Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 9

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Transcrição:

Certificado digitalmente por: LUIZ MATEUS DE LIMA Apelação Cível nº 1637440-4, do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, 2ª Vara da Fazenda Pública. Apelante: Paulo Roberto Camargo de Lima. Apelado: Estado do Paraná. Relator: Des. Luiz Mateus de Lima. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA. ESCREVENTE SUBSTITUTO. VACÂNCIA DA SERVENTIA NA VIGÊNCIA DA CF/88. FALECIMENTO DE TITULAR. DESIGNAÇÃO QUE SE DEU DE FORMA PRECÁRIA. AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO. ARTIGO 236, 3º DA CF/88. NECESSIDADE DE CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DO CARGO. PRECEDENTES DO STJ E STF. RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDO E DESPROVIDO. A Constituição Federal de 1988 traz de forma expressa em seu artigo 236, 3º que os serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, devendo, entretanto, o ingresso na atividade se dar mediante concurso público de provas e títulos. Verificada a vacância da Serventia na vigência da Constituição Federal de 1988, é necessária a realização de concurso público para o preenchimento do cargo. Página 1 de 9

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1637440-4, do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba 2ª Vara da Fazenda Pública, em que é apelante Paulo Roberto Camargo de Lima e apelado Estado do Paraná. Paulo Roberto Camargo de Lima propôs ação ordinária declaratória em face do Estado do Paraná, alegando, em síntese que: a) exerce as funções de Escrevente Substituto do Serviço Distrital de Jardim Alegra no Estado do Paraná há mais de 17 anos; b) com o falecimento da antiga Titular (certidão de óbito em anexo), o Requerente foi designado, pelo Juiz Diretor do Fórum, para responder interinamente pelas funções de titular da Serventia, até que esta venha ser provida mediante realização de concurso público, conforme consta no Ofício n. 1631/2012 do Juízo de Direito da Comarca de Ivaiporã-PR, encaminhado para referendo pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Paraná, devidamente juntado em anexo ; c) o concurso público n. 01/2012 foi aberto e está temporariamente suspenso, tendo sido a Serventia do Requerente arrolada no rol de vacância, ofertada na listagem sob n. 342, referente aos serviços vagos até 13/12/2012, tendo sido destinada à vaga reservada a Remoção P.N.E. ; d) deve ser efetivado da categoria de substituto para titular efetivo do Ofício, por ser substituto por tanto anos, com base na PEC 471/2005; g) não é justo, no caso de vacância, deixar essas pessoas experimentadas, que estão há anos na qualidade de Página 2 de 9

responsáveis pelas serventias, que investiram uma vida e recursos próprios nas mesmas, prestando relevante trabalho público e social, ao desamparo ; h) entende que o Ofício de Jardim Alegre-PR deve ser excluído da listagem sob n. 342, relacionados aos serviços vagos no Estado do Paraná até dia 13.12.2012. Requer a concessão da liminar com a exclusão do Serviço Distrital de Jardim Alegre, da Comarca de Ivaiporã, da listagem dos serviços vagos do Estado do Paraná. Ao final, a procedência da ação com a declaração do direito da requerente em lhe ser outorgado a delegação na categoria de Titular do Ofício Distrital de Jardim Alegre-PR (mov. 1.1). indeferido (mov.22.1). O pedido de antecipação de tutela foi Contestação (mov. 48.1). O feito foi redistribuído em razão de alteração da competência do órgão (mov. 73.1). Sobreveio sentença proferida pelo juiz a quo o qual julgou improcedente o pedido formulado na inicial, extinguindo o feito com resolução do mérito. Condenou o autor ao pagamento das custas e honorários advocatícios fixados em R$1.000,00 (um mil reais) Irresignado, Paulo Roberto Camargo de Lima interpôs recurso de apelação cível, reiterando os argumentos trazidos na inicial, afirmando ainda que: a) deve as situações administrativas consolidadas com o transcurso com tempo tem que ser estabilizadas; b) deve ser observado o Princípio da Segurança Jurídica; c) (...)caberia à Administração Pública, nos termos do art. 236, parág. 3. da Página 3 de 9

