MARROCOS FICHA DE MERCADO BREVE CARACTERIZAÇÃO II COMÉRCIO EXTERNO

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Transcrição:

FICHA DE MERCADO MARROCOS I BREVE CARACTERIZAÇÃO Embora Marrocos não seja um dos principais parceiros comerciais de Portugal nos setores agroalimentar e florestal (17ª posição em termos de exportações, correspondendo a apenas 0,7 % das exportações totais, e 37ª posição nas importações - 0,2 % do total, em média no quinquénio 2008-2012), as trocas comerciais com este país têm vindo a crescer sustentadamente. Trata-se de uma economia e de um mercado em franca evolução e com oportunidades interessantes em matéria de internacionalização para as empresas portuguesas. Efetivamente, Marrocos, que tem uma população essencialmente jovem (média etária de 27 anos) e cada vez mais urbanizada, tem registado acréscimos interessantes na disponibilidade individual de rendimento, potenciando melhores condições para valorização da procura interna. De 2003 a 2011, Marrocos aumentou o seu PIB per capita em 60%, em parte devido a uma política de atração de investimento e a um reforço da industrialização em setores estratégicos, como é o caso da agroindústria. As autoridades marroquinas preveem, até 2016, crescimentos anuais da sua economia de 4,4%. A agroindústria é uma das componentes que maior dinamismo tem registado e que emprega parte substancial dos recursos do País, quer em termos territoriais, quer em termos de emprego. Marrocos é um tradicional e importante exportador de citrinos e outras frutas, bem como de legumes frescos e industrializados, que são frequentemente produzidos por empresas que resultaram de investimento estrangeiro direto e/ou de joint ventures com capitais locais. II COMÉRCIO EXTERNO Portugal tem um saldo favorável no seu relacionamento comercial com Marrocos em termos do total da economia, sendo muito positivo no que diz respeito ao setor agro-florestal, com uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 250% em média no mesmo período (283% em 2012). Se apenas considerarmos a componente agroalimentar, o saldo tem sido negativo, embora não muito expressivo, mas positivou de forma significativa em 1

2012, de tal forma que o saldo médio no período é positivo. Portugal importou, em média, entre os anos de 2008 e 2012, 15,8 milhões de euros de produtos agroalimentares tendo exportado, em média e no mesmo período, 16,8 milhões. Evolução da balança comercial PT-Marrocos para o setor agroalimentar e florestal (2008-2012) (valores em milhares de euros) Evolução da balança comercial PT-Marrocos para o setor agroalimentar (2008-2012) (valores em milhares de euros) Fonte: INE/GPP * dados provisórios ** dados preliminares As principais exportações para Marrocos assentam nos produtos da floresta, para além de tabaco, leite e laticínios e preparados de produtos vegetais (frutas preparadas, etc.). Inversamente, Portugal importou de Marrocos, sobretudo, pescado e crustáceos (moluscos e peixe congelado), bem como cortiça e seus produtos, produtos do açúcar (melaços) e preparados de carnes e peixe. 2

Fonte: INE/GPP * dados provisórios ** dados preliminares 3

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III PERSPETIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO Sendo um país vizinho, com uma história de relacionamento político e cultural positiva, com uma população jovem e em processo de empregabilidade mais estável, com níveis de crescimento de riqueza, quando comparados com os tradicionais clientes de Portugal, importantes e consistentes e com uma área importantíssima de recursos para o desenvolvimento de uma agricultura competitiva, de mais a mais assente num número muito significativo de empresas europeias com grande know-how tecnológico e comercial, Marrocos pode constituir uma boa opção para incremento de operações de exportação de produtos agroalimentares e de internacionalização de empresas do setor. Portugal pode aproveitar a crescente presença de empresas portuguesas neste país, sobretudo associadas à construção, setor onde as autoridades locais têm feito fortes investimentos públicos, e as experiências de parcerias empresariais já efetuadas, assim como a progressiva modernização da distribuição alimentar, fruto de uma classe média emergente nas principais cidades, para incrementar oportunidades e concretização e negócios na área da exportação de produtos alimentares industrializados, bem como de possibilidades de investimento in situ, beneficiando da ainda relevante população ativa empregue na agricultura e das vastas áreas de terras com elevado potencial. 5