ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE QUADRIL UMA VISÃO CLINICA E OBSTÉTRICA 85 MORPHOMETRIC ANALYSIS OF THE HIP A VISION CLINIC AND OBSTETRIC João Lopes TOLEDO NETO * Grazielle ORTIZ GARCIA ** Juliara Aparecida SOUZA SIMÕES *** Annecy TOJEIRO GIORDANI * Emiliana Cristina MELO **** Iara Patrícia DESIDERIO ***** Edna Aparecida Lopes Bezerra KATAKURA **** Clovis MARZOLA ****** * Docente doutor(a) adjunto do curso de enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel, Bandeirantes/PR. ** Enfermeira. Graduada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel, Bandeirantes/PR. *** Enfermeira. Graduada pela Universidade Paulista (UNIP) Campus Assis SP. **** Docente assistente do curso de enfermagem da Universidade Estadual do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel, Bandeirantes/PR. ***** Docente mestre em Anatomia Humana e cirurgia e traumatologia BMF pela Universidade de Marília. ****** Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP. Professor dos Cursos de Especialização e Residência da APCD Regional de Bauru e do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial e Associação Hospitalar de Bauru.
RESUMO 86 O estudo morfométrico tem como objetivo mostrar, mensurar, mapear áreas do quadril feminino, através de traçado padronizado pela literatura, além da realização do mesmo ato no espaço existente entre os dois ossos pélvicos. O Curso de Enfermagem, através de seus conhecimentos acadêmicos tem forte tendência a esta curiosidade na obstetrícia. Nota-se que o profissional enfermeiro acompanha a todo o momento o pré-parto, aplicada à saúde da mulher e, que durante o estudo anatômico fisiológico do quadril há um grande interesse da comunidade científica em conhecer, mapear e medir os ossos ilíacos, ísquio e púbicos. Tudo isso devido sua grande interferência no parto normal e, conseqüentemente na dilatação pré-parto. Para o estudo, foram utilizados no total 30 quadris ósseos humanos, sendo 06 quadris completos femininos e 3 quadris completos masculinos e, 11 quadris avulsos femininos e, 10 quadris avulsos masculinos, com fins ilustrativos das principais ocorrências de variações anatômicas e estruturais. Obteve-se como resultados encontrados três tipos de variações anatômicas distribuídas na região do quadril, M- N (diâmetro verdadeiro), O-P Q-R (diâmetro oblíquo), S-T (espinha ilíaca antero posterior direito e esquerdo). Os resultados de quadris femininos e masculinos nesta pesquisa não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (Teste de Tukey). Indicando o aumento da amostra para a confirmação do envolvimento destes resultados com o aumento no índice de partos do tipo cesárea. Destacar a Anatomia, fornecendo dados aos profissionais da saúde, dentre eles o Enfermeiro, mais conhecimento sobre o assunto para assim, poderem desenvolver os procedimentos com maior segurança, proporcionar ao paciente uma maior qualidade na assistência, evitando danos, a sua saúde. ABSTRACT The morphometric study aims to demonstrate, measure, map areas of the female hip, by tracing the standard literature, in addition to performing the same act in the space between the two pelvic bones. The nursing course, through their academic knowledge has a strong tendency to this curiosity in obstetrics, it is noted that the professional nurse accompanies all the time for delivery, applied to women's health, and that during the study anatomical physiological hip there a great interest in knowing the scientific community, mapping and measuring the ilium, ischium and pubic due to large interference in normal childbirth and therefore dilation during labor. For the study, 30 were used in total hip bone human being 06 females and 3 full hips completely separate male and 11 female and 10 male hips loose, for the sake of the major events of structural and anatomical variations. We obtained results as three types of anatomical variants distributed on the hip, MN (true diameter), OP QR (oblique diameter), ST (iliac spine anterior right and left posterior). The results of male and female hips in this study showed no statistically significant differences (Tukey test). Indicating increase in sample to confirm the involvement of these results with the increased rate of cesarean deliveries of the type. Highlight Anatomy, providing data to healthcare professionals, including the nurse, more knowledge on the subject to so they can develop the procedures with greater security, offer the patient a higher quality of care, avoiding damage, the health of it. Unitermos: Morfometria; Enfermagem; Obstetrícia. Uniterms: Morphometric; Nursing; Obstetric.
