ILMA. SRA. GISELE MATZENBACHER BARNASQUE - PREGOEIRA DO DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA E GESTÃO PATRIMONIAL DEMAP BANCO CENTRAL DO BRASIL.

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Transcrição:

ILMA. SRA. GISELE MATZENBACHER BARNASQUE - PREGOEIRA DO DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA E GESTÃO PATRIMONIAL DEMAP BANCO CENTRAL DO BRASIL. Assunto: Registro das Empresas de Eventos e apresentação dos atestados de capacidade técnica nos Conselhos Regionais de Administração. CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ, Autarquia federal criada pela Lei 4.769/65, regulamentada pelo Decreto 61.934/67, com sede à Rua Osvaldo Cruz, 307, Campina, Belém/PA, inscrito no CGC/MF sob o nº 04.711.149/0001-30, por seu Presidente, vem, com o devido respeito e acatamento, perante Vossa Senhoria, propor a presente IMPUGNAÇÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 1 DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO A doutrina aponta como pressuposto dessa espécie de recurso administrativo, cuja existência concreta deve ser preliminarmente aferida: a manifestação tempestividade, a inclusão de fundamentação e de pedido de reforma do instrumento convocatório. disciplinou: A Lei nº 8666/93, em seu art. 41, 1º, assim Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade

na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no 1º do art. 113. Essa mesma redação está prevista no item 20, do edital impugnado, que assevera: 20. PEDIDOS DE ESCLARECIMENTOS E IMPUGNAÇÕES 20.1. Qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos e providências ou impugnar o Edital, observando-se que: 20.1.1. As impugnações deverão ser dirigidas ao Pregoeiro até 2 (dois) dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, exclusivamente por intermédio do e-mail cpl.df@bcb.gov.br (art. 18, caput do Dec. no 5.450/2005); 20.1.1.1. Caberá ao Pregoeiro decidir no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; 20.1.1.2. Acolhida a impugnação, será marcada nova data para realização do certame; 20.1.2. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório deverão ser enviados ao Pregoeiro até 3 (três) dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública, exclusivamente por meio eletrônico via Internet (art. 19 do Dec. no 5.450/2005), por intermédio do e-mail cpl.df@bcb.gov.br. 20.1.3. As respostas aos pedidos de esclarecimentos e/ou impugnações serão disponibilizadas pelo Pregoeiro exclusivamente no quadro de avisos do ComprasNet. Ver-se, portanto, observado o prazo legal para protocolo da mesma, mostra-se, assim, tempestiva.

Preenchidos também os demais requisitos doutrinários, pois a petição é amplamente fundamentada e contém o necessário pedido de retificação do edital. 2 DA LEGITIMIDADE ATIVA A criação de entidade com natureza pública cuja finalidade principal se destaca como sendo a fiscalização de determinada atividade profissional, tem por escopo final a defesa da sociedade e do próprio estado impedindo que profissionais sem o conhecimento técnicocientífico e sem o necessário comportamento ético, prejudique a vida, a saúde ou patrimônio daqueles que se utilizam de seus serviços. Com essa lógica sócio-político-jurídica nosso país, por suas instituições legítimas, optou pela regulamentação de determinadas profissões com a criação do respectivo órgão fiscalizador, é o caso da profissão de Administrador e dos Conselhos Federal e Regionais de Administração. Por óbvio, só há sentido na regulamentação de uma profissão, e na criação da respectiva entidade fiscalizadora, se a norma legal destinar a essa profissão atividades que lhes são privativas, que podem ser exercidas pelo indivíduo que tenha a formação acadêmica especificada na lei além do registro profissional na ordem profissional (os chamados Conselhos). Além de estabelecer os campos de atuação do profissional da Administração em seu art. 2º, a Lei nº 4.769/65 também atribui aos Conselhos Regionais de Administração o dever de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional do Administrador, consoante dispõe o art. 8º da referida lei federal, a seguir transcrito: Art. 2º - A atividade profissional do Administrador será exercida, como profissão liberal ou não, mediante: (...) b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle os trabalhos nos campos da administração, como administração e seleção de pessoal (...), bem como outros campos em que esses se desdobrem ou aos quais sejam conexos. (GRIFAMOS). Art. 8º - Os Conselhos Regionais de Administração (CRAs), com sede nas capitais

