruturam de forma significativa, calcadas nos preceitos Sociointeracionista, o qual invalida a visão tradicional de ensino: A experiência pedagógica nos ensina não menos do que a investigação teórica que o ensino direto de conceitos é impossível e, na verdade pedagogicamente infrutífero. O professor que tenta seguir esse caminho geralmente não conseguira mais que uma assimilação irrefletida de palavras, um simples verbalismo, que simula e imita os conceitos correspondentes na criança, mas na verdade esconde um vácuo. Em tais casos, a criança não adquire conceitos, mas palavras, assimila mais com a memória do que com o pensamento e sentese impotente diante de qualquer tentativa de empregar com sentido o conhecimento assimilado. Em essência, este procedimento de ensino dos conceitos é o defeito fundamental do método verbal de ensino, puramente escolástico, que todos condenam. Este método substitui o domínio dos conhecimentos vivos pela assimilação de esquemas verbais mortos e vazios (Vygotski, 1993, 185). Com base nos argumentos de Maia (2016, p.127), as ideias sociointeracionistas, alicerçadas nos pensamentos de Vygotsky, Luria, Leontiev, Wallon, entre outros, evidenciam que nossa constituição enquanto sujeito perpassa por processos de interação com os outros um sujeito social, construído pelos processos históricos e culturais. Deste modo, as relações interpessoais e os processos de mediação sobre o conhecimento são os princípios dos processos de desenvolvimento e aprendizagem compreendidos como complexos, dialéticos e inter-relacionados. Em síntese, nessa abordagem, o sujeito produtor de conhecimento não é um mero receptáculo que absorve e contempla o real nem o portador de verdades oriundas de um plano ideal; pelo contrário, é um sujeito ativo que em sua relação com o mundo, com seu objeto de estudo, reconstrói (no seu pensamento) este mundo. O conhecimento envolve sempre um fazer, um atuar do homem (REGO, 2002, p. 98).

Cantigas de roda, músicas infantis e infanto-juvenis, trava-línguas, jogos educativos, brincadeiras tradicionais, jogos cooperativos, construção de brinquedos com materiais de sucata, massa de modelar, argila, circuito de atividades motoras, contação de histórias, atividades teatrais, dança múltiplas atividades lúdicas. Construção de relações interpessoais com vistas a estruturação da afetividade: processos educativos oportunizados pelos bolsistas do PIBID aos educandos das instituições escolares. Mas o programa, acima de tudo colabora com a ressignificação das práticas educativas frente a problematização teórica, possibilitada pelo acompanhamento teórico-prático do coordenador da proposta e dos supervisores nas escolas: a aprendizagem significativa se estabelece, não apenas para os educandos dos espaços escolares, mas para o licenciando em sua formação: [...] para que uma aprendizagem ocorra, ela deve ser significativa, o que exige que seja vista como a compreensão de significados, relacionando-se às experiências anteriores e vivências pessoais dos aprendizes, permitindo a formulação de problemas desafiantes que incentivem o aprender mais, o estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos, objetos, acontecimentos, noções e conceitos, desencadeando modificações de comportamentos e contribuindo para a utilização do que é aprendido em diferentes situações (BARREIRA, 2006, p.4). Deste modo, o Programa Institucional de bolsas de Iniciação à docência ( PIBID), promove mudanças significativas não apenas nos espaços educacionais que acolhem a proposta, mas principalmente na formação do licenciando, oportunizada através das mediações articuladas entre coordenador e demais colegas, onde os planejamentos, as atividades propostas são construídas de forma cooperativa - analisadas em sua estruturação, com bases nas concepções teóricas adotadas, o bolsista constrói, reconstrói planejamentos, modifica atividades, constrói jogos educativos e pedagógicos, o que o leva a avaliar sua proposta metodológica: [...] planejar, no sentido autêntico, é para o professor um caminho de elaboração teórica, de produção de teoria, da sua teoria! É evidente que, num ritual alienado, quando muito que pode acontecer é tentar aplicar, ser um simples consumidor de idéias/teorias elaboradas por terceiros; mas quando feito a partir de uma necessidade pessoal, o planejamento torna-se uma ferramenta de trabalho intelectual. (VASCONCELLOS, 1995, p. 46). Cooperação, pesquisa e acolhimento. Mais do que palavras, tornam-se aspectos primordiais nos encontros de planejamento individual e coletivo oportunizados pelo programa: o enfrentamento conjunto de problemas, de questionamentos, de temores