INTRODUÇÃO 87 O estudo morfométrico tem como principal objetivo o levantamento mensural de partes ou áreas do corpo humano. É amplamente utilizado para o mapeamento das estruturas ósseas que consistem em ílio, ísquio e púbis (FENEIS; DAUBER, 2000). Os ossos ilíacos que se subdividem em crista-ilíaca e espinha-ilíaca; acetábulo, sacro, cóccix, osso pélvico e a rede muscular pubcoccígea ou músculo, (http://www.dunia.com.br/labor3.htm). Observando o fato do conhecimento do que é normal no corpo humano agrega-se ao objetivo do presente estudo, oferecer subsídios ao clínico sobre as variações anatômicas e, seguramente explorar sua mecânica durante as abordagens obstétricas. Morfologicamente, o quadril pode ser classificado de acordo com a abertura superior do quadril: a) andróide (20%), abertura superior em forma de coração; b) ginecóide (50%), forma arredondada; c) antropóide (25%), semelhante a um oval longo e estreito; d) platipelóide (5%), abertura oval com eixo transverso, podendo ainda existir diferentes classificações intermediaria. Essa classificação é realizada baseada no diâmetro transverso máximo, pela relação existente entre os diâmetros sagital posterior e anterior (http://www.cleber.com.br/poscran.htm). O diâmetro ântero-posterior ou anatômico estende-se do ângulo sacro vertebral à sínfise púbica, sendo sua medida habitual cerca de 11 cm na mulher. O diâmetro transverso estende-se pela maior largura da abertura superior do meio da linha terminal de um lado para o menor ponto no lado oposto e, sua medida usual é cerca de 13,5 cm na mulher. O diâmetro oblíquo estende-se da eminência iliopectínia de um lado à articulação sacra ilíaca do lado oposto, sendo sua medida habitual de 12,5 cm na mulher. A pelve não varia apenas quanto ao gênero, mas também em diferentes indivíduos do mesmo gênero e, não parece ser influenciado pela altura, embora as mulheres de estatura baixa, via de regra tenham a pelve larga. Algumas vezes a pelve é igualmente contraída em todas as suas dimensões, mesmo em mulheres de estatura média e bem formada no restante (GRAY; GOSS, 1988). O diâmetro oblíquo da pelve menor é a distância entre a articulação sacra ilíaca de um lado e a eminência iliopúbica do outro, havendo um diâmetro de 13 cm oblíquo direito e outro esquerdo, sendo o direito 0,5 cm maior que o esquerdo. O diâmetro transverso máximo é a maior distância entre os lados da pelve em média cerca de 15 cm, o conjugado anatômico 11 cm, o conjugado obstétrico 10,5 cm, diâmetro ântero-posterior coccipubico 9,5cm sendo que durante o parto pode chegar a 12 cm, diâmetro transverso 11cm, diâmetro oblíquo direito e esquerdo 11 cm, diâmetro bi-espinhal 24 cm, diâmetro bi-cristal 28 cm (DIDIO, 2002). No feto, por muitos anos depois do nascimento, a pelve é menor proporcionalmente à do adulto e a projeção do ângulo sacro vertebral é menos marcada. As diferenças características da pelve do homem e da mulher já se encontram indicados distintamente desde o 4 mês da vida fetal (GRAY, GOSS, 1988). Este trabalho tem como objetivo mostrar, medir, mapear as áreas do quadril feminino, através de traçado padronizado pela literatura, além da realização do mesmo ato no espaço existente entre os dois ossos pélvicos e comparar com o quadril masculino. Destacar a Anatomia, estudando os estreitos, as dimensões, os diâmetros, a forma, os planos e os eixos da região, fornecendo dados aos
