CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO



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Transcrição:

CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO O que fazer para ajudar seu familiar quando ele se encontra na UTI Versão eletrônica atualizada em Abril 2010

A unidade de terapia intensiva (UTI) é um ambiente de trabalho dinâmico e, muitas vezes, ruidoso devido a alarmes, monitores e uma série de dispositivos especiais. Ao se deparar com tudo isso podem surgir muitas perguntas. Este informativo tem a intenção de servir como guia para suas perguntas aos membros da equipe da UTI. Os médicos, os enfermeiros, os fisioterapeutas, os psicólogos, os nutricionistas e toda a equipe estão disponíveis para responder a suas perguntas. Não se constranja em fazer a mesma pergunta várias vezes até certificar-se de sua compreensão, pois o estresse torna difícil tanto entender quanto recordar uma informação de um assunto com o qual não estamos familiarizados. Listamos algumas perguntas que podem abarcar as preocupações mais comuns de familiares de pacientes internados em uma UTI. O que devo dizer ao meu familiar? Você deve conversar com ele da mesma maneira com que o faz habitualmente. De toda a forma, lembre-se de que ele pode não responder por diversos motivos como, por exemplo, a presença de um tubo respiratório que o impede de falar, ou devido a estados alterados de consciência. Você pode falar com o paciente mesmo que ele esteja desorientado ou em estado comatoso. Se o paciente está acordado e tem um tubo respiratório, faça perguntas que possam ser respondidas com um leve movimento de cabeça para dizer sim ou não. Se ele pode escrever, providencie um caderno e ajude-o a comunicar-se por meio da escrita breve. Ocasionalmente, nestas situações, os pacientes podem sentir-se emocionados e demasiadamente estimulados, o que pode afetar temporariamente os sinais vitais (batimentos cardíacos e respiração, por exemplo). Nestas situações, a equipe da UTI poderá auxiliá-lo a encontrar formas de mostrar seu apreço e ajudar o seu familiar. Em caso de dúvida procure os psicólogos do CTI, eles poderão orientá-los. Posso tocar o paciente? Sim. O tato serve para reconfortar. A equipe que atende ao paciente na UTI informará caso seja necessário adotar algum cuidado especial neste contato (uso de luvas, por exemplo) e sinalizará caso o toque interfira no descanso ou no cuidado do paciente. Quanto tempo deve durar minha visita? Informe-se sobre os horários regulares de visita na secretaria da UTI. De toda a forma, lembre-se de que seu tempo de permanência na UTI deve ser útil. Tanto o paciente quanto você necessita de descanso, tranquilidade e alimentação adequada. Poucas horas de sono, descanso em local inadequado e má alimentação farão com que você sinta ainda mais os efeitos do estresse,

podendo limitar sua capacidade de pensar claramente em um momento como este. Em algumas situações pode ser importante que o paciente tenha a presença mais constante da família. Devo trazer algo de casa? Objetos familiares podem servir para reconfortar. Fotografias, cartões, material religioso e produtos de higiene da preferência do paciente podem ser úteis para favorecer o bem-estar. De toda a forma, você deve consultar previamente a enfermagem. O que devo perguntar para a enfermeira? A equipe de enfermagem tem o benefício de encontrar-se à beira do leito durante as 24 horas. Portanto, o enfermeiro pode ser a melhor pessoa para fazer comentários sobre o conforto do paciente. Estas são algumas das perguntas que você pode fazer: Quem são os médicos que estão tratando de meu familiar? Que médico está responsável pelo caso do paciente? Há algo, no plano de tratamento do dia, que possa ser doloroso ou incômodo? Caso haja, foram solicitadas medicações para prevenir ou atenuar isto? Se você não está no quarto, o que posso fazer para pedir ajuda? Que tempo devo esperar para que respondam à minha chamada? Como é o banho do paciente? Pode me explicar o que estes tubos, cateteres e equipamentos fazem? O que posso fazer para ajudar o paciente? Quem pode visitar o paciente e quando? Se eu não estiver no hospital e algo acontecer como entrarão em contato comigo? E se algo urgente acontecer e eu não for localizado ou não estiver disponível? O que devo perguntar ao médico? Ao conversar com os médicos nem sempre conseguimos nos lembrar de todas as nossas dúvidas.