discutidos em reuniões quinzenais, bem como do comparecimento da coordenadora nas instituições escolares participantes, faz com que os licenciandos compreendam, em sua iniciação à docência, a premissa Vygotskiana do aprender junto, através do diálogo, através das problematizações, que ocorrem de forma horizontal e mediada: As suas relações com o mundo têm sempre como intermediário a relação do homem aos outros seres humanos; a sua atividade está sempre inserida na comunicação. A comunicação quer esta se efetue sob a forma exterior, inicial de atividade em comum, quer sob a forma de comunicação verbal ou mesmo apenas mental, é a condição necessária e específica do desenvolvimento do homem na sociedade. (LEONTIEV, 1978, p.272). Desta forma, os envolvidos na proposta do PIBID, acabam por compreender a função social da escola para a corrente Histórico-Cultural: a de promover a construção de conhecimentos científicos a partir dos conhecimentos populares presentes no espaço educativo, ou seja, a partir das distintas histórias de vida, inter-relacionadas aos aspectos culturais, sociais e econômicos, estruturar aprendizagens não somente de conhecimentos, de conteúdos, mas de vida, de alma, de pertencimento. De sensibilidades à solidariedade! De brincares à formação docente: #ficapibid! Descobrir e redescobrir. Pesquisar. Construir jogos, brinquedos com materiais recicláveis. Aprender junto. Reaprender de forma coletiva. Mediar: sonhos, desejos e angústias. Planejar, replanejar, modificar. Conviver e aprender com as diferenças, com os ditos diferentes. Sentimentos e descobertas possibilitadas através da participação no PIBID de proposta transforma-se iniciação à docência transforma-se em necessidade de participação para todos os licenciandos. Que legal, vocês propuseram isto?; Posso me inscrever, professora? Participamos de eventos, seminários e congressos; Aprendi a produzir um resumo através da experiência oportunizada no PIBID; juntos somos bons! Os discursos apresentados evidenciam que o programa propicia, mudanças significativas não apenas para os envolvidos diretamente em atividades, mas para os demais licenciandos dos cursos de Pedagogia e Educação Física, pois a interdisciplinaridade estabelecida, cria vínculos afetivos e acadêmicos e despertam para a necessidade de reencantar a educação: juntos, misturados e a construir novas possibilidades metodológicas calcadas em teorias que visualizem o sujeito como um todo e não um sujeito fragmentado, pois como diria Novak: o conhecimento humano é construído; a aprendizagem significativa subjaz essa construção.

REFERÊNCIAS: ANASTASIOU, Léa das Graças C. Ensinar, aprender, apreender e processos de ensinagem. Processos de ensinagem na universidade. Joinville, SC: Editora Univille, 2003. ASSMANN, Hugo. Metáforas novas para reencontrar a educação. São Paulo: Unimep, 1998. BARREIRA, Carmen. Aprendizagem Significativa. Disponível em: <www.ellerni.org/docs/aprendizagem%20significativa.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2013. BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994. DARSIE, M. M. P. 1999. Perspectivas Epistemológicas e suas Implicações no Processo de Ensino e de Aprendizagem. Cuiabá, Uniciências, v3: 9-21. GADOTTI, M. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo: Ática, 1987. LEONTIEV, Alexis. O homem e a cultura. O Desenvolvimento do Psiquismo. Ed. Horizonte Universitário, 1978. MAIA, Christiane Martinatti (Org.). Introdução a Psicopedagogia. Canoas: ULBRA, 2016. REGO, T. C. 1999. Vygotsky: uma perspectiva Histórico-Cultural da Educação. Rio de Janeiro, Vozes, 138 p. TEIXEIRA, Christiane Burkert. Ressignificacão da Identidade do Professor na Formação Docente. In: Revista Eletrônica de Ciências da Educação. v. 1, n. 3, jul. 2004. VASCONCELLOS, C. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995. VYGOTSKI, Liev Semiónovich. Obras Escogidas: tomo II. Madri: Visor, 1993.