profissionais da saúde e, dentre eles o Enfermeiro e, grande parte dos profissionais de Enfermagem desconhece tais variações. Assim, pode-se proporcionar aos profissionais da Saúde mais conhecimento sobre o assunto para, desenvolverem os procedimentos com maior segurança, proporcionando ao paciente maior qualidade na assistência, evitando danos a sua Saúde. REVISTA DA LITERATURA Diversos acidentes do osso do quadril são importantes pontos de reparo, podendo ser palpados com maior ou menor dificuldade como, por exemplo, a crista ilíaca, a espinha ilíaca e, a tuberosidade isquiática. A palpação é fácil exceto em indivíduos que apresentam nádegas muito volumosas. O estreito superior da pelve a divide numa porção superior, a pelve maior (ou falsa) e, outra inferior a pelve menor (ou verdadeira), onde a pelve maior abriga órgãos abdominais e a menor os órgãos do sistema genital e partes terminais do sistema digestivo. O estreito superior da mulher é redondo ou oval e o ângulo subpúbico aproxima-se de 90 e, no masculino o ângulo é mais agudo (DANGELO; FATINNI, 2002). O anel completo dos ossos do quadril (sínfise púbica, ílio, ísquio), proporciona suporte forte e estável para a coluna vertebral e, vísceras abdominais, além dos ossos da coxa, conectando-se ao esqueleto axial. O ílio é o maior dos três ossos, participando da formação do acetábulo, juntamente com ísquio e púbis. O acetábulo é o local de encaixe da cabeça do fêmur, que juntos formam a articulação da cabeça do quadril. No ísquio contém a proeminente espinha isquiática que apresenta a espessa tuberosidade isquiática, essa tuberosidade proeminente pode machucar a coxa de alguém quando você se senta sobre ela. É também onde se encontra o maior forâmen do esqueleto humano, o Forâmen Obturado (DANGELO; FATINNI, 2002 e TORTORA; GRABOWSKI, 2002). Os ossos do homem são mais largos e mais pesados que os da mulher, e tem marco superficial mais acentuado. Muitas dessas diferenças são adaptações à necessidade do corpo feminino de gerar e dar à luz uma criança (DANGELO; FATINNI, 2002 e TORTORA; GRABOWSKI, 2002). A pelve falsa, a maior, faz parte do abdômen, não contém órgãos pélvicos, exceto pela bexiga urinária, quando cheia, e pelo útero durante a gravidez. A pelve verdadeira, ou menor, fica abaixo da linha terminal na cavidade pélvica, que durante o parto se torna à rota tomada pela cabeça do feto (MOORE; DALLEY, 2001 e TORTORA; GRABOWSKI, 2002). A cabeça gira durante a ocupação inicial da abertura superior da pelve, a seguir da cavidade e, finalmente da abertura inferior da pelve (TORTORA; GRABOWSKI, 2002). A pelve ginecóide ou ideal é reconhecida por sua entrada oval bem redonda e saída similarmente não desordenada. A entrada tem sua dimensão mais longa de lado a lado, enquanto que na saída à dimensão mais longa é ânteroposterior. O crânio fetal é mais longo em sua dimensão ântero-posterior. A cabeça penetra na entrada da pélvis materna transversalmente colocada, gira na cavidade média e deixa-a pela saída com sua dimensão mais longa posando anteroposteriormente (POLDEN; MANTLE, 2002). A pelve óssea é dividida em pelves maior e menor, a falsa e verdadeira; a pelve maior, a falsa é superior à abertura superior da pelve, sendo local de algumas vísceras abdominais. A pelve menor, a verdadeira é da maior 88
importância obstétrica e ginecológica devido ser o canal pélvico ósseo, o canal do parto. Para determinar a capacidade da pelve feminina para o parto, os diâmetros da pelve menor são observados radiograficamente ou durante um exame pélvico (MOORE; DALLEY, 2001). Uma pelve andróide masculina ou afundida em uma mulher pode apresentar risco para o parto vaginal ser bem sucedido de um feto. O tamanho e a forma da altura superior da pelve são importantes porque é através dessa abertura que a cabeça do feto entra na pelve menor durante o trabalho de parto (MOORE; DALLEY, 2001). A pelve óssea é resistente, tendo como principal função transferir o peso da parte superior do corpo do esqueleto axial para a