dos Estados e do Distrito Federal, terão por finalidade: (...) b) fiscalizar, na área da respectiva jurisdição, o exercício da profissão de Administrador; Por sua vez, o art. 3º do código de Processo Civil estabelece que para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade. Assim, partindo da exigência dessas duas condições da ação (interesse de agir e legitimidade ad causam), temos que o Conselho Regional de Administração necessita fazer uso da presente ação com o interesse de fazer valer sua finalidade institucional (proteção da sociedade), uma vez que não propondo a presente demanda permitirá que a Administração Pública, no caso em comento, formalize contratos administrativos com empresas privadas das quais não se exigiu a comprovação da devida qualificação técnica. Quanto à legitimidade, por ser a Autarquia federal impetrante detentora da competência exclusiva de orientar, de disciplinar e de fiscalizar o exercício profissional de Administrador, ela haverá de suportar leigos e inabilitados exercendo as atribuições privativas de Administrador, cuja qualificação profissional advém exclusivamente do curso de graduação em Administração, sem poder exercer suas atividades institucionais, notadamente a de defesa do patrimônio público, ou seja, da sociedade. E, diga-se de passagem, que nesse sentido o Supremo Tribunal Federal já sedimentou o entendimento de que os Conselhos Profissionais têm legitimidade para representar seus interesses institucionais, seja administrativo e judicialmente, fiscalizando os leigos, os inabilitados e os habilitados sem ética, consoante se depreende da inquestionável decisão da Suprema Corte Constitucional: EMENTA 1) A exigência, por lei federal, da habilitação profissional para o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor, e para o exercício das respectivas funções públicas, não pode ser dispensada pelo direito estadual. 2) Os Conselhos de Engenharia e Arquitetura têm competência, não somente para representar às autoridades administrativas contra os atos infringentes do regime legal da profissão, e para promover judicialmente a sua anulação, como também para impor penalidades aos infratores. 3) As multas podem ser impostas, não somente aos

3 - DOS FATOS profissionais habilitados e registrados, mas também aos infratores não habilitados. (STF, RE nº 53.726, 2ª T. Rel. Min. Victor Nunes, Publ. Em 11.03.64). O DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA E GESTÃO PATRIMONIAL DEMAP BANCO CENTRAL DO BRASIL, publicou o edital de pregão eletrônico nº 07/2015, cujo objeto é o Prestação de serviços de organização de eventos do Banco Central do Brasil, em âmbito nacional, em suas dependências, conforme Especificações Básicas constantes do Anexo 1. Informamos a V.Sa. que as referidas atividades estão inseridas no campo do administrador, mas especificamente, nas áreas de administração mercadológica, administração financeira, administração de matérias, administração e seleção de pessoal e logística, conseqüentemente sob a fiscalização deste órgão e passível do registro neste conselho de todas as empresas atuantes na área (art. 2º, b, e art. 15 da lei 4.769/65 e art. 1º da lei 6.839/80). Após a verificação do edital em apreço, o Conselho Profissional impetrante observou que o edital deixou de exigir no item 5 Qualificação Técnica, nos termos do art. 30, II, 1º da Lei 8.666/93, que as empresas interessadas apresentassem a comprovação de aptidão para desempenho dos serviços licitados através dos denominados Atestados de Capacidade Técnica, que seriam emitidos por pessoas jurídica de direito público ou privado diante das quais o licitante execute ou tenha executado serviços de características semelhantes ao objeto do edital; sendo que o referido Atestado de Capacidade Técnica necessariamente deve ser registrado pelo Conselho Profissional que atua na área do serviço a ser prestado, no presente caso seria o Conselho Regional de Administração. 4 DO REGISTRO DAS EMPRESAS QUE ATUAM NA ÁREA DE EVENTOS NO CRA-PA Uma empresa de organização e realização de eventos para garantir a eficácia na Prestação de serviços aos seus clientes desenvolve diversas atividades na área de Administração Financeira, Administração Mercadológica, Administração de Material/Logística, Organização e Métodos, Recrutamento, Seleção e Administração de Pessoal, as quais estão expressamente definidas no art. 2 da Lei n 4.769/65, que elenca as áreas de atuação privativas do Administrador: Art. 2º - A atividade profissional de Administrador será exercida, como profissão liberal ou não, mediante:

a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral, chefia intermediária, direção superior; b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos da Administração, como administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração de material, administração financeira, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses desdobrem ou aos quais sejam conexos. A Administração Financeira, Administração Mercadológica, Administração de Material/Logística, Organização e Métodos, Recrutamento, Seleção e Administração de Pessoal são os pilares básicos do desenvolvimento da atividade das empresas de organização e realização de eventos e são campos privativos da Profissão do Administrador, alvo da fiscalização do Estado Brasileiro, logo, por delegação desse, cabe ao Conselho Regional de Administração (CRA) da região onde são prestados esses serviços o dever de exercer a sua fiscalização nessas empresas, conforme dispõe o caput do Art. 15 da Lei n 4.769/65: Art. 15 - Serão obrigatoriamente registrados nos CRAs as empresas, entidades e escritórios técnicos que exploram, sob qualquer forma, atividades de Administrador, enunciadas nos termos desta Lei. As empresas de organização e realização de eventos por desenvolverem atividades dos campos privativos da Administração são obrigadas a terem o seu registro cadastral no CRA da jurisdição onde prestam serviço, são também em razão desse cumprimento legal, a terem na sua estrutura organizacional, um profissional Administrador na função de seu Responsável Técnico, conforme preceitua o Art. 1º da Lei n. 6.839/80: Art. 1 - O registro das empresas e a anotação dos profissionais legalmente habilitados, delas encarregados, serão obrigatórios nas entidades competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços à terceiros.

Ao fiscalizar as empresas de organização e realização de eventos, obrigando-as ao registro e apresentação de um Administrador para atuar como Responsável Técnico, os CRAs estão desempenhando uma importante função pública, devidamente outorgada em lei, de proteger a sociedade de empresas e profissionais sem qualificação técnica, que direta, ou indiretamente, podem causar sérios prejuízos a coletividade. O registro das empresas de organização e realização de eventos junto aos CRAs é uma garantia de que estas contam com pelo menos um profissional habilitado, que irá executar e responder técnica e eticamente por todas as atividades da área do profissional da Administração, e que qualquer irregularidade ou incapacidade técnica, a empresa e o profissional poderão ser punidos com base no Código de Ética Profissional do Administrador. Por definição, o evento tem por objetivo a divulgação da cultura e da ciência, além da busca da realização de negócios e empreendimentos. Os eventos são verdadeiros acontecimentos que proporcionam o desenvolvimento de relações duradouras, as quais são traduzidas em fidelidade e geram importantes negócios futuros. Para a consecução de sua atividade, a empresa, ao organizar um evento, promove a interação entre logística e gestão como forma de obtenção de melhores resultados. A logística trata do planejamento e da realização de projetos para produzir, armazenar e entregar o produto no momento certo, da forma mais adequada e com o menor custo, mediante a gestão de recursos humanos e materiais. Para tanto, levam em consideração o conhecimento dos objetivos, prioridades, suas avaliações, alternativas de ação, formulação de planos complementares, organização e execução de ações e, conseqüentemente, suas avaliações seguida da medição de resultados operacionais, financeiros, contábeis e legais que dão suporte a uma boa gestão. Assim, se utilizam de conhecimentos de Administração Financeira; Negociação; e, principalmente, pesquisa em cultura que, além de ser uma ferramenta de Marketing, tem papel vital em outros campos da Administração. Um evento, realizado em apenas alguns dias, merece uma longa preparação, considerando que seus resultados serão duradouros, razão pela qual necessariamente há que ser feito um planejamento detalhado dos objetivos a atingir e das ferramentas que serão utilizadas para o alcance das metas. Isso envolve planejamento estratégico, visando a maximização dos benefícios e a compensação dos investimentos decorrentes da realização do evento. A realização de eventos envolve conceitos científicos e técnicas de captação, planejamento, organização, gestão, avaliação, assessoria e consultoria de forma empreendedora e criativa; observação