CF/88, regularizar a situação da serventia, provendo-a por concurso dentro do prazo de 6 (seis) meses, se assim entendesse conveniente. Como não o fez, mesmo passados mais de 4 anos, gerou legítima expectativa no apelante, que realizou expressivos investimentos na melhoria do serviço prestado na unidade notarial, desde que assumiu a titularidade da serventia ; d) há decisão do STF determinando o não provimento de serventia que esteja subjudice, até o transito em julgado da decisão. Requer seja conhecido e provido o recurso de apelação. É o relatório. II VOTO E SUA FUNDAMENTAÇÃO. Presentes os pressupostos recursais de admissibilidade, conheço do recurso de apelação cível e lhe nego provimento. A hipótese dos autos versa sobre o direito de apelante, Escrevente Substituto do Serviço Distrital de Jardim Alegre há 17 anos, em ser efetivado para Titular do Ofício Distrital de Jardim Alegre-PR. Argui o recorrente que com a morte da titular foi designado em 2012 para responder interinamente pelas funções de titular da Serventia, situação que se perdurou ao longo dos anos visto que não foi realizado concurso público para o provimento da vaga, gerando assim expectativa de direito ao recorrente. Não assiste razão ao mesmo. Página 4 de 9

A Constituição Federal de 1988 traz de forma expressa que os serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, devendo, entretanto, o ingresso na atividade se dar mediante concurso público de provas e títulos, senão vejamos: Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. Assim sendo, verificada a vacância da Serventia na vigência da Constituição Federal de 1988, é necessária a realização de concurso público para o preenchimento do cargo. No caso dos autos, nota-se que foi homologada a indicação do recorrente ao cargo de Escrevente substituto do Cartório Distrital de Jardim Alegre em 30 de outubro de 1996 (mov. 1.5). Em 16 de outubro de 2012, o apelante foi designado para responder precariamente o Serviço Distrital de Jardim Alegre/PR, até regular provimento mediante concurso público, tendo em vista o falecimento da titular Cleuse Terezinha Camargo de Lima. Ocorre que, tanto a indicação do recorrente como Escrevente Substituto, quanto a designação às funções de titular da Serventia se deram já sob a égide da Página 5 de 9

Constituição Federal de 1988, razão pela qual a nova titularidade tem que ser preenchida mediante concurso público, não havendo que falar em promoção de substituto para titular. Ademais, vê-se da designação do recorrente para responder pelo Serviço Distrital de Jardim Alegre que o mesmo estava ciente da precariedade da nomeação, visto que houve previsão expressa nesse sentido, não havendo que falar em expectativa de direito (mov. 1.4). Nesse sentido decisão do STJ: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. VACÂNCIA. PREENCHIMENTO. CONCURSO PÚBLICO. PRETENSÃO. ESCREVENTE SUBSTITUTO. TITULARIDADE. CARTÓRIO. INEXISTÊNCIA. DIREITO. NORMA CONSTITUCIONAL. COGÊNCIA. PREENCHIMENTO. VAGA. CERTAME. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA. DISCUSSÃO. LEGALIDADE. ESTABILIDADE. SERVIÇO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça assentaram que o substituto do titular de serventia extrajudicial não tem direito adquirido a ser efetivado no cargo de titular na hipótese de ter ocorrido a vacância após a vigência da Constituição da República de 1998, que exige a realização de concurso público para o ingresso na atividade notarial e de registro, na forma do seu art. 236, 3.º. 2. Não há falar em decadência administrativa ou em inobservância ao devido processo legal porque argumentos referentes a uma suposta ofensa ao ato administrativo que considerou estabilizado o agravante, o que, no entanto, refoge aos limites da demanda, porquanto a controvérsia cinge-se somente ao suposto direito do interessado em ocupar determinada serventia extrajudicial sem submeter-se a concurso público, razão por que a simples afirmação em sentido oposto, isto é, de que o provimento da serventia opera-se necessariamente mediante prévio concurso Página 6 de 9