parte inferior do esqueleto apendicular. Opõe-se assim à compressão e outras forças que resultam de seu suporte do peso do corpo e sua provisão de fixações para músculos vigorosos, podendo existir tipos de anomalias de pelve. Uma pelve óssea estreitada é aquele em que um dos diâmetros está significativamente diminuído de 1,5 a 2 cm, podendo ser o resultado de uma anomalia congênita, deficiência nutricional, doença ou traumatismo, interferindo frequentemente com o parto normal (GARDNER; GRAY; RAHILLY, 1988). A bacia pode apresentar diferentes formas, sendo quatro (04) os tipos fundamentais, a ginecóide, que corresponde à bacia feminina normal, também denominada pelve típica. Tem estreito superior arredondado, diâmetro transverso eqüidistante do promontório e do pube, o ângulo subpúbico tem abertura média, paredes pélvicas paralelas, diâmetros transversos espaçosos e a escavação é bastante ampla. A andróide que reúne as características da bacia masculina normal. Tem estreito superior triangular, com o diâmetro transverso próximo ao promontório, paredes pélvicas convergentes, espinhas ciáticas salientes e ângulo sub-púbico fechado. A antropóide assim chamada pela semelhança com a bacia da antropóide, superiores (gorilas), tem estreito superior elíptico, alongado no sentido ânteroposterior, diâmetro transverso máximo diminuído, paredes pélvicas divergentes e ângulo subpúbico levemente estreitado. A platipelóide é achatada com estreito superior oval, diâmetros transversos máximos e ântero-posteriores diminuídos e ângulo subpúbico muito aberto (CARRARA; DUARTE, 1996). A apresentação pélvica ocorre quando o feto, disposto longitudinalmente dentro do útero, está com o pólo pélvico situado na área do estreito superior, a incidência é de 3,0 a 4,0% das gestações a termo. Nos últimos 20 anos, em virtude do aumento global das taxas de operação cesariana, bem como da ampliação das indicações, alguns autores têm referido melhores condições de nascimento para fetos em apresentação pélvica. A cesárea eletiva é melhor que o parto vaginal para fetos de termo em apresentação pélvica. Por outro lado, as complicações maternas não diferiram entre os dois grupos estudados, cesárea ou parto vaginal (MADI et al., 2004). O curso de Enfermagem, através de seus conhecimentos acadêmicos tem forte tendência a esta curiosidade na obstetrícia, notando-se que o profissional enfermeiro acompanha todo momento pré-parto, aplicada à saúde da mulher. Nota-se, durante o estudo anatômico fisiológico do quadril grande interesse da comunidade científica em conhecer, mapear e medir os ossos ilíacos, ísquio e púbicos devido a sua grande interferência no parto normal e, consequentemente na dilatação pré-parto. MATERIAL E MÉTODOS 89
Para este estudo foram utilizadas peças ósseas anatômicas de três instituições: Laboratório de Anatomia da Universidade Paulista UNIP/ Campus Assis, Laboratório de Anatomia da Universidade Paulista UNIP/ Campus Bauru e, Laboratório de Anatomia da Universidade de São Paulo FOB USP/ Bauru. Foram utilizados no total 30 quadris ósseos humanos, sendo 06 quadris completos femininos e 3 quadris completos masculinos e, 11 quadris avulsos femininos e 10 quadris avulsos masculinos, com fins ilustrativos das principais ocorrências de variações anatômicas e estruturais, sendo utilizado para esta medição paquímetro de precisão (Mytutoio). Os registros da informação coletados foram transcritos em desenhos esquemáticos baseados na literatura consultada, tendo por função tornar mais objetiva e precisa a coleta dos resultados obtidos. Permite ainda relacionar as diferentes estruturas anatômicas e, assim mostrar e mapear as áreas ilíacas, isquiáticas e púbicas. As medidas foram