Você pode anotar suas dúvidas e preocupações quando estas surgirem e, assim, facilitar o esclarecimento delas quando estiver com os médicos. Aqui estão algumas perguntas frequentes: O que o paciente tem? Pode ser curado? Como esta enfermidade afetará sua qualidade de vida? Qual é o plano de tratamento? Nestes casos, quando costuma se ver uma resposta clínica ao tratamento? Que mudanças se espera que ocorram com o tratamento? Quais são os riscos do tratamento e/ou medicamento? O paciente tem algum tipo de dor? O que estão fazendo para aliviar a dor e o medo do paciente? Como está recebendo alimentação? O paciente está recebendo os medicamentos que consumia em casa? Com que frequência deve solicitar informações? Em geral, uma conversa diária com o médico da UTI permite uma atualização quanto ao estado do paciente. No que diz respeito ao plano de tratamento e caso ocorra alguma alteração ou evento que leve a mudanças no diagnóstico, prognóstico e tratamento você pode necessitar falar várias vezes por dia com o médico do paciente. Se há vários médicos envolvidos, é recomendado escolher um deles para se reportar e esclarecer suas dúvidas e tomar informações em conversas diárias. Com relação aos membros da família, também é importante que um ou dois sejam os elos de comunicação com equipe, repassando as notícias aos demais. Isto evita confusões e desencontro de informações. Caso ocorram situações assim a equipe da UTI poderá programar uma reunião com os familiares e/ou com o médico do paciente para mediar/solucionar a questão.

Qual é a melhor forma de compartilhar informações com outros familiares e amigos? Muitos membros da família e amigos estarão ansiosos para saber sobre a evolução do paciente. Querem saber o que não está bem, como está respondendo ao tratamento e o que podem fazer para ajudar. As demonstrações de preocupação podem ser reconfortantes, porém falar demasiadamente sobre o assunto pode ser emocionalmente exaustivo. Para manter-se equilibrado é importante organizar bem o tempo, contemplando descanso, alimentação e o cuidado com as questões práticas da vida. Nestas ocasiões, permitir que outros assumam alguns de seus afazeres será benéfico tanto para você quanto para a outra pessoa. Com respeito a informações médicas, primeiro é necessário decidir quais informações e para quem você quer revelá-las. Caso o paciente esteja consciente, ele sempre deve ser consultado a este respeito. Depois de decidido, é importante escolher um ou dois membros da família ou amigos para repassar as informações aos demais. Estas pessoas precisam ser capazes de compreender as condições clínicas do paciente para, assim, evitar erros de comunicação. Também podem filtrar todos os conselhos e sugestões que amigos ou membros da família podem fazer e que, apesar de toda a boa intenção, acabam por sobrecarregar os familiares mais próximos que neste momento estão lidando com decisões muitas vezes difíceis e delicadas. Para proteger a dignidade e privacidade do paciente, também pode ser importante restringir as visitas ao círculo mais íntimo de relações. O que significa fazendo tudo? Fazendo tudo significa que se utilizará qualquer tratamento disponível, necessário e todas as terapias apropriadas para preservar a vida do paciente. Isto pode incluir o uso de máquinas de suporte vital, diálise, monitores invasivos e ressuscitação cardio-pulmonar em caso de parada cardíaca. Não inclui, necessariamente, que os médicos ofereçam terapias que seriam ineficazes clinicamente (que não aumentam a possibilidade de sobrevivência). Nestas circunstâncias, os médicos podem, inclusive, lhe dizer que o paciente não é candidato a receber determinadas intervenções. O médico de seu familiar e os médicos da UTI podem ajudá-lo a compreender estas questões, discutindo o cuidado do paciente com você. Se a condição clínica não é curável ou a recuperação é improvável, quais são as opções para o conforto do paciente? O médico do seu familiar pode discutir todas as opções com você e com sua família.

As opções podem incluir a suspensão de certos tratamentos como diálise, medicamentos antibióticos, exames diagnósticos e procedimentos etc.. Algumas perguntas para esclarecer isto estão listadas a seguir: O que significa Ressuscitação Cardio Pulmonar (RCP)? A RCP salvará a vida do meu familiar caso ele tenha uma parada cardiopulmonar? O que será feito para que o paciente esteja confortável? O paciente pode ser cuidado em casa com Home Care? Posso trazer nosso líder religioso ao hospital para visitar o paciente? Posso esperar até todos os membros da família tenham tido a oportunidade de se despedir para então decidir o que fazer? O que acontece se eu decidir que quero que se faça tudo, mas os médicos creem que limitar ou não adicionar certos tratamentos é o mais apropriado? Esta situação usualmente acontece quando há pouca compreensão da condição clínica atual e/ou dos benefícios de certos tratamentos. Se este conflito surge, o mais indicado é que você reúna os membros da família e solicite uma reunião com o médico do paciente para que possam esclarecer todas as dúvidas. Durante esta reunião será possível acordarem um plano de tratamento que leve em conta as necessidades do paciente e os desejos da família. Se ainda assim não for possível chegar ao consenso, é possível recorrer à supervisão de prática médica do CTI e ao comitê de ética do hospital.