e identificação de áreas de novos negócios, de novos campos de eventos e/ou diferentes mercados; planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade econômico-financeira e de marketing para os empreendimentos e projetos, além de supervisão geral; supervisão administrativa; compras; controle de estoque; esforço de vendas; supervisão de logística; recursos físicos, materiais e humanos; supervisão financeira; supervisão de comunicação; supervisão de cerimonial, protocolo e etiqueta; precedência de lugares (ordem física); uso de títulos; uso dos símbolos nacionais; cerimonial; etiqueta; etiqueta e serviços para bar e restaurante, além da estrutura do receptivo turístico que compreende transportes, hospedagem e agenciamento. Para tanto, tais empresas precisam de profissionais especializados que sejam empreendedores, críticos e criativos, capazes de planejar, executar e avaliar eventos de modalidades e públicos diversos, o que implica no conhecimento e desenvolvimento de habilidades para a captação, operacionalização, organização, gestão, avaliação, assessoria e consultoria, além de estarem aptos a oferecer instrumental teórico-prático na organização e promoção de eventos nos setores público e privado, capazes de identificar oportunidades de mercado e de negócios. Devem possuir competências e habilidades para reconhecer e aplicar a metodologia adequada na captação, planejamento, organização, gestão, avaliação, assessoria e consultoria de eventos da iniciativa pública e privada;planejar, desenvolver e/ou gerenciar eventos, considerando estudos de viabilidade econômico-financeira e de marketing nos empreendimentos e projetos; aplicar técnicas baseadas na seleção e avaliação de informações geográficas, históricas, artísticas, esportivas, recreativas e de entretenimento, folclóricas, artesanais, gastronômicas, religiosas, políticas e outros traços culturais, como diversas formas de manifestação humana; trabalhar/coordenar equipes interdisciplinares e multidisciplinares interagindo criativamente nos diferentes contextos organizacionais e sociais, além da necessidade de compreensão da complexidade das relações e dos ambientes organizacionais e sociais, o que exige flexibilização intelectual e capacidade para assimilar e gerenciar informações e situações vigentes e emergentes do campo profissional específico dessa área. Assim, indubitavelmente, as empresas de eventos são voltadas para o Marketing Promocional, mediante a realização de Feiras, Congressos, Seminários, Workshops, e Lançamentos de Produtos. Para tanto planejam, negociam, legalizam, executam e Administram. Na obra Estratégias para Eventos (Janaina Britto e Nena Fontes, Editora Aleph, 2002), as autoras apresentam a legislação e os modelos de instrumentais mais usados pelo organizador de eventos, considerando-os como estratégia de marketing, impactante por

excelência. Sendo comunicação dirigida, precisa ser bem concebida, planejada e gerenciada. Avaliam que o evento transita em todas as áreas, sendo abraçado pelo turismo para recepcioná-lo, produzindo e garantindo seu sucesso. Em seu livro, as autoras posicionam o evento dentro do universo do marketing de serviços e do turismo. Face a complexidade das atividades de uma empresa especializada em organização de eventos, algumas Universidades já oferecem cursos de especialização em Administração de Eventos, como o Curso de Especialização em Administração e Organização de Eventos Públicos e Privados da Univali, que tem por Objetivo Geral promover a capacitação de recursos humanos de alto nível no setor turístico; estimular o estudo e a pesquisa científica no setor de organização e capacitação de eventos; capacitar docentes para o magistério em instituições de ensino superior do turismo; desenvolver as técnicas de desenvolvimento e as empresas organizadoras de eventos; estimular a utilização das modernas normas de gestão, voltadas para a qualidade total do produto Turismo de Negócios. As empresas de eventos gerenciam uma cadeia de suprimentos e de gestão humana. São responsáveis pela criação, planejamento, organização, produção, coordenação e administração de eventos, utilizando tecnologia de ponta. 5 DA EXIGÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DOS ATESTADOS DE CAPACIDADE TÉCNICA DEVIDAMENTE REGISTRADOS NA ENTIDADE PROFISSIONAL COMPETENTE O Art. 30, 1º da Lei 8.666 estabelece a forma de demonstração da capacidade técnica: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; II (...) III-(...) IV- (...) 1 A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades

profissionais competentes, limitadas as exigências a: I capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedada as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos. (GRIFOS NOSSOS)." Ou seja, a demonstração deve ser realizada através da apresentação de atestados, os quais poderão ser fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. Em qualquer caso, deverão estar registrados nas entidades profissionais competentes. O registro é indisponível. Requisito de confiabilidade, norma de ordem pública, estritamente destinada à proteção do interesse público. Aplica-se "in casu", impecavelmente, o princípio da indisponibilidade do interesse público. O que é de interesse público é indisponível. A indisponibilidade do registro tem por fim maior garantir a administração pública no que tange à procedência e à coerência dos atestados, tendo em vista as condições irrestritas em que são admitidos, podendo ser fornecidos sem limitações, por pessoas jurídicas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras. Por ter esse fim maior, irrecusável, exatamente por isso, o registro do atestado não constitui formalidade inútil, não se enquadrando no tipo de formalismo deletério, que engessa a licitação, criticado em minha obra "Liberdade e contrato: a crise da licitação. A mudança de "certificados" para "registrados" só confirmou a regra: não é dispensável a intervenção da entidade profissional, em prol da segurança do atestado. Quisesse o legislador dispensá-la, teria suprimido em vez de alterar para registro a exigência de certificação. Se não suprimiu, mas meramente corrigiu o termo, mantendo a exigência, é porque entendeu que o registro é rigorosamente indisponível. Nada autoriza pensar o contrário, dispensar exigência taxativa de lei. Ao contrário, o que a redação do dispositivo mostra é que o legislador sempre teve em mente a melhor garantia do interesse público e, por isso, manteve a exigência de registro, meramente retificando um termo, que poderia ter suprimido,

quando modificou a Lei. Não se tente, pois, dispensar, mas viabilizar a aplicação da Lei. O registro não é dispensável, aliás, conforme a maioria da doutrina consente. O registro constitui ato do qual não se pode dispor. A indisponibilidade somente cede diante da impossibilidade. Absoluta impossibilidade: não existir nenhuma entidade em que registrar. Nenhuma, mesmo. Nem pública, nem quase-pública. "Ad impossibilia nemo tenetur". Ninguém pode ser forçado ao impossível. "In extremis non solvendis", nos casos extremos em que não há como solver a obrigação de registrar, porque não existe entidade, absolutamente nenhuma, para registrar, o registro é impossível. Enquanto impossível, é inexigível. A símile da própria licitação, que é inexigível, se a competição for inviável. Aplicar a Lei. Nunca, simplesmente, dispensar o registro, como que a "revogando. Não pode abrir mão dessa colaboração. Assim o requer a indisponibilidade do interesse público. Quem criou o registro foi a Lei. A entidade estará colaborando na execução da Lei, sob fiscalização do Poder Público. Órgão de colaboração. Como sabemos a qualificação técnica exigida é um conjunto de atributos profissionais que o licitante deverá reunir para a concretização plena do objeto da licitação, de sorte a provar que é qualificado tecnicamente e, tais exigências, só estariam satisfatoriamente atendidas caso regularmente certificados pela entidade profissional competente, como bem asseveram os dispositivos legais acima transcritos. É sabido que a finalidade principal de um certame licitatório é a escolha da proposta comercial mais vantajosa para a Administração Pública. Evitando uma contratação irregular e temerária, propensa a causar prejuízo ao erário, a Lei Federal n.º 8.666 de 21 de junho de 1993 e suas sucessivas alterações posteriores, traz em seu bojo uma relação de documentos que o Administrador Público deve exigir do licitante proponente quando da efetiva participação no certame, evitando assim uma contratação frustrada, ou seja, inicia-se uma determinada obra ou um determinado fornecimento e no decorrer da execução do instrumento contratual o contratado o interrompe por insuficiência técnica, administrativa e/ou econômica-financeira. O registro dos atestados no CRA dificulta a apresentação de atestados falsos, já que o Conselho exige toda a documentação referente à execução das atividades, constituindo assim os acervos técnicos de empresas e profissionais.