analisadas no programa STATISTICA versão 5.0 utilizando teste de comparação de medias (teste de Tukey). A pesquisa foi desenvolvida através de mensuração dos ossos do quadril de cadáveres atendidos pelas Instituições UNIP - Assis, UNIP - Bauru, FOB/USP - Bauru, que apresentaram tipos de variações anatômicas sobre os resultados obtidos. A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo abrangidas as diferenças de quadris masculinos e femininos e, a morfometria destes, que permitiram dar segurança aos dados coletados. Para atingir os objetivos proposto pelo estudo, foram realizadas as medições do diâmetro e medida externa e interna da pelve em desenho esquematizado: A - Espinha ilíaca póstero superior Processo ósseo na extremidade posterior da crista ilíaca; B - Espinha ilíaca antero superior Projeção óssea que marca o limite da crista ilíaca. Origem do músculo sartório: C - Espinha ilíaca póstero inferior - Processo ósseo na extremidade superior da incisura isquiática maior; D - Acetábulo Soquete da articulação do quadril. Cavidade formada pelo ílio, ísquio e púbis: E - Espinha ilíaca póstero superior - Processo ósseo na extremidade posterior da crista ilíaca; F - Ílio; G e H Forame abturado (comprimento); I e J Forame abturado (largura); K e L Diâmetro transverso Parte mais larga da abertura superior da pelve; M e N Diâmetro verdadeiro Diâmetro conjugado Diâmetro antero - posterior da pelve, medido a partir do promontório até a face posterior da sínfise púbica (11 cm); O e P e Q e R Diâmetro obliquo É medido a partir da articulação sacroiliaca obliquamente para frente até a eminência iliopubica do lado oposto (12,5cm). S e T Espinha ilíaca antero posterior direito e esquerdo. 90 RESULTADOS O objetivo do trabalho foi comparar as variações anatômicas dos quadris femininos, porém durante os procedimentos tornou-se oportuno também a comparação dos quadris masculinos para comparar a morfometria como grupo controle. Os dados foram coletados através das mensurações anatômicas do quadril completo e avulso. A Tabela 1 mostra a quantidade de quadris completos sendo seis (6) femininos e três (3) masculinos perfazendo um total de nove (9).
TABELA 1 Quantidade de quadris completos. ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE QUADRIL 91 Sexo Quantidade de quadril completo Feminino 06 Masculino 03 Total: 09 A Tabela 2 mostra um total de quadris avulsos de onze (11) femininos e dez 10 (masculinos) perfazendo um total de vinte e um quadris (21). TABELA 2 Quantidade de quadris avulsos. Sexo Quantidade de quadril avulso Feminino 11 Masculino 10 Total: 21 A Tabela 3 mostra as medições dos quadris completos femininos separados em direito e esquerdo, onde cada letra representa a localização da medição. TABELA 3 Quadril feminino completo. SEXO A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T F1(D) 13,81 5,37 10,38 4,87 2,78 11,35 11,62 11,68 11,33 19,89 (E) 14,08 5,68 10,54 4,91 2,77 F2(D) 15,26 4,21 12,27 5,29 3,66 12,27 14,54 11,56 12,27 26,50 (E) 14,94 5,01 13,35 5,08 3,72 F3(D) 15,81 4,47 11,84 5,07 3,37 11,05 12,14 11,81 11,43 23,30 (E) 15,27 4,42 11,59 5,08 3,46 F4(D) 15,92 4,42 10,93 5,67 3,51 10,71 11,06 10,93 10,64 22,30 (E) 15,91 4,72 10,86 5,51 3,63 F5(D) 15,14 4,67 10,95 5,59 3,56 11,99 10,06 11,39 11,03 23,20 (E) 15,11 4,67 11,26 5,61 3,55 F6(D) 15,76 5,37 13,11 5,24 3,25 10,22 11,03 10,52 10,89 25,91 (E) 15,62 5,05 13,09 5,38 3,14 Média A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T (D) 15,28 4,75 11,58 5,29 3,36 11,27 11,74 11,32 11,27 23,52 (E) 15,16 4,93 11,78 5,26 3,38 Obs.: F(D) e (E) Feminino (direito e esquerdo) A Tabela 4 mostra as medições dos quadris avulsos, com seus valores individuais e seus valores médios.
