Diagnóstico de Segurança e Saúde no Trabalho

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Transcrição:

Diagnóstico de Segurança e Saúde no Trabalho Principais conclusões em 7 empresas do setor do Calçado Casa das Artes - Felgueiras 4 de Março de 2015

Tópicos 1. Enquadramento do estudo 2. Caraterização das empresas 3. Resultados obtidos 4. Conclusões principais 5. Proposta de ações corretivas e de melhoria 6. Considerações finais

1. Enquadramento do estudo Trabalhos realizados pelos estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras do Instituto Politécnico do Porto (ESTGF.IPP), no ano letivo 2013/2014, no âmbito dos estágios da Licenciatura de Engenharia de Segurança do Trabalho, com a duração de 400 horas. Diagnósticos de Segurança e Saúde no Trabalho realizados em sete empresas do setor do Calçado, tendo por objetivo: Estudo das práticas de trabalhos nessas organizações Avaliação dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas Apresentação de propostas de ações corretivas e/ou de melhoria.

1. Enquadramento do estudo Para a avaliação dos riscos, na maioria das empresas estudadas foram efetuadas medições e estudos, nomeadamente: Ruído Iluminância Ambiente Térmico Contaminantes químicos Avaliações ergonómicas de postos de trabalho

2. Caraterização das empresas 2.1. Localização As empresas em estudo estão localizadas nos concelhos de Felgueiras (6) e de Guimarães (1).

2. Caraterização das empresas 2.2. Atividade Fabricação de formas (1) Fabricação de solas (3) Fabricação de calçado (3)

2. Caraterização das empresas 2.3. Efetivo de trabalhadores

2. Caraterização das empresas 2.4. Organização dos serviços de SST Organização dos serviços de SST 0 1 6 empresas através de serviços externos de SST 1 empresa sem serviços de SST organizados 6

2. Caraterização das empresas 2.5. Principais riscos

2. Caraterização das empresas 2.5. Principais riscos

2. Caraterização das empresas 2.5. Principais riscos

3. Resultados obtidos Níveis de ruído Postos de trabalho avaliados Igual/Superior ao valor limite de exposição [L ex, 8h = 87 db(a) e L Cpico = 140 db] Postos de trabalho Igual/Superior ao valor de ação Superior [L ex, 8h = 85 db(a) e L Cpico = 137 db] Igual/Superior ao valor de ação inferior [L ex, 8h = 80 db(a) e L Cpico = 135 db] Inferior ao valor de ação inferior [L ex, 8h = 80 db(a) e L Cpico = 135 db] 97 21 6 14 57

3. Resultados obtidos Níveis de iluminação Postos de trabalho avaliados Valor inferior ao recomendado pela Norma ISO 8995:2002 Postos de trabalho Valor superior ao recomendado pela Norma ISO 8995:2002 181 98 83

3. Resultados obtidos Agentes químicos perigosos Postos de trabalho avaliados < Valor Limite de Exposição Postos de trabalho Valor Limite de Exposição 10 8 2

3. Resultados obtidos Avaliações ergonómicas Postos de trabalho avaliados Existência de Risco de LME Postos de trabalho Inexistência de Risco de LME 7 7 0

4. Conclusões principais Pontos fortes Das sete empresas estudadas, apenas uma não tem organizados os Serviços de SST Na generalidade, são disponibilizados aos trabalhadores equipamentos de proteção individual (EPI) De um modo geral, a sinalização de segurança instalada é adequada aos riscos inerentes às atividades Existência de meios de extinção de incêndios (extintores, bocas-de-incêndio)

4. Conclusões principais Pontos fracos Os trabalhadores estão expostos a elevados níveis de ruído Máquinas e equipamentos (sem Marcação CE, declarações de conformidade CE e manuais em Português) Níveis de iluminância inferiores aos recomendados na grande maioria dos locais de trabalho analisados Organização e arrumação dos locais de trabalho

4. Conclusões principais Pontos fracos Das avaliações ergonómicas realizadas verificou-se a existência de risco de LME (lesão músculo-esquelética) Lacunas ao nível da Organização da Emergência A maioria dos trabalhadores das empresas em estudo não têm formação de SST e genericamente não conhecem os riscos a que estão expostos nem as medidas de prevenção e proteção adotadas.

4. Conclusões principais Pontos fracos Extintores obstruídos Bocas-de-incêndio obstruídas

4. Conclusões principais Pontos fracos Acessos aos meios de extinção e quadro elétrico obstruído Desarrumação dos locais de armazenagem

4. Conclusões principais Pontos fracos Deficientes condições de armazenagem de produtos químicos

5. Proposta de ações corretivas e de melhoria Pretende-se, através do trabalho em conjunto dos empresários, individualmente e em associação, trabalhadores e seus representantes, comunidades tecnológicas e do ensino e investigação científicas, e com o apoio e supervisão da ACT, a obtenção dos seguintes resultados:

5. Proposta de ações corretivas e de melhoria Mudar mentalidades e comportamentos em matéria da SST no universo das empresas do setor do calçado Proporcionar às empresas um conhecimento efetivo da legislação; Fomentar no universo empresarial a aplicação de novos procedimentos conducentes a uma melhor gestão da SST; Redução dos acidentes de trabalho e doenças profissionais e consequentes impactos nos custos económicos, sociais e humanos das partes interessadas; Evidenciar as vantagens que, em termos de viabilização e rentabilização das empresas, resultam da boa gestão da SST

5. Proposta de ações corretivas e de melhoria Eixo 1 Sensibilização e informação dos empregadores para as obrigações legais e regulamentares decorrentes dos requisitos nacionais aplicáveis à segurança e saúde no trabalho (SST) Eixo 2 Sensibilização e formação dos trabalhadores para os riscos para a sua segurança e saúde associados às atividades desenvolvidas no setor do calçado e a importância da adoção de boas práticas de SST Eixo 3 Diagnóstico, elaboração de propostas de intervenção e implementação de medidas de SST nas empresas intervencionadas Eixo 4 Elaboração de um estudo de caracterização do setor do calçado (a partir do dados recolhidos nas empresas intervencionadas) e de um manual de boas práticas de segurança e saúde no trabalho para o setor do calçado.

6. Considerações finais Através do plano de intervenção proposto, pretende-se: Minimizar os riscos a que os trabalhadores do setor do Calçado estão expostos, melhorar as suas condições de trabalho e, acima de tudo, promover, a todos os níveis hierárquicos das organizações, uma Cultura de Segurança Apoiar as empresas na implementação de medidas de SST que contribua para melhorar os seus níveis de eficiência, com reflexos na sua imagem externa e no incremento dos seus resultados operacionais.

Agradeço a atenção dispensada! www.estgf.ipp.pt mar@estgf.ipp.pt