OS DESAFIOS DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL. Profª Karina Alem

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Transcrição:

OS DESAFIOS DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Profª Karina Alem

PLANO DE TEXTO 1º PASSO Identificar as palavras- chave a) desafios: dificuldades, problemas, obstáculos, avanços tímidos b) saúde: ausência de doença/enfermidade (?), OMS c) pública: coletivo, direito, Estado, caos, pobreza d) Brasil: particularidades do país

2º PASSO ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS 1. Alusão histórica Brasil Colônia - Condições Sanitárias

- Acesso aos tratamentos conforme as classes sociais (Médicos e remédios X Santas Casas de misericórdias e curandeiros, conhecedores das terapias de cura e das ervas) * Quem fica mais doente? Por quê?

BRASIL IMPÉRIO Dom Pedro I realizou as primeiras mudanças (transformou escolas em faculdades, delimitou funções para os praticantes da medicina, criou órgãos para fiscalizar a saúde pública) Ações ineficazes- Viver no Brasil era um risco (abastecimento de água, condições sanitárias, epidemias)

- Fama de um país insalubre afugentava os imigrantes operários gerou avanços. Por quê? BRASIL REPÚBLICA - 1900-1920- Período marcado por reformas urbanas e sanitárias em áreas específicas. Seguia refém dos problemas sanitários e das epidemias - Oswaldo Cruz -Revolta da Vacina foi uma revolta e manifestação popular ocorrida entre 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.... O motivo que desencadeou isso foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.

- Gripe espanhola (1918)- atingiu cerca de 700 mil brasileiros, matando cerca de 15 mil indivíduos.

1953- Ministério da Educação e Saúde ampliação para assistência nas zonas rurais (+70% da população vivia na zona rural) - Ditadura Militar

- Verba- 1% do orçamento geral da união destinado para saúde, então o caos na saúde pública deu lugar aos planos de saúde que passa a ser mercadoria.

Movimento Sanitarista- luta 1986-8ª Conferência Nacional de Saúde- amplia os conceitos de saúde e propôs mudanças baseadas no direito universal à saúde. O relatório produzido serviu de base para a elaboração do capítulo de saúde da Constituição de 1988.

Criação do SUS (1988) - tem participação privada, mas tem o princípio de saúde pública. Art 196- Um direito de todos um dever do estado Um dos mais completos sistemas de saúde (OMS) Usuários: 150 milhões

QUANTO É GASTO EM SAÚDE? DADOS ESTATÍSTICOS A legislação brasileira obriga o poder público das esferas federal, estadual e municipal a gastar valores mínimos com a saúde ou seja, há um piso de gastos para essa área. Em 2016, por conta da Emenda Constitucional 86/2015, o Governo Federal deve destinar 13,2% da receita corrente líquida para serviços de saúde pública. Esse percentual crescerá gradativamente, até chegar a 15% da receita corrente líquida em 2020.

Os governos estaduais e o Distrito Federal são obrigados por lei a alocar 12% de sua receita com impostos e transferências. Por fim, os municípios precisam colocar 15% da receita nos serviços de saúde. Como essas determinações se traduzem, em números absolutos? Vamos ver: conforme afirmou o Ministério do Planejamento em 2015, a União gastou R$ 110 bilhões nesse setor mais do que era obrigado por lei. Lembrando que esses 110 bilhões não incluem os gastos dos estados e municípios: em 2013, por exemplo, o gasto total em todas as esferas da federação chegou a R$ 190 bilhões.

Dados- 150 milhões dependem exclusivamente do sus, mas é para toda a população. Direito Universal, no Chile, vc opta Investimento pouco Mal gerenciamento- máquina pública é burocrática e emperrada, corrupção e interferência política Incorporação de tecnologia barateia na medicina- celulares mais baratos,por exemplo Sistema centrado na doença-

COMPARAÇÃO: MAS AFINAL, ISSO É MUITO OU POUCO DINHEIRO? Os gastos públicos com saúde representam algo em torno de 3,6% do PIB (dados de 2013), ou R$ 190 bilhões. Se somado com os gastos das famílias e dos convênios privados em saúde, chega-se a 8% do PIB, ou R$ 424 bilhões, segundo o IBGE; O Ministério da Saúde é o que mais recebe recursos, à frente do Ministério da Educação; Agora, na perspectiva dos cidadãos: o governo gasta pouco mais de R$ 3 por dia com a saúde de cada brasileiro.

Para um país de renda média como o Brasil, pode-se dizer que esse volume de gastos em saúde é razoável. Por outro lado, se comparado com países mais desenvolvidos, ainda deixa muito a desejar. Entenda por quê: O Brasil é o único país entre as dez maiores economias do mundo que em que os gastos privados, feitos pelos planos de saúde e famílias, superam os gastos públicos; Além disso, os gastos públicos com saúde por habitante são menores do que a média mundial. Isso demonstra que sim, ainda se gasta relativamente pouco com saúde no país.

OBRAS Capitães da Areia, de Jorge Amado Almiro morre de bexiga (varíola)

O Jeca de Lobato sofria com as doenças da época, como o amarelão, não possuía hábitos higiênicos, vivia descalço. Conforme o escritor, o homem do interior era assim devido ao descaso do Estado para com suas necessidades, sua educação, à mercê do atraso econômico e da miséria. Como ele passou a dizer mais tarde: "Jeca não é assim, está assim."

A saúde pública é tópico retratado na obra, principalmente nas habitações populares, os cortiços, que não tinham condições adequadas de higiene e eram um reflexo do grande fluxo de imigração europeia e êxodo rural.

* Investimento inadequado * Má gestão das verbas * Máquina pública burocrática * Intervenções (políticas)partidárias * Negligência e descaso do funcionalismo público * Consciência (?) acerca do conceito de público * Falta de informação * Condições econômicas e determinantes sociais * Cultura da cura e não da prevenção CAUSAS

INTERVENÇÕES * Vídeo de Pelegrini * Programa Mais Médicos