TABELA 4 - Quadril feminino avulso. ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE QUADRIL 92 SEXO A-B C-D E-F G-H I-J F1(D) 14,51 5,06 10,73 4,58 3,26 F2(D) 14,91 3,69 11,11 5,31 3,30 F3(D) 13,51 4,87 10,16 4,77 3,02 F4(D) 13,71 4,22 10,09 4,62 3,18 F5(D) 14,91 5,09 12,97 5,23 3,43 F6(D) 15,81 3,95 12,59 5,52 3,39 F7(D) 15,23 5,11 12,39 5,82 4,01 F8(D) 15,23 4,92 12,03 5,05 3,25 F9(E) 14,75 5,61 12,17 5,29 2,99 F10(E) 15,63 6,47 10,60 5,07 3,35 F11(E) 13,83 5,28 11,51 5,42 3,55 Média A-B C-D E-F G-H I-J (D) 14,73 4,61 11,51 5,11 3,32 (E) 14,74 4,61 11,43 5,26 3,30 Obs.: F (D) Feminino (direito) A Tabela 5 mostra os valores médios e as medições individuais dos quadris masculinos. TABELA 5 - Quadril masculino completo. SEXO A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T M1(D) 16,36 4,37 12,05 5,65 3,32 11,14 10,03 11,21 11,66 26,50 (E) 16,62 5,14 11,94 5,67 3,65 M2(D) 14,86 57,05 10,48 5,22 3,36 10,36 10,99 10,48 10,98 30,00 (E) 14,66 53,06 11,59 5,42 3,58 M3(D) 15,24 3,76 10,31 5,05 3,38 11,16 9,41 10,97 10,59 20,25 (E) 14,81 4,31 10,36 5,05 3,07 Média A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T (D) 15,49 4,61 10,95 5,31 3,35 10,89 10,14 10,89 11,08 25,58 (E) 15,36 4,92 11,30 5,38 3,43 Obs.: M (D) e (E) Masculino (direito e esquerdo) A Tabela 6 mostra as medições individuais e valores médios das pelves avulsas.
TABELA 6 Quadril masculino avulso. ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE QUADRIL 93 SEXO A-B C-D E-F G-H I-J M1(D) 15,96 4,51 12,07 5,61 3,84 M2(D) 15,51 5,09 11,75 5,69 3,38 M3(D) 15,29 4,04 12,11 5,44 3,64 M4(D) 15,57 4,31 11,11 5,42 3,28 M5(D) 14,61 4,16 11,91 6,02 3,91 M6(D) 13,17 4,67 12,15 4,87 2,99 M7(D) 15,54 4,97 10,78 5,51 4,06 M8(E) 16,04 4,52 11,51 5,77 3,44 M9(E) 14,65 4,27 12,08 5,32 2,91 M10(E) 15,38 5,09 11,52 4,78 3,02 Média A-B C-D E-F G-H I-J (D) 15,09 4,53 11,69 5,50 3,58 (E) 15,00 4,68 11,79 5,05 3,17 Obs.: M (D) e (E) Masculino (direito e esquerdo). As medições foram comparadas (Teste de Tukey), avalia valores médios entre duas variâncias (quadril feminino e masculino completo). A Tabela 7 mostra os valores médios do quadril feminino completas, onde visualmente não apresenta diferença. No gráfico 1 não é possível averificação, sendo que letras iguais não apresentam diferença significativa (P > 0,05) entre os eixos (Teste de Tukey). TABELA 7 - Quadril completo. S-T A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R Fem 15,22 a 4,84ª 11,68ª 5,27ª 3,37ª 11,27ª 11,74ª 11,32ª 11,27ª 23,52ª Masc 15,42ª 4,76ª 11,12ª 5,34ª 3,39ª 10,89 10,14 10,89 11,08 25,58 A Tabela 8 mostra os valores médios do quadril feminino avulsa, onde visualmente as letras iguais não apresentam diferença significativa (P > 0,05) entre os eixos e letras diferentes apresentam diferenças significativas apenas na medida G-H observou uma variação superior (P < 0,10). Teste de Tukey.