Levamos ainda ao conhecimento de Vossa Senhoria o Acórdão CFA nº 01/2003 que assim dispõe: 1. Processo CFA nº 2016/2001 2. Assunto: Registro Cadastral de Empresas Prestadoras de Serviços de Organização e Realização de Eventos. 3. Relator: Conselheiro Ary Biancardini 4. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de estudos sobre o enquadramento das atividades de organização e realização de eventos como privativas do Administrador. ACORDAM Os Conselheiros Federais do Conselho Federal de Administração, reunidos na 20ª Reunião Plenária de 2003, por unanimidade, ante as razões expostas pelo Relator e pelo Assessor Jurídico do CFA, mediante Parecer ASJUR/CFA Nº 51/2003, de 20/11/03, tornar obrigatório, nos termos do art. 15 da Lei nº 4.769/65 e Lei nº 6839/80, o registro das empresas prestadoras de serviços de Organização e Realização de Eventos, eis que absolutamente claro que tais empresas exploram atividades compreendidas nos campos da Administração, principalmente em Administração Mercadológica, Logística, Administração Financeira, Administração de Material e de Administração de Recursos Humanos, campos estes, privativos do Administrador, conforme preconiza o art. 2º, alínea b, da Lei nº 4.769/65, e art. 3º, alínea b, do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 61.934/67. (grifos nossos)

Dessa forma, temos a absoluta clareza que as empresas prestadoras de serviços de organização e realização de eventos, exploram atividades compreendidas nos campos da Administração. A Lei exige que sejam os atestados "devidamente registrados nas entidades profissionais competentes" ( 1o do art. 30. Requisito de confiabilidade, norma de ordem pública, estritamente destinada à proteção do interesse público. Aplica-se "in casu", impecavelmente, o princípio da indisponibilidade do interesse público. O que é de interesse público é indisponível. A indisponibilidade do registro tem por fim maior garantir a administração pública no que tange à procedência e à coerência dos atestados, tendo em vista as condições irrestritas em que são admitidos, podendo ser fornecidos sem limitações, por pessoas jurídicas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras. Por ter esse fim maior, irrecusável, exatamente por isso, o registro do atestado não constitui formalidade inútil, não se enquadrando no tipo de formalismo deletério, que engessa a licitação, criticado em minha obra "Liberdade e contrato: a crise da licitação". Ora, ocorre que para se chegar a tanto por óbvio a Administração Pública deve se cercar de todas as garantias possíveis, pois é o dinheiro da comunidade que será gasto, portanto, não basta selecionar o melhor preço, urge saber, também, se a empresa-candidata se acha mesmo em condições econômicas, estruturais e técnicas para desenvolver os trabalhos que serão contratados. Ao exigir que as empresas objeto da licitação tenham registro no CRA, a administração pública não está apenas cumprindo a lei, mas também se certificando que a empresa conta com os serviços de um Administrador devidamente habilitado, o qual vai responder por qualquer irregularidade na execução do contrato. Além de fiscalizar as empresas que atuam no segmento, no que tange a atuação do Administrador, o CRA efetua o registro dos seus atestados de capacidade técnica, para que estes sejam apresentados em certames licitatórios. O registro dos atestados no CRA dificulta a apresentação de atestados falsos, já que o Conselho exige toda a documentação referente à execução das atividades, constituindo assim os acervos técnicos de empresas e profissionais. Visto que as atividades são privativas do Administrador, e que estas são partes integrantes dos serviços prestados pelas empresas de organização de eventos, não podem restar dúvidas quanto à necessidade de registro destas empresas junto ao Sistema CFA/CRAs, estando também obrigadas a manter um Administrador Responsável técnico.

6 DO PEDIDO Ex Positis, pelos fatos e fundamentos jurídicos trazidos a baila, requer a impugnação do edital, para que seja incluída, mais especificamente no item 5 quanto a Qualificação Técnica, o registro das empresas no CRA-PA, bem como a apresentação dos atestados de capacidade técnica expedidos por pessoa jurídica de direito público ou privado, devidamente registrados no Conselho Regional de Administração. N. Termos, P. Deferimento. Belém (PA), 12 de Janeiro de 2015. Adm. ITAMAR TRAJANO TORRES Diretor de Fiscalização e Registro CRA PA nº 6285