público, não desnatura nem desconsidera os efeitos da estabilidade do agravante, que continua a exercer as funções de escrevente substituto.3. Agravo regimental não provido. (STJ AgRg no RMS 46555 MG 2014/0236682-3 OJ Segunda Turma DP: 10/03/2015 DJ: 3 de Março de 2015 Relator: Ministro Mauro Campbell Marques) RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ESCREVENTE SUBSTITUTO. CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. TITULAR FALECIDO E VACÂNCIA NA VIGÊNCIA DA ATUAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TITULARIZAÇÃO DO SUBSTITUTO VEDADA. CONCURSO PÚBLICO REALIZADO. DISPENSA DO ESCREVENTE SUBSTITUTO. POSSIBILIDADE. ESTABILIDADE DO ART. 19 DO ADCT NÃO APLICÁVEL. Precedentes. 1. O recorrente tomou posse no cargo de Escrevente Substituto em 12.5.1987, falecendo seu genitor, titular do cartório de registro de imóveis, em 1º.10.2000, caracterizando-se a respectiva vacância. 2. Verificada a vacância da serventia extrajudicial na vigência da atual Constituição Federal, exige-se a realização de concurso público para o preenchimento do cargo, nos termos do art. 236, 3º, da CF/88, descabendo a titularização do substituto. Precedentes. 3. O art. 19 do ADCT, relativo à estabilidade dos servidores públicos, não se aplica aos serventuários de cartórios extrajudiciais, que podem ser dispensados sem a necessidade de prévio procedimento administrativo. No caso, simples ato administrativo anterior que declara, indevidamente, a estabilidade é absolutamente nulo, não produzindo qualquer efeito. 4. Recurso ordinário não provido. (STJ Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 30871 MG 2009/0221957-7 Segunda Turma Dje 24.05.2013 Relator: Ministro Castro Meira) Tribunal Federal: Na mesma linha, o julgado do Supremo AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS N. 861. MANDADO DE SEGURANÇA N. 27.415. CITAÇÃO POR EDITAL. ALEGADA E NÃO CONFIGURADA CONTRARIEDADE AOS PRINCÍPIOS Página 7 de 9

DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA: REITERADAS TENTATIVAS DO CONSELHO. DETERMINAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO E DE AFASTAMENTO DE OFICIAIS DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. EFETIVAÇÃO DE SUBSTITUTOS OU INTERINOS NA TITULARIDADE DE SERVENTIAS: AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO FUNDAMENTADO NO ART. 208 DA CARTA DE 1967 (EC 22/1982). VACÂNCIA ANTERIOR A 5.10.1988, COM EFETIVAÇÃO NA TITULARIDADE EM DATA POSTERIOR. AUTOAPLICABILIDADE DO ART. 236, 3º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO E REMOÇÃO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL: INEXISTÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À EFETIVAÇÃO DE SUBSTITUTOS NA TITULARIDADE DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS VAGAS APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA: NÃO INCIDÊNCIA DO ART. 54 DA LEI N. 9.784/1999 EM MANIFESTA INCONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (STF - MS 27321 DF OJ: Segunda Turma DP: 13-11-2014 Relator Min. Cármen Lúcia) Ainda, como bem argumentou o juiz a quo o qual adoto por reportação: O texto constitucional não deve ser relativizado à conta de projetos de alteração em trâmite, notadamente porque o ingresso na titularidade de funções públicas deve refletir a possibilidade de que qualquer cidadão possa assumir referidas funções, o que somente se dará pela via do concurso público. Desta feita, ocorrida a vacância do cargo objeto do feito após a vigência da Carta Magna, a qual passou a exigir prévia aprovação em concurso público para o ingresso no serviço de Notário e Registro, não há falar em Página 8 de 9

direito adquirido à efetivação de escrevendo como titular da Serventia. Dessa maneira, conheço do recurso de apelação e no mérito lhe nego provimento. III DECISÃO. Diante do exposto, ACORDAM os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso de apelação e lhe negar provimento, nos termos do voto. Participaram do julgamento os Senhores Desembargadores Luiz Mateus de Lima (presidente, com voto), Nilson Mizuta e o Juiz Substituto em 2º Grau Edison de Oliveira Macedo Filho. Curitiba, 11 de abril de 2017. LUIZ MATEUS DE LIMA. Desembargador Relator. Página 9 de 9