TABELA 8 - Quadril avulso. ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE QUADRIL 94 Média A-B C-D E-F G-H I-J Fem 14,43ª 4,61ª 11,47ª 5,18 a b 3,51ª Masc 15,04ª 4,60ª 11,74ª 5,27 a b 3,37ª No Gráfico 1 se observam os valores médios das pelves completas femininas. É necessário se ressaltar que as medidas K-L, M-N, O-P, Q-R e S-T são bilaterais no Gráfico 1 e 2. GRÁFICO 1 Quadril feminino completo lado esquerdo e direito. Pelve feminina lado esquerdo e direito Série1 Lado Direito Série2 Lado Esquerdo Valores médios em cm 30 25 20 15 10 5 0 15,28 15,16 4,75 4,93 11,58 11,78 5,29 5,26 3,36 3,38 11,27 11,74 11,32 11,27 23,52 A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T Localização das medidas O Gráfico 2 mostra os valores médios das pelves completas masculinas, onde visualmente não apresenta diferença com o Gráfico 1. Demonstrase assim inicialmente, no gráfico, que não é possível a verificação dessa variação entre os gêneros. GRAFICO 2 Quadril masculino completo lado direito e esquerdo. Pelve masculina direito e esquerdo Série1 Lado direito Série2 Lado esquerdo Valores médios em cm 30 25 20 15 10 5 0 25,58 15,49 15,36 10,95 11,3 10,89 10,14 10,89 11,08 4,61 4,92 5,31 5,38 3,35 3,43 A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T Localização das medidas
No Gráfico 3 mostra os valores médios das medições dos quadris feminino e masculino completos do lado direito e esquerdo onde não se consegue observar uma variação persistente e comuns entre as medições. GRÁFICO 3 Quadril completo feminino e masculino. 95 Pelve masculino e feminina Valores médios em cm 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0 A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T Série1 Série2 Série3 Série4 Masculino D Feminino D Masculino E Feminino E Localização das medidas No Gráfico 4 mostra os valores médios das medições dos quadris avulsos do lado direito e esquerdo onde se observa uma pequena variação. GRÁFICO 4 Quadril avulso masculino e feminino. Pelve avulso masculino e feminino Valores médios em cm 30 25 20 15 10 5 0 A-B C-D E-F G-H I-J Localização das medidas Masculino Série1D Série2 Feminino D Masculino Série3E Série4 Feminino E A Tabela 9 mostra os valores médios e desvio padrão das medidas dos quadris completos, onde é observado (GRAY, 1988) que a medida do diâmetro verdadeiro diâmetro conjugado diâmetro antero posterior da pelve, medido a partir do promontório até a face posterior da sínfise púbica possuindo um valor de 11cm (M-N). O que mostra que na medição esse valor se encontra dentro do desvio padrão (±1s).
Tabela 9 Valores médios e desvio padrão dos quadris completos. 96 SEXO A-B C-D E-F G-H I-J K-L M-N O-P Q-R S-T F1(D) 13,81 5,37 10,38 4,87 2,78 11,35 11,62 11,68 11,33 19,89 (E) 14,08 5,68 10,54 4,91 2,77 F2(D) 15,26 4,21 12,27 5,29 3,66 12,27 14,54 11,56 12,27 26,5 (E) 14,94 5,01 13,35 5,08 3,72 F3(D) 15,81 4,47 11,84 5,07 3,37 11,05 12,14 11,81 11,43 23,3 (E) 15,27 4,42 11,59 5,08 3,46 F4(D) 15,92 4,42 10,93 5,67 3,51 10,71 11,06 10,93 10,64 22,3 (E) 15,91 4,72 10,86 5,51 3,63 F5(D) 15,14 4,67 10,95 5,59 3,56 11,99 10,06 11,39 11,03 23,2 (E) 15,11 4,67 11,26 5,61 3,55 F6(D) 15,76 5,37 13,11 5,24 3,25 10,22 11,03 10,52 10,89 25,91 (E) 15,62 5,05 13,09 5,38 3,14 s 0,6845365 0,45718 1,05043 0,27806 0,32273 0,77319 1,53644 0,4948 0,5706 2,42522 x-1 14,54 4,37 10,63 5 3,05 10,5 10,2 10,82 10,7 21,1 x 15,219167 4,83833 11,6808 5,275 3,36667 11,265 11,7417 11,315 11,265 23,5167 x+1 15,9 5,29 12,73 5,56 3,68 12,04 13,28 11,8 11,85 25,93 O diâmetro oblíquo é medido a partir da articulação sacroilíaca obliquamente para frente até a eminência iliopubica do lado oposto, sendo discriminada no trabalho como O-P, Q-R possuindo um valor de 12,5 cm não se enquadrando no desvio padrão (FENEIS; DAUBER, 2000). Uma pelve estreita é aquela em que uma dos diâmetros está significativamente diminuída (1,5 a 2,0 cm), podendo ser o resultado de uma anomalia congênita, deficiência nutricional, doença ou traumatismo, sendo que isto freqüentemente interfere com o parto normal. DISCUSSÃO De maneira geral, os resultados mostram que as variações anatômicas dos quadris femininos são comuns, visto que a maioria dos quadris estudados apresentou pequenas variações. No estudo foram encontrados três tipos de variações anatômicas distribuídas na região do quadril, M-N (diâmetro verdadeiro), O-P Q-R (diâmetro oblíquo), S-T (espinha elíaca antero posterior direita e esquerda). Em um dos quadris utilizados no estudo foi encontrada variação anatômica na região O-P Q-R (diâmetro oblíquo), podendo ser resultado de uma anomalia congênita ou deficiência nutricional (GARDNER; GRAY; RAHILLY, 1988). Ainda de acordo com os mesmos autores, devido às diferenças étnicas e sexuais, raças, condições sócio-econômicas, os hábitos e o habitat interferem na conformação da bacia do quadril feminino. As diferenças entre as bacias de mulheres brancas e negras se devem ao metabolismo do cálcio, a osteogênese e a atividade osteo-músculo-articulares distintas nesses dois tipos de pacientes. Em povos primitivos e nas mulheres de raça amarela que vive em ar livre é mais exposto à luz solar e que assumem habitualmente a posição de cócoras, o que reforça seu sistema osteoarticular, onde o quadril se alarga e ganha em amplitude, o que perde em altura. Os resultados de quadris femininos e masculinos nesta pesquisa não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (Teste de Tukey). Isso se dá graças a medições encontradas. Os dados foram trabalhados comparando as médias
dos quadris completos e avulsos femininos e masculinos, onde não foi obtida diferença significativa. Sendo assim, deve-se ter em mente a possibilidade de variações anatômicas, pois o que se observa em um cadáver pode não reproduzir exatamente o que representa em um Atlas de anatomia. Quanto aos ossos de cadáveres dessecados não se consegue verificar a raça, idade e condição sócio econômica de vida, como sugerem (DANGELO; FATINNI, 2002). CONCLUSÕES Diante dos resultados obtidos, sugere-se concluir que: 1. Os quadris completos femininos e masculinos foram comparados e não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre eles, sugerindo uma semelhança entre os gêneros; 2. Sendo esta causada provavelmente pela evolução feminina pelas suas atividades diárias, nos exercícios físicos e profissionais; 3. Indica-se o aumento da amostra para a confirmação do envolvimento destes resultados com o aumento no índice de partos do tipo cesárea; 4. As variações anatômicas não apresentaram diferenças estatisticamente significantes, sugerindo uma evolução genética igualitária. REFERÊNCIAS * DANGELO, J. G.; FATINNI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Atheneu. 2002. p. 179-81-83. DIDIO, L. Tratado de Anatomia Sistêmico Aplicada. 2ª edição, São Paulo: Ed. Atheneu, 2002. p. 145-8. GARDNER, E.; GRAY, D. S.; RAHILLY, R. O. Anatomia: Estudo Regional de Corpo Humano. 4ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1988. p. 155. GRAY, H.; GOSS, C. M. Anatomia. 29ª edição, Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1988. p. 193-6. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para Clínica. 4ª edição, São Paulo: Ed. Guanabara Koogan, 2001. p. 208, 294, 299. POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Obstetrícia e Ginecologia. 2ª Ed., São Paulo: Ed. Santos. 2002. p. 1-3. TORTORA, G. J; GRABOWSKI, S. R. Princípios de Anatomia. 9ª Ed., Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan., 2002. p. 206, 208, 210. http://www.dunia.com.br/labor3.htm consultado em 18/03/2006. http://www.cleber.com.br/poscran.htm consultado em 01/04/2006. FENEIS, H.; DAUBER, W. Atlas de Bolso de Anatomia Humana. 4ª. Ed., São Paulo: Ed. Manole, 2000. 44 p. CARRARA, H. H.; DUARTE, G. Semiologia obstétrica. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 88-103, jan./mar. 1996. MADI, J. M. et al., Apresentação pélvica na gestação de termo em pacientes com partos vaginais prévios. Rev. bras. Ginecol. Obstet., v. 26, n. 10, p. 781-6, nov.,/dez., 2004. * De acordo com as normas da ABNT. o0o 97